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01 Ebook Contabilidade Gerencial Orçamentária UNIDADE 4 - Demonstrações contábeis projetadas e estudo de caso Demonstrações projetadas ......................................................................................................................07 Estudo de caso .......................................................................................................................................18 Síntese ...................................................................................................................................................27 Referências Bibliográficas ........................................................................................................................28 Sumário 05 Nesta unidade, vamos estudar o balanço patrimonial e a demonstração do resultado, no contexto do planejamento financeiro, entendendo a utilização desses demonstrativos contábeis no processo de elaboração e controle do orçamento. Para concluir, apresentaremos um estudo de caso onde são expostas todas as fases do planejamento financeiro, desde os orçamentos por departamentos até as demonstrações projetadas. Bons estudos! Unidade 4Apresentação 07 Capítulo 1Demonstrações contábeis projetadas e estudo de caso Demonstrações projetadas Fonte: http://www.sxc.hu/photo/911375 A conclusão do processo de elaboração do planejamento orçamentário ocorre quando, com base em todas as peças orçamentárias, elabora-se a projeção dos demonstrativos contábeis. É por meio da análise desses demonstrativos projetados que se observa se serão obtidos os resultados propostos no planejamento estratégico e operacional. Nesse momento são feitas as correções necessárias e só depois que todos os ajustes resultarem em demonstrativos que representem o que é exequível pela organização é que o planejamento estará finalizado. A finalização do planejamento, no entanto, não significa que não ocorrerão outras alterações, ao contrário. O controle orçamentário permitirá que se detectem, no curto prazo, distorções que podem exigir a revisão do planejamento. As projeções das demonstrações contábeis também são chamadas de projeção do lucro e, segundo Gitman (1997, p. 599): “A elaboração dessas demonstrações exige uma fusão cuidadosa de inúmeros procedimentos que levem em conta receitas, custos e despesas, obrigações, ativos e participação acionárias, resultantes do nível de operações antecipadas.” A projeção das demonstrações pode ser feita a partir de informações orçamentárias, e os dados não disponíveis podem ser projetados pelo que conhecemos por método simples. Os dados necessários para a preparação de demonstrações projetadas, utilizando-se a técnica simplificada, são: as demonstrações financeiras do período anterior ao que se está projetando e a previsão de vendas para o período seguinte. Um ponto importante a se considerar sobre a técnica simplificada é que ela envolve diretamente a linha de produção, pois cada modelo fabricado pelo mesmo processo pode exigir quantidades de matérias-primas e mão de obra diferentes. Conforme Padoveze e Taranto (2009): “[...] as projeções são fundamentais, uma vez que permitem à alta administração da empresa efetuar as análises financeiras e de retorno de 08 Laureate- International Universities Ebook - Contabilidade Gerencial Orçamentária investimentos que justificarão ou não todo o plano orçamentário.” (PADOVEZE; TARANTO, 2009, p. 178). Os administradores da área financeira tendem a confiar nas relações verificadas nas demonstrações passadas, pois acreditam que elas não sofrerão modificações significativas para o período seguinte – ou seja, os acontecimentos passados provavelmente se repetirão. O método simples de elaborar a projeção da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) consiste em estabelecer no período anterior (DRE inicial) uma relação percentual (análise vertical) entre as vendas e a informação desejada. Em seguida, multiplica-se o percentual encontrado pela previsão de vendas, encontrando, desse modo, a nova informação. Assim, vai se estruturando a DRE projetada. A grande crítica a esse método está em ser uma proporção matemática, o que nos leva a uma distorção do resultado final, que se deve ao fato de não se considerar se a natureza dos custos e das despesas é fixa ou variável, pois o regime de proporcionalidade usado trata todos os custos e as despesas como variáveis. Ora, se a nova previsão de vendas apresentar um crescimento no valor das vendas, ainda que todos os fatos previstos ocorram idênticos ao ocorrido no passado, o lucro real ao ser apurado será bem maior do que o projetado. Mas se a previsão for de decréscimo, o lucro apurado será bem menor. Esse fenômeno ocorre por causa do grau de alavancagem financeira da empresa: quanto maiores os custos e as despesas fixas do negócio, maior será o grau de alavancagem. A utilização do orçamento operacional pode ser mais trabalhosa, porém, a distorção será sempre menor. Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1317230 A projeção do balanço é elaborada com base em premissas retiradas do planejamento estratégico da empresa e dos orçamentos de investimento, caixa e operacional. O orçamento de investimento fornece as variações que ocorrerão tanto no ativo permanente quanto no passivo exigível em longo prazo e patrimônio líquido, uma vez que ele determina quais os ativos fixos que irão ser incorporados ao patrimônio, assim como a época, o valor e a origem do recurso, seja de terceiros ou próprio. Como os ativos fixos têm um prazo de retorno maior que um ciclo operacional, é conveniente que sua captação de recursos seja feita em longo prazo. 09 O orçamento de caixa proporciona informações acerca do passivo circulante em relação a fornecedores a pagar, salários a pagar e outras contas a pagar. Referente ao ativo circulante, nos informa, além do saldo das disponibilidades (caixa, bancos e aplicações financeiras de liquidez imediata), o saldo das contas a receber. Já o orçamento operacional, além de fornecer os elementos da Demonstração de Resultado do Exercício projetada, fornece elementos sobre a conta de estoque e lucros acumulados. Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1212912 Vejamos agora um exemplo de como projetar um balanço patrimonial pelo método simples. Após o ordenamento das contas patrimoniais no balanço projetado, é chegado o momento de se totalizar tanto o ativo quanto o passivo. Quase sempre, nesse momento, percebe-se que a equação patrimonial não está sendo observada. Para isso, procede-se da seguinte forma: • verifica-se qual o valor da diferença entre ativo total e passivo total; • observa-se qual dos dois lados do balanço possui o menor valor; • acrescenta-se o valor da diferença no lado que está menor de modo que a equação patrimonial fique equilibrada. À primeira vista, tal procedimento pode parecer absurdo, principalmente aos olhos do profissional de contabilidade, mas devemos nos lembrar de que esse balanço é apenas uma peça de planejamento e não tem a finalidade de retratar na íntegra a realidade, mas mostrar um cenário provável no futuro. Na verdade, esse valor posto como balanceamento nos indica uma das duas alternativas a seguir. • O valor de balanceamento está colocado no lado do ativo: representa que a captação de recursos será maior que a capacidade em utilizá-los, que a empresa busca novos projetos para aplicar os recursos excedentes, não capta a totalidade prevista inicialmente ou utiliza o excedente para pagar dividendos aos seus proprietários. • O valor de balanceamento está posto no lado do passivo: significa que existem projetos que não poderão ser executados por falta de recursos. A empresa deve captar novos recursos ou abandonar alguns de seus projetos. Conseguiu compreender esse processo? A seguir, procuraremosdemonstrar os objetivos para a projeção das demonstrações. 10 Laureate- International Universities Ebook - Contabilidade Gerencial Orçamentária Objetivos das demonstrações projetadas Falamos sobre a necessidade de projeção das demonstrações financeiras como instrumento fundamental para analise e retroalimentação ao processo de planejamento estratégico elaborado pela empresa. Isso porque os orçamentos representam em termos financeiros as proposições contidas no plano estratégico da empresa. As demonstrações projetadas, por sua vez, têm origem nos orçamentos. Assim sendo, a análise dessas projeções poderá fazer a empresa rever todo o seu planejamento. Segundo Gitman (1997, p. 607): Um dos fins das demonstrações projetadas é a estimativa de valor exigido para financiar um dado nível de vendas. Outra finalidade é a base para analisar antecipadamente o nível de lucratividade e o desempenho financeiro global da empresa para o ano seguinte. Aspectos como liquidez, endividamento e lucratividade também podem ser auferidos. Com isso, pode-se preparar o demonstrativo de fluxo de caixa projetado. Em virtude das demonstrações financeiras projetadas, tanto o administrador quanto o credor terão subsídios para analisar as origens e aplicações de recursos da empresa. Com isso, poderão ser tomadas medidas para adequar as operações planejadas do ano seguinte, a fim de atingir metas financeiras. Quando o lucro projetado é insuficiente, podem-se tomar decisões que provoquem aumento de preço, corte nos custos ou ambos. De maneira análoga, se o nível projetado de contas a receber for elevado, é possível instituir mudanças na política de crédito. Em virtude disso, as demonstrações financeiras projetadas são de vital importância na construção dos planos financeiros do ano seguinte. Portanto, o objetivo principal de demonstrações projetadas está em tentar conhecer antecipadamente os resultados que ocorrerão caso o planejamento venha a se concretizar para o período proposto. Qual é a utilidade da projeção das demonstrações contábeis como retroalimentação de um processo orçamentário? NÓS QUEREMOS SABER! Vamos voltar para Padoveze e Taranto (2009) que afirmam que as demonstrações projetadas servem para os gestores analisarem qual será o retorno do investimento como justificação do plano orçamentário. Segundo Hoji (2010, p. 414) “[...] a fase de planejamento orçamentário que envolve a projeção de cenários econômicos é uma das mais importantes.” No planejamento orçamentário, obtemos a maioria das informações necessárias para a elaboração das projeções das demonstrações financeiras. Para Padoveze e Taranto (2009, p. 180), as projeções contábeis baseiam-se nos seguintes elementos: 1 - balanço patrimonial inicial; 2 - demonstração de resultados do período orçamentado; 3 - balanço final após a demonstração do resultado; 4 - fluxo de caixa como consequência - ou diferença - dos três itens anteriores. Podemos dizer que as projeções têm como base os seguintes itens: • dados do balanço patrimonial inicial; 11 • dados da demonstração de resultados do item relacionado; • dados do balanço patrimonial final; • efeito no fluxo de caixa. O planejamento orçamentário se subdivide em orçamentos específicos, conforme abordado anteriormente. Porém, para que seja possível elaborar as demonstrações projetadas, usaremos as informações constantes nos orçamentos específicos que estimaram os objetivos da empresa para determinado período, bem como os dispêndios que serão necessários para atingir os objetivos planejados. Você consegue entender a importância do planejamento orçamentário na projeção das demonstrações financeiras? Veja o quadro a seguir, que apresenta uma breve conceituação de cada orçamento específico. Orçamentos Específicos Orçamentos Conceitos Vendas Determina a quantidade e o valor total dos produtos a vender, bem como calcula os impostos a partir da projeção de vendas. Produção Tem a finalidade de determinar a quantidade de produtos que devem ser produzidos em função das vendas planejadas, considerando-se as políticas de estoques de produtos acabados. Matérias-primas Determina a quantidade e o valor de matérias-primas a consumir e a comprar, bem como calcula os impostos incidentes sobre as compras. Mão de obra direta Determina a quantidade e o valor total de horas de mão de obra diretamente aplicados na produção. Custos indiretos de fabricação Apura o montante de custos que participam indiretamente na fabricação de produtos. Custos de produção Têm a finalidade de apurar os custos unitários de produtos acabados e em elaboração, necessários para a avaliação dos estoques e a apuração do custo dos produtos vendidos. Despesas de vendas e administrativas Podem ser divididas em orçamento de despesas de vendas e orçamento de despesas administrativas. O de vendas visa a dimensionar os recursos necessários para dar suporte às vendas orçadas. Já o de despesas administrativas tem a finalidade de determinar os recursos que serão despendidos com a gestão da empresa. Investimentos Visa a determinar os valores de aquisições e baixas do Ativo não Circulante, bem como apurar as contas de depreciação, exaustão e amortização. Aplicações financeiras e financiamentos Têm a finalidade de apurar as faltas e sobras de caixa e dimensionar os recursos necessários para financiar as atividades de operações e investimentos, bem como apurar as receitas e despesas financeiras. Fonte: Adaptado de Hoji (2010). 12 Laureate- International Universities Ebook - Contabilidade Gerencial Orçamentária Mediante as conceituações de orçamentos específicos, trazemos a seguir algumas tabelas que são apresentadas por Hoji (2010) e que geraram informações para a elaboração de uma demonstração de resultado projetada. Para entender ainda melhor o conteúdo desta unidade, leia o 16º capítulo do livro “Administração financeira e orçamentária”, de Masakazu Hoji. NÃO DEIXE DE SABER! A fase inicial é a elaboração do orçamento de vendas, com as informações de quanto a empresa pretende obter. A tabela a seguir apresenta um resumo geral: JAN. FEV. MAR. 1. Valor da venda com ICMS 4.551.120 5.426.007 ....... 2. (–) ICMS – 18% 819.202 976.681 ....... 3. (=) Vendas líquidas 3.731.918 4.449.326 ....... 4. Base de cálculo dos tributos federais 4.551.120 5.426.007 ....... 5. Tributos federais – 12% 546.134 651.121 ....... 6. Valor do faturamento 5.097.254 6.077.128 ....... Fonte: Adaptado de Hoji (2010). Agora, apresentaremos as tabelas que representam os dispêndios que serão realizados para alcançar os objetivos desejados. A tabela a seguir traz as informações do estoque dos produtos em elaboração e os acabados: JAN. FEV. MAR. Obs. PRODUTOS SEM ELABORAÇÃO Consumo/utilização de: 1. Matérias-primas 1.960.812 2.233.426 ...... 2. (+) Mão de obra direta 407.874 447.780 373.373 3. (+) Custo indireto de fabricação 223.692 226.711 ...... 4. (=) Total de cosume 2.592.378 2.907.917 ...... 5. (+) Estoque inicial 27.684 18.598 19.383 6. (–) Estoque final 18.598 19.383 ...... 7. (=) Transf. p/ produtos acabados 2.601.464 2.907.132 ...... PRODUTOS ACABADOS 8. Estoque inicial 316.284 379.299 292.772 9. (+) Produção do mês 2.601.464 2.907.132 ...... 10. (–) Estoque final 379.299 292.772 ...... 11. (=) Custo dos produtos vendidos 2.538.449 2.993.659 ...... Fonte: Adaptado de Hoji (2010). 13 Temos as informações de quanto pretendemos vender e a quantidade de estoques. Agora, vamos buscar informação sobre as despesas que teremos para realizar as vendas dos produtos. A próxima tabela apresenta um resumo dos dados de Hoji (2010): RESUMO DAS DESPESAS DE VENDAS JAN. FEV. MAR. Obs. Salários 210.286 210.286 223.744 Encargos Sociais 157.715 157.715167.808 Propaganda 57.900 25.000 43.000 Aluguel 69.800 69.800 69.800 Seguros 3.525 3.525 4.265 Depreciação 0 945 1.142 Comunicação e Eletricidade 29.870 29.870 30.701 Viagens e Representações 65.246 65.833 66.396 Outras despesas 14.039 14.166 14.286 Total Filial 1 + Filial 2 608.381 577.140 621.142 Prov. p/ devedores duvidosos 8.841 3.330 ...... Q16.10a TOTAL GERAL 617.222 580.470 Fonte: Adaptado de Hoji (2010). Aqui também deverão entrar todas as informações das despesas administrativas, afinal de contas, há um gerenciamento do processo. A tabela a seguir traz as informações de apenas parte dos dados que Hoji apresenta, ou seja, um resumo: RESUMO DAS DESPESAS ADMINISTRATIVAS JAN. FEV. MAR. Obs. Honorários da diretoria 28.460 28.460 30.281 Salários 107.752 107.752 86.287 Encargos sociais 81.115 81.115 86.287 Aluguel 15.370 15.370 15.370 Seguros 2.100 2.100 2.360 Depreciação 0 67 592 Comunicação e Eletricidade 17.060 17.060 17.535 Viagens e Representações 17.423 17.580 17.730 Outras despesas 8.787 8.866 8.942 TOTAL GERAL 278.067 278.370 293.746 Fonte: Adaptado de Hoji (2010). De acordo com a política apresentada nesse exemplo, a empresa irá realizar aplicação financeira de curto prazo dos excedentes de caixa. Portanto, a próxima tabela apresenta um resumo das projeções desses investimentos: 14 Laureate- International Universities Ebook - Contabilidade Gerencial Orçamentária JAN. FEV. MAR. Obs. 1. Taxa de juros (% a.m.) 2,10% 1,90% 1,80% T16.3 2. Saldo Inicial 1.845.202 1.183.922 1.442.645 3. (+) Rendimento 40.055 20.982 26.841 4. (–) Resgate do principal 1.845.202 1.183.922 1.442.645 L2 × Fórmula 1 5. (–) Recebimento de Rendimento 40.055 20.982 26.841 Política 6. (+) Aplicação 1.183.922 1.442.645 ...... Política 7. (=) Saldo Final 1.183.922 1.442.645 ...... Q16.11b Fonte: Adaptado de Hoji (2010). Da mesma forma que projetou investimentos em aplicações financeiras de curto prazo dos excedentes de caixa, também projetou empréstimos de curto prazo. Portanto, ocorreram despesas com juros. A próxima tabela traz as informações dos juros pagos: Valores em R$ JAN. FEV. MAR. Obs. DESPESAS DE JUROS 1. Empréstimos em R$ 4.685 0 0 Q16.9b 2. Empréstimos em US$ 36.691 30.373 31.732 Q16.9g 3. Total 41.376 30.373 31.732 VARIAÇÃO CAMBIAL 4. Principal em US$ 16.883 13.133 12.868 Q16.9f 5. Juros em US$ 84 115 90 Q16.9g 6. Total 16.967 13.248 12.958 Fonte: Adaptado de Hoji (2010). Outra informação importante na projeção da demonstração de resultado são as contas a receber. A tabela a seguir apresenta a projeção desses dados: JAN. FEV. MAR. Obs. DISTRIBUIÇÃO DOS RECEBIMENTOS NO TEMPO Faturamento do Mês 1. Saldo 31-12-20X6 3.491.870 2.618.903 872.968 *** Dados 2. Janeiro 5.097.254 1.529.176 2.548.627 1.019.451 3. Fevereiro 6.077.128 *** 1.823.138 3.038.546 4. Março ... *** *** ... 15 5. Recebimentos mensais 4.148.079 5.244.735 ... MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS A RECEBER 6. Saldo inicial 3.491.870 4.441.045 5.273.440 7. (+) Faturamento do mês 5.097.254 6.077.128 ... Q16.1.c 8. (+) Vendas líquidas de sucatas 40.992 61.945 65.664 Dados 9. (–) Recebimento – Vendas de produtos 4.148.079 5.244.733 ... L5 10 (–) Recebimento – Vendas de Sucatas 40.092 61.945 65.664 L8 11. (=) Saldo final 4.441.045 5.273.440 MOVIMENTAÇÃO DE PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS 12. Saldo inicial 8.293 17.764 21.094 13. Complemento (Reversão) 8.841 3.330 ... L14 – L12 14. Saldo final 17.764 21.094 ... L11 × 0,4% Fonte: Adaptado de Hoji (2010). Com os dados apresentados, agora vamos montar a demonstração de resultado projetada. A tabela a seguir traz a DRE projetada pelas informações retiradas das tabelas anteriores: JAN. FEV. MAR. Obs. RECEITA OPERACIONAL BRUTA Vendas de produtos 5.097.254 6.077.128 ... T 1 (–) DEDUÇÕES IPI, PIS e Cofins (546.134) (651.121) ... T 1 ICMS (819.202) (976.681) ... T 1 (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 3.731.918 4.449.326 ... (–) CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS (2.538.449) (2.993.659) ... T 2 (=) LUCRO BRUTO 1.193.469 1.455.667 ... (–) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas de vendas (617.222) (580.470) T 3 Despesas Administrativas (278.067) (278.370) (293.746) T 4 (=) LUCRO ANTES DOS ENCARGOS FINANCEIROS 298.180 596.827 ... DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS 16 Laureate- International Universities Ebook - Contabilidade Gerencial Orçamentária (+) Receitas de juros 40.055 20.982 26.841 T 5 (–) Despesas de juros (41.376) (30.373) (31.732) T 6 (–) Variação cambial (16.967) (13.248) (12.958) T 6 (=) LUCRO DEPOIS DOS ENCARGOS FINANCEIROS 279.892 574.188 ... OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS (+) Vendas de sucatas 40.992 61.945 65.664 T 7 (=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 320.884 636.133 ... (–) IMPOSTO DE RENDA (34%) (109.101) (216.685) ... (=) LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO 211.783 419.848 ... Fonte: Adaptado de Hoji (2010). Para encerrarmos, vejamos um exemplo de projeção da DRE pelo método simplificado, conforme argumento no início da aula, elaborado pelo Prof. Adelmo Fernando Ribeiro Schindler Jr. • Locadora Veloz Ltda. A Locadora Veloz Ltda. é uma empresa de táxi que atualmente possui uma frota de 50 carros para locação. Sua receita é oriunda das diárias pagas pelos motoristas que locam seus veículos. Eles também são responsáveis pelos gastos com combustível e danos provocados por acidentes não cobertos por seguro. A situação patrimonial, nesse exercício que finda, está composta da seguinte forma: Caixa e bancos 1.900,00 Aplicações liquidez imediata 5.000,00 Imóvel 150.000,00 Alvarás dos táxis 750.000,00 Veículos 750.000,00 Móveis e utensílios 30.000,00 Equipamentos e ferramentas 70.000,00 Financiamentos em curto prazo 200.000,00 Financiamentos em longo prazo 100.000,00 Capital Social 1.450.000,00 Lucros acumulados 6.900,00 A última Demonstração de Resultados do Exercício foi apresentada com as seguintes informações: Locadora Velox LTDA Demonstração de resultado do exercício findo em 20X0 17 Receita com Diárias de locação 528.000,00 Custo da Prestação de Serviços: Manutenção dos carros 60.000,00 Pro labore 24.000,00 Energia, água e tel. 10.800,00 Outras Despesas 12.000,00 Despesas Financeiras 72.000,00 (178.800,00) Lucro Operacional 349.200,00 IR e CSLL | (87.300,00) Lucro Líquido do Exercício 261.900,00 ======= Sabendo que a previsão de receitas para o próximo exercício é $700.000,00, podemos projetar pelo método simplificado a DRE de 20x1. Em 20X0, o CPS foi o equivalente a 33,86% da receita: 178.800 × 100 = 33,8636 528.000 Temos, então, que o CPS de 20X1 será 33,86% × 700.000 = 237.044 composto de: Manutenção → 60.000 × 100 = 11,3636 logo 11,3636% × 700.000 = 79.545 528.000 Pro labore → 24.000 × 100 = 4,5454 logo 4,5454% × 700.000 = 31.818 528.000 Energia, etc. → 10.800 × 100 = 2,0454 onde 2,0454% × 700.000 = 14.318 528.000 Outras despesas → 12.000 × 100 = 2,2727 assim 2,2727 × 700.000 = 15.909 528.000 Desp. Financ. → 72.000 × 100 = 13,6363 portanto 13,6363 × 700.000 = 95.454 528.000 Totalizando assim o valor de $237.044 Para o IR e CSLL 87.300 × 100 = 16,5341 então 16,5341 × 700.000 = 115.738 528.000 Pode-se agora montar a DRE projetada. Locadora Velox LTDA 18 Laureate- International Universities Ebook - Contabilidade Gerencial Orçamentária Demonstração de resultado do exercício projetada para 20x1 Receita com Diárias de locação 700.000,00 Custo da Prestação de Serviços: Manutenção dos carros 79.545,00 Pro labore 31.818,00 Energia, água e tel. 14.318,00 Outras Despesas 15.909,00 Despesas Financeiras 95.454,00 (237.044,00) Lucro Operacional 462.956,00 IR e CSLL(115.738,00) Lucro Líquido do Exercício 347.218,00 ======= A realização das demonstrações projetadas é o encerramento do planejamento orçamentário. Esses relatórios serão o guia para o acompanhamento dos resultados reais. O confronto dos dados orçados com os apresentados na realidade é que chamamos de controle orçamentário. É isso que permitirá a análise e justificativas para os ajustes e correções do plano orçamentário. Estudo de caso Neste estudo de caso serão apresentadas todas as fases, desde os orçamentos por departamentos até as demonstrações projetadas. O objetivo é auxiliar no entendimento de todos os assuntos estudados até aqui. Gostaríamos de contar com sua disposição para a elaboração dele e de questionamentos para um melhor entendimento. Vamos lá? A empresa TOLAFORA comercializa o produto Selene com participação de 55% do mercado. No primeiro trimestre de 2009, esse mercado movimentou a cifra de R$60.000.000,00, previa- se para o terceiro trimestre um aumento na demanda de 20% desse valor. O preço praticado será de R$340,00 a unidade. A empresa comercializará do total do faturamento 35% em julho, 35% em agosto e 30% em setembro de 2009. Nesses valores já estão deduzidos os impostos sobre vendas. O saldo de contas a receber em 30/06/2009 será todo recebido no mês de julho. A empresa estipulou como política de recebimento das vendas que 60% do valor será dentro do próprio mês, 20% no mês seguinte, e o restante no segundo mês após as vendas. Não há estoque de produto em elaboração e a empresa o mantém sempre nulo. A organização encerrará o mês de junho de 2009 com um estoque de produto acabado de 700 unidades. O estoque final do produto é de 7% da quantidade vendida em cada mês. O estoque final para setembro de 2009 de matérias-primas componentes do produto tem as respectivas quantidades: Nafta 900 kg, Benzeno 1.200, kg e Resina 1.100 Kg. O preço da matéria-prima em 2008 foi de R$75,00 kg a Nafta, R$50,00 o Benzeno e R$ 19 65,00 a Resina. O estoque final da matéria-prima corresponde a 5% da quantidade consumida no período. O produto consome as matérias-primas na seguinte proporção: 0,85 kg de Nafta, 0,75 kg de Resina e 0,65 kg de Benzeno. O preço da matéria-prima terá reajuste de 4% em julho de 2009. Os valores dos estoques das matérias-primas são os seguintes: Matéria-prima Valor em R$ Nafta 90.000 Benzeno 75.000 Resina 65.000 O valor do produto acabado é o seguinte: Produto Valor em R$ Selene 100.000 O custo da mão de obra direta é representado da seguinte forma, já que existem dois departamentos de produção e as horas são utilizadas conforme a seguir: Produto Departamento 1 Departamento 2 Selene 0,8 1,2 O custo por hora trabalhada é de R$ 10,00 no departamento 1 e de R$ 8,00 no departamento 2. Esse preço é líquido, sem encargos, que correspondem a 48% da remuneração a ser paga aos funcionários. Esse custo da mão de obra é fixo para os três meses do trimestre. Outros custos de fabricação são realizados conforme os dados abaixo: Contas Janeiro Fevereiro Março Mão de obra indireta 25.550,00 25.550,00 26.000,00 Encargos sociais 12.264,00 12.264,00 12.480,00 Serviços de Terceiros 43.250,00 43.250,00 43.250,00 Seguros 12.000,00 12.000,00 12.000,00 Material de expediente 350,00 350,00 350,00 Depreciação Energia elétrica 87.000,00 75.000,00 80.000,00 Materiais diversos 8.500,00 8.500,00 8.500,00 Outros custos 23.250,00 23.250,00 23.250,00 As despesas de vendas são apresentadas conforme a seguir, sendo que os salários são pagos em função das vendas realizadas e representam 1% delas. Os encargos sociais representam também 48% dos salários dos vendedores. 20 Laureate- International Universities Ebook - Contabilidade Gerencial Orçamentária Contas Janeiro Fevereiro Março Propaganda 23.400,00 23.400,00 22.000,00 Aluguel 15.000,00 15.000,00 15.000,00 Seguros 2.500,00 2.500,00 2.500,00 Comunicação 7.500,00 7.500,00 7.500,00 Energia elétrica 2.750,00 2.750,00 2.750,00 Viagens e representações 3.600,00 3.600,00 3.600,00 Outras despesas 5.000,00 5.000,00 5.000,00 Salários Encargos As despesas administrativas são previstas conforme os dados abaixo: Contas Janeiro Fevereiro Março Honorários da diretoria 55.000,00 55.000,00 55.000,00 Encargos Aluguel 1.700,00 1.700,00 1.700,00 Seguros 900,00 900,00 900,00 Comunicação 1.200,00 1.200,00 1.200,00 Energia elétrica 1.200,00 1.200,00 1.200,00 Viagens e representação 6.000,00 6.000,00 6.000,00 Outras despesas 2.300,00 2.300,00 2.300,00 As compras são pagas à vista, sendo que o saldo da conta de fornecedores será pago em três parcelas iguais nos próximos três meses. O imposto de renda tem alíquota de 35%. Todas as despesas são pagas no mês de sua ocorrência, excetuando os salários e os encargos a eles associados. A empresa tem como política lançar como provisão para devedores duvidosos 1% do saldo de contas a receber. Ela efetuará o pagamento de três parcelas mensais no valor R$150.000,00 no trimestre orçado, referente ao empréstimo. A partir do mês de julho, pagará mensalmente, de juros, o valor de R$70.456,00. O IPI e o ICMS totalizam 22% das vendas. A seguir, o balanço patrimonial da companhia, projetado para 30/06/2009. TOLAFORA S.A. Balanço Patrimonial de 30/06/2009 ATIVO ANO 2006 Ativo Circulante 11.145.658 21 Caixa 90.000 Aplicações Financeiras 8.190.658 Contas a Receber 2.500,000 (–) Provisão para devedores duvidosos 25.000 2.475.000 Estoque Matéria-Prima 230.000 Produtos Acabados 160.000 390.000 Ativo Não Circulante Investimentos 3.930.000 Imobilizado Valor corrigido 1.200.000 (–) Depreciação Acumulada 67.500 1.132.500 TOTAL DO ATIVO 16.208.158 PASSIVO Passivo Circulante 10.515.658 Empréstimo em moeda nacional 507.500 Juros a pagar 70.456 Fornecedores 2.400.000 Obrigações fiscais 3.900.202 Provisão para imposto de renda 2.380.000 Salários e encargos sociais 750.000 Contas a pagar 125.000 Provisão para férias, 13º salário e Rescisões 450.000 Passivo Não Circulante Exigível em Longo Prazo 150.000 Financiamentos 150.000 Composição das contas do ativo imobilizado – depreciação Elementos Saldo Taxa de Depreciação anual Máquinas e equipamentos 930.000 10% Móveis e utensílios 120.000 10% Veículos 75.000 20% Equipamentos de informática 75.000 20% 22 Laureate- International Universities Ebook - Contabilidade Gerencial Orçamentária Utilizando o Microsoft Excel, elabore os orçamentos necessários para o terceiro semestre de 2009 e transcreva o resultado para as tabelas a seguir: 1. Orçamento de vendas JULHO XENO QTDE VALOR AGOSTO XENO QTDE VALOR SETEMBRO XENO QTDE VALOR 2. Orçamento de produção JUL QUANTIDADE VALOR INICIAL A PRODUZIR FINAL AGO QUANTIDADE VALOR INICIAL A PRODUZIR FINAL SET QUANTIDADE VALOR INICIAL A PRODUZIR FINAL 3. Orçamento de matéria-prima 23 PERÍODO JUL ESTOQUE INICIAL CONSUMO FINAL QTDE VALOR QTDE VALOR QTDE VALOR NAFTA BENZENO RESINA PERÍODO AGO ESTOQUE INICIAL CONSUMO FINAL QTDE VALOR QTDE VALOR QTDE VALOR NAFTA BENZENO RESINA PERÍODO SET ESTOQUE INICIAL CONSUMO FINAL QTDE VALOR QTDE VALOR QTDE VALOR NAFTA BENZENO RESINA 4. Orçamento de compras PERÍODO JUL QTDE VALOR NAFTA BENZENO RESINA TOTAL PERÍODO AGO QTDE VALOR NAFTA BENZENO 24 Laureate- International Universities Ebook - Contabilidade Gerencial Orçamentária RESINA TOTAL PERÍODO SET QTDE VALOR NAFTA BENZENO RESINA TOTAL 5. Orçamento de mão de obra PERÍODO JUL DEPTº 1 DEPTº 2 SALÁRIOS ENCARGOS TOTAL SALÁRIOS ENCARGOS TOTAL XENO SELENE PERÍODO AGO DEPTº 1 DEPTº 2 SALÁRIOS ENCARGOSTOTAL SALÁRIOS ENCARGOS TOTAL XENO SELENE PERÍODO SET DEPTº 1 DEPTº 2 SALÁRIOS ENCARGOS TOTAL SALÁRIOS ENCARGOS TOTAL XENO SELENE 25 6. Orçamento de outros custos e despesas administrativas Outros custos PERÍODO JUL AGO SET SELENE Despesas administrativas PERÍODO JUL AGO SET ADMS VENDAS TOTAL 7. Orçamento de caixa PERÍODO JUL AGO SET RECEBIMENTOS DE VENDAS À VISTA VENDAS 30 DIAS VENDAS 60 DIAS CONTAS A RECEBER TOTAL PAGAMENTOS DE: DESPESAS ADMS. DESP. DE VENDAS FINANCIAMENTO JUROS FORNECEDORES MATÉRIA-PRIMA CIF SALÁRIOS ENCARGOS SOCIAIS IR TOTAL FLUXO LÍQUIDO SALDO INICIAL SALDO FINAL NECESSIDADE 26 Laureate- International Universities Ebook - Contabilidade Gerencial Orçamentária 8. Projeção do resultado DRE JUL AGO SET VENDAS IMPOSTOS VENDAS LIQ. CPV LUCRO BRUTO DESPESAS ADM DESP. VENDAS RES. LIQ. LUCRO OPERAC IR E CSLL LUCRO LÍQUIDO Esperamos que tenham conseguido completar o estudo de caso e que ele tenha o ajudado a compreender o assunto da nossa disciplina. Para complementar tudo o que você viu até aqui, é fundamental conhecer a fundo o controle orçamentário. Para isso, leia o capítulo 13 do livro “Orçamento empresarial: novos conceitos e técnicas”, de Clóvis Luís Padovese e Fernando César Taranto. NÃO DEIXE DE SABER! Prezados alunos, obrigado por poderem compartilhar o conhecimento da disciplina “Finanças de longo prazo” conosco. Continuem suas pesquisas relacionadas a ela. Devido sua importância no contexto empresarial, o mercado está em busca de profissionais capacitados. Sucesso! 27 Nesta unidade, estudamos o modo de projetar as demonstrações contábeis, a importância de se analisar essas projeções para verificar a necessidade ou não de revisão do planejamento estratégico da empresa e de mudanças nos orçamentos. Terminamos com um exemplo de como proceder em relação a essas projeções. Também foi exposto um estudo de caso abordando a prática para a elaboração de um orçamento e a maneira de projetar o resultado obtido com a execução. Percebemos na prática que todo o embasamento teórico abordado ao longo desta disciplina é necessário para que se possamos elaborar diversos orçamentos e projeções. SínteseSíntese 28 Laureate- International Universities GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra, 1997. HOJI, M. Administração financeira e orçamentária. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. PADOVESE, C. L.; TARANTO, F. C. Orçamento empresarial: novos conceitos e técnicas. São Paulo: Pearson, 2009. SANVICENTE, A. Z.; SANTOS, C. da C. Orçamento na administração de empresas. São Paulo: Atlas, 2000. ReferênciasBibliográficas
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