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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS ENGENHARIA MECÂNICA MATERIAIS MECÂNICOS II Prof.: Giovanni Rocha dos Santos Relatório aços 1080 e 1045 Temperados e Revenidos. Elaborado por: Rômulo Kaeiski, Roque Ávila. Turma: 63 São Leopoldo, 11 de Maio de 2012. Introdução: O relatório visa mostrar as características estruturais dos aços 1045 e 1080 que foram submetidos aos tratamentos térmicos de tempera e revenimento, revelando as características das amostras antes e depois dos tratamentos térmicos. Posteriormente a observação estrutural dos materiais através de análise metalográfica, seguindo todos os procedimentos necessários para que seja possível obter a visualização microestrutural adequada, resultante dos tratamentos térmicos relacionados, com a toda segurança e exatidão. Objetivo O principal objetivo deste relatório é analisar duas amostras de aço 1045 e 1080 submetidas aos tratamentos térmicos de tempera e de revenimento. Com o auxilio da analise metalográfica ter as condições ideais para que seja possível o levantamento das características e microestruturas formadas no material. Procedimento Experimental Para este relatório as amostras usadas foram dois corpos de prova produzidos em aço 1045 e 1080. A amostra de aço 1045 é classificada como aço médio carbono e o aço 1080 são classificados como aço com alto teor de carbono. As principais características do aço 1045 em serem do tipo médio carbono, que apresentam concentração entre 0,43 / 0,50% de carbono. Possui baixa resistência, baixa dureza, alta tenacidade e alta ductilidade. É usinável e soldável, além de baixo custo de produção. Geralmente, este tipo de aço não é tratado termicamente a aplicação para este tipo de material vai de chapas para indústria automobilística, construção civil, pontes, e latas de folhas de flandres, placas para a produção de tubos. O aço 1080 é classificado como um material de alto teor de carbono por apresentar concentração entre 0,75 / 0,88% de carbono. Este tipo de material tem como características principais apresentar maior resistência e dureza. Porém apresentam menor ductilidade entre os aços carbono. Geralmente são apresentados temperados e revenidos possuindo características de manutenção de um bom fio de corte e suas principais aplicações são a de produzir folhas de serrote, facas, martelos etc.. Para as duas amostras foram aplicados os mesmos tratamentos térmicos de tempera e revenimento. COMPOSIÇÃO QUIMICA DOS AÇOS AO CARBONO EM % Tipo de aço Carbono Manganês Fósforo Enxofre 1045 0,43 / 0,50 0,60 / 0,90 0,040 0,050 1080 0,75 / 0,88 0,60 / 090 0,040 0,050 Tabela 1 – Composição química dos materiais tratados A tempera é um dos processos utilizados no tratamento térmico de metais para aumentar a dureza e consequente resistência dos mesmos. O processo da têmpera consiste em duas etapas: aquecimento e esfriamento rápido. O aquecimento visa obter a organização dos cristais do metal, numa fase chamada austenitização. É recomendado para peças produzidas em aço com um teor de carbono maior ou igual a 0,4 % de carbono. A primeira etapa para a aplicação da têmpera nas amostras é o aquecimento que para os aços carbono a temperatura do aquecimento é superior à temperatura crítica, que é de 727ºC. O objetivo é conduzir o metal a uma fase, na qual se obtém o melhor arranjo possível dos cristais do metal, portanto, da futura dureza. A partir dessa fase o aço pode ser conduzido para outras fases, dependendo das necessidades em jogo. Consequentemente a manutenção da temperatura por um período de tempo para que o aquecimento seja uniforme em toda a peça. Após é chegada a hora de resfriar as amostras conforme Tabela 2 de manutenção e resfriamento de tempera. Têmpera Material Temp. de pré-aquecimento Temp. de Têmpera Resfriamento Aço 1045 500 º C 830 º C Água Aço 1080 500 º C 790 º C Água e Óleo Tabela 2 – Tratamento de Tempera Depois do resfriamento é possível observar que as peças submetidas a tempera ganharam um aumento considerável em sua dureza e fragilidade recorrente da obtenção de tensões internas. Martensita de tempera é a fase formada como resultado da transformação de baixa difusão no estado sólido através da tempera. Para reduzir esta fragilidade nas amostras foi aplicada para ambos os materiais o tratamento térmico de revenimento. O revenimento consiste no reaquecimento de peças temperadas, a temperaturas situadas abaixo da linha inferior de transformação do aço. Variações na temperatura resultam em pequenas ou grandes transformações na estrutura martensítica. O inicio deste aquecimento deve ser lento para não provocar defeitos na peça trabalhada. A manutenção varia de acordo com o tamanho e o formato da peça. O tempo não deve passar além do necessário para finalizar todos os procedimentos necessários para a realização da tempera dos materiais de forma correta. O revenimento das peças deve ser feito somente em materiais já temperados e tem como finalidade reduzir a fragilidade do material tornando menos quebradiço. O revenimento é feito aquecendo as peças temperadas até certa temperatura e resfriando em seguida As temperaturas de revenimento são encontradas em tabelas e para os aços ao carbono variam de 210 / 320 º C. Após este tratamento térmico é possível constatar a formação da chamada martensita revenida na microestrutura dos materiais. Este tratamento térmico geralmente é feito em fornos controlando a temperatura com o auxilio do pirômetro. Já em peças menores pode ser feito este procedimento de revenimento apoiando-se a peça já polida e um bloco de aço aquecida ao rubro, O forte calor que desprende do bloco aquece lentamente a peça que se quer aplicar o revenimento produzindo nesta uma coloração que varia a medida que a temperatura aumenta, conforme tabela 3. Esta variação é chamada de cores de revenimento e varia de acordo com a temperatura. Cor Variação de temperatura na peça. Amarelo claro 210 º C Amarelo palha 220 º C Amarelo 230 º C Amarelo escuro 240 º C Amarelo ouro 250 º C Castanho claro 260 º C Castanho avermelhado 270 º C Violeta 280 º C Azul escuro 290 º C Azul marinho 300 º C Azul claro 310 º C Azul acinzentado 320 º C Tabela 3. – Variação de cores no revenimento A manutenção da temperatura é possível e mais fácil de alcançar quando a operação de revenimento é feito em forno. O resfriamento das peças pode ser feito de forma lenta quando o resfriamento é feito naturalmente ou de forma rápida quando o resfriamento é feito em água ou óleo. Com o fim do processo de revenimento a martensita não revenida transforma- se em martensita revenida que é uma estrutura composta de partículas de cementita e distribuída de forma uniforme na microestrutura das amostras de aço 1045 e 1080 analisadas neste relatório. Após o processo de revenimento a dureza das amostras foi reduzida um pouco porem a resistência ao choque melhorou. Após a preparação das amostras estas sofreram todos os procedimentos de preparação da analise metalográfica que são (corte, embutimento, lixamento, polimento, ataque químico, e por fim a observação ao microscópio para o levantamento de informações sobre a microestrutura dos materiais estudados). Resultados e Discussão Com as amostras já preparadas para a análise metalográfica foi possível observar o aparecimento da martensita não revenida que tem aparência de agulhas ou chapas em maior quantidade nas amostras de aço 1045 conforme figura 1. Figura 1 – SAE 1045 Temperado e Revenido (500°C) 400XJá nas amostras de aço 1080 foi possível observar que a forma de martensita que predomina na estrutura deste tipo de aço é a martensita revenida conforme verificamos na figura 2, que é uma estrutura composta por partículas de cementita muito pequenas e distribuídas de forma uniforme em toda a matriz de ferrita. Figura 2 – SAE 1080 Temperado e Revenido (500ºC) 1200X A martensita é uma forma dura e frágil do aço com uma estrutura tetragonal é formada durante a transformação martensítica. A martensita é produzida a partir da austenita e que foi rapidamente resfriada pelo processo de tempera conforme podemos observar na figura 4. A rápida queda da temperatura prende os átomos de carbono dentro da estrutura cristalina dos átomos de ferro antes que estes possam se dissipar para fora resultando em uma ligeira distorção da forma destas estruturas aumento a dureza do material. Figura 4. Tabela de Curvas de Resfriamento Conclusões Concluímos que foi possível observar nas amostras a estrutura martensítica que comprova que as amostras de aço 1045 e 1080 foram submetidas sim a tempera e posteriormente ao revenimento e que foi possível sim observar bem as características das microestruturas dos materiais que indica que todos os procedimentos para a realização da analise metalográfica foram realizados seguindo todas as normas para a boa pratica desta análise dos materiais . Referências Bibliográficas GERDAU AÇOS FINOS PIRATINI. Manual de aços. Porto Alegre, 2003 CPM – PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DE PESSOAL DE MANUTENÇÃO. Senai SC/ Mecânica tratamentos térmicos. Tubarão, 1997
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