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André Junior de Oliveira
Auditoria
Sumário
03
CAPÍTULO 1 – O que é Auditoria? ...................................................................................01
Introdução ...................................................................................................................01
1.1 O profissional auditor ...............................................................................................01
1.1.1 Requisitos do profissional auditor ......................................................................02
1.1.2 Áreas de atuação ...........................................................................................03
1.1.3 Funções do auditor ..........................................................................................04
1.2 Responsabilidade e ética ...........................................................................................05
1.2.1 Ética profissional .............................................................................................05
1.2.2 Responsabilidade do auditor .............................................................................06
1.3 Principais normas vigentes da auditoria interna ............................................................08
1.4 Auditoria interna x Auditoria externa ...........................................................................09
1.4.1 Auditoria Interna .............................................................................................09
1.4.2 Auditoria Externa ou independente ....................................................................11
1.4.3 Semelhanças e diferenças entre a Auditoria Interna e Externa ...............................12
Síntese ..........................................................................................................................15
Referências Bibliográficas ................................................................................................16
01
Capítulo 1 
01
O que é Auditoria?
Introdução 
Pensemos na importância de haver uma regularidade entre os procedimentos das organizações 
de forma que seu lucro seja maximizado e seus objetivos não sejam comprometidos; como isso 
seria possível? De que forma os procedimentos estariam alinhados aos objetivos da organiza-
ção? A resposta se encontra nas técnicas utilizadas pelas ciências sociais aplicadas, mais espe-
cificamente nas ferramentas utilizadas pela administração e pela contabilidade, sendo a conta-
bilidade a linguagem mundial dos negócios. A área de Ciências Sociais possui ramificações que 
proporcionam uma série de ferramentas para controle e execução das atividades operacionais, 
de forma que o crescimento e o desenvolvimento da empresa não sejam comprometidos. 
Um dos ramos da Contabilidade é a Auditoria. De acordo com Ribeiro e Ribeiro (2011), a audi-
toria é uma técnica contábil que surgiu da necessidade de se garantir a veracidade das informa-
ções originadas nas transações contábeis. 
Conforme Iudícibus (1997), a contabilidade surgiu com o início da civilização. E quanto ao 
surgimento da auditoria, o que é dito? Pode se afirmar que o surgimento da auditoria se deve à 
evolução do sistema capitalista, mas apresentar dados exatos quanto ao seu surgimento seria 
um pouco complexo, visto que toda pessoa que tinha a incumbência de fazer a verificação para 
saber se os fatos econômico-financeiros eram legítimos ou não, eram considerados auditores. 
Entre as diversas finalidades da auditoria, de modo geral, um de seus principais atributos é ser a 
“auditoria da auditoria”, isto é, o acompanhamento dos controles internos. Mas o que seria isto 
afinal? A auditoria fiscaliza os procedimentos de controle interno, assim como no sistema financei-
ro, apresentando ao fim das análises efetuadas recomendações com a finalidade de aperfeiçoá-los 
minimizando as deficiências encontradas. Conforme visto anteriormente, a auditoria é uma das 
ramificações da contabilidade, e, de forma geral, a auditoria pode ser segmentada em três grupos: 
a auditoria financeira, voltada para a opinião acerca dos demonstrativos elaborados; a auditoria 
de cumprimento, sendo esta um elo entre os objetivos e o cumprimento desses objetivos por meio 
dos procedimentos operacionais da empresa; e a auditoria operacional, que tem a finalidade de 
medir o grau em que as atividades da entidade estão alcançando os objetivos propostos.
1.1 O profissional auditor
Vimos anteriormente o que é auditoria, e, para que a auditoria seja executada, temos a figura do 
auditor, que é o profissional responsável por examinar cuidadosamente as demonstrações con-
tábeis das empresas com o objetivo de conferir, verificar, analisar, avaliar e emitir parecer sobre 
suas atividades, para saber se estas estão de acordo com as disposições planejadas previamente. 
O referido profissional pode ser interno ou independente/externo. O auditor analisa os procedi-
mentos, fiscalizando os processos da organização, determinando quais os procedimentos mais 
adequados de forma a facilitar o trabalho da auditoria externa. 
Quando o auditor é externo, tem a função de examinar cuidadosamente as contas e, por fim, 
validá-las se atestar que os saldos constantes no balanço patrimonial seguem os princípios fun-
02 Laureate- International Universities
Auditoria
damentais de contabilidade. O profissional de auditoria pode atuar em vários ramos, tais como 
a auditoria de sistemas de informática, auditoria de recursos humanos, a auditoria da gestão 
da qualidade, auditoria das demonstrações financeiras, auditoria forense (mais conhecida como 
auditoria jurídica), auditoria da contabilidade, entre outras.
 Saiba que a profissão denominada auditor não existe no contexto brasileiro, sendo assim, não 
existe uma legislação específica quanto às responsabilidades legais da profissão. As atribuições, 
responsabilidades e regulamentações da profissão de auditor estão atreladas à profissão de 
contador ou bacharel em Ciências Contábeis, bem como a formação superior no referido curso 
e o registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC). Dessa forma, é dado ao contador o 
direito de realizar o trabalho de auditoria, pois se considera a auditoria como uma especialidade 
da contabilidade. Nos próximos tópicos veremos mais profundamente os requisitos do profissio-
nal de auditoria, suas funções, responsabilidades e áreas de atuação.
1.1.1 Requisitos do profissional auditor
Assim como em todas as ocupações, no exercício da profissão de auditor é fundamental que o 
exercício do trabalho seja realizado com dignidade, honestidade, ética, respaldo das leis e direcio-
nado pelos interesses da empresa que tenha o contratado. Contudo, características adicionais tais 
como integridade, responsabilidade, confiabilidade, organização, ética, flexibilidade, ter dedicação, 
educação continuada estando constantemente atualizado, ter aptidão para cálculos estatísticos e 
matemáticos, ter postura crítica e segurança diante dos problemas e a capacidade de lidar com os 
desgastes oriundos desse tipo de trabalho são bem pertinentes para o exercício da profissão. 
Nos cabe destacar a importância da disciplina, do comprometimento e da honestidade. Como 
requisito complementar é necessário que este profissional tenha disponibilidade para viagens, 
uma vez que o trabalho é executado in loco, nas dependências das empresas. 
O primeiro capítulo do livro Auditoria, onde o professor Carlos Alexandre Nascimento 
Wanderley apresenta de forma clara, direta e atual os conceitos iniciais da auditoria, 
com orientações precisas, de forma que o estudante terá condições de se tornar um 
profissional de sucesso na área, sem abrir mão da ética (WANDERLEY, 2013).
VOCÊ QUER LER?
Figura 1 – Equipe de auditores.
Fonte: Shuttersotck, 2015.
03
Além dos requisitos citados acima, para trabalhar na áreade auditoria é preciso ser graduado no 
curso superior em Ciências Contábeis, que tem duração de quatro anos e cuja grade curricular 
é composta pelas seguintes disciplinas: Análise de Balanços, Técnicas Contábeis de Elaboração 
das Demonstrações Financeiras, Estatística em nível mediano, Contabilidade Geral, Contabili-
dade Comercial, Direito Tributário, Direito Constitucional, Contabilidade de Custos e Auditoria, 
entre outras, que seriam secundárias no exercício da auditoria. 
Fique atento: as principais atividades desenvolvidas pelo auditor são a elaboração e a análise das 
demonstrações contábeis das empresas, a revisão de procedimentos de controle interno e, por fim, a 
elaboração dos relatórios atestando que as empresas auditadas possuem condições de atender aos 
princípios fundamentais de contabilidade, bem como condições de negociar suas ações nas Bolsas 
de Valores. Cabe salientar que no rol de atividades do auditor estão ainda a avaliação do ambiente 
de controle interno, emissão de parecer e prestação de contas das entidades de direto público.
O professor Marcelo Cavalcanti Almeida, sócio em uma importante empresa de audi-
toria desde 1973, graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual do Rio 
de Janeiro (UERJ). Tem 34 anos de experiência em auditoria contábil, auditoria ope-
racional e analítica e participou da equipe internacional de controle de qualidade de 
serviços. É professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da UERJ. Autor de livros nas 
seguintes áreas: Contabilidade Avançada, Contabilidade Intermediária, Contabilidade 
Geral, Auditoria e Normas Internacionais de Contabilidade.
VOCÊ O CONHECE?
1.1.2 Áreas de atuação 
O trabalho do auditor pode ser exercido no setor público e no setor privado, porém o principal mer-
cado se concentra nas empresas multinacionais. Normalmente este profissional inicia sua carreira 
trabalhando em escritórios de auditoria externa, e, com o passar do tempo, com a bagagem e ex-
periência adquiridas nestas empresas, muitos destes profissionais acabam se tornando auditores in-
ternos de grandes corporações. Alguns tendem a seguir outros caminhos, tais como contador geral, 
controller, perito contador, contador público, auditor fiscal das esferas municipal, estadual e federal. 
O profissional de auditoria pode fazer auditoria independente (auditor externo), ramo este que 
conta com profissionais de grande importância, pois exercem a função de controladores externos. 
De forma geral, os sócios ou os acionistas das sociedades anônimas de capital aberto têm na 
auditoria externa a melhor forma de fiscalizar as contas da contabilidade das empresas em que 
possuem investimentos. O profissional que trabalha com auditoria pode ainda atuar em empresas 
de qualquer ramo de atividade, prestando o serviço de auditor interno, visto que estas empresas 
têm o departamento especifico de auditoria, cujo foco maior são os procedimentos internos. A 
auditoria externa, por ser independente, deve obrigatoriamente ser realizada por terceiros, a fim 
de garantir a confiabilidade do processo. Especialistas garantem que o ramo da auditoria é uma 
excelente alternativa para os profissionais graduados no curso de Ciências Contábeis.
VOCÊ QUER VER?
O filme “Wall Street – Poder e Cobiça” (1987, EUA), é indispensável para reforçar seu 
conhecimento acerca da auditoria. O filme mostra os bastidores do mundo dos grandes 
negócios da década de 1980, evidenciando a busca pelo mito, entendido como a as-
censão capitalista representada pelo acúmulo de riqueza e poder nas mãos de poucos 
e seletos indivíduos, através da valorização da ganância e da cobiça. O filme é um 
excelente exemplo do mercado de atuação dos auditores.
04 Laureate- International Universities
Auditoria
De acordo com Lisboa (2011), o auditor pode desempenhar suas atividades como auditor con-
tábil, auditor de recursos humanos, auditor fiscal do trabalho, de tributos federais, estaduais e 
municipais, entre outros ramos.
As auditorias financeira, de cumprimento e operacional estão relacionadas com a con-
tabilidade? Tanto a auditoria do tipo de cumprimento e a auditoria do tipo operacional 
podem ter ou não relação com a contabilidade das organizações, contudo, sabe-se 
que a contabilidade é a base dos exames e verificações, mas podem ter objetivos espe-
cíficos de acordo com o grau de importância para diferentes usuários e seus objetivos.
VOCÊ SABIA?
1.1.3 Funções do auditor
O conjunto de funções do auditor, na atualidade, vai muito além do conceito de fiscalizar, visto 
que, além de detectar falhas e constatar evidências nos sistemas de controle interno, o auditor 
tem a preocupação com a manutenção dos sistemas, atuando de forma preventiva em busca das 
não-conformidades, apresentando sugestões a fim de evitar eventuais desvios.
Auditoria interna é função de staff, ou seja, o auditor faz o trabalho de assessoria, uma vez que 
não exerce autoridade ou influência direta sobre os membros da administração, contudo, deve 
ter liberdade para executar os trabalhos de revisar e avaliar as normas, os planejamentos, os 
procedimentos e os registros. Importante lembrar que o trabalho do auditor interno não isenta os 
demais membros da organização das responsabilidades que lhes foram designadas. 
A responsabilidade do auditor está voltada aos usuários da informação gerada no decorrer dos 
trabalhos de auditoria. O auditor deve emitir sua opinião de acordo com os princípios fundamen-
tais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), que diante da especifi-
cidade das operações de auditoria passam a integrá-la, salvo se conflitantes com os objetivos e 
finalidades da contabilidade.
Em 2012, o mercado de trabalho dos auditores apresentou rápido crescimento no 
Brasil, diante do número de empresas que contrataram auditores visando investigar 
suspeitas de fraude e corrupção, que aumentaram muito nos últimos anos. Os casos 
registrados de fraudes internas são aquelas manipuladas para beneficiar um grupo 
de profissionais, envolvendo roubos de ativos ou corrupção de funcionários e agentes 
públicos. Os maiores clientes deste tipo de serviço são as multinacionais, que têm 
como premissa fornecer relatórios à matriz devido às regras legais no país de origem. 
VOCÊ QUER LER?
05
1.2 Responsabilidade e ética
Entenda que o conceito de ética não se restringe a um conceito meramente técnico, está relacio-
nado a princípios morais. Em outras palavras, embora o auditor seja um cumpridor da lei, ele 
poderá buscar “brechas” para tomar atitudes nada éticas. Conforme abordado anteriormente, 
no cenário brasileiro não existe a profissão de auditor, apenas a de contador. Assim, as tarefas 
de auditoria são realizadas pelo contador com registro no CRC. Como em nossa legislação não 
existem especificações claras das responsabilidades legais, as responsabilidades do auditor estão 
alinhadas às do contador no âmbito civil, penal, comercial e profissional.
No desenvolvimento das suas funções, a responsabilidade do trabalho executado recai em pri-
meira instância ao próprio auditor, estendendo-se aos executores da contabilidade e aos gestores 
da empresa. É importante lembrar que quem assume a responsabilidade pelos controles internos, 
pela elaboração das demonstrações contábeis, pela prevenção e verificação das fraudes e erros 
é a administração da empresa contratante e não dos auditores contratados. 
1.2.1 Ética profissional
A auditoria deve trabalhar dentro dos princípios da legalidade, porém há “maquiagens” encon-
tradas nos balanços das organizações, ou seja, modificações promovidas para mascarar as de-
monstrações financeiras, que embora sejam amparadas pelos preceitos legais, foram feitas por 
meio de brechas encontradas na legislação. Ações profissionais podem estar em conformidade 
com a lei, mas não no tocante à ética, o que nos faz afirmar que agir eticamenteé muito mais 
que simplesmente cumprir a lei.
Figura 2 – Observação de auditoria.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Um grande número de empresas e investidores podem ser prejudicados devido à falta de ética, e 
mesmo que seja feita com boa intenção, aquela ação que é realizada visando o proveito pessoal 
e não o da organização é contrário à ética profissional. A ética é uma postura essencial no exer-
cício da profissão do auditor e, conforme abordado anteriormente, os gestores e suas equipes 
podem estar trabalhando dentro dos critérios legais, e mesmo cumprindo fielmente a lei podem 
não ser éticos, prejudicando assim a imagem da empresa diante do mercado e dos investidores. 
06 Laureate- International Universities
Auditoria
De acordo com Attie (2010), a função da auditoria deve ser praticada com o entendimento de 
que o trabalho executado merece toda a credibilidade possível, não podendo existir qualquer 
sombra de dúvida quanto à integridade e aos padrões morais do auditor. A profissão de audito-
ria exige a obediência aos princípios éticos profissionais, que apoiam a independência, integri-
dade, eficiência e confidencialidade (CAVALCANTE, 2012).
Como fonte de consulta no exercício da função do profissional de auditoria, mais especificamen-
te ao profissional de Contabilidade, existe a Resolução CFC n° 803/96, que aprovou o Código 
de Ética Profissional do Contador (CEPC), cujo objetivo é instituir a forma pela qual se deve 
nortear o trabalho dos profissionais da Contabilidade quando no exercício profissional e nos as-
suntos relacionados à profissão e à classe. De acordo com o referido código, são deveres do pro-
fissional da Contabilidade, e consequentemente do auditor independente, dentre outros, o zelo, 
a integridade e a competência, a confidencialidade e a eficiência, qualidade e credibilidade.
CASO
Em 2001 foram descobertas manipulações contábeis em uma das empresas mais importantes 
dos Estados Unidos, a ENRON, operadora de commodities que se dedicava à exploração de gás 
natural. Foram investigados pela Securities and Exchange Comission (SEC), e foi confirmado que 
a empresa apresentava lucros muito maiores do que os lucros reais.
Neste caso, fica claro que, no mecanismo utilizado para a manipulação de dados, o compor-
tamento dos profissionais atuantes da empresa, sejam eles advogados, analistas de mercado, 
auditores ou o comportamento de grandes profissionais envolvidos no caso, demonstrando falta 
de ética profissional, teve efeito desastroso, pois antes de descoberto o fato, as ações da empresa 
recebiam indicação de compra, e após o escândalo os acionistas se apressaram em vender as 
ações que estavam em seu poder. Isso desequilibrou o mercado, pois os valores cotados para as 
ações estavam desvalorizando, e o desespero instalou-se na bolsa de valores (Sandrini, 2011).
No exercício da auditoria, três elementos são essenciais: integridade, objetividade e competên-
cia. Podemos entender integridade como a unidade de mensuração do auditor, ou seja, o valor 
real do auditor em princípios éticos. A objetividade diz respeito ao modus operandi do auditor, a 
forma de execução do trabalho, pois é necessário que o profissional seja imparcial, de forma que 
a sociedade tenha confiança nos resultados de seu trabalho. Finalmente, devemos ter em mente 
que competência diz respeito a conhecimentos e experiências no desenvolvimento do trabalho, 
não bastando conhecimentos na área contábil, sendo necessário dominar áreas afins.
1.2.2 Responsabilidade do auditor
 Nunca podemos esquecer que, no exercício da Auditoria, o auditor pode ser responsa-
bilizado por erros, falhas e até mesmo omissões e fraudes. O auditor deve responder quanto à 
veracidade das informações contidas nos relatórios de auditoria bem como quanto à forma de 
execução do trabalho. A responsabilidade do auditor pode ser dos seguintes tipos: Trabalhista 
– quando relacionada aos procedimentos da área de recursos humanos. Profissional – quando 
relacionada aos serviços assumidos na contratação da prestação dos trabalhos de auditoria. 
Civil – quando a informação relatada no parecer do auditor for incorreta, vindo a influenciar ou 
causar prejuízos aos usuários desta informação. Criminal – casos de omissão ou opiniões emi-
tidas de forma errônea, expressando em parecer de auditoria dolo, influenciando ou causando 
prejuízos a terceiros.
A reponsabilidade do auditor não abrange a prevenção dos erros e das fraudes, uma vez que 
a detecção deve acontecer no processo de planejamento, quando o profissional avalia o risco 
07
de ocorrência. O risco de auditoria é a técnica utilizada pelos auditores para detectar os erros 
e fraudes de forma que, quanto maior o risco, maior o número de testes que devem ser feitos. 
No rol das atividades executadas pelo auditor, podemos destacar as seguintes responsabilidades: 
•	 responsabilidade profissional;
•	 responsabilidade civil;
•	 responsabilidade com os clientes.
Devemos nos lembrar novamente que a responsabilidade profissional do auditor não é plena-
mente identificada como sendo sua, pois no Brasil esta profissão não é regulamentada. A legis-
lação dos contadores, portanto, é utilizada para o exercício do auditor. 
O auditor é responsável pelo parecer sobre as demonstrações contábeis, sendo aplicadas as san-
ções estabelecidas pelo CFC quando este não estiver dentro dos procedimentos estabelecidos. 
As sanções civis são as próprias do Estado. Desta forma, a melhor medida de proteção para o 
auditor é a prática cuidadosa e zelosa de seu trabalho, sempre observando as normas profissio-
nais aceitas, pois o parecer deve ser emitido conforme estas normas.
Como já vimos neste capítulo, a lei atinge indiretamente o profissional auditor, e na realização 
do seu trabalho não haverá marcos regulatórios relacionados à responsabilidade, ética, rigor 
técnico, sendo estes atributos necessários e óbvios. Caso o auditor venha a trabalhar de forma 
que não seja ética ou ele não tenha competência profissional, pode ser denunciado ao CRC, 
que aplicará as penalidades cabíveis, podendo ocorrer desde uma advertência até à suspensão 
do exercício profissional.
A prática da função de auditor deve ter fiscalização profissional rigorosa, diante da sua impor-
tância no mercado de capitais. De acordo com a Resolução CFC n° 560/83, não é permitido 
aos técnicos em contabilidade realizar atividades de auditoria tanto interna como independente, 
sendo exclusivas dos contadores. As demais responsabilidades, tais como civil, penal, comercial 
estão previstas na legislação brasileira, em seus respectivos códigos, sendo de caráter geral.
Figura 3 – Responsabilidade do auditor.
Fonte: Shuttersotck, 2015.
É importante termos consciência da necessidade do entendimento entre o profissional e o cliente 
contratante. No momento em que um contrato é assinado, devem ser estabelecidos os proce-
08 Laureate- International Universities
Auditoria
dimentos a serem adotados durante a vigência deste contrato, e o auditor deverá realizar seu 
trabalho conforme os termos combinados. Caso seja observado o descumprimento do contrato, 
como falha na confidencialidade de informações às quais teve acesso, o auditor se torna legal-
mente responsável perante o cliente contratante.
A auditoria pode ser exercida de diversas formas, embora a modalidade mais frequente seja a 
prestação de serviços de auditoria por sociedades de profissão regulamentada constituídas para 
este fim. A atividade pode ser prestada por profissionais liberais, por sociedades de profissionais 
liberais, associações de classes de contadores. Mais uma vez salientamos que o exercício da 
auditoria é de direito exclusivo do contador.
1.3 Principais normas vigentes 
da auditoria interna
De acordo com Franco e Marra (2011), as normas de auditoria são consideradas como regras 
estabelecidas pelos órgãos reguladores daprofissão de contabilidade em todos os países. Não 
podemos nos esquecer que os objetivos das normas de auditoria são regular e apresentar as di-
retrizes a serem seguidas pelos auditores no exercício das suas funções. O conteúdo das normas 
se estende aos conceitos básicos, requisitos exigidos do profissional, e normas de execução do 
trabalho, incluindo normas relacionadas à emissão do parecer pelo auditor. As referidas normas 
fixam limites de responsabilidade e orientam o comportamento que o auditor deve possuir rela-
cionado à sua capacitação, em se tratando do controle de qualidade dos trabalhos realizados. 
Segundo Brito e Fontenelle (2013), desde o ano de 1972 as Normas Brasileiras de Contabilidade 
(NBC) definem os objetivos de trabalho, e atualmente estão em vigor as normas elaboradas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que trabalha em conjunto com o Instituto de Auditores 
Independentes do Brasil (IBRACON), além da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco 
Central do Brasil (BACEN) e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). 
As NBC são editadas pelo CFC e devem seguir os padrões internacionais, compreendendo nor-
mas de trabalho, interpretações técnicas e comunicados técnicos. As normas de auditoria in-
dependentes são aprovadas pelo CFC por meio de resoluções, e classificadas em dois tipos as 
NBC-PA (normas profissionais) e as NBC-TA (normas técnicas). As NBC-PA estabelecem regras 
e procedimentos de conduta a serem observados como requisitos para o exercício profissional 
contábil, ou seja, normas referentes ao auditor, e as NBC-TA traz em seu cerne conceitos dou-
trinários, princípios e procedimentos a serem aplicados quando da realização dos trabalhos 
(BRITTO e FONTENELLE, 2013).
A Resolução CFC nº 1328/11, de 18/03/2011, classifica as Normas Brasileiras de Contabilidade 
em normas técnicas e profissionais. As técnicas são voltadas ao exercício da profissão e as profis-
sionais são aplicadas tanto no setor público como no setor privado. O exercício da auditoria se 
pauta no estabelecido no Código de ética Profissional do Contabilista e nas Normas de Contabi-
lidade específicas de auditoria independente, auditoria interna, de asseguração e perícia contábil.
Por fim, é importante termos em mente que a adoção às normas Brasileiras de Contabilidade é 
obrigatória, pois de acordo com a Resolução CFC nº 1328/11, a inobservância das NBC consti-
tui infração disciplinar sujeita às penalidades previstas no Decreto-Lei nº 9.295/46 (alterado pela 
lei 12.249/10) e pelo Código de Ética Profissional do Contador.
09
Quais são os marcos regulatórios específicos relacionados ao exercício do trabalho do 
auditor? As normas existentes para o exercício do profissional da auditoria são: NBC 
P1 – normas referentes ao trabalho do auditor independente, aprovada pela resolução 
CFC nº 821/97 e a NBC PI 01, que é a norma profissional do auditor interno, aprova-
da pela resolução CFC nº 781/95. Além destas, temos a Instrução CVM 308/99, que 
trata da exigibilidade do registro para os auditores externos que atuam nas empresas 
no âmbito do mercado de valores.
VOCÊ SABIA?
1.4 Auditoria interna x Auditoria externa
Se formos ver de forma geral, a auditoria surgiu devido à necessidade de uma opinião indepen-
dente quanto à forma de gerenciamento do patrimônio. A opinião pode ser interna, por meio de 
profissionais atuantes dentro da empresa, ou de fora, por profissionais que não fazem parte do 
quadro de funcionários, devendo esta opinião ser independente de forma a validar os procedi-
mentos de gerenciamento do patrimônio. A auditoria pode ser interna e externa, e a auditoria 
interna pode ser definida como o mecanismo de controle interno, pois é por meio dela que são 
verificadas as operações quanto aos procedimentos estabelecidos pelas normas de contabilida-
de, e a partir disso emite-se opinião sobre elas.
A auditoria interna pode ser considerada como uma prestação de serviço a interesse da ad-
ministração, sendo executado por profissional ligado à empresa. A auditoria externa é aquela 
realizada por profissionais que não fazem parte da estrutura da empresa, sendo executada de 
forma independente, regulada por meio de contrato de prestação de serviços. A finalidade da 
auditoria externa é dar credibilidade aos demonstrativos financeiros, examinados de acordo com 
o estabelecido pelas Normas Brasileiras de Contabilidade, tendo como usuário das informações 
geradas o público externo à empresa, tais como bancos e investidores. (CREPALDI, 2012).
1.4.1 Auditoria Interna
Imaginemos a direção estratégica de uma empresa sendo composta por: conselho de adminis-
tração, diretorias e assembleia geral. Na responsabilidade atribuída aos gestores diante dos múl-
tiplos beneficiados pela atividade da empresa, podemos ter uma noção de quanto a validação 
dos procedimentos adotados na contabilização de cada fato dentro da organização é importante 
para a sua governança. A supervisão geral do processo de relatórios contábeis é uma das prer-
rogativas de governança, porém esta é desempenhada pela auditoria interna, que está ligada 
diretamente ao conselho de administração.
Devido a essa ligação da auditoria interna com a direção estratégica da empresa, é preciso ter 
autonomia nos trabalhos, não sendo dependente de qualquer setor da entidade. Autonomia essa 
exigida, inclusive, pela NBC PI 01, norma profissional do auditor interno, emitida pelo CFC, 
que em seu item 3.2.1 estabelece que “O auditor interno, não obstante sua posição funcional, 
deve preservar sua autonomia profissional”. Contudo, surge o seguinte questionamento: Como 
uma opinião independente pode ser emitida por alguém que está de certa forma subordinado 
à empresa? Mesmo com a Auditoria Interna prestando um serviço à própria administração, sua 
opinião é independente, já que o objetivo do auditor é atender às solicitações da administração, 
de forma a garantir que sua opinião estará de acordo com os preceitos da legalidade.
10 Laureate- International Universities
Auditoria
Em consonância com a NBC TI 01, a Auditoria Interna compreende técnicas de exame, análises, 
levantamentos e comprovações que, seguindo metodologia apropriada, avaliam a integridade, 
a adequação, a eficácia e a eficiência, bem como a economicidade dos processos, dos sistemas 
de informações e de controles internos integrados ao ambiente. A auditoria interna também res-
ponde pelo gerenciamento de riscos, visando assistir a administração no cumprimento dos seus 
objetivos. Não é atividade principal da auditoria a fiscalização dos erros e das fraudes, muito 
menos punir os gestores que cometeram as irregularidades.
Papel da auditoria interna
AperfeiçoamentoAgregar valor Processos de gestãoe controles internos
Figura 4 – Papel da Auditoria Interna.
Fonte: NBC TI 01, 2008.
Informar, de maneira discreta e por escrito, todo e qualquer indicativo de irregularidades detecta-
das durante a execução do trabalho é uma das funções da auditoria, mas muitas vezes acontecem 
fatos que levam à prevenção de erros e fraudes, o que não é uma de suas principais atribuições. 
É importante sabermos bem qual a diferença entre fraude e erro. A fraude resulta de um ato inten-
cional; o erro é algo não intencional. Para simplificar, podemos pensar na fraude como questão 
de dolo, e no erro como uma culpa simples, que acarreta na famosa frase: “foi sem querer”.
Embora muitos confundam isso é importante salientar que a prevenção de fraudes e erros não 
é atribuição principal, ou a finalidade maior, de uma auditoria interna. A responsabilidade em 
primeira instância pela detecção de erros e fraudes é da própria administração da empresa. Con-
tudo, para que a auditoria cumpra o seu papel de assessorar a administração, deve-se atentar 
à prevenção de fraudes ou erros.
Devemos saber que o relatório da Auditoria Interna, em relação à forma de opiniãodo auditor 
interno, deve ser apresentado a quem fez a solicitação do trabalho ou quem autorizou, devendo 
cumprir os princípios relacionados ao zelo e confiabilidade, com sigilo do conteúdo analisado. 
No decorrer dos trabalhos da auditoria interna, em determinado momento o auditor pode cons-
tatar irregularidades e ilegalidades que necessitem de providencias imediatas da administração 
da empresa, o que vem a suscitar a necessidade de emissão de relatório parcial, pois não pode-
mos aguardar o final dos exames para emitir o relatório final dos trabalhos. Cabe lembrar que a 
emissão de relatório parcial somente é possível ao auditor interno; o auditor independente emite 
somente relatório conclusivo dos trabalhos.
O auditor interno, de acordo com a NBC PI 01, deve apresentar seus papéis de trabalho ao 
auditor independente, entregando-lhe as cópias quando este fizer as solicitações e entender que 
fora necessário. Deve haver colaboração da parte dos auditores internos e externos afim de que 
a execução dos trabalhos seja de forma a salvaguardar a empresa diante dos procedimentos e 
das operações efetuadas.
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Segundo Crepaldi (2012), os testes e procedimentos de auditoria interna são exames de investi-
gação, e podem ser classificados em testes de observância e testes substantivos. Os testes servi-
rão de ferramentas para o auditor obter subsídios suficientes para fundamentar suas conclusões e 
fazer recomendações acerca dos procedimentos analisados. Os testes de observância são testes 
de análise dos procedimentos, fornecendo elementos de razoável segurança de que os controles 
internos ora estabelecidos pela administração estão em conformidade e efetivo funcionamento, 
enquanto que os testes substantivos são testes mais aprofundados, com a finalidade de confirmar 
os testes de observância.
Na aplicação dos testes de auditoria devem ser observados os seguintes itens: inspeção, obser-
vação, investigação e confirmação. A técnica de inspeção consiste na verificação dos registros, 
por meio de documentos e bem tangíveis (aqueles que são possíveis tocar), e como exemplo 
podemos citar a inspeção de registros em livros contábeis, buscando assim evidenciar os registros 
relacionados à saída de dinheiro da conta caixa. 
A observação consiste em acompanhar a execução dos processos. Como exemplo, vamos ima-
ginar uma empresa em que o valor informado na conta estoques não está em coerência com os 
itens armazenados no almoxarifado. Diante dessa inconsistência, o auditor pode, por meio da 
observação, acompanhar a contagem do estoque pelos empregados. A investigação e a confir-
mação são técnicas que visam obter informações ou provas diante de pessoas jurídicas ou físicas. 
Um exemplo de investigação ou confirmação seria o caso de um correntista solicitar um extrato 
bancário que não esteja disponível por meios eletrônicos para a instituição bancária.
No artigo “A importância da auditoria interna no processo de gestão das organizações 
em um ambiente globalizado cada vez mais competitivo”, Denise Silva Oliveira, Gilson 
Freire Gomes e Lívia de Medeiros Porto (2012) demonstram a importância da auditoria 
interna no processo de gestão das organizações em um ambiente globalizado diante 
da relevância da auditoria nos últimos anos.
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De acordo com Ribeiro e Ribeiro (2011), os resultados dos trabalhos de auditoria interna são 
consubstanciados com a finalidade de fornecer conclusões e recomendações à alta administra-
ção das organizações. As recomendações podem ou não estar relacionadas ao controle interno, 
e por meio dos testes e técnicas aplicados às operações e demonstrações, é dada validação aos 
procedimentos.
1.4.2 Auditoria Externa ou independente
A auditoria externa ou independente é aquela realizada por auditores que não fazem parte do 
quadro de funcionários da empresa auditada, sendo executada por profissional independente. A 
auditoria externa é uma técnica contábil que consiste na verificação da exatidão e fidedignidade 
dos dados contidos nas demonstrações contábeis, através de exames detalhados dos registros de 
contabilidade bem como dos documentos que os originaram. Os auditores independentes emi-
tem opinião com o propósito de aumentar a confiança dos usuários das respectivas informações. 
Podemos pegar como exemplo um investidor que anseia comprar ações de determinada em-
presa, e por meio das opiniões dos auditores independentes ele pode ou não se sentir seguro 
para fazer esta aquisição. Após o investimento ter sido efetuado, ele quer essa mesma opinião 
para saber a relevância e credibilidade das demonstrações contábeis analisadas. O objetivo da 
auditoria externa é dar credibilidade aos demonstrativos contábeis, saber se estes foram elabo-
rados de acordo com as normas brasileiras de contabilidade, e para tanto utiliza os parâmetros 
e normas estabelecidos.
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Auditoria
Figura 5 – Processo de auditoria externa.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Entendemos por independente o estado em que as obrigações ou os interesses da entidades de 
auditoria são suficientemente isentos de interesse. Caso seja questionado qual tipo de auditoria é 
mais independente, a auditoria interna ou a auditoria externa, diante do que acabamos de ler a au-
ditoria externa é totalmente independente, visto que não existe vínculo de profissionais com a em-
presa, diferente da auditoria interna, que é uma atividade efetuada por funcionários da empresa. 
Desta forma, podemos entender que a auditoria interna é um filtro que a empresa utiliza a fim de 
maximizar o nível de confiança do grau de certeza emitido pelo auditor independente. Quanto aos 
procedimentos, as duas utilizam as mesmas ferramentas de verificação acerca da sua validação.
O resultado dos trabalhos do auditor independente se dá diante o parecer de auditoria, princi-
pal entrega do trabalho da auditoria externa. Por meio do parecer o auditor emite uma opinião 
de forma clara e objetiva acerca das demonstrações contábeis analisadas. Neste relatório é 
atestado se os registros atenderam aos requisitos estabelecidos nas normas brasileiras de conta-
bilidade. Os pareceres dos auditores são compostos basicamente de três parágrafos (RIBEIRO; 
RIBEIRO; 2011; CREPALDI, 2012): 
•	 no primeiro parágrafo deve constar a identificação dos demonstrativos contábeis e a 
definição das responsabilidades da administração e dos auditores; 
•	 o segundo parágrafo é referente à extensão dos trabalhos de auditoria; e 
•	 o terceiro deve ser a opinião dos auditores propriamente dita.
De acordo com Almeida (2010), os pareceres de auditoria são classificados em quatro tipos: pare-
cer sem ressalva, parecer com ressalva, parecer adverso e parecer com abstenção. O parecer sem 
ressalva é o mesmo que parecer limpo, O parecer com ressalva é aquele em que o auditor entra 
em discordância com os procedimentos, atestando que houve distorções relevantes, mas isoladas, 
nos demonstrativos de contabilidade. O parecer adverso é aquele onde o auditor atesta que houve 
distorções relevantes, podendo generalizar a todos demonstrativos de contabilidade. Parecer com 
abstenção é aquele em que o auditor relata a falta de condições de emitir uma opinião.
1.4.3 Semelhanças e diferenças entre a Auditoria Interna e Externa
No decorrer dos anos, diante da globalização, as empresas passaram a ter vantagem compe-
titiva, tornando-se assim atrativas a investidores de diversas partes do mundo, que buscam nos 
demonstrativos contábeis subsídios para aplicar ou não seus recursos. O investidor busca, por 
meio da opinião dos auditores independentes, uma opinião acerca destes demonstrativos, a fim 
de verificar a atestação das demonstrações contábeis. Futuros investidores necessitam saber se 
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determinado investimento é seguro, onde não exista manipulações das informações oriundas dos 
registros contábeis.A auditoria interna funciona como um filtro para a execução dos trabalhos de 
auditoria externa, uma vez que, por meio da dela existe o controle do controle financeiro, sendo 
possível a detecção dos erros e de fraudes. 
A auditoria interna, com o passar dos anos, tornou-se importante diante do fato de as infor-
mações contábeis estarem sujeitas a erros por ineficiência dos trabalhadores, podendo assim 
encobrir possíveis fraudes. A auditoria interna tem sua importância ao executar o controle inter-
no, e após a identificação dos erros e ineficiências encontrados, reportar à administração seu 
parecer, para que esta possa tomar decisões visando assim possíveis soluções. observar devemos 
saber que nem sempre é possível contratar um auditor externo, devido ao custo financeiro da 
contratação, sendo assim, aquelas empresas que não são obrigadas diante da lei auditar suas 
demonstrações contábeis estão desobrigadas de contratar uma auditoria externa. 
A importância do auditor externo vai além da obrigação legal. É o auditor externo quem vai emitir, 
de forma independente, relatórios sobre a situação da empresa, com dados que serão utilizados por 
seus sócios, administradores ou acionistas. É também através dos resultados dessa auditoria externa 
que instituições bancárias poderão se basear na hora de fazer um empréstimo à empresa, ou se 
algum investidor ou fornecedor irá fazer um financiamento para efetuar qualquer tipo de compra.
Figura 6 – Planejamento de auditoria
Fonte: Shuttersotck, 2015.
Existe uma interligação entre a auditoria interna e externa. Na etapa de avaliação dos trabalhos 
dos auditores internos e externos, ambos devem examinar, por meio de testes, os procedimentos, 
e observar se a finalidade dos trabalhos é apropriada, se os programas de auditoria previamente 
estabelecidos são adequados e se os papéis de auditoria elaborados na execução do trabalho 
são apropriados nas devidas circunstâncias, e, por fim, os pareceres emitidos devem ser consis-
tentes com os trabalhos executados.
14 Laureate- International Universities
Auditoria
A semelhança da auditoria interna e externa se dá nos métodos de trabalho, uma vez que os 
requisitos por parte do auditor e as etapas de planejamento, execução e emissão dos relatórios 
são relatórios são similares à ambas auditorias. Quanto ao relatório emitido ao final dos traba-
lhos, enquanto o auditor interno emite um relatório com sugestões e recomendações acerca dos 
procedimentos, o auditor externo emite um parecer atestando a veracidade ou não dos procedi-
mentos adotados nas transações.
Quanto às diferenças, estão relacionadas no quadro abaixo: 
ELEMENTOS AUDITORIA INTERNA AUDITORIA EXTERNA
Sujeito Funcionário da empresa Profissional independente
Ação e objetivo
Exame dos controles opera-
cionais
Exame das demonstrações 
financeiras
Finalidade
Promover melhorias nos con-
troles operacionais
Opinar sobre as demonstra-
ções financeiras
Relatório principal Recomendações Relatório
Grau de independência Menos amplo Mais amplo
Interessados no trabalho Empresa Empresa e público em geral
Responsabilidade Trabalhista Profissional, civil e criminal
Continuidade do trabalho Contínuo Periódico (pontual)
Quadro 1 – Diferenças entre auditoria interna e auditoria externa.
Fonte: CREPALDI, 2012.
O trabalho de auditoria pode ser exercido de forma conjunta, pois os papéis de trabalho da 
auditoria interna podem ser utilizados pela auditoria independente. Quando existe colaboração 
entre os auditores, existe uma melhor qualidade acerca dos relatórios emitidos. 
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SínteseSíntese
Concluímos este capítulo. Agora, você já conhece o ramo da contabilidade que verifica, confere, 
analisa e avalia os demonstrativos contábeis das empresas a fim de emitir uma opinião acerca 
dos procedimentos adotados. Aqui, você teve a oportunidade de: 
•	 aprender que o auditor é o profissional encarregado pelo trabalho de auditoria, que os 
requisitos para que este profissional exerça suas funções;
•	 aprender, também, que o auditor pode ser interno e externo. Ele é interno quando faz 
parte do quadro de funcionários da empresa, trabalhando diretamente na validação e 
atestação dos controles internos. Um auditor externo não pertence à empresa auditada, 
e trabalha na validação dos registros efetuados de forma a emitir relatório e parecer 
contendo as evidências suficientes acerca do seu trabalho;
•	 entender que os trabalhos da auditoria interna e externa podem ser executados em 
conjunto;
•	 entender que as NBCs são editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade e devem 
seguir os padrões internacionais e suas interpretações técnicas e os comunicados técnicos;
•	 compreender que existem semelhanças e diferenças entre a auditoria interna e externa, 
que suas semelhanças estão no âmbito dos requisitos do profissional e dos procedimentos 
adaptados, e que as diferenças estão no contexto do sujeito, ação, objetivo, finalidade, 
relatório principal, grau de independência, interessados no trabalho, responsabilidade e 
continuidade do trabalho;
•	 entender que a responsabilidade do auditor não abrange o processo de elaboração dos 
demonstrativos contábeis, e sim a opinião emitida a respeito destes. A responsabilidade 
quanto à elaboração dos demonstrativos é da administração da organização.
16 Laureate- International Universities
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e questões comentadas. Rio de Janeiro: Elsevier. 1. Ed. 2013.
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