Buscar

Tema 2 O SISTEMA ESCOLAR E A AVALIAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Núcleo Comum | Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
 
 
NÚCLEO COMUM 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR 
 
TEMA: O SISTEMA ESCOLAR E A AVALIAÇÃO: 
PRINCÍPIOS LEGAIS E PEDAGÓGICOS EM 
DIÁLOGO 
PROF. Me. SIMONE ZAMPIER DA SILVA 
 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
2 
 
Introdução 
A avaliação é um tema desafiador permeado por limites e 
avanços em que os atos de ensinar e aprender, ora se aproximam, 
ora se distanciam e tem como horizonte tornarem-se indissociáveis. 
Para compreender melhor essa relação assista ao vídeo a seguir: 
 
 
Das análises conceituais às vivências nas salas de aula, 
Sobrinho (2003), destaca que no plano da compreensão crítica, é 
importante levar em conta que a avaliação carrega através dos 
tempos uma herança semântica bastante pesada, e é imprescindível 
considerar este legado, quando nos debruçamos sobre os estudos 
nesta área. 
A concepção de avaliação, a seleção dos instrumentos e os 
critérios de análise, são parte integrante dos princípios legais e 
pedagógicos relacionados. 
 
 
 
 
 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
3 
O SISTEMA ESCOLAR E A AVALIAÇÃO: PRINCÍPIOS 
LEGAIS E PEDAGÓGICOS EM DIÁLOGO 
 
É importante retomar alguns aspectos que embasam 
legalmente o sistema de avaliação no Brasil hoje, ressaltando os 
principais avanços que os princípios legais propõem com vistas a 
superar uma compreensão exclusivamente seletiva e classificatória e 
avançar para uma concepção diagnóstica, reflexiva e crítica de 
avaliação. 
Diretamente interligada aos princípios legais e sua expressão 
na organização do trabalho pedagógico está a concepção de 
avaliação expressa nas abordagens pedagógicas. A discussão sobre 
a organização da avaliação nas distintas correntes educacionais em 
seus respectivos contextos históricos indica a indissociabilidade que 
existe entre o planejamento escolar, as aulas em si e os métodos que 
norteiam os processos avaliativos. 
 O estudo da legislação proporciona o entendimento da 
organização do ensino brasileiro em diferentes períodos e 
concomitantemente possibilitam compreender a relação das 
abordagens pedagógicas com os aspectos legais condizentes aos 
diferentes contextos. 
Os indicativos legais no que tange à avaliação nas Leis 
4.024/61, 5.692/71 e 9.394/96 apresentam alguns aspectos que levam 
a entender o porquê de práticas autoritárias e como essas refletem 
não apenas uma concepção de educação, mas uma concepção de 
sociedade. Há clareza de que há outras orientações legais 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
4 
intervalares as apresentadas no presente texto, porém o objetivo ao 
selecionar as três leis citadas é contextualizá-las com os 
procedimentos pedagógicos simultâneos a sua vigência. 
Vejamos mais sobre a organização legal do Ensino Brasileiro no 
vídeo a seguir. 
 
 
 
Neste contexto, Luckesi (2011), é esclarecedor quando afirma 
que o atual exercício da avaliação escolar não está sendo efetuado 
gratuitamente. Está a serviço de uma pedagogia, que nada mais é do 
que uma concepção teórica da educação, que, por sua vez, traduz 
uma concepção teórica da sociedade. Sua análise decorre do modelo 
de educação na década de 1980, e busca analisar como se manifesta 
a prática autoritária na avaliação de aprendizagem, reproduzindo o 
contexto sócio-histórico no qual está inserida. 
Passados 30 anos, o autor retoma uma discussão ainda 
urgente e necessária sobre os contextos pedagógicos para a prática 
da avaliação educacional e a democratização do ensino. 
Nas últimas cinco décadas no Brasil, observa-se que os 
princípios da Lei de Diretrizes e Bases em Educação Nacional, na 
área da avaliação refletem claramente as concepções, não apenas 
conceituais, mas metodológicas quanto aos encaminhamentos em 
avaliação. 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
5 
Abaixo, foram selecionados alguns aspectos legais desse 
período, para elucidar a concretude das principais práticas 
desenvolvidas: 
 
Na Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, destaca-se: 
 
Art. 39. A apuração do rendimento escolar ficará a cargo dos 
estabelecimentos de ensino, aos quais caberá expedir 
certificados de conclusão de séries e ciclos e diplomas de 
conclusão de cursos. 
§ 1º Na avaliação do aproveitamento do aluno 
preponderarão os resultados alcançados, durante o ano 
letivo, nas atividades escolares, asseguradas ao professor, 
nos exames e provas, liberdade de formulação de questões 
e autoridade de julgamento. 
§ 2º Os exames serão prestados perante comissão 
examinadora, formada de professores do próprio 
estabelecimento, e, se este for particular, sob fiscalização da 
autoridade competente. 
 
 
Já na Lei nº 5.692 - de 11 de agosto de 1971, observa-se: 
 
Art. 14. A verificação do rendimento escolar ficará, na forma 
regimental, a cargo dos estabelecimentos, compreendendo a 
avaliação do aproveitamento e a apuração da assiduidade. 
§ 1º Na avaliação do aproveitamento, a ser expressa em 
notas ou menções, preponderarão os aspectos qualitativos 
sobre os quantitativos e os resultados obtidos durante o 
período letivo sobre os da prova final, caso esta seja exigida. 
§ 2º O aluno de aproveitamento insuficiente poderá obter 
aprovação mediante estudos de recuperação 
proporcionados obrigatoriamente pelo estabelecimento. 
 
E na Lei nº 9394/96, o processo avaliativo é contemplado 
no Art. 24 inciso V, que diz: 
 
“Art. 24º. A educação básica, nos níveis fundamental e 
médio, será organizada de acordo com as seguintes regras 
comuns: 
[...] 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
6 
V - a verificação do rendimento escolar observará os 
seguintes critérios: 
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do 
aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os 
quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os 
de eventuais provas finais; 
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com 
atraso escolar; 
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante 
verificação do aprendizado; 
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; 
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de 
preferência paralelos ao período letivo, para os casos de 
baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas 
instituições de ensino em seus regimentos; 
 
 A análise dos indicativos legais acima demonstra alguns 
avanços históricos quanto às orientações para os procedimentos 
em avaliação no ensino brasileiro. Percebe-se historicamente, um 
movimento no sentido de superar práticas exclusivamente seletivas 
e meritocráticas, em que os instrumentos visam exclusivamente 
levantar dados sobre os resultados finais alcançados pelos alunos. 
Percebe-se ainda, na década de 1960 os procedimentos 
avaliativos eram reduzidos a exames classificatórios, nos quais o 
professor tem poder absoluto sobre os meios e instrumentos, assim 
como define as menções e notas. 
 
Cabe destacar ainda, que nesta perspectiva, os exames são 
elementos distanciados do processo educativo e tem um fim em si 
mesmo, numa abordagem condizente às tendências pedagógicas da 
época. 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
7 
A organização legal do ensino expressa um ensino centrado no 
professor, voltando-se para o que é externo ao aluno como o 
programa e as disciplinas. O aluno, como afirma Mizukami (1986), 
apenas executa prescrições que lhe são fixadas por autoridades 
exteriores. 
Já na década de 1970, com a Lei 5.692/71, sabidos todos os 
limitese o contexto histórico da organização da mesma, há dois 
elementos a destacar: 
 se propõe que os aspectos qualitativos superem os 
quantitativos; e a 
 recomendação de estudos de recuperação, quando não 
alcançada a nota (média) final. 
 
Não se percebem avanços no que diz respeito à avaliação de 
aprendizagem, porém cada vez mais os mecanismos de aferição e 
controle são objeto de estudos, como destaca um parecer, elaborado 
pelo Estado do Rio de Janeiro. 
 
No Brasil, os questionamentos mais intensos sobre como os 
professores das classes de ensino básico avaliavam seus alunos 
remontam ao início da década de 1970, logo após a promulgação da 
Lei 5.692/71. A avaliação do rendimento escolar era tema de cursos, 
seminários e publicações do Ministério da Educação. A avaliação 
como processo e suas diferentes funções eram debatidas nas 
escolas, nas reuniões pedagógicas. Os aspectos qualitativos da 
avaliação dos alunos (atitudes, valores, mudanças de comportamento, 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
8 
 
interesse, atenção, entre outros), preponderando sobre os 
quantitativos (número de acertos/erros nas provas e testes) passam a 
ser mais valorizados nesta época e atendiam a uma determinação da 
Lei 5.692/71. É neste momento que as funções da avaliação 
começam a ser discutidas intensamente e passa-se a perceber que é 
um processo contínuo, que envolve professores, alunos e as 
propostas pedagógicas oferecidas pela escola. 
 
A afirmação acima endossa a discussão que aborda os 
diferentes conceitos na área e a expressão deles na compreensão do 
ato de examinar como antagônico ao processo avaliativo em si. 
Uma faceta que perpassa muitas discussões sobre avaliação e 
aparece nominalmente na Lei 5.692/71 é quanto à relevância dos 
aspectos qualitativos, pois como coloca Hoffmann (2011), outro 
procedimento rotineiro é o de adição ou subtração de pontos por 
atitude, também arbitrariamente. Nesta perspectiva, a autora afirma 
que uma postura recorrente até os dias de hoje, é que os professores 
não definem o termo medida com clareza; o que acontece é a 
atribuição de graus numéricos a vários aspectos relacionados à vida 
do aluno na escola, indiscriminadamente. Decorre deste equívoco, a 
atribuição de notas a aspectos atitudinais dos estudantes 
(comprometimento, interesse, participação). 
Neste contexto cabe retomar da afirmação de Luckesi (2011) no 
início do texto, quando afirma que a concepção de avaliação de 
aprendizagem está diretamente ligada à concepção de educação e 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
9 
sociedade. Ora, o texto da Lei em análise, a 5.692/71, expressa o 
contexto sócio-político daquele momento, cabendo então a reflexão: 
 
Quais aspectos atitudinais seriam valorizados na avaliação 
educacional, num período antidemocrático e autoritarista, em que a 
submissão e o silêncio são as armas para a sobrevivência? 
 
Trata-se de uma época marcada pela perseguição e punição 
aos que questionam, com caráter “domesticador”, conforme 
expressão freireana, para definir a pedagogia da época, em meados 
da década de 70. Neste contexto, Luckesi (201, p. 27) complementa a 
reflexão, ao ressaltar que: 
 
A prática da avaliação escolar, dentro do modelo liberal conservador, terá 
de, obrigatoriamente, ser autoritária, pois esse caráter pertence à essência dessa 
perspectiva de sociedade, que exige controle e enquadramento dos indivíduos 
nos parâmetros previamente estabelecidos de equilíbrio social, seja pela 
utilização de coações explícitas (...); a avaliação educacional será, assim, um 
instrumento disciplinador não só das condutas cognitivas como também das 
sociais, no contexto da escola. 
 
Completando esta ideia, pode-se entender ainda que a ênfase 
aos elementos atitudinais, na década de 70, são coerentes com a 
abordagem comportamentalista, diretamente ligada aos objetivos 
estabelecidos, no sentido de confirmar, se os comportamentos finais 
desejados foram adquiridos pelos alunos. 
Conforme afirma Mizukami (1986), esse objetivo será alcançado 
por meio da instrução programada, práticas individualizadas 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
10 
sustentadas na ideia de que o aluno progride em seu ritmo próprio, 
em pequenos passos, sem cometer erros. A avaliação consiste em 
constatar se o aluno aprendeu e atingiu as metas propostas quando o 
programa foi conduzido até o final de forma adequada. É nesse 
contexto educacional que a Lei 5.692/71 traz seus indicativos para a 
estruturação do ensino nacional. 
É importante retomarmos, que neste contexto de contradições, 
avanços e recuos, a década de 80, do século XX, se configura por um 
período de muitas lutas e embates por uma sociedade mais justa e 
democrática e a educação não fica à margem destes apelos. 
Para compreender melhor essa temática assista ao vídeo a 
seguir: 
 
 
Luckesi (2011) é elucidativo ao afirmar que no seio e no 
contexto da prática social liberal conservadora, vem-se aspirando e já 
antevê uma opção por outro modelo social, em que a igualdade entre 
os seres humanos e a sua liberdade não se mantivessem tão somente 
ao nível da formalidade da lei, mas que se traduzem em concretudes 
históricas; cenário este em que se articulam os primeiros passos da 
nova lei em educação que só vai ser aprovada mais de uma década 
depois. 
Dando continuidade as análises da organização estrutura do 
ensino brasileiro, temos por fim, a lei vigente: LDBEN 9.394/96, na 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
11 
qual se percebe alguns avanços na área da avaliação, observando-se 
um horizonte diagnóstico, numa perspectiva em que se pense a 
avaliação como processo, como possibilidade de aprendizagem e 
crescimento coletivo para todos os sujeitos envolvidos. Ou seja, como 
afirma Luckesi (201, p. 27) 
(...) a prática da avaliação nas pedagogias preocupadas com 
a transformação deverá estar atenta aos modos de 
superação do autoritarismo e ao estabelecimento da 
autonomia do educando, pois o novo modelo social exige a 
participação democrática de todos. (...) Nesse contexto, a 
avaliação educacional deverá manifestar-se como um 
mecanismo de diagnóstico da situação, tendo em vista o 
avanço e o crescimento e não a estagnação disciplinadora. 
 
A atual Lei 9.394/96 apresenta alguns progressos teóricos, 
entre os quais a proposição da recuperação paralela, que confere 
um caráter construtivista ao processo, a partir do entendimento que a 
avaliação é intrínseca à relação ensino-aprendizagem e não 
excludente a ela. 
Observa-se, contudo, que as escolas ainda possuem limites 
técnicos e humanos para implementar algumas mudanças, ou, em 
algumas situações, a configuração histórica do modo de agir com os 
exames tornou-se resistente a mudanças, pois que ela oferece um 
modo confortável de ser, garantindo ao educador poder de controle 
sobre os educandos. 
Esta Lei afirma ainda que a verificação do rendimento escolar 
deverá observar a avaliação contínua e cumulativa do desempenho 
do aluno, com “prevalência dos aspectos qualitativos sobre os 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
12 
quantitativos”, além de maior valorização dos resultados ao longo do 
período “sobre os de eventuais provas finais”, ou seja, uma 
perspectiva processual, em que se valoriza a construção dos 
conhecimentos e os avanços discentes incorporados ao calendário 
letivo em toda sua extensão, ao próprio planejamento e a 
organização do trabalho pedagógico. 
Entende-se que o desafio de mudançase coloca para os 
próprios professores e gestores educacionais, pois a avaliação da 
aprendizagem não poderia continuar a ser tratada como um elemento 
à parte, uma vez que integra o processo didático de ensino-
aprendizagem, como um de seus elementos constitutivos. (LUCKESI, 
2011) 
A discussão sobre os aspectos legais e a interrelação com as 
tendências pedagógicas é elucidativa para que os professores 
analisem suas práticas educativas e observem sobre que bases elas 
se sustentam. 
Alguns autores ao fazer essas análises, distinguem como 
pedagogias críticas e não críticas. Luckesi (2011) especificamente 
recorre a linguagem freireana e resume estes dois grupos de 
pedagogia entre aquelas que, de um lado, tem por objetivo a 
domesticação dos educandos e, de outros, aquelas que pretendem a 
humanização dos educandos. 
Ambas expressam diferentes modelos de sociedade. O primeiro 
grupo está preocupado com a reprodução e conservação da 
sociedade e, o segundo, voltado para as perspectivas e possibilidades 
de transformação social (LIBÂNEO, 1984). 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
13 
Tomar a avaliação educacional sob a égide do modelo 
democrático implica uma opção e decisão não pessoal, mas coletiva. 
Será no trabalho sistemático e intencional com os alunos que as 
possibilidades reais de aprendizagem vão se concretizar, dentro do 
qual a avaliação de aprendizagem fornecerá subsídios para 
processualmente se refletir sobre o trabalho realizado e aperfeiçoar, 
repensar e redimensionar os encaminhamentos, objetivos e projetos 
educativos. 
Assista ao vídeo a seguir para compreender melhor esse 
processo. 
 
 
A avaliação como é possível notar se faz presente não só na 
identificação da perspectiva histórico-social, mas também na seleção 
de meios alternativos e na execução do projeto, tendo em vista sua 
construção. A aderência e articulação necessárias entre a teoria e a 
prática, possibilitará que muitos anseios saiam dos papéis e dos 
pensamentos e encontrem espaço de realização concreta na história 
de cada aluno que frequenta a escola brasileira. 
 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
14 
 
Para complementar seus estudos acerca do tema “O Sistema 
Escolar e a Avaliação: Princípios Legais e Pedagógicos em 
Diálogo”, propõe-se ler o texto: 
Verificação ou avaliação: o que pratica a escola? Cipriano 
Carlos Luckesi. Série Idéias n. 8, São Paulo: FDE, 1998. p. 71-80. 
Disponível em: 
<http://www.crmariocovas.sp.gov.br/int_a.php?t=009> Acesso em: 
20/11/2013. 
Site: 
O site abaixo traz vários artigos, sugestões de leituras, vídeos e 
áudios sobre os temas que discutimos na disciplina: 
 
Cipriano Luckesi 
<http://www.luckesi.com.br/artigosavaliacao.htm> 
Veja também! 
Modelos de avaliação educacional devem fortalecer a formação 
dos estudantes, afirmam especialistas. 
Disponível em: <http://www.cenpec.org.br/noticias/ler/Modelos-de-
avaliação-educacional-devem-fortalecer-a-formação-dos-
estudantes,-afirmam-especialistas> 
 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
15 
 
Questão 1 
No que diz respeito à avaliação e sua relação com os atos de ensinar 
e aprender assinale a alternativa correta: 
a) Ensinar, aprender e avaliar são momentos distintos de modo que 
cada um precisa ser realizado isoladamente. 
b) Os atos de ensinar e aprender para acontecerem completamente 
sempre dispensam a necessidade de avaliar. 
c) Avaliar é uma ação que precisa ser realizada sempre ao final de um 
processo de ensino e aprendizagem. 
d) Os atos de ensinar e aprender ora se aproximam, ora se distanciam 
e têm como horizonte tornarem-se indissociáveis. 
Comentário: Conforme é possível notar ao longo do estudo da 
temática, a avaliação se constitui um tema desafiador, permeado por 
limites e avanços, em que os atos de ensinar e aprender ora se 
aproximam, ora se distanciam e têm como horizonte tornarem-se 
indissociáveis em um modelo socializante e democrático de 
sociedade. 
Gabarito: A proposição correta é a alternativa “d”. 
 
Questão 2 
 
Com relação à chamada “herança semântica” da avaliação analise as 
afirmações abaixo e assinale a alternativa correta: 
a) Por ser um elemento necessário no processo de ensino e 
aprendizagem a avaliação sempre teve uma conotação positiva. 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
16 
b) É importante considerar que a avaliação carrega através dos 
tempos uma herança semântica bastante pesada. 
c) Avaliar é um elemento desnecessário, por isso evoca-se a ideia de 
uma herança semântica para períodos anteriores. 
d) O momento atual já superou todos os problemas com a avaliação, 
assim a história passada é considerada uma herança semântica. 
Gabarito: A proposição correta é a alternativa “b”. 
Comentário: Conforme estudamos a concepção de avaliação, a 
seleção dos instrumentos e os critérios de análise são parte integrante 
dos princípios legais e pedagógicos relacionados a este assunto. 
Assim, no plano da compreensão crítica, é importante levar em conta 
que a avaliação carrega através dos tempos uma herança semântica 
bastante pesada e é imprescindível considerar esse legado quando 
nos debruçamos sobre o estudo nesta área. 
 
1) Releia com atenção o texto: “ O Sistema Escolar e a Avaliação: 
princípios legais e pedagógicos em diálogo” 
2) SÍNTESE DO CONTEÚDO: Após estudo das Leis citadas no texto, 
organize um quadro comparativo, onde você apresente os principais 
aspectos das leis abordadas, no que tange aos indicativos sobre 
AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM. 
3) AMPLIANDO OS CONHECIMENTOS: Quanto à LEI 9394/96, e seu 
indicativo de “recuperação paralela”, propõem-se uma reflexão sobre 
o assunto, a partir do seguinte questionamento: O que difere a 
RECUPERAÇÃO AO TÉRMINO DO ANO LETIVO DA 
RECUPERAÇÃO PARALELA? Para ampliar sua compreensão sobre 
o assunto, sugere-se que você pesquise em duas escolas de Ensino 
Fundamental (anos iniciais e anos finais), como desenvolvem as 
práticas de recuperação. Após levantar os dados, analise qual dos 
modelos acima de recuperação, essas escolas atendem. 
 
 
Núcleo Comum| Avaliação da Aprendizagem Escolar 
 
 
17 
4) O texto que estudamos discute os limites e os avanços construídos 
historicamente na avaliação escolar, e sua expressão nas tendências 
pedagógicas. Segundo vários autores, as mesmas se organizam em 
“pedagogias críticas e não críticas”. Sugere-se um trabalho 
investigativo, em que você entreviste 3 (três) professores da 
Educação Básica sobre suas práticas avaliativas mais usuais. Na 
sequência, analise estas práticas e procure identificá-las segundo as 
abordagens pedagógicas estudadas. 
O site abaixo poderá ajudá-lo(a) a compreender as características de 
cada uma dessas tendências. 
<http://www.pedagogia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.ph
p?conteudo=74 > 
Referências: 
 
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Resolução SME n.º 
959/2007. Estabelece diretrizes para a avaliação escolar na rede 
pública do sistema municipal de ensino da Cidade do Rio de 
Janeiro e dá outras providências. Rio de Janeiro: SME. Publicada 
no DOM de 19 de setembro de 2007. 
 
HOFFMANN, Jussara. Avaliação – mito & desafio, uma 
perspectiva construtivista. Porto Alegre: Mediação, 2009. 
 
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: 
estudos e proposições. 22 ed. São Paulo: Cortez, 2011. 
 
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do 
processo. São Paulo: EPU, 1986.

Outros materiais