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Álgebra Linear Produto Interno Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 1 Prof. Carlos Alexandre Mello cabm@cin.ufpe.br Produto Interno • Definição: Seja V um espaço vetorial. Um produto interno sobre V é uma função que a cada par de vetores v1 e v2 associa-se um número, <v1,v2>, satisfazendo: � i) <v, v> ≥ 0, para todo v e <v, v> = 0, sse v = 0 � ii) <αv , v > = α<v , v >, α real Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 2 � ii) <αv1, v2> = α<v1, v2>, α real � iii) <v1 + v2, v3> = <v1, v3> + <v2, v3> � iv) <v1, v2> = <v2, v1> • Ex: v1 = (x1, x2, x3) e v2 = (y1, y2, y3) ⇒ <v1, v2> = x1.y1 + x2.y2 + x3.y3 Produto Interno • Definição: Seja V um espaço vetorial com produto interno < , >. Diz-se que dois vetores v e w de V são ortogonais (em relação a esse produto interno) se <v, w> = 0 �No caso, escrevemos v ⊥ w • Propriedades: Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 3 • Propriedades: � i) 0 ⊥ v, para todo v ∈ V � ii) v ⊥ w implica que w ⊥ v � iii) Se v ⊥ w, para todo w ∈ V, então v = 0 � iv) Se v1 ⊥ w e v2 ⊥ w, então v1 + v2 ⊥ w �v) Se v ⊥ w e λ é um escalar, então λv ⊥ w Produto Interno • Teorema: Seja {v1, ..., vn} um conjunto de vetores não nulos dois a dois ortogonais, isto é: �<vi, vj> = 0, para todo i ≠ j • então {v1, ..., vn} é LI Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 4 • Definição: Diz-se que uma base {v1, ..., vn} de V é base ortogonal se <vi, vj> = 0, para todo i≠j. Isto é, os vetores da base são dois a dois ortogonais Norma • Definição: Seja V um espaço vetorial com produto interno < , >. Definimos a norma (ou comprimento) de um vetor v em relação a esse produto interno como ||v|| = √<v, v> • Se ||v|| = 1, isto é, <v, v> = 1, v é chamado de vetor unitário (diz-se que v está normalizado) Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 5 vetor unitário (diz-se que v está normalizado) • Propriedades: � i) ||v|| ≥ 0 e ||v|| = 0, sse, v = 0 � ii) ||αv|| = |α|.||v||, α real � iii) |<v, w>| ≤ ||v||.||w|| (Desigualdade de Schwarz) � iv) ||v + w|| ≤ ||v|| + ||w|| (Desigualdade Triangular) Ângulo entre Dois Vetores • Existe um ângulo θ entre 0 e π radianos tal que: �cos θ = <v, w> / (||v||.||w||) Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 6 Base Ortonormal • Definição: Seja V um espaço vetorial com produto interno. Diz-se que uma base β = {v1, ..., vn} de V é ortonormal se for ortogonal e cada vetor for unitário, isto é: �<vi, vj> = • 0, se i ≠ j Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 7 • 0, se i ≠ j • 1, se i = j • Observe que, se tivermos uma base ortonormal {v1, ..., vn}, os coeficientes xi de um vetor w=x1v1+...+xnvn são dados por: �xi = <w, vi> / <vi, vi> = <w, vi> Chamados de coeficientes de Fourier Base Ortonormal • Exemplo: Seja V = R2 e < , > o produto interno usual e β = {(1, 0), (0, 1)} uma base ortonormal, Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 8 temos x1 = <v, e1> e x2 = <v, e2> Processo de Ortogonalização de Gram-Schmidt • A partir de uma base qualquer de um espaço vetorial existe um processo para se obter uma base ortonormal Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 9 • Vamos entender o processo para uma base β = {v1, v2} e depois generalizaremos o processo... Processo de Ortogonalização de Gram-Schmidt • Seja v1’ = v1 • Precisamos encontrar, a partir de v2 um novo vetor v2’ ortogonal a v1’, isto é: �<v2’, v1’> = 0 • Para isso, tomamos v2’ = v2 – c.v1’, onde c é um Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 10 2 2 1 número escolhido de modo que <v2’,v1’>=0, isto é, <v2 – c.v1’, v1’>=0 • Isso significa que c = <v2, v1’> <v1’, v1’> Processo de Ortogonalização de Gram-Schmidt v2’ = v2 – c.v1’ Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 11 Processo de Ortogonalização de Gram-Schmidt • Ficamos então com �v1’ = v1 �v2’ = v2 – (<v2, v1’>/<v1’, v1’>). v1’ • Observe que v2’ foi obtido de v2, subtraindo deste a projeção do vetor v2 na direção de v1’ Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 12 � (<v2, v1’>/<v1’, v1’>). v1’ • e que v1’ e v2’ são vetores ortogonais não nulos • Podemos então normalizá-los: �u1 = v1’/||v1’|| e u2 = v2’/||v2’|| • β = {u1, u2} é ortonormal Processo de Ortogonalização de Gram-Schmidt • Exemplo: Seja β = {(2,1), (1,1)} uma base do R2 • Vamos obter a partir de β uma base ortonormal em relação ao produto interno usual �Sejam v1 = (2, 1) e v2 = (1, 1) �v1’ = v1 = (2, 1) Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 13 �v2’ = v2 – (<v2, v1’>/<v1’, v1’>). v1’ �v2’ = (1,1) – (<(1,1), (2,1)>/<(2,1),(2,1)>). (2,1)=( -1, 2) �Normalizando os vetores temos: �u1= v1’/||v1’|| = (2/√5,1/√5) e u2=v2’/||v2’||= (-1/√5,2/√5) • β = {u1, u2} é uma base ortonormal 5 5 Processo de Ortogonalização de Gram-Schmidt • De maneira geral, a partir de uma base β= {v1, ..., vn} de um espaço vetorial V, construímos a base ortonormal {v1’, ..., vn’} dada por: �v1’ = v1 �v2’ = v2 – (<v2, v1’>/<v1’, v1’>).v1’ �v ’=v - <v ,v ’>.v ’ - <v ,v ’>.v ’ Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 14 �v3’=v3 - <v3,v2’>.v2’ - <v3,v1’>.v1’ � .... �vn’ = vn – (<vn, vn-1’>/<vn-1’, vn-1’>).vn-1’ – .... – (<vn,v1’>/<v1’,v1’>).v1’ • Esse procedimento é conhecido como processo de ortogonalização de Gram-Schmidt <v2’,v2’> <v1’,v1’> Processo de Ortogonalização de Gram-Schmidt • Se quisermos obter uma base ortonormal basta normalizarmos os vetores vi’ • Isto é, tomando ui = vi’/||vi’||, obtemos a base de vetores ortonormais {u , ..., u } Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 15 vetores ortonormais {u1, ..., un} Processo de Ortogonalização de Gram-Schmidt • Exemplo 1: Seja β={(1,1,1),(0,2,1),(0,0,1)} uma base de R3 • Vamos obter a partir de β uma base ortonormal em relação ao produto interno • Sejam: Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 16 �v1 = (1, 1, 1) �v2 = (0, 2, 1) �v3 = (0, 0, 1) • Temos: �v1’ = v1 = (1, 1, 1) Processo de Ortogonalização de Gram-Schmidt • Exemplo 1: �v2’ = v2 – <v2, v1’>.v1’ �v2’ =(0,2,1)–(<(0,2,1),(1,1,1)>/<(1,1,1),(1,1,1)>).(1,1,1) �v2’ = (-1, 1, 0) Cont. <v1’,v1’> Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 17 �v3’ =v3 – <v3,v2’>.v2’ – <v3,v1’>.v1’ �v3’=(0,0,1)–(<(0,0,1),(-1,1,0)>/<(-1,1,0),(-1,1,0)>).(-1,1,0) – (<(0,0,1),(1,1,1)>/<(1,1,1,),(1,1,1>).(1,1,1) �v3’ = (-1/3, -1/3, 2/3) <v1’,v1’><v2’,v2’> Processo de Ortogonalização de Gram-Schmidt • Exemplo 1: • Normalizando: �u1 = (1/√3, 1/√3, 1/√3) �u2 = (-1/√2, 1/√2, 0) �u3 = (-1/√6, -1/√6, 2/√6) Cont. Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 18 • e β = {u1, u2, u3} é uma base ortonormal • Poderíamos gerar um outra base ortonormal a partir de v2 ou v3 (por exemplo, fazendo v1’=v3) Processo de Ortogonalização de Gram-Schmidt • Exemplo 2: • Seja β = {(1,0), (0,1)} a base canônica de R2 • Vamos obter a partir de β uma base ortonormal em relação ao produto interno de R2, definido por �<(x1, y1),(x2, y2)> = 2x1x2 – x1y2 – x2y1 + y1y2 Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 19 1 1 2 2 1 2 1 2 2 1 1 2 • Sejam v1 = (1, 0) e v2 = (0, 1) �v1’ = (1,0) ⇒ u1 = (1/√2, 0) (normalizando) �v2’ = v2 – (<v2, v1’>/<v1’, v1’>).v1’ = (½, 1) ⇒ u2 = (√2/2, √2) (normalizando) • β = {u1, u2} é uma base ortonormal Complemento Ortogonal • Consideremos um espaço vetorial V munido de um produto interno < ,> e um subconjunto não- vazio S de V (S não é necessariamente um subespaço) • Consideremos então o subconjunto de V:�S⊥ = {v∈V: v é ortogonal a todos os vetores de S} Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 20 �S⊥ = {v∈V: v é ortogonal a todos os vetores de S} �S⊥ é chamado de complemento ortogonal de S Produto Interno • Exemplo: (Exercício 5) Seja β = {(1,1,0), (1,0,1), (0,2,0)}. Ache uma base ortonormal β’ de R3, em relação ao produto interno usual. • Solução: �v1’ = (1, 1, 0) �v ’ = v - <v , v ’> .v ’ = (1/2, -1/2, 1) Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 21 �v2’ = v2 - <v2, v1’> .v1’ = (1/2, -1/2, 1) �v3’ =v3 – <v3,v2’>.v2’ – <v3,v1’>.v1’ �v3’ = (-4/5, 4/5, 2/5) <v1’, v1’> <v1’,v1’><v2’,v2’> Produto Interno • Exemplo: (Exercício 8) Seja W ⊂ R3 o subespaço gerado por (1, 0, 1) e (1, 1, 0). �a) Considere W⊥ =em relação ao produto interno canônico. Encontre uma base para W⊥. • Solução: �W⊥ = conjunto de vetores ortogonais a todos os Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 22 �W⊥ = conjunto de vetores ortogonais a todos os vetores de W: � {(x,y,z) | <(x,y,z),(1,0,1)> = 0 e <(x,y,z),(1,1,0)> = 0} • <(x,y,z),(1,0,1)> = 0 ⇒ x + z = 0 ⇒ z = -x • <(x,y,z),(1,1,0)> = 0 ⇒ x + y = 0 ⇒ y = -x �W⊥ = (x, -x, -x) ⇒ [(1, -1, -1)] Exercícios Sugeridos • 2 • 4 • 6 • 7 • 8b Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 23 • 8b • 9 • 10 • 11 • 13 A Seguir... Tipos Especiais de Operadores Lineares Prof. Carlos Alexandre Barros de Mello cabm@cin.ufpe.br 24 E é o último!!!!
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