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TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO - parte 3 (material exclusivo para facilitar o acompanhamento das aulas, para melhor entendimento é necessário consultar a bibliografia citada) 3.2 TEORIA ADMINISTRATIVA (ESCOLA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO) Ao lado de Taylor, o engenheiro francês Henri Fayol (1841-1925) é um dos contribuintes mais importantes do desenvolvimento do conhecimento administrativo moderno. De acordo com Fayol, a administração é uma atividade comum a todos os empreendimentos humanos (família, negócios, governo), que sempre exigem algum grau de planejamento, organização, comando, coordenação e controle. Portanto, todos deveriam estudá-la, o que exigiria uma teoria geral da administração que pudesse ser ensinada. Para responder a essa necessidade, Fayol criou e divulgou sua própria teoria, com base em sua experiência de administrador bem-sucedido. Fayol foi o pioneiro no reconhecimento de que a administração deveria ser vista como uma função separada das demais funções da empresa. O maior impacto dessa idéia esta na identificação do trabalho dos gerentes como sendo distinto das operações técnicas da empresa. Os gerentes que não conseguem perceber essa distinção envolvem-se com os detalhes técnicos da produção e prestação de serviços, negligenciando as funções de administrar toda a empresa. Ao apontar essa distinção, Fayol ajudou a tomar mais nítido o papel dos executivos - os administradores de nível mais alto na hierarquia da organização. 3.2.1 O papel do dirigente Para Fayol o trabalho do dirigente consiste em tomar decisões, estabelecer metas, definir diretriz e atribuir responsabilidades aos integrantes da organização, de modo que as atividades de planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar estejam numa seqüência 1ogica. Uma vez organizada uma empresa, seus colaboradores necessitam de ordens para saber o que fazer, e suas ações precisam de coordenação e controle gerencial. Combater o excesso de regulamentos e a burocracia e a papelada também, de acordo com Fayol, são responsabilidades do gerente. 3.2.2 As Funções Básicas da Empresa Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções, a saber: 1. Funções técnicas – relacionadas com a produção de bens ou serviços da empresa. 2. Funções comerciais - relacionadas com a compra, venda ou permutação. 3. Funções financeiras - relacionadas com a procura e gerência de capitais. 4. Funções de segurança - relacionadas com a prevenção e proteção dos bens e das pessoas. 5. Funções contábeis- relacionadas com inventários, registros, balanços e custos. 6. Funções administrativas- relacionadas com a integração da cúpula das outras cinco funções. Funções Contábeis Funções de Segurança Funções Financeiras Funções Comerciais Funções Técnicas Funções Administrativas Prever Organizar Comandar Coordenar Controlar As funções da administração hoje As funções básicas estabelecidas por Fayol foram evoluindo e hoje são chamadas de áreas da administração. Áreas da Administração (hoje) Área de Recursos Humanos Área Financeira Área de Vendas / Marketing Área de Produção Administração Geral 3.2.3 Conceito de Administração Para esclarecer a função administração, Fayol define o ato de administrar como: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Prever- visualizar o futuro e traçar o programa de ação. Organizar – Constituir o duplo organismo material e social da empresa. Comandar – Dirigir e orientar o pessoal. Coordenar – Ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos. Controlar – Verificar que tudo ocorra com as regras estabelecidas e as ordens dadas. 3.2.4 - Os 16 Deveres dos Gerentes Segundo Fayol 3.2.5 Princípios de Administração Fayol completa sua teoria com a proposição de catorze princípios que devem ser seguidos para que a administração seja eficaz: I. Divisão de trabalho, a designação de tarefas especificas para cada individuo, resultando na especialização das funções e separação dos poderes. II. Autoridade e responsabilidade, sendo a primeira o direito de mandar e o poder de se fazer obedecer, e a segunda, a sanção - recompensa ou penalidade - que acompanha o exercício do poder. III. Disciplina, o respeito aos acordos estabelecidos entre a empresa e seus agentes. IV. Unidade de comando, de forma que cada individuo tenha apenas um superior. V. Unidade de direção, um só chefe e um só programa para um conjunto de operações que visam ao mesmo objetivo. VI. Subordinação do interesse individual ao interesse geral. VII. Remuneração do pessoal, de forma equitativa e com base tanto em fatores externos quanto internos. VIII. Centralização, o equilíbrio entre a concentração de poderes de decisão no chefe, sua capacidade de enfrentar suas responsabilidades e a iniciativa dos subordinados. IX. Cadeia de comando (linha de autoridade), ou hierarquia, a serie dos chefes desde o primeiro ao ultimo escalão, dando-se aos subordinados de chefes diferentes a autonomia para estabelecer relações diretas (a ponte de Fayol). X. Ordem, um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar. XI. Equidade, o tratamento das pessoas com benevolência e justiça, não excluindo o rigor e a energia quando necessários. XII. Estabilidade do pessoal, a manutenção das equipes como forma de promover seu desenvolvimento. XIII. Iniciativa, que faz aumentar o zelo e a atividade dos agentes. XIV. Espírito de equipe. 3.2.6. O Processo Administrativo 3.2.6.1 Planejamento O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais são os objetivos que devem ser atingidos e como fazer para alcançá-los. O processo de planejamento é a ferramenta para administrar as relações com o futuro. As decisões que procuram de alguma forma, influenciar o futuro, ou que serão colocadas em prática no futuro, são decisões de planejamento. Planejar, portanto, é tomar decisões sobre o futuro. Os três níveis de planejamento na organização: Planejamento estratégico É o planejamento mais amplo da organização como um todo e abrange a alta administração da empresa. É projetado para um longo prazo e busca definir a missão e os objetivos da organização bem como a forma de atuar no ambiente nos próximos anos. Planejamento tático (funcional ou administrativo) É o planejamento que abrange cada departamento ou unidade da organização e envolve a administração de nível intermediário em suas áreas de atuação (produção, marketing, finanças, recursos humanos, etc.). São realizados buscando dar um formato mais específico para alcançar os objetivos estabelecidos no planejamento estratégico. É projetado para o médio prazo, geralmente para o exercício anual. Planejamento operacional É o planejamento que busca estabelecer os meios (atividades e recursos necessários) e abrange cada tarefa ou atividade específica para alcançar os objetivos. Envolve a administração de nível operacional e é projetado para o curto prazo, para o imediato. 3.2.6.2 Organização É o processo de dispor os recursos em uma estrutura que facilite a realização dos objetivos. Consiste no ordenamento dos recursos e atividades necessárias para alcançar os objetivos, atribuindo-os às posições e pessoas. Organização significa o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer as relações entre eles e as atribuições de cada um. A organização como função administrativa depende do planejamento, direção e controle para formar o processo administrativo. Organizar consiste em: Determinar as atividades específicas necessárias ao alcance dos objetivos planejados (especialização); Agrupar as atividades em uma estrutura lógica (departamentalização); Designar as atividades às específicas posições e pessoas(cargos e tarefas) A organização como uma estrutura A Teoria Administrativa considera a organização como se fosse uma estrutura. Fayol utiliza a organização linear, a estrutura organizacional que apresenta forma piramidal e é um tipo simples de organização onde ocorre a autoridade linear baseada na unidade de comando. Presidente Diretor Gerente Chefe Supervisor A C B D E F G H I A organização linear, apresenta um formato piramidal. Nela ocorre a autoridade linear, baseada na unidade de comando e que é o oposto da supervisão funcional proposta pela Administração Cientifica. Na organização linear, todos os 6rgaos que compõem a organização seguem rigidamente o princípio escalar (autoridade de comando). Organograma É a representação gráfica simplificada da estrutura organizacional de uma instituição, especificando os seus órgãos, seus níveis hierárquicos e as principais relações formais entre eles. É o instrumento mais usado para formalizar a estrutura. Gerência de Finanças Gerência de Marketing Gerência de Produção Gerência de Pessoas Gerência Geral Assessoria Jurídica 3.2.6.3 Direção (liderança) É a função administrativa que dinamiza e aciona a organização. Está relacionada com a atuação sobre pessoas e a ação. É exercida através da comunicação, liderança e motivação das pessoas. 3.2.6.4 Execução É o processo (função) que consiste em realizar atividades planejadas envolvendo dispêndio de energia física e intelectual. 3.2.6.5 Controle É a função administrativa que serve para assegurar que os resultados do que foi planejado, organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possível aos objetivos estabelecidos. O processo de controle procura assegurar a realização de objetivos. Controlar é a função que consiste em comparar as atividades realizadas com as atividades planejadas, para possibilitar a realização dos objetivos. As verificações feitas através do controle são informadas ao planejamento para processar as devidas alterações no planejamento inicial, se necessário. Críticas à Teoria Clássica 1 - Abordagem simplificada da organização formal – analisam a organização em termos lógicos, rígidos e abstratos sem considerar o conteúdo psicológico e social. 2 - Ausência de trabalhos experimentais – os conceitos foram estabelecidos com base apenas na observação e no bom senso. 3 – Teoria da máquina – considera a organização como o comportamento mecânico de uma máquina. 4 – Abordagem incompleta da organização – também se preocupou apenas com a organização formal não considerando a organização informal e os aspectos humanos. 5 – Abordagem de sistema fechado - considera que as situações são previsíveis e podem ser manipuladas. Não considera influências externas. 14 Bibliografia ( para melhor entendimento do assunto é necessário consultar a literatura abaixo.) CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração.7.ed. R. Janeiro: Campus, 2003. MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas, 2006.
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