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AULA 01 História da Loucura 2

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Universidade Paulista- UNIP
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O QUE É DOENÇA MENTAL?
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		A loucura ou insânia é segundo a psicologia, uma condição da ‘mente’ humana caracterizada por pensamentos considerados "anormais" pela sociedade. 
"Normalidade é a capacidade para aprender pela experiência, de ser flexível e adaptar-se a um ambiente em transformação". L.Kubie
"Normalidade é a habilidade para se adaptar ao mundo exterior com satisfação e para dominar a tarefa de culturação". K. Menninger
"Normalidade é a capacidade de viver sem medo, culpa ou ansiedade, e de assumir a responsabilidade pelas próprias ações". O.Rank
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A História da Loucura
Retorno à história
Há mais de seis séculos que a sociedade explicou e tratou os transtornos de diferentes maneiras, em diferentes momentos.
O modo como as sociedades reagem ao que estabelecem como anormalidade, depende de seus valores e suposições sobre as ações humanas.
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A História da Loucura
Retorno à história
 Desde os tempos mais antigos a ‘anormalidade’ era frequentemente atribuída - causas sobrenaturais. 
 Por exemplo, acreditava-se que as pessoas que apresentavam comportamentos incomuns, estivessem possuídas por espíritos ou demônios malignos. (bruxaria, magia e feitiçaria)
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A História da Loucura
Retorno à história
“SE ENTENDERMOS A LOUCURA COMO A PERDA DAS CAPACIDADES RACIONAIS OU A FALÊNCIA DO CONTROLE VOLUNTÁRIO SOBRE AS PAIXÕES, UMA HISTÓRIA DA LOUCURA DEVERIA COMEÇAR, PRATICAMENTE, COM A HISTÓRIA DA ESPÉCIE HUMANA” PESSOTTI
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A História da Loucura
Retorno à história
 Demonologia
Durante a Idade Média a religião tornou-se a força dominante, disseminando a crença de que os transtornos comportamentais eram causados por forças sobrenaturais, que assumiam o controle do corpo e da mente.
O tratamento típico para expulsar os demônios eram: encantamentos, preces ou poções para persuadi-los a irem embora. 
Também diversas formas de punição físicas, como, apedrejar ou açoitar, eram defendidas como um meio de forçar os demônios para fora do corpo de uma pessoa possuída.
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A História da Loucura
Retorno à história
Concepções Místicas – determinavam o tipo de tratamento: 
			EXORCISMO
			 MALLEUS 			 MALEFICARUM	
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Malleus Maleficarum
 As pessoas perturbadas, eram ainda acusadas de serem agentes do demônio e não meramente suas vítimas e, portanto rotuladas de bruxas.
 Em consequência, o comportamento incomum foi submetido ao exorcismo preconizado pelo Malleus Maleficarum (martelo das bruxas) que era o manual de caça às bruxas utilizadas pelos religiosos como guia técnico de exorcismo.
 
*
Malleus Maleficarum
Assim, o manual igualava o comportamento incomum com possessão demoníaca e, supunha-se que as pessoas possuídas fossem bruxas. Para expulsar o demônio, as bruxas tinham que ser mortas, muitas vezes, queimadas vivas.
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A História da Loucura
Retorno à história
Grécia Antiga:
 Homero (700a.C) - autor Ilíada e Odisséia 
 Enfoque: Mito e religião da loucura – (ato insensato determinado pela ação dos deuses). 
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A História da Loucura
Retorno à história
 Após 2 séculos: Esquilo, Sófocles e Eurípides
Loucura:
 Delírio / Desvario / Mania
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A História da Loucura
Retorno à história
 Eurípides – retrata a paixão de Fedra por seu enteado Hipólito.
 Loucura: concebida como originária a partir do interior do homem com suas paixões irresistíveis:
Desejo X Regra Social
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A História da Loucura
Retorno à história
Enfoque Mítico Religioso 
Concepção Psicológica da Loucura
Produto de Conflitos do Homem
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A História da Loucura
Retorno à história
Freud 
2° Modelo da Loucura –
Concepção Psicológica
 Platão (427-327a.C) –
 Concepção Dualística: (mente/corpo)
Alma Racional Imortal – Cérebro
Alma Irracional - Tórax
Histeria
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A História da Loucura
Retorno à história
Hipócrates (460a.C) –
3° Modelo da Loucura
Concepção Organicista
Loucura- doença resultante da crise no sistema de humores. 
Priorizava o cérebro: emoções / pensamentos
Histeria: doença / tratamento
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A História da Loucura
Retorno à história
Galeno (200 d.C) – 
Concepção Organicista
Loucura – disfunção encefáflica
Como a Psiquiatria busca a etiologia da doença mental?
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Concepção Científica
Renascimento - (XV XVI)
Concepção Científica da Loucura
Psiquiatria
Marco:Tratado Philippe Pinel – relevância do comportamento X alterações anatomo-fisiológicas 
Médicos X Teólogos – Histéricas
Metade sec. XVIII – teoria Mesmer – passagem da concepção diabólica da histeria para concepção científica.
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Concepção Científica
Concepção diabólica da histeria enfraquece graças a Revolução de Pinel na Psiquiatria:
Tendências científicas opostas
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Concepção Científica
 Braid 1795/1860 – introduziu o termo Hipnotismo para demonstrar a ineficácia das intervenções magnéticas de Mesmer.
 Auguste e Bernheim 1840/1919 – Fundam a escola de Nancis – Hipnotismo. Ambos sustentaram que a hipnose era sugestionável.
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Como se explicava as desordens do comportamento?
Sec XIX – Desordens Comportamentais/ Afetivas: 			modificações cerebrais
Kraepelin(1856-1926) – representante concepção organicista – doença mental.
Relevância do corpo X fala doente
Bleuler e Freud:
 - etiologia orgânica
 - hereditária
 - Escuta do paciente – Descoberta da Psicanálise 
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O Louco: como se trata?
 Psiquiatria: sec XIX - Ciência
 
 Psicofarmacologia 1950
Atualmente? Como é o tratamento ?
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Universidade Paulista
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Aula 01
Livro: Encontro Marcado com a Loucura – T.Cociuffo
Cap: 1 - A História de Maria
Cap: 2 – O louco: como se trata?
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TIPOS TRATAMENTO
FUROS NO CRÂNIO- TREPANAÇÃO (século 5 a.C.)
O QUE É: FAZER BURACOS NO COURO CABELUDO DO PACIENTE.
JUSTIFICATIVA: OS BURACOS PERMITEM QUE OS DEMÔNIOS, QUE PROVOCAM A LOUCURA AO OCUPAR O CORPO DO PACIENTE, POSSAM ABANDONÁ-LO.
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DISCIPLINA TOTAL (SÉCULO 17)
 O QUE É: THOMAS WILLIS, UM DOS PRIMEIROS MÉDICOS A ESCREVER SOBRE LOUCURA, DIZIA QUE "DISCIPLINA, AMEAÇAS, ALGEMAS E BOFETADAS SÃO TÃO NECESSÁRIAS QUANTO TRATAMENTO MÉDICO“
JUSTIFICATIVA: É A RAZÃO QUE SEPARA OS HOMENS DOS ANIMAIS. LOUCOS SÃO, PORTANTO, COMO BICHOS E, PARA SE RECUPERAREM, PRECISAM APRENDER A TER MEDO E RESPEITO
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DOR (INÍCIO DO SÉCULO 18)
O QUE É: SÃO EMPREGADAS DIVERSAS TÉCNICAS COM O OBJETIVO DE MACHUCAR O PACIENTE. A MAIS COMUM CONSISTE EM PROVOCAR BOLHAS NO CRÂNIO E GENITÁLIAS, USANDO SODA CÁUSTICA.
JUSTIFICATIVA: AS DORES OBRIGAM A MENTE DO LOUCO A FOCAR-SE NESSA SENSAÇÃO, DEIXANDO DE LADO PENSAMENTOS RAIVOSOS.
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INDUÇÃO DE VÔMITO (1715)
O QUE É: DURANTE VÁRIOS DIAS, DIFERENTES TIPOS DE PURGANTES SÃO MINISTRADOS AO PACIENTE.
JUSTIFICATIVA: "ENQUANTO A NÁUSEA DURAR, ALUCINAÇÕES CONSTANTES SERÃO SUSPENSAS E, ALGUMAS VEZES, REMOVIDAS. ATÉ O MAIS FURIOSO VAI SE TORNAR TRANQUILO E OBEDIENTE", DIZIA O MÉDICO GEORGE MAN BURROWS.
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SANGRAMENTO (1790)
O QUE É: RETIRADA DE ATÉ QUATRO QUINTOS DO SANGUE DO CORPO .
JUSTIFICATIVA: DANOS CEREBRAIS, MASTURBAÇÃO OU MUITA IMAGINAÇÃO PODEM LEVAR À CIRCULAÇÃO IRREGULAR NAS VEIAS QUE IRRIGAM O CÉREBRO, QUE É A CAUSA DA LOUCURA. A RETIRADA DO SANGUE PODERIA NORMALIZAR O FLUXO.
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AFOGAMENTO (1828)
O que é: O paciente é colocado dentro de um caixão com furos e imerso na água. Deve ficar submerso até que "bolhas de ar parem de subir". Depois é retirado e reavivado.
Justificativa: O método leva à suspensão das funções vitais e possibilita que o paciente volte à vida com maneiras mais ajustadas de pensar.
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CIRURGIAS GINECOLÓGICAS (1890)
O QUE É: AMPUTAÇÃO DO CLITÓRIS E RETIRADA DO ÚTERO.
JUSTIFICATIVA: A VAGINA E O CLITÓRIS TÊM GRANDE INFLUÊNCIA NA MENTE FEMININA. A LOUCURA PODE SER RESULTADODA AGITAÇÃO PROVOCADA POR ESSES ÓRGÃOS.
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HIDROTERAPIA (1896)
O QUE É: O PACIENTE É ENROLADO EM UMA REDE E MANTIDO DENTRO DE UMA BANHEIRA ENCOBERTA POR UMA LONA (COM UM BURACO PARA A CABEÇA) POR HORAS OU ATÉ DIAS. ÁGUA GELADA E ÁGUA FERVENTE SÃO USADAS ALTERNADAMENTE PARA ENCHER A BANHEIRA.
JUSTIFICATIVA: O BANHO PROLONGADO INDUZ À FADIGA PSICOLÓGICA E ESTIMULA A PRODUÇÃO DE SECREÇÕES DA PELE E DOS RINS, QUE PODEM REESTRUTURAR AS FUNÇÕES DO CÉREBRO.
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TERAPIAS ENDÓCRINAS (1899)
O QUE É: INJEÇÃO DE EXTRATOS DOS OVÁRIOS, TESTÍCULOS, GLÂNDULAS PITUITÁRIAS E TIREÓIDES DE DIVERSOS ANIMAIS.
JUSTIFICATIVA: OS EXTRATOS MODIFICAM A NUTRIÇÃO DAS CÉLULAS DO CORPO E, PORTANTO, LEVAM À CURA PERMANENTE
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ESTERILIZAÇÃO (1913)
 O QUE É: ESTERILIZAÇÃO FORÇADA NOS HOMENS.
JUSTIFICATIVA: A OPERAÇÃO VIABILIZA A CONSERVAÇÃO DO ESPERMA, O ELIXIR DA VIDA, AJUDANDO NA MELHORIA DO QUADRO.
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EXTRAÇÃO DE DENTES (1916)
O QUE É: REMOÇÃO DE DENTES QUE APRESENTAM PROBLEMAS. A TERAPIA NÃO É ACONSELHADA PARA PACIENTES NUM ESTÁGIO AVANÇADO DA DOENÇA.
JUSTIFICATIVA: BACTÉRIAS SÃO A CAUSA DE VÁRIAS DOENÇAS CRÔNICAS E COSTUMAM FICAR ESCONDIDAS PERTO DOS DENTES. ELAS PODEM SEGUIR ATÉ O SISTEMA CIRCULATÓRIO E CHEGAR AO CÉREBRO, CAUSANDO DOENÇAS MENTAIS.
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HIBERNAÇÃO (1920)
O que é: O paciente permanece entre "cobertores" congelados por até três dias, para que a temperatura do corpo caia 12º C ou menos.
Justificativa: O choque térmico pode fazer com que o paciente recobre parte das funções mentais.
 
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COMA PROVOCADO (1933)
 
O QUE É: O PACIENTE RECEBE UMA DOSE DE INSULINA SUFICIENTE PARA LEVÁ-LO AO ESTADO DE COMA. DEPOIS DE UM TEMPO (DE 10 A 120 MINUTOS), É REAVIVADO COM UMA SOLUÇÃO DE GLUCOSE.
JUSTIFICATIVA: A HIPOGLICEMIA PODE MATAR OU SILENCIAR AS CÉLULAS DOENTES E SEM POSSIBILIDADE DE RESTAURAÇÃO. OS PACIENTES VOLTAM DO COMA AGINDO COMO BEBÊS DE 5 ANOS O QUE É, SEM DÚVIDA, UMA PROVA DE SUA RECUPERAÇÃO.
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CONVULSÃO (1934)
O QUE É: O PACIENTE RECEBE UMA INJEÇÃO DE METRAZOL E ENTRA EM FORTE CONVULSÃO, CORRENDO O RISCO DE QUEBRAR OSSOS E DENTES E TER HEMORRAGIAS.
JUSTIFICATIVA: A CONVULSÃO PODE RESTAURAR AS FUNÇÕES MENTAIS. OU ISSO, OU O TEMOR DO PACIENTE DIANTE DA TERAPIA CAUSA UM CHOQUE CEREBRAL TÃO FORTE QUE PROVOCA A CURA. DE TODO MODO, A TERAPIA É VÁLIDA.
 
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ELETROCHOQUE (1937)
O QUE É: USO DA ELETRICIDADE DIRETAMENTE NA CABEÇA PARA PROVOCAR O ATAQUE DE EPILEPSIA
JUSTIFICATIVA: A CONVULSÃO PRODUZ DANOS CEREBRAIS, EFICIENTES NA RECUPERAÇÃO DO PACIENTE. A PERDA DE MEMÓRIA, OUTRA CONSEQÜÊNCIA DO CHOQUE, É BENÉFICA JÁ QUE TORNA IMPOSSÍVEL A LEMBRANÇA DE EVENTOS QUE LHE CAUSEM PREOCUPAÇÃO OU ANGÚSTIA.
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LOBOTOMIA (1940)
O QUE É: APRIMORADA PELO NEUROLOGISTA PORTUGUÊS EGAS MONIZ, A CIRURGIA, QUE JÁ VINHA SENDO REALIZADA DE DIFERENTES MANEIRAS DESDE O SÉCULO 19, CONSISTE EM DANIFICAR OS LOBOS FRONTAIS DO CÉREBRO. 
JUSTIFICATIVA: DISTÚRBIOS ACONTECEM PORQUE PENSAMENTOS PATOLÓGICOS "FIXAM-SE" NAS CÉLULAS CEREBRAIS, ESPECIALMENTE NOS LOBOS FRONTAIS. PARA CURAR O PACIENTE, É PRECISO DESTRUI-LAS.
*****
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REFERÊNCIA
American normal: the hidden world of Asperger syndrome - Lawrence Osbourne, Copernicus, EUA, 2002.
História da Loucura na Idade Clássica - Michel Foucault, Perspectiva, 1978.
Mad in America - Robert Whitaker, Perseus Books, EUA, 2001.
O que é loucura - João Frayze-Pereira, Brasiliense, 1994.
(Revista Superinteressante, Editora Abril, Março/2005).
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1-DEFINIÇÃO DE PSICOPATOLOGIA E ORDENAÇÃO DOS SEUS FENÔMENOS
2- O CONCEITO DE NORMALIDADE EM PSICOPATOLOGIA
3- OS PRINCIPAIS CAMPOS E TIPOS DE PSICOPATOLOGIA
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Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001.
	Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
LEI 10.216
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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.
Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo.
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Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;
II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;
III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;
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VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
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Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio.
§ 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros.
§ 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições com características asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados no § 2o e que não assegurem aos pacientes os direitos enumerados no parágrafo único do art. 2o.
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Art. 5o O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situação de grave dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de suporte social, será objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitária competente e supervisão de instância a ser definida pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade do tratamento, quando necessário.
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Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado que caracterize os seus motivos.
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro; e
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.
Art. 7o A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento.
Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação escrita do paciente ou por determinação do médico assistente.
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Art. 8o A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento.
§ 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido,devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta.
§ 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do familiar, ou responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento.
Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários.
Art. 10. Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e falecimento serão comunicados pela direção do estabelecimento de saúde mental aos familiares, ou ao representante legal do paciente, bem como à autoridade sanitária responsável, no prazo máximo de vinte e quatro horas da data da ocorrência.
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Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não poderão ser realizadas sem o consentimento expresso do paciente, ou de seu representante legal, e sem a devida comunicação aos conselhos profissionais competentes e ao Conselho Nacional de Saúde.
Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âmbito de sua atuação, criará comissão nacional para acompanhar a implementação desta Lei.
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 6 de abril de 2001; 180o da Independência e 113o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Jose Gregori José Serra Roberto Brant
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