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Vestcon Cursos - Direito Administrativo Aulas OAB - Prof. Denis Lopes Franco

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DIREITO ADMINISTRATIVO – O.A.B – 1ª AULA  
Professor: Denis Lopes Franco 
 
1 
DIREITO ADMINISTRATIVO – 1ª AULA 
 
I. ORIGEM. 
 
A origem do direito administrativo, como ramo autônomo do direito, acontece entre os séculos 
XVIII e XIX, intimamente ligado às revoluções liberais, sob influencia do escritor Montesquieu, que com a 
publicação da obra L´Espirit des Lois, em 1748, deu impulso ao desenvolvimento do Direito Administrativo, 
como ciência, em face de sua Teoria dos Poderes . Na França, o direito administrativo foi sendo construído 
por obra da jurisprudência de um órgão responsável pela solução de controvérsias envolvendo a Administração 
– o Conselho de Estado. Foi neste período que se desenvolveram duas noções muito importantes para o direito 
administrativo: a noção de direitos fundamentais e a noção de Estado de Direito. 
Mais adiante, com a implementação da República, no Brasil, houve uma influencia muito grande do 
direito público norte americano, em vista da escolha da forma federativa de Estado. 
 
II. CONCEITO. 
 
O direito, para fins didáticos é dividido em Direito interno e Direito internacional, além dessa 
divisão, o Direito interno se subdivide em Público e Privado. 
O ramo do direito público é composto por normas que disciplinam as relações jurídicas, entre o 
Estado, como parte, no âmbito interno e internacional, cuidando, predominantemente dos interesses estatais e 
sociais, tendo pois, como arcabouço normas de ordem pública. São exemplos de ramos do direito público, o 
Constitucional e o Administrativo, nosso objeto de estudo. 
Apenas para diferenciar, o ramo do direito privado rege as relações entre particulares, com ênfase 
nas coexistência harmônica das relações individuais. Isso não quer dizer que não existam no direito privado, 
normas de ordem pública, ao contrário, a capacidade das pessoas, os impedimentos para o casamento são 
exemplos de normas de ordem pública que se encontram entranhadas no direito privado, dessa forma, 
conclui-se que toda norma de direito público é também de ordem pública, mas nem toda norma de ordem 
pública se encontra no direito público. 
De acordo com Hely Lopes Meireles, o direito administrativo é o “conjunto harmônico de 
princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, 
direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.” 
 
III. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO. 
 
Fontes significam as regras que originam uma norma de Direito Administrativo, dessa forma, 
apresentamos as seguintes fontes: 
a) Lei: Deve ser compreendida em sentido amplo, posto que, como fonte, significa a norma imposta 
pelo Estado, assim, as normas de Direito Administrativo se submetem ao controle de constitucionalidade, onde 
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uma portaria deve estar de acordo com um decreto, que obedece à uma lei, que está em conformidade com a 
Constituição; 
b) Doutrina: É o entendimento dos mestres e doutores sobre o Direito Administrativo, é a opinião 
dos estudiosos do Direito; 
c) Jurisprudência: É a reiteração das decisões proferidas nos julgamentos dos órgãos do Poder 
Judiciário em um mesmo sentido; 
d) Costume: É a conduta tida por obrigatória, mas não é imposta mediante normas, mas pela prática 
habitual. 
e) Princípios gerais do direito: São teses genéricas que influenciam o sistema jurídico em 
praticamente todo o mundo civilizado, são exemplos desses princípios, os postulados que informam que 
ninguém será condenado sem ser ouvido, ninguém pode se beneficiar da própria torpeza ,entre outros. 
 
IV. SISTEMAS ADMINISTRATIVOS. 
 
Também denominados de mecanismos de controle, são divididos em: 
a) Sistema do contencioso administrativo, denominado de sistema francês, preconiza ao Poder 
Judiciário a vedação quanto ao conhecimento e julgamento dos atos da Administração, que deve ser feito por 
órgãos administrativos. Não é utilizado no Brasil. 
b) Sistema da jurisdição única, denominado de sistema inglês, preconiza que todos os litígios 
sejam apreciados pelo Poder Judiciário, incluindo-se aí o conhecimento e julgamento dos atos da 
Administração. Lembrando que no Brasil, quando a decisão proferida pela Administração favorece o 
interessado, esta, a Administração não poderá socorrer-se do Poder Judiciário para modificar sua decisão. 
 
V. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
 
A fim de melhor se compreender a Administração Pública, mister faz-se necessário que haja 
definições de Estado, no seu conceito amplo. 
a) Conceito de Estado: Pessoa Jurídica de Direito Público Interno (art. 14 , I, da CF/88) composto 
de três elementos originários e indissociáveis, o território, o povo e o governo soberano. Não se admitindo, 
dessa forma, Estado sem soberania. Poderemos conceituar como nação politicamente organizada, dotada de 
personalidade jurídica própria, sendo pessoa jurídica de direito público interno que contem três elementos e 
três poderes. 
b) Estado de Direito: Estado Juridicamente organizado e obediente às suas próprias leis. 
c) Poderes e funções do Estado: 
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 c.1. Função típica, como sendo a função para o qual o poder foi criado e função atípica como 
sendo a função estranha àquela para o qual o poder foi criado; 
 c.2. Funções do Estado: 
 I) Função legislativa: elaboração das leis (função normativa) 
características: 
Produz normas gerais, não concretas e produz inovações primárias no mundo jurídico. 
 II) Função Judiciária: aplicação coativa da lei, mediante provocação (função jurisprudencial) 
características: 
Estabelece regras concretas (julga em concreto, não produz inovações primárias, função 
indireta (deve ser provocado) e propicia situação de intangibilidade jurídica (coisa 
julgada). 
 III) Função Administrativa: conversão da lei em ato individual e concreto. (função executiva) 
características: 
Estabelece regras concretas, não produz inovações primárias, é direta (não precisa ser 
solicitada e pode ser revista pelo Poder Judiciário. 
 Função Administrativa - é toda atividade desenvolvida pela Administração 
representando os interesses da coletividade, esta função decorre do fato do Brasil ser um 
república (= coisa pública – toda atividade desenvolvida tem que privilegiar a coisa 
pública). Em razão deste interesse público a Administração terá posição privilegiada em 
face de terceiros que com ela se relacionam, ela tem prerrogativas e obrigações que não 
são extensíveis aos particulares (está em posição de superioridade – ex.: atos da 
administração são dotados de presunção validade, de auto-executoriedade, cláusulas 
exorbitantes, desapropriação etc.) 
c.3. Sentidos da Administração Pública: 
a) Administração Pública em sentidos amplo: abrange os atos decisórios emanados dos 
órgãos governamentais, aos quais é dado traçar os comandos, bem como os atos 
administrativos emanados dos órgãos administrativos; 
b) Administração Pública em sentido estrito: abrange apenas os atos administrativos; 
c) Administração Pública em sentido subjetivo: abrange os sujeitos que realizam 
atividade administrativa, ou seja, todos os órgãos, entes e agentes públicos 
administrativos incumbidos da realização de atividades de cunho administrativo; 
d) Administração Pública em sentido objetivo: exercício típico de atividade ou função 
administrativa propriamente dita – função administrativa incumbida primordialmente ao 
Poder Executivo. Segundo Maria Silva Zanella Di Pietro (p. 59), a administração em 
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sentido objetivo abrangeas atividades de fomento, polícia administrativa e a prestação de 
serviços públicos. 
 
VI. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
 
Conjunto de normas jurídicas de Direito Público, que instituem prerrogativas públicas e sujeições para a 
Administração, baseado na supremacia e na indisponibilidade do interesse público, derrogatório do 
direito comum. 
O interesse público tem dois postulados: 
Postulados do Regime: 
• SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO EM RELAÇÃO AO 
INTERESSE PARTICULAR 
• INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO PELA 
ADMINISTRAÇÃO 
 
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO EM RELAÇÃO AO INTERESSE PARTICULAR 
Não se trata de supremacia do interesse do administrador, mas sim supremacia do interesse público 
geral em relação aos interesses particulares. Trata-se da superioridade de tratamento a ser dada aos interesses da 
coletividade, “pressuposto de uma ordem social estável, em que todos e cada um possam sentir-se garantidos e 
resguardados.” CABM p. 58. 
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO PELA ADMINISTRAÇÃO 
A indisponibilidade significa que os interesses pertencentes à coletividade não se colocam sob a 
livre disposição de quem quer que seja, inclusive do administrador. Como diz Celso Antonio Bandeira de Melo, 
trata-se de interesses em relação aos quais incumbe apenas curá-los, no sentido de cuidar de tais interesses. 
Reflexos da indisponibilidade: primazia do princípio da legalidade, busca de realização de 
objetivos voltados para os fins públicos, continuidade do serviço público, princípio da publicidade, e, por fim, a 
inalienabilidade dos bens e direitos concernentes a interesses públicos. 
Classificação do Interesse Público 
Nem sempre os governantes fazem o melhor para a coletividade: políticas econômicas e sociais 
ruinosas, guerras, desastres fiscais, decisões equivocadas pautadas em falhas no momento da definição de 
prioridades, malbaratamento dos recursos públicos. Não raro, as ações mal sucedidas da Administração Pública 
contrapõem governantes e governados, Estado e indivíduos. 
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Como o interesse do Estado ou dos governantes não coincide necessariamente com o interesse geral 
da coletividade, é correto afirmar que o interesse público não é exclusivamente um interesse do Estado. Renato 
Alessi1 entendeu oportuno distinguir o interesse público primário do interesse público secundário. 
Com efeito, em suas decisões, nem sempre o governante atende ao real interesse da comunidade, 
podendo ocorrer que a Administração esteja imbuída da defesa de interesses unicamente da Administração, mas 
não necessariamente interesses públicos. Celso Antônio Bandeira de Melo traz uma diferenciação entre 
interesse público primário e secundário. 
a) Primário: coincide com a realização de políticas públicas voltadas para o bem estar social. 
Satisfaz o interesse da sociedade, do todo social. O interesse público primário justifica o regime 
jurídico administrativo e pode ser compreendido como o próprio interesse social, o interesse da 
coletividade como um todo. Pode-se afirmar também que os interesses primários estão ligados aos 
objetivos do Estado, que não são interesses ligados a escolhas de mera conveniência de Governo, 
mas sim determinações que emanam do texto constitucional, notadamente do art. 3º da Constituição 
Federal. 
b) Secundário: decorre do fato de que o Estado também é uma pessoa jurídica que pode ter 
interesses próprios, particulares. “O Estado pode ter, tanto quanto as demais pessoas, interesses 
que lhe são particulares, individuais.”1 Estes interesses existem e devem conviver no contexto dos 
demais interesses individuais. De regra, o interesse secundário tem cunho patrimonial, tendo como 
exemplos o pagamento de valor ínfimo em desapropriações, a recusa no pagamento administrativo 
de valores devidos a servidor público, a título de remuneração. 
O regime jurídico administrativo não impede, pois, que a Administração Pública haja de acordo 
com normas do regime jurídico privado, à exemplo da locação de imóveis para alocar a sede uma repartição. 
 
VII. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
 
1) Princípios Constitucionais: 
L I M P E 
a) legalidade: é a base do Estado Democrático de Direito e garante que todos os conflitos serão 
resolvidos pela lei (art. 5º II, art. 37, caput e sistema tributário). Devemos distinguir a legalidade em: 
I) para o direito privado – neste caso as relações são travadas por particulares visando 
seus próprios interesses – eles poderão fazer tudo aquilo que a não proibir, prestigia a autonomia da 
vontade (relação de não contradição com a lei); 
 
1 Celso Antônio Bandeira de Melo, p. 55. 
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 II) para o direito público – tendo em vista o interesse da coletividade que representa, a 
Administração só pode fazer aquilo que a lei autoriza (relação de subordinação com a lei) 
 Ademais, necessário se faz a distinção entre discricionariedade, que é a liberdade que o 
ordenamento jurídico confere ao Administrador para atuar em certas situações de acordo com o juízo de 
conveniência e oportunidade, mas sempre dentro dos limites da lei (não cabe intervenção judicial quanto ao 
mérito), e a arbitrariedade, que é a atuação fora dos limites impostos por lei. 
O princípio da legalidade não é absoluto, em algumas situações ele será mitigado, a exemplo do 
Estado de Defesa, Estado de Sítio e na edição de Medidas Provisórias. 
b) impessoalidade: A Administração Pública deve agir sem subjetivismo, abstraindo-se de colocar 
à frente dos atos praticados qualquer sentimento pessoal ou utilizar-se de mecanismos que possam privilegiar 
uns em detrimento de outros. 
c) moralidade: prima pela probidade dentro da Administração como uma das diretrizes a ser 
seguida. Está diretamente relacionada com a ética, a honestidade e a lealdade às instituições públicas. A 
Constituição Federal considera as hipóteses de imoralidade como de improbidade administrativa, portanto, é ato 
ilegal e está sujeito ao controle judicial. 
Segundo a Lei da Improbidade(8.429/92) há hipóteses que a improbidade depende de prova e outras 
em que se presume. Assim, presume-se ato de improbidade (I) a venda de bem público abaixo do valor de 
mercado, (II) a compra de bens acima do valor de mercado (superfaturamento), tendo como conseqüências o 
previsto no art. 37, § 4º da Carta Magna, podem incidir, sem prejuízo da ação penal cabível, infratores a (I) 
perda da função; (II) suspensão dos direitos políticos; (III) declaração de indisponibilidade dos bens, e (IV) 
obrigação de ressarcimento dos prejuízos causados ao erário. 
 d) publicidade: a administração deve informar a todos os seus atos, já que representa os nossos 
interesses. Não havendo publicidade o ato terá seus efeitos anulados. A publicidade não é a simples publicação 
do ato no Diário Oficial, mas também, quando o caso, a notificação mediante meios que garantam a certeza do 
recebimento pelo interessado, a publicação em Jornal diário de grande circulação, entre outros. Há exceções ao 
princípio exposto, como nos casos previstos no (I) art. 5º, XXXIII – garante o sigilo para segurança da 
sociedade e do Estado; (II) art. 5º, X - direito à intimidade e (III) art. 5º LX – ações que devem correr em 
segredo de justiça. Caso seja tolida pela Administração Pública o acesso à informação, se a informação for do 
interessado caberá Mandado de Segurança e se for sobre o interessado, caberá Habeas Data. 
e) eficiência: tal princípio visa racionalizar a máquina administrativa e o aperfeiçoamento na 
prestação do serviço público atuar com eficiênciaé atuar de modo adequado frente aos meios que possui e aos 
resultados obtidos (meio e resultados eficientes). 
 
 2. Princípios reconhecidos (lei 9.784/92): 
 
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a) da finalidade: Impõe que o alvo a ser alcançado pela Administração é o atendimento ao interesse 
público, e não se alcança o interesse público se for perseguido o interesse particular. Assim, o administrador ao 
manejar as competências postas a seu encargo, deve atuar com rigorosa obediência à finalidade de cada qual. 
Segundo Hely Lopes Meireles, esse princípio está diretamente relacionado com o princípio da impessoalidade, 
sendo tão somente uma faceta de dele. Contrapondo-se a tal entendimento, se encontra Celso Antonio Bandeira 
de Melo, que informa que a finalidade a ser cumprida é a definida na Lei. Cita, assim, a Lei 9.784/92, de onde 
extrai dois postulados: (I) a interpretação da norma que melhor garanta o atendimento do fim público e (II) a 
vedação à promoção pessoal de agentes ou autoridades. 
b) da ampla defesa: Impõe à Administração que comunique todos os atos e termos do processo 
administrativo, com a observância dos preceitos legais, tal como a intimação ser cumprida com três dias de 
antecedência da prática do ato. 
c) contraditório: Garante ao administrado contraditar tudo que se produz e afirma contra ele, 
gerando, assim, a faculdade deste apresentar contradita de provas e apresentação de defesa. 
d) motivação: Impõe à Administração Pública o dever de indicar os pressupostos de fato e de 
direito que determinarem uma decisão tomada. Atualmente devem ser motivados, segundo os termos do art. 50, 
da Lei 9.784/92, os atos que (I) neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; (II) - imponham ou agravem 
deveres, encargos ou sanções; (III) decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; (IV) 
dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; (V) decidam recursos administrativos; (VI) 
decorram de reexame de ofício; (VII) deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de 
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais e (VIII) importem anulação, revogação, suspensão ou 
convalidação de ato administrativo. 
e) razoabilidade: Por este princípio se determina a adequação entre meios e fins, dando margem 
discricionária ao administrador para que este decida sobre a melhor forma de promover um ato administrativo, 
como exemplo do concurso para polícia que não aplica percentual de número de vagas aos portadores de 
necessidade física, pois não é razoável que estes desenvolvam atividades de polícia. 
f) proporcionalidade: É a vedação à imposição de obrigações, restrições e sanções em medida 
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. Devendo pois, a sanção ser 
proporcional à conduta. 
g) segurança jurídica: A noção fundamental de segurança jurídica alia-se à idéia de previsibilidade, 
regularidade e estabilidade das relações jurídicas, sobretudo quando se está a considerar as relações jurídicas de 
natureza pública, onde há participação direta do Estado no exercício de sua potestade administrativa, dessa 
forma, podemos concluir que o princípio da segurança jurídica traz dois lados, o lado objetivo, representado 
pela irretroatividade das normas e a proteção dos atos constituídos ante as alterações supervenientes da 
legislação; o lado subjetivo, representado pelo princípio da proteção da confiança, segundo o qual a estabilidade 
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das relações jurídicas está ligada à preservação das expectativas legítimas surgidas no seio da sociedade, em 
relação à legitimidade dos atos emanados da Administração. 
3. Outros princípios: 
a) presunção de legitimidade: Presumem-se legítimos, verdadeiros e legais, os atos praticados pela 
Administração Pública, sendo esta presunção iuris tantum, contudo, invertendo o ônus da prova, já que nessa 
situação, caberá sempre ao administrado a prova em contrário. 
b) isonomia: Traduz-se na determinação de que a Administração Pública deve tratar os iguais como 
iguais e os desiguais como desiguais, como na hipótese de concurso público onde os portadores de necessidade 
especial concorrem apenas com seus pares. 
c) especialidade: A Administração Pública deve descentralizar sua atuação quando for necessária a 
especialização de funções, como na hipótese de regulação do setor energético, a fiscalização do sistema 
financeiro, o cuidado com as questões indígenas e outras situações que emergem desse princípio, fazendo coro 
com a Administração indireta. 
d) autotutela: o princípio da autotutela administrativa representa que a Administração Pública tem 
o poder-dever de controlar seus próprios atos, revendo-os e anulando-os quando houverem sido praticados com 
alguma ilegalidade. Dessa forma, a autotutela funda-se no princípio da legalidade administrativa: se a 
Administração Pública só pode agir dentro da legalidade, é de se considerar que os atos administrativos eivados 
de ilegalidade devem ser revistos e anulados, sob pena de afronta ao ordenamento jurídico. 
Neste sentido, é a lição de José dos Santos Carvalho Filho: “a autotutela envolve dois aspectos 
quanto à atuação administrativa: 1) aspectos de legalidade, em relação aos quais a Administração, de ofício, 
procede à revisão de atos ilegais; e 2) aspectos de mérito, em que reexamina atos anteriores quanto à 
conveniência e oportunidade de sua manutenção ou desfazimento”. (p. 25). 
Assim sendo, a autotutela abrange o poder de anular, convalidar e, ainda, o poder de revogar atos 
administrativos. A autotutela está expressa no art. 53 da Lei nº 9.784/99, assim como na Súmula nº 473 do STF. 
Dentro de tal contexto, importa considerar que, mais que um poder, o exercício da autotutela 
afigura-se como um dever para a Administração Pública; reitere-se, dever de anular seus atos administrativos, 
quando ilegais. Conquanto tal poder-dever seja de índole constitucional, seu exercício não pode se dar de forma 
absoluta e irrestrita, porquanto a invalidação de atos administrativos não garante, por si só, a restauração da 
ordem jurídica. 
“A convalidação é o refazimento de modo válido e com efeitos retroativos do que fora produzido 
de modo inválido”(Celso Antônio Bandeira de Mello, 11ª edição, editora Melhoramentos, 336). Com efeito, 
versa a lei 9.784, de 29.01.1999, dispõe que "Os atos que apresentem defeitos sanáveis poderão ser 
convalidados pela própria Administração em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse 
público nem prejuízo a terceiros”. Assim, Só é admissível o instituto da convalidação para a doutrina dualista, 
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que aceita possam os atos administrativos ser nulos ou anuláveis. Os vícios sanáveis possibilitam a 
convalidação, ao passo que os vícios insanáveis impedem o aproveitamento do ato. Desta feita, os efeitos da 
convalidação são ex-tunc (retroativos). 
e) continuidade: Implica na impossibilidade de se paralisar o serviço público, de maneira que este 
seja contínuo e ininterrupto. Em relação ao fornecimento de energia elétrica temos duas correntes, na qual a 
primeira informa que avisado o inadimplente com antecedência, é possível o corte do fornecimento, de outro 
lado, uma corrente impede que o fornecimento seja suspenso em razão da atividade ser de necessidade pública. 
 
VIII. DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
 
A organização político-administrativa brasileira compreende a União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios, todos autônomos nos termos da Constituição (CF/88, art. 18, caput).A administração Direta e Indireta de qualquer dos Poderes da União dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência.....”.(CF/88, art. 37, caput). Assim, em uma primeira classificação a Administração Pública 
compreende a : Administração Federal; Administração Estadual, Administração do Distrito Federal; e 
Administração Municipal. 
Cada uma destas Administrações se subdivide em Administração Direta e Administração Indireta. 
a) ADMINISTRAÇÃO DIRETA: A Administração Direta é o conjunto dos órgãos integrados na 
estrutura da chefia do Executivo e na estrutura dos órgãos auxiliares da chefia do Executivo. Ao falarmos da 
Administração Direta é inevitável citarmos os órgãos públicos. Para Hely Meirelles órgãos públicos “são 
centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação 
é imputada à pessoa jurídica a que pertencem”. Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídica nem 
vontade própria, que são atributos do corpo e não das partes. 
Sabemos que personalidade jurídica significa a possibilidade de assumir direitos e obrigações, 
assim, os órgãos na área de suas atribuições e nos limites de sua competência funcional expressam não a sua 
própria vontade, mas, a vontade da entidade a que pertencem e a vinculam por seus atos, manifestados através 
de seus agentes (pessoas físicas)”. 
No entanto, e isto é muito importante, embora não tenham personalidade jurídica, os órgãos podem 
ter prerrogativas funcionais próprias que, quando infringidas por outro órgão, admitem defesa até mesmo por 
mandado de segurança. Essa prerrogativa é denominada de capacidade judiciária ou capacidade processual, 
essa capacidade processual só a têm os órgãos independentes e os autônomos, visto que os demais – superiores 
e subalternos, em razão de sua hierarquização, não podem demandar judicialmente, uma vez que seus conflitos 
de atribuições serão resolvidos administrativamente pelas chefias a que estão subordinados. 
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Teorias do órgão. São três as teorias que definem a responsabilidade da Administração Pública, 
diante da prática de atos administrativos por seus agentes. 
1) Teoria da Representação: Teoria que defende que a administração é uma pessoa incapaz, 
portanto, necessita de seus agentes para representá-la, sucumbe, ao analisarmos que um incapaz não pode ser 
responsabilizado pelos atos de seu representante ou curador, o que é impossível de se pensar. 
2) Teoria do Mandato: Teoria que defende que a administração outorga a seus agentes que hajam 
em seu nome, como se fossem ela agindo, uma espécie de procuração passada aos agentes. Nesse diapasão 
colidem as seguintes perguntas: Pode o agente agir fora dos limites da procuração? Agindo quem se 
responsabiliza? Ademais, quem é que passa essa procuração? A essas indagações tal teoria não se sustenta. 
3) Teoria da Imputação: Por essa teoria não é o agente que age por si ou representando a 
administração, mas é a própria administração que age, gerando assim uma responsabilidade objetiva por atos 
praticados por seus agentes, que por sua vez podem vir a responder subjetivamente em regresso. Essa a teoria 
adotada no Brasil. 
Classificação dos órgãos públicos, segundo Hely Meirelles classifica os órgãos públicos quanto à 
posição estatal, ou seja, relativamente à posição ocupada pelos mesmos na escala governamental ou 
administrativa, em: independentes, autônomos, superiores e subalternos: 
Órgãos independentes são os originários da Constituição, colocados no ápice da pirâmide 
governamental, sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional, e só sujeitos aos controles constitucionais 
de um Poder pelo outro. São chamados de órgãos primários do Estado. Esses órgãos detêm e exercem as 
funções políticas, judiciais e quase judiciais outorgadas diretamente pela Constituição, para serem 
desempenhadas diretamente pelos seus membros (agentes políticos, distintos de seus servidores, que são 
agentes administrativos). São exemplos: Casas legislativas - Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, 
Senado Federal, Assembléias Legislativas, Câmaras de Vereadores. Chefias do Executivo – Presidência da 
República, Governadorias, Prefeituras. Tribunais Judiciários e Juízes singulares; Ministério Público – da União 
e dos Estados; Tribunais de Contas – da União, dos Estados, dos Municípios 
Órgãos autônomos são os localizados na cúpula da Administração, imediatamente abaixo dos 
órgãos independentes e diretamente subordinados a seus chefes. Têm ampla autonomia administrativa, 
financeira e técnica, caracterizando-se como órgãos diretivos com funções precípuas de planejamento, 
supervisão, coordenação e controle das atividades que constituem sua área de competência. São exemplos: 
Ministérios, Secretarias Estaduais, Secretarias Municipais. Advocacia-Geral da União, Procuradorias dos 
Estados e Municípios. 
Órgãos superiores não gozam de autonomia administrativa nem financeira, que são atributos dos 
órgãos independentes e dos autônomos a que pertencem. Sua liberdade funcional restringe-se ao planejamento e 
soluções técnicas, dentro de sua área de competência, com responsabilidade pela execução, geralmente a cargo 
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de seus órgãos subalternos. São exemplos Gabinetes; Inspetorias-Gerais; Procuradorias Administrativas e 
Judiciais; Coordenadorias; Departamentos; Divisões. 
Órgãos subalternos destinam-se á realização de serviços de rotina, tarefas de formalização de atos 
administrativos, com reduzido poder decisório e predominância de atribuições de execução, a exemplo das 
atividades-meios e atendimento ao público. São exemplos: Portarias; Seções de expediente. 
b) ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: A Administração Indireta se constitui das entidades dotadas 
de personalidade jurídica própria e compreende as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista. Descentralização é a distribuição de competências entre Entidades de uma para 
outra pessoa, ou seja, pressupõe a existência de duas pessoas, entre as quais se repartem as competências. 
Desconcentração é a distribuição de competências entre Órgãos dentro da mesma pessoa jurídica, para 
descongestionar, desconcentrar, um volume grande de atribuições, e permitir o seu mais adequado e racional 
desempenho. 
A descentralização pode ser realizada em três formas: a territorial que implica na atribuição de um 
ente federativo central para parcelas de seu território, a exemplo de países como Bélgica, França e mesmo o 
Brasil na época do império. A de serviços, funcional ou técnica, que implica na outorga de atribuições e 
competências às Entidades criadas com vinculação à criadora. E por fim a por colaboração, que implica na 
delegação de serviços. 
c) Entidades da Administração Indireta 
1) Autarquia 
• criação por lei específica 
CF/88, art. 37, com redação dada pela EC nº 19, de 04.06.1998 : 
XIX, : "somente por lei específica poderá ser criada autarquia" e autorizada a 
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei 
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das 
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa 
privada; 
• pessoa jurídica de direito público; 
• o seu pessoal é ocupante de cargo público (estatutário) em virtude da ADI 2135/DF; 
• regime tributário - imunidade de impostos no que se refereao patrimônio renda e 
serviços relacionados a suas finalidades essenciais (CF/88, art. 150, VI, "a", e §2º). 
• desempenha serviço público descentralizado; 
 2) Fundação Pública 
• criação autorizada por lei específica e lei complementar irá definir as áreas de sua 
atuação - CF/88, art. 37, XIX, com redação da EC nº 19, de 04.06.1998; 
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• é pessoa jurídica de direito público; 
• o seu pessoal é ocupante de cargo público (estatutário) em face da ADI 2135/DF; 
• regime tributário - imunidade de impostos no que se refere ao patrimônio renda e 
serviços relacionados a suas finalidades essenciais (CF/88, art. 150, VI, "a", e §2º). 
 
3) Empresa Pública 
• tem sua criação autorizada por lei específica - CF/88, art. 37, XIX, com redação dada 
pela EC nº 19; 
• é pessoa jurídica de direito privado - titular de direitos e obrigações próprios distintos 
da pessoa que a instituiu; 
 
Forma de organização societária - qualquer das formas admitidas em direito; 
Composicão do capital - a titularidade do capital é pública. No entanto, desde que a 
maioria do capital com direito a voto permaneça de propriedade da União, admite-se a participação 
de outras pessoas de direito público interno a exemplo de Estados e Municípios, bem como de suas 
entidades da administração indireta. 
Foro para solução dos conflitos - justiça federal (CF/88, art. 109,I) 
 
• o seu pessoal é ocupante de emprego público, e necessita realizar concurso público 
para investidura. 
• o seu regime tributário é o mesmo das empresas privadas (CF/88, art. 173, §1º, II, e 
§2º); 
• explora predominantemente atividade econômica (art. 173, CF/88) ; embora também 
possa prestar serviços públicos (CF/88, art. 175). 
4) Sociedade de Economia Mista 
• tem sua criação autorizada por lei específica - CF/88, art. 37, XIX, com redação dada 
pela EC nº 19; 
• é pessoa jurídica de direito privado - titular de direitos e obrigações próprios distintos 
da pessoa que a instituiu; 
Forma de organização societária - unicamente sob a forma de sociedade anônima; 
Composição do capital - a titularidade do capital pode ser pública e privada; 
• não estão sujeitas a falência - mas os seus bens são penhoráveis executáveis, e a pessoa 
jurídica que a controla responde, subsidiariamente, pelas suas obrigações (Lei 6404/76, 
das sociedades anônimas, art. 242). 
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• o seu pessoal é ocupante de emprego público, e necessita realizar concurso público 
para investidura. 
• o seu regime tributário é o mesmo das empresas privadas (CF/88, art. 173, §1º, II, e 
§2º); 
• explora predominantemente atividade econômica (art. 173, CF/88) ; embora também 
possa prestar serviços públicos (CF/88, art. 175);. 
 
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE SOCIEDADE E EMPRESA PÚBLICA 
 
• forma de organização societária : a sociedade de economia mista só poderá ser 
Sociedade Anônima. A empresa pública poderá estruturar-se sob qualquer das formas 
admitidas em direito (sociedade por cotas de responsabilidade limitada, sociedade 
anônima, etc). 
• composição do capital : a sociedade de economia é constituída por capital público e 
privado. A empresa pública é constituída apenas por capital público. 
• foro judicial para solução dos conflitos da empresa pública federal é a justiça federal; 
da sociedade de economia mista é a justiça estadual (CF/88, art. 109, I). 
 
 
VERIFQUE O QUADRO ANEXO SOBRE A ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
 
 
 
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1 
DIREITO ADMINISTRATIVO – 2ª AULA 
 
I. ENTES DE COOPERAÇÃO – O TERCEIRO SETOR. 
 
No primeiro setor encontra-se o Estado, abrangendo a Administração Direta e Indireta, já no 
segundo setor a livre iniciativa é prevalente, no qual o lucro é o principal móvel desse setor, que poderá sofrer 
intervenção Estatal, em hipóteses excepcionais. Terceiro setor é marcado pela presença de entidades de 
natureza privada, sem fins lucrativos exercentes de atividades de interesse social e coletivo, que recebem 
incentivos do Estado mediante fomento de atividades, alguns as chamam de Organizações não governamentais, 
outras de entidades de benemerência e tecnicamente são denominadas de entes de cooperação. 
Atualmente a doutrina divide os entes de cooperação em: Serviços Sociais Autônomos, Entidades 
de Apoio, Organizações Sociais – O.S, e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – 
OSCIP. 
1. Serviços Sociais Autônomos. 
Rótulo atribuído a todas as pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da iniciativa privada 
que foram criadas mediante lei, para desenvolver atividades de auxílio a determinadas categorias profissionais 
que não tenham finalidade lucrativa. Podem receber incentivos com dotações orçamentárias e percebem 
contribuições parafiscais. Exemplos de tais entes de cooperação são: SESI, SENAC, SESC, APEX, 
PIONEIRAS SOCIAIS (REDE SARAH). A finalidade principal desse grupo é fomentar o desenvolvimento de 
certas categorias privadas e, por isso, interessa a Administração prestar o apoio ao seu desenvolvimento. 
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino sumariam as principais características dos serviços sociais 
autônomos da seguinte maneira: 
a) são criados por lei; 
b) têm por objeto uma atividade social, não lucrativa, normalmente direcionada para a prestação de 
um serviço de utilidade pública, beneficiando certo grupo social ou profissional; 
c) são mantidos por recursos oriundos de contribuições parafiscais, recolhidas compulsoriamente 
pelos contribuintes definidos em lei (em sua maioria são recolhidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social – 
INSS -, e repassadas às entidades beneficiárias), bem assim mediante dotações orçamentárias do Poder Público; 
d) Seus empregados estão sujeitos ao regime trabalhista – CLT; 
e) pelo fato de administrarem verbas decorrentes de contribuições parafiscais (recursos públicos), 
estão sujeitos a certas normas de caráter administrativo, especialmente no tocante ao controle público, como a 
prestação de contas ao Tribunal de Contas e a equiparação de seus empregados aos servidores públicos para 
fins criminais (Cód. Penal, art.327) e para fins de improbidade administrativa (Lei 8.429/1992); 
f) não gozam de privilégios administrativos nem processuais, salvo quando a lei instituidora 
expressamente lhes conceder; 
g) podem assumir diferentes formas jurídicas na sua instituição (fundação, associação civil, 
sociedade civil etc.). 
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2 
Por fim, os autores informam que, segundo decisão do Tribunal de Contas da União, os serviços 
sociais autônomos não estão sujeitos às normas da Lei 8.666/93. Segundo o TCU, devem essas entidades adotar 
um procedimento para efetuar suas contratações, mas o mesmo deve ser previsto em regulamento próprio, sem 
vinculação com a Lei de Licitações. 
2. Entidades de apoio. 
São pessoas jurídicas de direito privado que exercem atividades sem fins lucrativos, com 
atividade social e serviços sociais não exclusivos do Estado, relacionados com a ciência, pesquisa, saúde e 
educação. Criadas diretamente por servidores públicos, sob a forma de associações ou cooperativas, em 
nome próprio e com recursos próprios, para exercerem atividades de interesse social relativas ao órgão em que 
esses servidores atuam. Mormente são atividades em hospitais e universidades públicas. Seus empregados são 
celetistas e contratados sem concurso público, não se submetendo ao regime das licitações. Em razão das 
atividades de apoio prestadas podem receberdotações orçamentárias, cessão de servidores e a permissão 
provisória de uso de bem público. São exemplos de entidades de apoio a FINATEC, a FAHUB e a FUSP. 
3) Organizações Sociais – O.S 
São pessoas jurídicas de direito privado, definidas pela Lei nº 9.637/98, não integrantes da 
administração indireta, sem fins lucrativos, criadas para a execução, por meio de parcerias, de serviços públicos 
não exclusivos do Estado, mas previstos em lei, recebendo tal qualificação, com o efeito negativo de chegar a 
extinguir órgão ou entidade da administração que desenvolviam atividades idênticas. Para tanto, dependendo da 
atividade a ser realizada, devem manter contrato de gestão com ministério ou órgão supervisor, que 
inclusive deverá definir a remuneração e vantagens a serem percebidas por seus dirigentes e empregados. 
Poderão ser contratadas sem necessidade de licitação, ocorrendo dispensa. Podem receber dotações 
orçamentárias, cessão de servidores públicos, uso temporário de bens públicos, submetendo-se, desta feita, ao 
controle do TCU e do ministério com o qual mantém o contrato de gestão. São exemplos de organizações 
sociais o Instituto de Matemática Pura e Aplicada – IMPA e a Rade Nacional de Ensino e Pesquisa – RNP. 
4) Organizações Sociais Civis de Interesse Público - OSCIP 
São pessoas jurídicas de direito privado, instituídas por particulares, sem fins lucrativos, definidas 
pela Lei 9.790/99, para prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado. A qualificação se dá mediante 
termo de parceria com ministério da justiça, que terá duração enquanto existir a parceria, por conseguinte 
não renovada a parceria, perde a pessoa jurídica a qualificação de OSCIP. São exemplos de Organizações 
Sociais Civis de Interesse Público o Instituo Joãosinho Trinta/RJ, a Arte Vida/DF e Instituto Jurídico 
Empresarial/PR. 
Conveniente é traçar algumas distinções entre as O.S e as OCIP, senão vejamos. 
I. aprovação do pedido de qualificação: o requerimento para a qualificação como 
organização social deve ser aprovado pelo Ministro ou titular de órgão fiscalizador ou 
regulador da área de atividade correspondente à da entidade, e pelo Ministro do 
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3 
Planejamento; ao passo que o pedido para qualificação como OSCIP depende da 
anuência do Ministério da Justiça; 
II. a decisão acerca da qualificação de uma entidade como organização social é 
discricionária, já a decisão para qualificar uma entidade como OSCIP é vinculada; 
III. participação de agentes do Poder Público na estrutura da entidade: a participação 
de agentes do Poder Público no Conselho de Administração é obrigatória nas 
organizações sociais; para as OSCIP não há exigência semelhante; 
IV. instrumento da formalização do vínculo: nas organizações sociais a parceria entre a 
entidade privada e o Poder Público é formalizada por contrato de gestão; nas 
organizações da sociedade civil de interesse público, por termo de parceria; 
Segundo a lição da Professora Maria Sylvia Di Pietro “nas organizações sociais, o intuito evidente é 
o de que elas assumam determinadas atividades hoje desempenhadas, como serviços públicos, por entidades da 
Administração Pública, resultando na extinção destas últimas. Nas organizações da sociedade civil de interesse 
coletivo, essa intenção não resulta, implícita ou explicitamente, da lei, pois a qualificação da entidade como tal 
não afeta em nada a existência ou as atribuições de entidades ou órgãos integrantes da Administração Pública. 
Além disso, a entidade privada, para ser qualificada como, tem que ter existência legal, já que, entre os 
documentos exigidos para obtenção de sua qualificação, estão o “balanço patrimonial e demonstrativo de 
resultados do exercício” e a declaração de isenção do imposto de renda” (art. 5º, III e IV, da Lei nº 9.790/99). 
Isto evita que entidades fantasmas, sem qualquer patrimônio e sem existência real, venham a pleitear o 
benefício”. 
 
II. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
 
Os poderes surgem como instrumentos através dos quais o poder público vai perseguir seu interesse 
coletivo, possuem características: a) é um dever, é obrigatório; b é irrenunciável; c) cabe responsabilização 
que pode ser: I) quando o administrador se utiliza dos poderes além dos limites permitidos por lei (ação) ou II) 
quando ele não utiliza dos poderes quando deveria ter se utilizado (omissão). – Legislação: Lei 4898/65 – 
Abuso de Poder e Lei 8429/92 – Improbidade Administrativa. d) deve obedecer aos limites das regras de 
competência, sob pena de inconstitucionalidade. Na conduta do agente público, em vista desses poderes, poderá 
haver desvios, que para devem ser coibidos, nesse caso tratar-se-á de abuso de poder, que é o fenômeno que se 
verifica sempre que uma autoridade ou um agente público embora competente para a prática de um ato 
ultrapasse os limites das suas atribuições ou se desvie das finalidades anteriormente previstas. Trata-se de duas 
situações (modalidades) distintas: a) quando ultrapassa seus limites ocorre excesso de poder; b) quando desvia a 
finalidade anteriormente prevista ocorre o desvio de poder. O uso do poder é lícito; o abuso, sempre ilícito. 
O abuso do poder ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, ultrapassa os 
limites de suas atribuições ou se desvia das finalidades administrativas. 
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4 
O abuso do poder, como todo ilícito, reveste as formas mais diversas. Ora se apresenta ostensivo 
como a truculência, às vezes dissimulado como o estelionato, e não raro encoberto na aparência ilusória dos 
atos legais. Em qualquer desses aspectos - flagrante ou disfarçado - o abuso do poder é sempre uma ilegalidade 
invalidadora do ato que o contém. 
a) Poder vinculado estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo administrador 
diante de casos concretos, sem nenhuma liberdade para um juízo de conveniência e oportunidade (juízo de 
valores). O ato que deixar de atender a qualquer dado expresso na lei será nulo, por desvinculado do seu tipo 
padrão, podendo ser declarado pela Administração ou pelo Judiciário. Assim, será vinculado o ato quando a lei 
confere à Administração Pública poder para a prática de determinado ato, estipulando todos os requisitos e 
elementos necessários à sua validade. 
b) Poder discricionário. Neste poder a administrador também está subordinado à lei, diferencia-se 
do vinculado porque ele tem liberdade para atuar de acordo com um juízo de conveniência e oportunidade, de 
tal forma que, havendo duas alternativas o administrador pode optar qual delas, no seu entendimento, preserve 
melhor o interesse público. De qualquer forma, discricionariedade é diferente de arbitrariedade, já que na 
discricionariedade a liberdade para atuar exige os limites da lei e arbitrariedade é a atuação do administrador 
além (fora) dos limites da lei. Pro conseguinte, o ato arbitrário é sempre ilegítimo e inválido. O controle dos 
atos arbitrários devem ser reapreciados pelo Judiciário (é abuso de poder) ou pela própria Administração 
Pública. Diferentemente, o ato discricionário válido não poderá ser reapreciado pelo Poder Judiciário em seu 
mérito (o juízo de valor do juiz não pode substituir o do administrador em face da independência dos poderes). 
 c) Poder Hierárquico é o poder conferido ao administrador para distribuir e escalonar as funções 
dos seus órgãos, ordenar e reaver a atuação de seus agentes, estabelecendo uma relação de hierarquia, de 
subordinação. Ao escalonar as funções de seus órgãos, mediante o poder hierárquico, a administração está 
definindo a competência de seus órgãos e agentes. Tal matériaé objeto de estudo da Lei 9.784/99, que trata da 
delegação e avocação de competências, em relação à delegação, é prescindível a hierarquia, já em face da 
avocação, esta só ocorre diante da imprescindibilidade da hierarquia. 
 d) Poder Disciplinar é o poder conferido à administração que lhe permite apurar e punir a prática 
de infrações funcionais dos servidores. 
 e) Poder Regulamentar é o poder privativo do chefe do Poder Executivo para a edição de decretos 
e regulamentos para oferecer fiel execução à lei, é também denominado Poder Normativo. A formalização do 
ato emanado sob a égide deste Poder se dá mediante a edição de decretos executivos, que esclarecem e 
explicitam as leis, e mediante os decretos autônomos que são utilizados para organizar o funcionamento da 
administração federal, desde que não haja aumento de despesa e para a extinção de cargos públicos vagos no 
âmbito do Poder Executivo, tais previsões se encontram no art. 84, VI da CF/88. Por derradeiro o controle desse 
Poder é exercido pelo Poder Legislativo, nos termos do art. 49, V da CF/88 e pelo Poder Judiciário, inclusive 
quanto à omissão, nos termos do art. 102, I, a e 103 § 2º da CF/88. 
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5 
f) Poder de Polícia é o poder conferido ao administrador que lhe permite condicionar, restringir, 
frenar o exercício de atividade e direitos pelos particulares em nome do interesse da coletividade, com a 
finalidade de prevenir e sustar atividades nocivas ao interesse público e social. 
Atributos do Poder de Polícia são a discricionariedade, que autoriza a administração a determinar 
a oportunidade e a conveniência de edição de regulamentos e normas de controle, bem como para a prática de 
fiscalizações a estabelecimentos por ela definidos; a auto executoriedade, que autoriza a administração a 
executar as ações inibidoras da nocividade à coletividade, sem que seja necessária a autorização judicial para 
tanto, à exceção da execução de multas aplicadas em face das infrações cometidas pelos particulares, já que 
estas deverão passar pelo crivo da execução fiscal em juízo competente do Poder Judiciário; e por fim a 
coercibilidade que autoriza a implementação de todas as medidas normativas e fiscalizadoras 
independetemente da aquiescência do administrado. 
O Poder de Polícia é indelegável, sob pena de causar instabilidade social, salvo decorrente da 
descentralização da administração, mas nunca ao particular. 
A extensão é bastante ampla, porque o interesse público é amplo. Segundo o Código Tributário 
Nacional, art. 78: “...Interesse público é aquele concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à 
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou 
autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais.” 
Impõe-se, de toda sorte, limites à aplicação do Poder de Polícia, como a necessidade, que é a 
imposição de que a medida de polícia só deve ser adotada para evitar ameaças reais ou prováveis de 
perturbações ao interesse público; a proporcionalidade e a razoabilidade definido a relação entre a limitação 
ao direito individual e o prejuízo a ser evitado; e por fim a sua eficácia, na medida em que deve ser adequada 
para impedir o dano a interesse público. 
Por derradeiro, não se pode confundir o Poder de Polícia com a polícia de segurança pública, à qual 
está atribuída a repressão ao crime, no caso da PM e do CBM, bem como a investigação criminal, na hipótese 
da Polícia Civil. 
Dos Poderes Administrativos nascem deveres ao administrador público, são eles o poder-dever de 
agir que traduz a idéia de que quando a lei defere determinado poder a um particular, tal outorga tem a natureza 
de mera faculdade, ou seja, um poder de que o particular se utilizará apenas se e quando desejar. Para o agente 
público a solução é exatamente a oposta: cada poder conferido por lei representa antes de tudo um dever de 
atuação, sempre que presente o interesse público; o dever de eficiência que traduz a noção de que o agente, em 
termos singulares, tem que desempenhar suas atribuições de forma célere e tecnicamente perfeita; o dever de 
prestar contas já que o agente público lida com recursos que não lhe pertencem, logo, deve prestar contas 
acerca de sua utilização, nos termos da lei. Tal conclusão aplica-se também àquele que, apesar de não ser 
agente do Estado, de qualquer forma utiliza bens ou recursos públicos. A respeito afirma o Prof. Hely Lopes 
Meirelles: “A regra é universal: quem gere dinheiro público ou administra bens ou interesses da comunidade 
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deve prestar contas ao órgão competente para a fiscalização”, e o dever de probidade o qual induz à noção de 
que conduta proba é aquela que se conforma aos preceitos da moral e da ética administrativas. Assim, o dever 
de probidade impõe uma atuação em consonância com tais preceitos, não se confundindo ele com a mera 
observância dos aspectos formais da lei. Tal dever também tem estatura constitucional, estabelecendo o art. 37, 
§ 4º, da CF, as sanções para seu descumprimento. A redação do dispositivo é a seguinte: “§ 4º Os atos de 
improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da 
ação penal cabível.” 
 
III. ATO ADMINISTRATIVO. 
 
Ato administrativo exprime uma declaração de natureza constitutiva, declaratória, enunciativa, 
modificativa ou extintiva de direitos ou obrigações gerando, por conseguinte, repercussão no âmbito jurídico, o 
que não se verifica quanto ocorre o fato administrativo, no qual existe apenas a realização ou execução 
material de alguma coisa, o fato administrativo pode anteceder o ato administrativo, como na hipótese de 
falecimento do servidor, gerando o ato de vacância de cargo público, ou ser posterior, como o cumprimento de 
uma demolição. 
Ademais, o ato administrativo não pode ser confundido com o ato da administração, já que como 
declarado, o ato administrativo gera efeitos jurídicos e está sujeito ao regime jurídico administrativo e o ato da 
administração é mero ato de gestão, sem implicação jurídica administrativa. 
Dessa forma, poderemos conceituar ato administrativo como sendo a “declaração do Estado, no 
exercício de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei, a título 
de lhe dar cumprimento, sujeito a controle de legitimidade por órgão jurisdicional”. 
a) Atributos do ato administrativo: Três são os atributos do ato administrativo, a presunção de 
veracidade, que traduz a idéia de que os atos administrativos são verdadeiros, legítimos e legais, a auto 
executoriedade que autoriza a administração a executar as ações inibidoras da nocividade à coletividade, sem 
que seja necessária a autorização judicial para tanto, à exceção da execução de multas aplicadas em face das 
infrações cometidas pelos particulares, já que estas deverão passar pelo crivo da execução fiscal em juízo 
competente do Poder Judiciário, e a imperatividade que autoriza a implementação de todas as medidas 
normativas e fiscalizadoras independetemente da aquiescência do administrado. 
b) Elementos do ato administrativo: Os elementos essenciais à formação do ato administrativo 
constituem a sua infra-estrutura, daí serem reconhecidos como requisitos de validade. São eles a 
competência, finalidade, forma, motivo e objeto (CoFiFoMOb) 
1. Competência é o poder atribuído ao agente, que é aquele que pratica o ato para o desempenho 
específicode suas funções. Vimos que do gênero abuso de poder existe uma de suas espécies, o excesso de 
poder, ocorre quando o agente público excede os limites de sua competência. Segundo a Lei 9.784/99, a 
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7 
competência é indelegável, salvo nas hipóteses permitidas em lei, por delegação ou avocação. Dessa forma, a 
lei diz que um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da 
sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, 
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou 
territorial, determinando ainda que essa permissão aplica-se à delegação de competência dos órgãos 
colegiados aos respectivos presidentes. No entanto, não podem ser objeto de delegação: a edição de atos de 
caráter normativo, a decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva de órgãos ou 
autoridade, sendo revogável a qualquer tempo 
Quanto à avocação, será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente 
justificados, de forma temporária, a competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. 
2. Finalidade é o objetivo de interesse público a atingir, traduz-se na idéia mediata que a 
Administração Pública deseja. A finalidade do ato é aquela que a lei indica explícita ou implicitamente. Os atos 
serão nulos quando satisfizerem pretensões descoincidentes do interesse público. Ao estudarmos o gênero 
abuso de poder vimos que a alteração da finalidade caracteriza desvio de poder, conhecido também por desvio 
de finalidade. 
3. Forma é a maneira regrada, prescrita em lei, de como o ato deve ser praticado; É o revestimento 
externo do ato. Em princípio, exige-se a forma escrita para a prática do ato. Excepcionalmente, admitem-se 
as ordens através de sinais ou de voz, como são feitas no trânsito. Em alguns casos, a forma é particularizada e 
exige-se um determinado tipo de forma escrita. A Lei 9.784/99 igualmente aborda tal elemento da seguinte 
maneira, os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei 
expressamente a exigir. 
4. Motivo é a situação de fato ou de direito que determina ou autoriza a realização do ato 
administrativo. Pode vir expresso em lei como pode ser deixado ao critério do administrador, a exemplo da 
dispensa de um servidor ocupante de cargo em comissão. A CF/88, diz que o cargo em comissão é aquele 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, ou ainda quando a lei atrela-o a determinada competência 
utilizando-se de conceitos jurídicos vagos, indeterminados. É o que se verifica quando a lei, estabelecendo a 
competência para punir um servidor, estatui como motivo para o ato punitivo a prática de “falta grave”, 
“conduta desidiosa”, ou “comportamento inadequado”, entre outras expressões similares. Nas duas hipóteses, 
não há necessidade de motivação do ato, mas, se forem externados os motivos, os atos só serão válidos se os 
motivos forem verdadeiros é o que decorre da teoria dos motivos determinantes. 
5. Objeto é o conteúdo do ato, todo ato administrativo produz um efeito jurídico, ou seja, tem por 
objeto a criação, modificação ou comprovação de situações concernentes a pessoas, coisas ou atividades 
sujeitas à ação do Poder Público. Exemplo desse elemento é o ato de demissão do servidor cujo objeto é a 
quebra da relação funcional do servidor com a Administração. 
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8 
c) Anulação, revogação e convalidação do ato administrativo: A lei 9.784, de 29.01.1999 dispõe 
que a Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vícios de legalidade, e pode revogá-los 
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Além disso, ainda prescreve a 
lei que o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para 
os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 
Outrossim, quando importem anulação, revogação ou convalidação de ato administrativo os atos 
administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos. A lei seguiu já o 
entendimento sedimentado nos Tribunais Superiores, já que pela súmula 473 do STF, a Administração pode 
anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam 
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e 
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
Decorre do preceito legal que a Administração com relação aos seus atos administrativos deve 
anular seus atos quando ilegais e pode revogar seus atos legais por inoportunidade ou inconveniência ao 
interesse publico. O Judiciário, por sua vez, com relação aos atos administrativos pode anulá-los quando ilegais. 
Conceituamos assim, revogação como a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz realizada pela 
Administração - e somente por ela - por não mais lhe convir sua existência e anulação como a invalidação de 
um ato ilegítimo e ilegal, realizada pela Administração ou pelo Judiciário. 
Disso, conclui-se que a administração controla seus próprios atos em toda plenitude, isto é, sob 
aspectos de legalidade, e de mérito (oportunidade e conveniência), ou seja, exerce a autotutela, e que o 
controle judicial sobre o ato administrativo se restringe ao exame dos aspectos de legalidade. 
Quanto aos efeitos decorrentes da revogação e da anulação temos que a revogação gera efeitos ex 
nunc, ou seja, não retroativos, preservando os direitos adquiridos, já a anulação possui efeito ex tunc, 
retroagindo desde a sua edição, não preservando direito adquiridos. 
 “A convalidação é o refazimento de modo válido e com efeitos retroativos do que fora produzido de 
modo inválido”(Celso Antônio Bandeira de Mello, 11ª edição, editora Melhoramentos, 336). A lei 9.784, de 
29.01.1999, dispõe que os atos que apresentem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria 
Administração em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a 
terceiros. Dessa forma, só é admissível o instituto da convalidação para a doutrina dualista, que aceita possam 
os atos administrativos ser nulos ou anuláveis, os vícios sanáveis possibilitam a convalidação, ao passo que os 
vícios insanáveis impedem o aproveitamento do ato e os efeitos da convalidação são ex tunc, com efeitos 
retroativos. 
Só é possível a convalidação dos atos administrativos por vícios de forma e competência, esta, 
desde que não seja exclusiva e promovida por superior hierárquico. 
 
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9 
d) Classificação do ato administrativo: Optamos por uma classificação aceita na maioria dos 
concursos públicos: 
Quanto aos ATOS CONCEITO EXEMPLO 
Edital; 
Regulamentos; Gerais 
Î destinam-se a uma parcela grande de sujeitos 
indeterminados e todos aqueles que se vêem abrangidos 
pelos seus preceitos; 
Instruções. 
Demissão; 
Exoneração; 
D
es
tin
at
ár
io
s 
Individuais Î destina-se a uma pessoa em particular ou a um grupo de pessoas determinadas . Outorga de 
Licença 
Circulares; 
Portarias; Internos Î os destinatários são os órgãos e agentes da Administração; não se dirigem a terceiros 
Instruções; 
Admissão; A
lc
an
ce
 
Externos Î alcançam os administrados de modo geral (só entram em vigor depois de publicados). 
Licença. 
Desapropriação; 
Interdição;Império 
Î aquele que a administração pratica no gozo de suas 
prerrogativas; em posição de supremacia perante o 
administrado; Requisição. 
Alienação e 
Aquisição de bens; Gestão 
Î são os praticados pela Administração em situação de 
igualdade com os particulares, SEM USAR SUA 
SUPREMACIA; 
Certidões 
O
bj
et
o 
Expediente Î aqueles praticados por agentes subalternos; atos de rotina interna; Protocolo 
Licença; 
Vinculado Î quando não há, para o agente, liberdade de escolha, devendo se sujeitar às determinações da Lei; Pedido de 
Aposentadoria 
R
eg
ra
m
en
to
 
Discricionário 
Î quando há liberdade de escolha (na LEI) para o agente, 
no que diz respeito ao mérito ( CONVENIÊNCIA e 
OPORTUNIDADE ). 
Autorização 
Simples Î produzido por um único órgão; podem ser simples singulares ou simples colegiais. Despacho 
Composto Î produzido por um órgão, mas dependente da ratificação de outro órgão para se tornar exeqüível. Dispensa de licitação 
Fo
rm
aç
ão
 d
o 
A
T
O
 
Complexo 
Î resultam da soma de vontade de 2 ou mais órgãos. Não 
deve ser confundido com procedimento administrativo 
(Concorrência Pública). 
Escolha em lista 
tríplice 
 
 
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10 
e) Modalidades dos atos administrativos ou espécies: 
ATOS CONCEITO EXEMPLOS CONCEITO 
Regulamentos Ato normativo de caráter explicativo ou supletivo. 
Decretos Ato normativo de competência privativa do chefe do Poder Executivo. Podem ser coletivos ou individuais. 
Instruções Normativas São atos normativos expedidos pelos Ministros de Estado, podendo ser utilizados por outros órgãos. 
Regimentos São atos normativos de atuação interna destinando-se a reger funcionamento de órgãos colegiados. 
Resoluções São atos normativos ou individuais, para disciplinar matéria de competência de cada Poder. 
N
or
m
at
iv
os
 São os que contem 
comando geral e 
abstrato visando à 
correta aplicação 
da lei. Detalham a 
lei. 
Deliberações São os atos normativos oriundos de órgãos colegiados, representando a vontade majoritária de seus membros. 
Portaria Determinações gerais dos chefes de órgãos ou repartições aos servidores secundários. 
Instrução Determinações específicas dos chefes a fim de prescrever o modo pelo qual seus subordinados deverão dar andamento a seus serviços. 
Aviso Visa a dar conhecimento de assuntos afetos à atividade administrativa. 
Circular De caráter concreto, visa a transmitir ordens uniformes a funcionários subordinados. 
Ordem de serviço Instrumento utilizado para transmitir determinação aos subordinados, a respeito da condução de determinado serviço. 
Ofício É o ato pelo qual os agentes administrativos se comunicam. 
O
rd
in
at
ór
io
s São os que 
disciplinam o 
funcionamento da 
Administração e a 
conduta funcional 
de seus agentes. 
Despacho 
É o ato administrativo que contém decisão não final, das autoridades 
administrativas, sobre assunto de interesse individual ou coletivo, 
submetido à sua apreciação. 
Alvará Consentimento dado pelo Estado para que o particular possa desenvolver certa atividade. 
Licença Ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta ao que preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade. 
Concessão Atos administrativos que implicam na ampliação de direitos, como a concessão de serviços públicos ou a concessão de cidadania. 
Permissão 
Ato administrativo unilateral, discricionário, gratuito ou oneroso, pelo 
qual a Administração faculta ao particular a execução de um serviço 
público ou uso privativo de bem público. 
Autorização 
Ato administrativo unilateral, discricionário e precário em que é 
facultado ao particular o uso privativo de bem público ou a prática de 
um ato que sem esse consentimento seria ilegal. 
Admissão Ato unilateral e vinculado em que o particular é admitido para o gozo de um serviço público 
Aprovação Ato unilateral e discricionário, pelo qual se exerce o controle do ato administrativo. 
N
eg
oc
ia
is
 
Ato administrativo 
que contém uma 
declaração da 
Administração, 
coincidente com a 
pretensão do 
particular. 
Homologação E o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece a legalidade de um ato jurídico. 
Parecer 
Ato praticado por órgãos consultivos que emitem opinião sobre 
assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência. Podem ser 
facultativos ou obrigatórios, vinculantes ou não vinculantes. 
Certidão 
São cópias ou fotocópias fiéis e autênticas de atos ou fatos constantes 
de processo livro ou documentos que se encontrem na repartição. Não 
há manifestação da vontade do Estado nessa emissão. 
En
un
ci
at
iv
os
 
São todos os atos 
em que a 
Administração 
Pública se limita a 
certificar ou atestar 
determinado fato 
ou a emitir uma 
opinião a cerca de 
um tema definido 
Atestados 
São atos pelos quais a Administração comprova um fato ou situação de 
que tenha conhecimento por seus órgãos competentes. Presta-se à 
comprovação de fatos ou situações passíveis de modificação freqüente. 
Pu
ni
tiv
os
 
Atos que contém 
uma sanção 
imposta pela 
Administração 
àqueles que 
infringem 
disposições legais. 
 
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11 
f) Formas de extinção: A extinção do ato administrativo poderá ocorrer nas hipóteses de 
cumprimento de seus efeitos, mediante o esgotamento do conteúdo jurídico, da execução material ou pelo 
implemento de condição ou termo; em face do desaparecimento do sujeito ou do objeto; pela retirada do ato 
pelo Poder Público, pela revogação, anulação, cassação, caducidade ou contraposição; ou ainda pela renúncia. 
 
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1 
I. REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS – INTRODUÇÃO: 
a. A. D. I – 2135 / DF (Ação Direta de Inconstitucionalidade)→ Art. 39 / CF (1988) Regime 
estatutário (não podendo mais ser contratado pela CLT)→ Regime Jurídico (único): Lei 8.112 é 
o regime estatutário → Emenda Constitucional 19/98 que autoriza a contratação por CLT;→ 
STF/CAUTELAR efeito repristinatório do Art. 39 CF. 
b. Estabilidade: art. 28 da E.C 19/98. Todo servidor que ingressou na Adm. Pública antes da 
promulgação da emenda adquire a estabilidade em 2 anos. 
c. Características→ Unilateral → Não existe direito adquirido em face a alterações sofridas após a 
investidura! 
II. APLICAÇÃO: SERVIDOR PÚBLICO EMPREGADO PÚBLICO (CLT) - NÃO
 APLICA A 8.112/90 
 
1. ADMINISTRAÇÃO DIRETA; 1. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
2. AUTÁRQUICA; 2. EMPRESA PÚBLICA 
3. FUNDACIONAL PÚBLICA. 
 
III. CARGO PÚBLICO: CONJUNTO DE ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADE QUE DEVEM SER 
COMETIDAS A UM SERVIDOR 
 
4. CARGO EFETIVO CARREIRA (PROMOÇÃO – CLASSES) 
ISOLADO (NÃO ADMITE PROMOÇÃO) 
 
5. CARGO COMISSIONADO (LIVRE NOMEAÇÃO E EXONERAÇÃO – 
OCUPADO POR EFETIVO (DESIGNADO) OU SEM VÍNCULO (NOMEADO)) 
 
IV. EDITAL – CONVOCAÇÃO – REGRAS DO CONCURSO, REQUISITOS PARA INVERSTIDURA 
(1. SER BRASILEIRO 2. IDADE MÍNIMA 18 ANOS 3. ESTAR EM GOZO DOS DIREITOS 
POLÍTICOS 4. ESTAR EM DIA COM AS OBRIGAÇOES MILITARES E ELEITORAIS 5. TER 
O NÍVEL ESCOLAR PARA O CARGO 6. TER APTIDÃO FÍSICA E MENTAL PARA O 
CARGO). PRAZO DE ATÉ 2 ANOS, PRORROGÁVEL POR IGUAL PERÍODO. 
PERCENTUAL PARA ENTRADA DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS, MÍNIMO 
DE 5% ATÉ 20%. PARCELA ARRENDONDÁVEL PARA O PRÓXIMO NO. INTEIRO. 
PRIORIDADE DE NOMEAÇÃO DO P.N.E. DEVE HAVER A COMPATIBILIDADE ENTRE A 
DEFICIÊNCIA E A ATRIBUIÇÃO DO CARGO. 
 
V. CONCURSO – DE PROVAS OU DE PROVAS E TÍTULOS, PODE HAVER CURSO DE 
FORMAÇAO SE CONDIZENTE COM A FUNÇÃO. O CANDIDATO APROVADODENTRO 
DO NÚMERO DE VAGAS TEM DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. 
 
VI. NOMEAÇÃO – PROVIMENTO ORIGNÁRIO – CONVITE À ACEITAÇÃO PELO CANDIDATO 
PARA INVESTIDURA (POSSE) EM 30 DIAS IMPRORROGÁVEIS. PODE-SE ENCAMINHAR 
À POSSE PROCURADOR COM PODERES ESPECÍFICOS. CONSEQUÊNCIA JURÍDICA DO 
NÃO ATENDIMENTO: TORNA-SE SEM EFEITO A NOMEAÇÃO. 
 
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2 
VII. POSSE – INVESTIDURA EM CARGO PÚBLICO. ACEITAÇÃO DO CONVITE EFETUADO – 
PODE SER POR PROCURAÇÃO - PRAZO DE 15 DIAS PARA EXERCÍCIO. CONSEQUÊNCIA 
JURÍDICA DO NÃO ATENDIMENTO: SERVIDOR EXONERADO. APRESENTAÇÃO DOS 
REQUISITOS PARA O CARGO. DECLARAÇÃO DE BENS. DECLARAÇÃO DE 
INACUMULAÇÃO DE CARGOS. APTIDÃO FÍSICA E MENTAL. NA POSSE A PESSOA É 
SERVIDORA! 
 
VIII. EXERCÍCIO – EFETIVO CUMPRIMENTO DAS ATRIBUIÇÕES DO CARGO. 
 
IX. FORMAS DE PROVIMENTO 
 
NOMEAÇÃO PROVIMENTO ORIGINÁRIO 
PROMOÇÃO MOVIMENTAÇÃO VERTICAL DE UMA CLASSE PARA 
OUTRA. (progressão funcional é a movimento de padrão para outro! 
Horizontal) 
READAPTAÇÃO 
(excedente) 
LIMITAÇÃO NA CAPACIDADE FÍSICA E MENTAL DO 
SERVIDOR – SENDO PROVIDO EM OUTRO CARGO 
SEMELHANTE 
REVERSÃO (excedente) 
APOSENTADO POR INVALIDEZ (OBRIGATÓRIA) OU 
VOLUTÁRIA (INTERESSE DA ADM: requisitos: I. a pedido II. 
primeiros 5 anos III. estável IV. não tem 70 anos e V. cargo vago) 
APROVEITAMENTO 
DISPONIBILIDADE – COM REMUNERAÇÃO PROPORCIONAL 
AO VENCIMENTO (EXTINÇÃO DE CARGO OU 
RECONDUZIDO, REINTEGRAÇÃO DE DEMITIDO) 
REINTEGRAÇÃO 
DEMITIDO – POR P.A.D COM AMPLA DEFESA, SENTENÇA 
JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO OU INABILITAÇÃO EM 
AVALIAÇÃO PERIÓDICA DE DESEMPENHO. 
RECONDUÇÃO 
SERVIDOR ESTÁVEL: 
I. REINTEGRADO SERVIDOR NO CARGO ATUALMENTE 
OCUPADO 
II. INABILITADO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO 
III. A PEDIDO – ENQUANTO DURAR O ESTÁGIO 
PROBATÓRIO 
 
X. FORMAS DE VACÂNCIA 
 
1. Falecimento • Formas simultâneas de provimento e 
vacância 
8. Posse em cargo inacumulável 
2. Exoneração 5. Promoção* 
3. Demissão 6. Readaptação* 
4. Aposentadoria 7. Recondução* (doutrina) 
 
 
 
 
 
D 
E 
R 
I 
V 
A 
D 
A 
S 
 8.1) Acumulação legal de cargos – Rol 
Taxativo (Compatibilidade de Horários): 
 
• Dois cargos de professor 
• Um cargo de professor e um cargo 
público técnico ou científico 
• Médio com formação 
específica 
• Superior 
 
• Dois cargos (saúde) – Regulamento 
• Membro Ministério Público, Magistrados, 
MTCU + um cargo de professor. 
• Vereador com qualquer cargo público 
8.2) Acumulação Ilegal de cargos: 
 
 - Servidor será notificado pelos chefes imediatos para opção entre os cargos. 
Prazo: 10 dias consecutivos a partir da notificação. 
 - Não optando será instaurado P.A.D – Sumário. (vide tabela de processos 
administrativos) 
 - No prazo para defesa NOVA CHANCE DE OPÇÃO – Se opta, caracteriza 
BOA-FÉ – Torna-se pedido de EXONERAÇÃO no outro Órgão. 
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3 
XI. ESTÁGIO PROBATÓRIO E ESTABILIDADE 
 
Estágio Probatório → Subjetivo (cargo): 
 
 3 36 meses de Estágio Probatório 
 3 Homologação: Inicia quatro meses antes do término do estágio probatório. 
 3 Conceito: É uma avaliação da aptidão e a capacidade do servidor para o exercício do cargo, realizada 
em cima dos fatores: RAPCiD 
 
esponsabilidade 
ssiduidade 
rodutividade 
apacidade de niciativa 
isciplina 
 
 3 Inicia-se o processo homologatório 4 meses antes de findo o prazo (a avaliação continua sendo 
realizada). 
 
 Resultado: a) Habilitação 
b) Inabilitação Estável Æ Reconduzido 
 Não Estável Æ Exonerado 
 
Estabilidade → Objetivo (serviço): 
 
 3 Três (3) anos (art. 28 da EC 19/98 – Aquele que já era servidor antes da emenda – tem direito de 
adquirir a estabilidade em 2 anos). 
 3 Aprovação em Estágio Probatório Æ aprovação em avaliação especial 
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4 
 
XII. REMOÇÃO – REDISTRIBUIÇÃO – CESSÃO - SUBSTITUIÇÃO 
 
 
REMOÇÃO 
 
 
REDISTRIBUIÇÃO 
 
CESSÃO (REQUISIÇÃO) 
• Do Servidor 
• Mesmo Órgão 
 
• Somente Cargo: 
o Ocupado 
o Vago 
• Órgãos diferentes 
• Mesmo Poder e 
Esfera 
 
• Do Servidor 
• Órgãos diferentes 
• Poderes diferentes 
• Esferas diferentes 
• Ocupar: Cargos ou Funções 
Comissionados (Chefia, Direção, 
Assessoramento) 
 
MODALIDADES 
• Ofício: A interesse 
Público – Servidor tem de 
10 a 30 dias para 
comparecimento na nova 
sede. 
• A pedido: (vinculam a 
Adm.): 
 *Remoção de Ofício do 
Cônjuge ou do 
companheiro 
*Doença no servidor 
(CAD – Cônjuge, 
Ascendência, 
Descendência - 
Dependente Financeiro 
que constem 
Assentamento funcional. 
 *Concurso de remoção 
 
 
Pressupõe-se o interesse 
público 
 
• Servidor em estágio probatório só 
poderá ser cedido para ocupar DAS 
4, 5 ou 6. 
• No Órgão de lotação o servidor em 
Estágio Probatório poderá exercer 
qualquer Cargo ou Função 
Comissionada. 
 
• Retribuição: 
o O servidor poderá optar por 
receber o cargo efetivo + % 
da comissão ou apenas a 
comissão. 
SUBSTITUIÇÃO- (CESPE) – RETRIBUIÇÃO A PARTIR DO 1º DIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão 
substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou 
entidade 
• O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de 
direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância 
do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período 
• O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos 
casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de 
efetiva substituição, que excederem o referido período – CESPE – a partir do 1º dia. 
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5 
XIII. DIREITOS E VANTAGENS 
 
1. REMUNERAÇÃO: é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes 
estabelecidas em lei. 
• Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. 
 Mínimo: Salário Mínimo 
• Limites da remuneração 
 Máximo: Teto do STF 
 
• O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível. 
 
• Sobre os descontos: 
o Regra geral: Impenhorabilidade (insuscetível de arresto e seqüestro) 
ƒ Verba alimentícia é a exceção (determinação judicial) 
o Podem ser autorizados descontos permitidos em lei (sindicato, plano de saúde, empréstimo 
consignado) 
o As reposições e indenizações ao erário serão previamente comunicadas ao servidor ativo, 
aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser 
parceladas, a pedido do interessado desde que não sejam inferiores a 10% da remuneração. 
o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a 
reposição será feita imediatamente, em uma única parcela. 
o O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou 
disponibilidade cassada, terá o prazo de 60 dias para quitar o débito, sob pena de inscrição na dívida 
ativa. 
 
2. DAS INDENIZAÇÕES: (não incorporam, não recolhem IRRF, nem PSSS) 
 
Ajuda de Custo Diária Ind. de Transporte Auxílio Moradia

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