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1 Disciplina: Fruticultura Tropical Prof.: Reginaldo Gomes Nobre CCTA - Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar UAGRA - Unidade Acadêmica de Ciências Agrárias Campus de Pombal - PB Aula 4 A cultura do Maracujazeiro 2 » O maracujá é originário da América Tropical. Encontra no Brasil condições excelentes para seu cultivo, onde registra mais de 150 espécies nativas. Introdução - A cultura do Maracujazeiro » Nomes populares: Maracujá, Maracujá peroba, Maracujá comum, Maracujá doce, Maracujá mirim, Maracujá redondo, Maracujá preto, Maracujá roxo, etc. » Na língua tupi: significa “mara kuia” (Alimento dentro da cuia). 3 Introdução - A cultura do Maracujazeiro / Centro de Origem » 95% das espécies encontram-se distribuídas na América do Sul (Vanderplank,1996) 4 Introdução - A cultura do Maracujazeiro / Centro de Origem » O Brasil é o maior produtor mundial; » Produção de 630 mil toneladas, » Área de aproximadamente 45 mil hectares, onde se cultiva o maracujá amarelo (Passiflora edulis f flavicarpa Deg.) com cerca de 95% dos plantios e o maracujá doce (Passiflora alata Dryander) apenas 05%. » A Bahia é o principal produtor, em seguida, o Estado de SP, SE e MG. » A primeira referência ao maracujá, no Brasil, foi em 1587 no Tratado Descritivo do Brasil como "erva que dá fruto". » Porém, foi Nic. Monardis quem, em 1569, descreveu a primeira espécie do gênero Passiflora, a saber P. incarnata L., mas sob o nome de Granadilla. ‘Passiflora’ – Lineu (1753) 5 Introdução - A cultura do Maracujazeiro » Propriedades terapêuticas: Sedativo, Hipnótico, Sonífero e Anti-helmíntica. » Toxicidade: A maracugina em ratos, em pequenas doses é sedativa e em grandes doses é letal. » As raízes da P. quadrangularis L., (maracujá-açú) são venenosas e tem um princípio ativo a Passiflorine, que em pequenas doses é anti-helmíntico, porém, em grandes doses provoca vômito, convulsões, paralisia e morte. O maracujá-açú apresenta nas folhas, pele e sementes imaturas, ácido hidrocianico. » Ação Farmacológica: A presença de alcalóides em folhas, tipo harmana (passiflorine) deter. ação inibidora da Mono Amino Oxidase - MAO e daí, tem sedativa sobre o Sist. Nervoso Central. Tem calmofilase e maracugina (sedativos). » Usos: alimentação humana, na forma de sucos, doces, geléias, sorvetes, licores etc. O seu suco é uma boa fonte de vitamina A (2.400 mg/100g) e C (30 mg/100g) além daquelas do complexo B, B1 (0,003 mg/100g), B2 (0,13 mg/100g) e B5 (2,42 mg/100g). É rico em minerais como cálcio (13 mg/100g), fósforo (1,7 mg/100g), e ferro (1,6 mg/100g). 6 Introdução - A cultura do Maracujazeiro » Usos: Suco Simples e Concentrado; Suco em Pó; Néctar; Licor; Vinho e Geléia, etc. 7 Introdução - A cultura do Maracujazeiro » Diferenças entre espécies - Segundo estudos de Lutomski, J. e colaboradores na Polônia, comprovaram que na P. edulis flavicarpa (de casca amarela) tem 6 vezes mais alcalóides, particularmente a Harmina e 3,5 menos carotenóides que a fruta de casca vermelha. » Composição química das sementes: tem óleo constituído por ácido graxos (ácido esteárico, palmítico, araquídico, oléico, linoleico e linolênico); além de Ca, Fe e P. » Composição química das folhas: Princípios amargos - alcaloide e maracugina; Tanino; Resina. » As raízes e ramos apresentam pequenas quantidades de substâncias cianogênicas. 8 Introdução - A cultura do Maracujazeiro » Composição química do fruto: Alcalóides indólicos; Harmana - passiflorine; Flavonóides; Vitaminas: B1(0,03mg); B2 (0,13mg); C (30,0mg); Retinol (70,0mg); Proteínas (2,2g); Lipídios (0,7g); Glicídios (21,2g); Cálcio (13,0mg); Fósforo (17,0mg); Ferro (1,6mg); Amilopectina. O maracujá tem aroma e acidez acentuados. O pH do suco de maracujá varia de 2,8 a 3,3, acidez de 2,9 a 5,0%, sólidos solúveis de 12,5 a 18,0%, açúcares totais de 8,3 a 11,6%, açúcares redutores de 5,0 a 9,2%, ácido ascórbico de 7,0 a 20,0 mg/100g, niacina de 1,5 a 2,2 mg/100g e o potássio de 140 a 278 mg/100g. 9 » Principais produtores e consumidores de maracujá no mundo - Brasil, Colômbia, Peru e Equador (principais produtores de maracujá). O mercado internacional de suco concentrado e polpa de maracujá é dominado pelo Equador, Colômbia e Peru. Esses países aparecem como grandes exportadores. Introdução - A cultura do Maracujazeiro » Os principais países importadores de suco e polpa de maracujá são a Alemanha e a Holanda. » No tocante ao mercado de fruto in natura, os países africanos são os maiores produtores dos frutos de cor roxa e os países sul-americanos os maiores produtores dos frutos de cor amarela. Os principais países importadores são o Reino Unido, a França e a Bélgica. » O Brasil é o principal produtor e consumidor mundial de maracujá. 10 Introdução - A cultura do Maracujazeiro » Importância da Cultura do Maracujazeiro • Opção para pequeno produtor (pred. 1 à 4 ha) • Retorno econômico rápido • Boa remuneração • Mercados ao natural ou indústria • Ciclo curto 11 Introdução - A cultura do Maracujazeiro • Pragas e Doenças • Defensivos agrícolas registrados • Viroses • Oscilação de preço (algumas regiões) • Mão-de-obra » Problemas que Afetam a Exploração da Cultura do Maracujazeiro 12 Introdução - A cultura do Maracujazeiro / Importância da Cultura O Brasil continua sendo o maior produtor e consumidor mundial de maracujá. Dados preliminares do IBGE, indicam que foram colhidas mais de 510.000 toneladas de frutos em 41.500 ha, no decorrer da safra 2013/14, o que deve significar uma queda de 15% em relação à safra 2012/13, que foi de 612.000 toneladas. 13 Ornamental Fungicidas Rações Fruta fresca Suco Outras Polpa congelada Doces, sorvetes, bebidas Farmacêutica Perfumaria 14 ESPÉCIE PROPAGAÇÃO DESTINO ESPÉCIE PROPAGAÇÃO 1978 30% Fruta fresca 70% Indústria 1999 60% Fruta fresca 40% Indústria 2005 50% Fruta fresca 50% Indústria SEXUADA MARACUJÁ AMARELO 15 Volume e preços mensais do maracujá na Ceagesp 2008 16 Panorama Nacional da Cultura do Maracujazeiro Produção brasileira de Maracujá Amarelo por Região 17 Panorama Nacional da Cultura do Maracujazeiro Produção brasileira de Maracujá Amarelo por Região Fonte: Agrianual, 2010 (dados originais do IBGE) Aumento significativo de produção da região NE, em relação aos anos anteriores e também aumento de produtividade 18 Panorama Nacional da Cultura do Maracujazeiro Produção brasileira de Maracujá Amarelo por Estados 19 Taxonomia » Denominação Comum • Maracujá » Ordem • Passiflorales » Família • Passifloraceae (~18 gêneros e 630 espécies) » Gênero • Passiflora (24 subgênero e 465 espécies: 150 a 200 nativas do Brasil – 60 frutos comestíveis) » Espécies • Passiflora edulis sims • Passiflora edulis f. flavicarpa – mais importante no Brasil • Passiflora alata (maracujazeiro doce) 20 Taxonomia » Principais Espécies ▪ Passiflora edulis Sims. Conhecido como maracujá roxo. Fruto púrpura quando maduro, polpa doce e aromática. Propagação por sementes ou estacas. Pode ser utilizado como anti-helmíntico. ▪ Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg. Conhecido como maracujá amarelo ou azedo. Os frutos são amarelos quandomaduros. É a espécie mais cultivada. ▪ Passiflora alata Dryand. Conhecido como maracujá doce. Frutos ovóides, amarelos ou laranja brilhantes quando maduros. Propagação por estacas e sementes. Possui propriedade anti-helmíntica. 21 Taxonomia » Principais Espécies ▪ Passiflora edulis Sims. ▪ Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg. ▪ Passiflora alata Dryand. 22 Taxonomia » Outras Espécies ▪ Passiflora cincinnata Mast. Conhecido como maracujá-do-mato. Essa espécie, de ampla distribuição geográfica, possui potencial de uso em programas de melhoramento vegetal, pela tolerância a Phytophtora sp., a nematóides (Meloidogyne sp.) e à bacteriose Xanthomonas campestris pv. passiflorae e contém apenas 21 acessos armazenados nos bancos de germoplasma do Brasil. ▪ Passiflora quadrangularis. Endêmica da região amazônica do Brasil. 23 Taxonomia » Outras Espécies 24 Taxonomia » Outras Espécies 25 • O gênero Passiflora compreende trepadeiras herbáceas ou lenhosas, raramente ervas eretas, espécies arbustivas ou pequenas árvores; caules cilíndricos ou quadrangulares, muito ramificados e, em algumas espécies, podem apresentar-se pilosos. Morfologia Seus representantes apresentam as características da família e diferem dos outros gêneros pela presença de cinco estames, cinco pétalas e cinco sépalas, pêlo ginandróforo ereto com estames de extremidades livres e com três estigmas. 26 Morfologia • As folhas são alternas, raramente opostas, inteiras, lobadas ou partidas e apresentam na axila, além de uma gavinha, uma gema florífera e uma gema vegetativa; - Ovais nas plantas novas e trilobadas nas adultas - 5 a 10 cm de comprimento ao longo da nervura central. 27 Morfologia • Hermafroditas • Coloração atraente, vistosas, perfumadas • Ovário súpero globoso • Parte inferior se inserem 5 filetes com anteras • Parte superior pistilo tripartido • Abundância de néctar Descrição das Flores 28 Morfologia • Auto-incompatibilidade Posição do estigma Dicogamia - protandria • Flores grandes e pólen pesado • Polinização entomófila mamangavas (Xilocopa spp.) • Flor abre-se as 12:00 e fecha-se as 20:00 – uma única vez • 300 óvulos/flor – mín. 190 grãos de pólen – fruto normal (Ruggiero, 1978) • Nº grãos de pólen transferidos aos estigmas = número de sementes e peso de frutos (Matsumoto e São José, 1991) Polinização 29 Morfologia • Baga globosa • Variável em tamanho, peso, coloração e sabor • 5-7,5 cm de diâmetro • Recoberto por uma camada de cera • Polpa amarelo-alaranjada, aromática • 200-300 sementes - com arilo • Climatérico Fruto 30 • P. edulis f. flavicarpa (Maracujá Amarelo ou Azedo) ▪ Frutos de alta qualidade p/ o mercado de frutas frescas, maiores e mais pesados que os atualmente obtidos na maioria dos pomares; ▪ Polpa bastante suculenta, de cor alaranjada, representando cerca de 47% do fruto; ▪ Principal vantagem: alta produtividade média, 2 a 3 vezes superior à média nacional. A IAC-277 produz em torno de 40-45 t/ha/ano, COM POLINIZAÇÃO MANUAL COMPLEM., que aumenta o enchimento dos frutos, o peso e o tamanho; Morfologia ▪ Dupla finalidade: cultivar desenvolvida p/ o mercado de frutas frescas, mas por ter casca menos espessa, elevado rendimento em polpa e alto teor de sólidos solúveis (15 a 17 ºBrix), pode ser utilizada também na agroindústria, como uma segunda opção de comercialização. 31 • P. edulis f. flavicarpa (Maracujá Amarelo ou Azedo) ▪ É uma planta trepadeira, sub lenhosa, de crescimento vigoroso continuo; sistema radicular é pouco profundo, caule trepador, folhas lobadas e verdes com gavinhas, gema florífera e gema vegetativa (origina rama) na axila da folha. ▪ Planta com caule circular, apresenta polinização cruzada, predominantemente (responsável por frutificação tamanho do fruto e % de suco). Morfologia ▪ Fruto completa desenvolvimento em 18 dias e amadurece em 80 dias (pós abertura da flor); tem formato ovóide (alguns oblongos), peso de 70-130g. O fruto maduro possui casca fina, cor amarelo- canário, polpa ácida, suco amarelo a amarelo-alaranjado. ▪ A planta tem produção entre 12-15 t/ha mas tem potencial para produções de 40-45 t/ha. Fruto com 30% de rendimento em suco. 32 • P. edulis f. flavicarpa (Maracujá Amarelo ou Azedo) Morfologia De forma Geral, o maracujazeiro entra em floração com 4- 5 meses de vida. A flor é hermafrodita com estigmas localizados acima das anteras (dificultando a polinização); o fruto - o maracujá - tem formato variado - globoso, ovóide oblongo, piríforme, 9 cm de diâmetro - cor variada - amarela roxa, esverdeada, avermelhada - Quando maduro, o fruto desprende-se e cai ao chão. O fruto murcha após 6 dias de caído. 33 Morfologia (trabalho experimental P. edulis f. flavicarpa - Maracujá Amarelo ) » O plantio foi realizado no dia 23/11/2005, no espaçamento de 3,0 x 3,0m, em espaldeira vertical com um fio de arame a uma altura de 2m do solo. A polinização das flores ocorreu de forma natural, sem interferência humana. » A colheita da primeira safra teve início em maio de 2006, estendendo-se até agosto do mesmo ano e da segunda safra de outubro de 2006 a junho de 2007. A coleta e contagem dos frutos foram realizadas semanalmente. Tabela 1 - Comprimento do ramo, diâmetro do caule e massa seca de raízes de maracujazeiro-amarelo plantado em diferentes tamanhos de cova e plantio direto sob manejo orgânico. 34 Morfologia (trabalho experimental P. edulis f. flavicarpa - Maracujá Amarelo ) Tabela 2 - Número de frutos por planta e produtividade de maracujazeiro-amarelo plantado em diferentes tamanhos de cova e plantio direto sob cultivo orgânico. 35 36 Morfologia 37 • Frutos – Globoso – Amarelo – Baga com 200 a 300 sementes – Polpa amarela a alaranjada Epicarpo (casca) Mesocarpo Arilo carnoso Endocarpo (polpa) Sementes Morfologia 38 Passiflora edulis - Maracujá roxo Espécie mais indicada para regiões de altitude maior e climas frios. Folhas e ramos verde-claro, flores com pétalas verdes por fora e branco por dentro. Frutos ovóides ou globosos, coloração purpúrea quando maduros, peso de 60 a 100 gramas, com rendimento e qualidade do suco semelhantes aos do maracujá amarelo e suco com maior % de açúcar e maior teor em sólidos solúveis (brix), acidez menor (suco mais "doce"), potencialidade de produção 30-40t./ha. 39 Passiflora alata - Maracujá doce Planta trepadeira, vigorosa, com caule quadrangular, as flores permanecem abertas durante o dia (abrem-se pela manhã e fecham-se à noite). Frutos com peso 80 a 300g, polpa com sabor "doce acidulado" (enjoativo se tomado como refresco), próprio para consumo como fruto fresco. O rendimento em suco é menor que o do amarelo (14-20%), possui baixa acidez. É muito apreciado pelos consumidores europeus por boas características (tamanho, cor externa e aroma). • Cultivado no Brasil sendo 98% em SP • Planta vigorosa e pouco problema com doenças de solo; • Fruto periforme ou ovais, amarelo a alaranjado com aroma característico; • Consumo ao natural 40 Morfologia • Passiflora alata • Folhas – Simples • Caule e ramos – Quadrangular • Flor – Pouco problema de incompatibilidade 41 Florescimento e frutificação Fatores que interferem Florescimento e Frutificação do MaracujáFlorescimento Frutificação Fotoperíodo Polinização Temperatura Curvatura do estilete Umidade relativa Macho-esterelidade Nutrição Auto-imcompatibilidade Alta UR% Abelhas 42 Florescimento e frutificação Floração do Maracujazeiro Amarelo A flor abre apenas uma vez 43 Florescimento e frutificação Floração do Maracujazeiro Amarelo / Polinização » Polinização natural • Mamangava • Estiletes florais curvados sobre as anteras • Não pulverizar durante a abertura da flor • Frutificação pelo inseto 75% (MELETI, 1996) » Apis melifera • prejudicial 44 Florescimento e frutificação Floração do Maracujazeiro Amarelo / Polinização » Polinização natural » Método para saber se há mamangavas em quantidade certa na área ▪ Em dia de sol ▪ Marcar 2 flores abertas em 50 plantas para 2 ha ▪ 4 dias após marcação avaliar pegamento ▪ > 40% quantidade de mamangava adequada 45 Florescimento e frutificação Floração do Maracujazeiro Amarelo / Polinização » Polinização Artificial » Carência de mamangavas ▪ Plantações extensas (400 m) ▪ Polinização manual ▪ 2-3 pessoas/ha ▪ 13:30 as 17:30 ▪ Impregnar o dedo com pólen de várias plantas Fotos: Dantas et al. (2006) 46 Florescimento e frutificação Escolha da Cultivar de Maracujazeiro » Amarelo ou azedo (Passiflora edulis f. flavicarpa) • Atende o mercado nacional ▪ Mercado fruta fresca: maiores e pesados → IAC 273, IAC 277, FB-200 ▪ Agroindústria: casca fina, coloração interna intensa, sólidos solúveis elevado (maior rendimento em suco) → IAC 275, FB-100 ▪ Novos cultivares → BRS Gigante amarelo, BRS Ouro vermelho, BRS Sol do Cerrado 47 CULTIVARES (Maracujá-amarelo) Acesso FB100 da Companhia Maguary Três híbridos intra-varietais: 'IAC-273', 'IAC-275' e ‘IAC-277’ - EMBRAPA CERRADOS (2008) BRS Gigante Amarelo tolerante à antracnose e bacteriose BRS Ouro Vermelho tolerante à doenças foliares do maracujazeiro BRS Sol do Cerrado tolerante à doenças foliares do maracujazeiro 48 Florescimento e frutificação Escolha da Cultivar de Maracujazeiro » Roxo (Passiflora edulis Sims) • Utilizado como suco ou fruta fresca • Consumido na Austrália e África do Sul • Regiões de clima mais ameno e elevadas altitudes • Baixo rendimento industrial. → IAC - Paulista 49 Florescimento e frutificação Escolha da Cultivar de Maracujazeiro » Doce (Passiflora alata Dryand. ) • Produção e comercialização limitadas • Mercado de fruta fresca • Não há cultivares no mercado 50 Florescimento e frutificação Instalação da cultura do Maracujazeiro » Escolha das Cultivares • Não produzir maracujá amarelo e roxo na mesma área; • Cruzamento natural, resultando em fruto de casca rosada, com menor valor comercial e inadequado para exportação; • Se for necessário maior proximidade entre os campos, pode-se utilizar barreiras vegetais densas, que impeçam o vôo da mamangava de um campo para o outro. 51 Florescimento e frutificação Instalação da cultura do Maracujazeiro » Condução • Espaldeira • Latada 52 Florescimento e frutificação Instalação da cultura do Maracujazeiro » Condução – Espaldeira Vertical • Entre plantas 4-6 m • Entre linhas: 4,0 ou 3,5 m (mecanizado) 2,5 m (cultivo manual) • Tutoramento e poda 53 Florescimento e frutificação Instalação da cultura do Maracujazeiro » Condução – Latada ou Caramanchão • Maior produtividade • Arames 10 ou 14 • Malha de suporte a 1,80m • Postes: de 4 x 4 m a 6 x 6 m • Plantio entre os postes • Maior problema com doenças • Comprimento máximo 60 m 54 Produção de mudas » Métodos de multiplicação - Semente prático custo baixo - Enxertia - Estaquia 55 Propagação por sementes • Processo – Retirada das sementes – Retirada do Arilo • Esfregaço ou fermentação seguido de esfregaço – Secagem das sementes – Tratamento com thiran (fungicida) (2 a 3 g/kg de sementes) – Armazenamento: geladeira entre 5 a 10ºC – Semeadura • Substrato • Sacolas • Numero de sementes por sacola 56 Propagação por sementes 57 Propagação por sementes » Semeadura em tubetes ▪ Preferência viveiristas - Facilidade manuseio - Alta rotatividade - Preço baixo - Entrega mudas sadias ▪ Mudas prontas: 8 folhas e 20 cm de altura ▪ Sistema radicular enovelado ▪ Contaminação no campo Fotos: Prof. Ruggiero (1999) 58 Propagação por sementes » Semeadura em Sacolas ▪ Aptas para plantio - emissão 1ª gavinha - 45 a 60 dias • Utilização de mudas sadias produzidas em viveiros protegidos • A utilização de mudas grandes, com 50 a 60 cm • Aptas para plantio – 80 dias 59 Propagação por estaquia • Projeto interessante possibilitando selecionar os melhores clones; • Possibilita multiplicar porta- enxertos; • Risco de transmissão de doenças. porta-enxertos promissores P. gilberti, P. alata, P. caerulea, P. nitida 60 Reprodução por enxertia Algumas vantagens • Obtenção de plantas filhas igual a planta mãe; • Controle de nematóides; • Resistência à seca; • Resistência à Phytophthora; • Morte prematura de plantas; • Qualidade dos frutos; • Qualidade do suco; • Possibilidade de multiplicar híbridos; • Aumento da longevidade. 61 62 Sequência de etapas para realização da enxertia hipocotiledonar. A) Corte da plântula na região do colo para a obtenção do garfo. B) Garfo. C) Realização dos cortes para a formação da cunha e a exposição dos tecidos vasculares. A B c 63 Sequência de etapas para realização da enxertia hipocotiledonar. D) Corte da plântula abaixo dos cotilédones para obtenção do porta enxerto. E) Porta- enxerto. F) Realização do corte para a formação do porta enxerto. D E F 64 Sequência de etapas para realização da enxertia hipocotiledonar. G) justaposição de enxerto e porta enxerto. E) colocação fita. F) muda enxertada. 65 Sequência de etapas para realização da enxertia hipocotiledonar. 66 Percentagens de germinação das sementes (%) de sete espécies de passifloras silvestres, no período de 30-10-2001 a 02-04-2202, Jaboticabal-SP. 67 Percentagens de enxertos pegos pela enxertia hipocotiledonar em maracujazeiro-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa) em sete espécies de passifloras silvestres, no período de 30-10- 2001 a 02-04-2002, Jaboticabal-SP. 68 Número de enxertos pegos pela enxertia hipocotiledonar em maracujazeiro-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa) em sete espécies de passifloras silvestres, no período de 30-10-2001 a 02-04-2202, Jaboticabal-SP. 69 Eletromicrografias de varredura da região da enxertia em mudas de maracujazeiro-amarelo pela enxertia hipocotiledonar, sobre o porta-enxerto Passiflora alata. A) Corte da fenda no momento da enxertia (tempo 0 dia). B) Região da enxertia, com as peças já soldadas, seis dias após (tempo 6 dias). C e D) Região da fenda e da cunha, mostrando tecido parenquimático cicatricial, seis dias após a realização da enxertia (tempo 6 dias). 70 Eletromicrografias de varredura da região da enxertia em mudas de maracujazeiro-amarelo pela enxertia hipocotiledonar, sobre o porta-enxerto Passiflora edulis f. flavicarpa. E) Peças ainda soldadas, três dias após (tempo 3 dias). F) Peças aindanão soldadas, seis dias após (tempo 6 dias). G e H Região da enxertia com as peças já soldadas, mostrando tecido parenquimático cicatricial, nove dias após (tempo 9 dias) 71 Número de flores das plantas de maracujazeiro amarelo, produzidas p/ enxertia hipocotiledonar em plântulas de 5 espécies de passifloras silvestres, em pomar experimental, no período de 12-2002 a 01-2003, em Araguari-MG. Dados obtidos para 5 m lineares. x. 72 Produção total, (Kg Colheita –1), das plantas de maracujazeiro-amarelo produzidas p/ enxertia hipocotiledonar em plântulas de 5 espécies de passiflora silvestres, em pomar comercial, no período de 24-02 a 11- 03-2003, em Araguari- MG. Dados obtidos p/ uma parcela de 4 plantas, em espaçamento 3 x 5 m. 73 Ciclo da cultura Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Produção de mudas Condução das plantas Florescimento Colheita 74 Implantação e condução » Preparo do solo: realizar adubação e calagem de acordo com resultado de análise do solo. Em solos arenosos e pobres em matéria orgânica ... » Aração, gradagem, nivelamento ... » Plantio • início do período das chuvas • área, arada e gradeada • covas de 40 x 40 x 40 cm ou 30 x 30 x 30 cm • 200 a 660 mudas/ha, conforme espaçamento 75 Implantação e condução » Calagem • análise do solo - Saturação de bases <60% elevar para 80% - Calagem 60-90 dias antes do transplante » Preparo de covas - Dimensões » Sistema de irrigação » Espaçamento 3 a 4 m entre linhas (mecanizado) e 2,5 m (manual) 4 a 6 m entre plantas 76 Implantação e Condução • Adubação de Plantio – Seguir recomendação conforme diagnóstico da análise do solo • De maneira geral – Esterco de curral, esterco de galinha ou outro composto – 200g de P2O5 – 4g de Zinco – 1g Boro – Ou 50g de FTE BR12 • Adubação de formação – 30 dias após o plantio: 10g N – 60 dias após o plantio: 15g N – 90 dias após o plantio: 50g N + 50g K2O 77 » Adubação Implantação e Condução Nitrogênio (N) - é de fundamental importância para o crescimento e a formação vegetativa do maracujazeiro. Tem grande efeito sobre a produção, estimulando a formação de gemas floríferas. Fósforo (P) - é responsável pelos processos de armazenamento e transferência de energia necessária aos processos biológicos da planta. Potássio (K) - funciona como ativador enzimático e participa nos processos de abertura e fechamento de estômatos e na fotossíntese. Cálcio (Ca) - tem função estrutural, como constituinte das paredes celulares, conferindo elasticidade a elas. Participa do funcionamento de membranas e tem papel na absorção iônica. Magnésio (Mg) - é componente da molécula de clorofila, além de ativador enzimático. Esse nutriente participa de processos de absorção iônica, fotossíntese e respiração. 78 » Adubação Implantação e Condução Micronutrientes - Embora requeridos em quantidades muito pequenas pelas plantas, os micronutrientes desempenham uma série de funções vitais no metabolismo vegetal. O boro está ligado à translocação de carboidratos na planta. Os elementos cobre, ferro, manganês e zinco são ativadores enzimáticos da fotossíntese, da respiração e do metabolismo de nitrogênio, entre outros. Já o molibdênio está relacionado ao processo de utilização de nitrogênio pelas plantas. 79 » Recomendações de adubação Implantação e Condução 80 Hawai – 1978 Renovação: 05 anos Espaldeira: 3 metros Brasil – a partir 2005 Renovação: máxima 02 anos (anual alguns casos) Espaldeira: 2 m 81 Implantação e Condução » Sistema de condução: necessita de suporte para proporcionar uma boa distribuição dos ramos e garantir assim, maior produção de frutos. Os sistemas mais utilizados são o de espaldadeira vertical composta de 1 a 3 fios, o de caramanchão ou em forma de "T". Um único broto deverá ser conduzido através de um tutoramento até o arame situado no topo dos mourões para a formação natural da ramagem. As plantas novas deverão ser tutoradas; Realização de desbrotas; Poda de formação; Dos brotos que surgirem serão escolhidos dois; vistoriar/estrangulamento. 82 Implantação e condução • Condução – Espaldeira vertical – Espaldeira em “Cruz” e em “T” 83 Poda de formação Espaldeira com um fio a 2 m do solo 84 Poda em cortina 85 Implantação e Condução 86 Condução em caramanchão 87 Implantação e Condução • Adubação • Poda • Polinização artificial • Tratamentos fitossanitários • Colheita 88 • Poda – Poda de formação • Eliminação do broto terminal (A) • Emissão de brotos laterais (B) • Poda para forçar desenvolvimento de gemas laterais para formação de ramos produtivos (C) • Formação da cortina pelos ramos • Produtivos (D) – Poda de renovação Implantação e Condução (Lima e Cunha, 2004) 89 Implantação e Condução 90 Implantação e Condução / Poda 91 Tratos Culturais » Plantas daninhas ▪ A cultura livre de plantas daninhas ▪ Sistema radicular do maracujazeiro pouco profundo ▪ Entre linhas – roçadeira ▪ Na linha de plantio - capina 92 Manejo Fitossanitário • Pragas – Lagartas • (Dione juno juno, Agraulis vanillae vanillae) – Dano: destroem as folhas; 93 • Principais pragas – Percevejos (Diactor bilineatus, Holhymenia clavigera) • sugam os botões florais e frutos novos; • provocando a queda dos mesmos ou deformação dos frutos. Manejo Fitossanitário 94 • Principais pragas – Broca da haste (Philonis passiflorae) Manejo Fitossanitário 95 • Principais pragas – Mosca das frutas • (Ceratitis capitata, Anastrepha spp.) – Mosca do botão floral • (Neosilba pendula) Manejo Fitossanitário 96 • Principais pragas – Abelha Arapuá (Irápuá) • destrói a base do botão floral – Abelha doméstica (Apis mellifera) • Retira o pólen das flores impedindo o processo de polinização Manejo Fitossanitário 97 • Principais pragas – Ácaros (Brevipalpus phoenicis, Polyphagotarsonemus latus, Tetranychus sp) – Dano: Queda de folhas Manejo Fitossanitário 98 • Principais doenças – Podridão do colo e das raízes • (fungos do gênero Phytophthora) – Morte prematura • causa não está identificada; • relação com fungos dos gêneros Phytophthora e Fusarium e também com nematóides; Murcha de Fusarium (Fusarium oxisporum) Manejo Fitossanitário 99 • Bacteriose – (Xanthomonas campestri pv passiflorae) • uma das mais importantes doenças da cultura; • causa manchas angulares com contornos oleosos principalmente nas folhas e frutos; • sistêmica Manejo Fitossanitário 100 • Antracnose (Coletotrichum gloesporioides) – problema no período do verão em épocas de alta umidade no pomar; – manchas circulares e pardacentas nas folhas; – intensa desfolha e seca de ponteiros de ramos. 101 • Verrugose ou Cladosporiose (Cladosporium herbarum) – maior problema em período de temperatura amena; – causa sintoma parecido com verrugas nas nos frutos; – pequenas lesões circulares nas folhas, que evoluem para perfurações, lesões alongas e deprimidas nos ramos e nos botões florais. 102 • Viroses – O mais importante é o Vírus do Endurecimento dos Frutos (“Passion Fruit Woodiness Vírus” – PWV); – sintomas de mosaico –frutos ficam deformados, casca endurecida, sem valor comercial. 103 » Realizado duas vezes por semana » Catação dos frutos caídos » Perecível, murcha - Após a colheita: • Lavar, secar, aplicar recobrimentos • Classificar e embalar em caixas de papelão - Armazenamento: • 7 a 10°C – suscetíveis ao dano de frio • 90 a 95% UR Colheita e Pós-colheita 104 » Entrevista dos 15 maiores atacadistas, responsáveis por 76% da comercialização de maracujá azedo na CEAGESP. Colheita e Pós-colheita » Características desejáveis: - Pesado (27%) - Sem manchas (25%) - Graúdo (13%) - Amarelo (13%) » Características indesejáveis: - Manchado (25%) - Miúdo (11%) - Verrugose (10%) - Leve (9%) Fonte: Dra. Anita Gutierrez (Ceagesp) 105 Pós-colheita » Classificação e tratamento (água clorada 1,5% e fungicida) » Caixas tipo K (495 x 355 x 220 mm) - 16 kg » Fruto para processamento, granel ou em sacos de nylon » Cotação fixada por peso » Conservação: 14 ºC a 95% (3-5 semanas) (ARJONA et al., 1992) 106 Classificação Mercado Atacadista Fonte e foto: Dra. Anita Gutierrez (Ceagesp) 107 Classificação Fonte e foto: Dra. Anita Gutierrez (Ceagesp) » Mais utilizadas Super, 4A, 3A, 2A » Mais valorizadas Super e 4A » Menos valorizada: 2A 108 • Espaçamento – Dados: 416 pls/ha (4 x 6m); Módulo de 5ha; Alta Paulista – SP Fonte: Agrianual, 2007 (adaptado) Custo de Produção 109 Agroquímicos Registrados 110
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