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JOGOS E BRINCADEIRAS
Prof.ªMs. EVANILDE MUNIZ SILVA
evanilde.silva@fass.edu.com
1
HORA DE ENTENDER... 
Uma pergunta é feita ao profissional de Educação Física: 
“Vamos brincar?” ou “Vamos jogar?”. 
Qual a reflexão que devemos ter sobre essas perguntas? São palavras com o mesmo significado ou estamos propondo dois tipos de atividades?
2
Jogo e Brincadeira. O que são?
REFLETINDO!!!!
Jogar ou brincar
Google imagem
REFLETINDO...
Para Silva e Gonçalves (2010) o brincar e o jogar são momentos sagrados na vida de qualquer indivíduo. 
É com a prática dos jogos e das brincadeiras que as crianças ampliam seus conhecimentos sobre si, sobre os outros e sobre o mundo que está ao seu redor
REFELTINDO...
JOGAR OU
desenvolvem as múltiplas linguagens, exploram e manipulam objetos, organizam seus pensamento, descobrem e
BRINCAR
agem com as regras, assumem papel de líderes e se...
socializam com outras crianças, preparando-se para um mundo socializado.
REFLETINDO...
JOGO
Na antiguidade de acordo com Velasco (1996), as crianças participavam de algumas atividades, os jogos, por exemplo, eram realizados em ambientes separados podendo ser em praças públicas e espaços livres sem a supervisão de um adulto e em grupos distinguidos por idade e sexo.
JOGO
O jogo serviu para divulgar princípios de moral, ética e conteúdos de história, geografia e outros, a partir do Renascimento, o período de “compulsão lúdica”. 
O Renascimento vê o jogo como conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo. 
Ao atender necessidades infantis, o jogo infantil torna-se forma adequada para a aprendizagem dos conteúdos escolares
REFELTINDO...
JOGO
Assim, para se contrapor aos processos verbalistas de ensino, à palmatória vigente, o pedagogo deveria dar forma lúdica aos conteúdos. Quintiliano, Erasmo, Rabelais, Basedow, comungam desta perspectiva (KISHIMOTO, 1996).
JOGO
Para Freire (2002), o jogo facilita o desenvolvimento das habilidades motoras, pois possui uma linguagem corporal que não é estranha à criança e seu desenvolvimento não apresenta características de monotonia ao contrário de exercícios propostos por alguns autores que, não são adequados ao universo da cultura infantil.
JOGO
Segundo Nicolau (1994), a experiência da criança com o jogo proporciona os seguintes aspectos:
1. O contato com a realidade de forma espontânea;
2. resolução de situações problemáticas que enfrentamos durante a vida;
3. o descobrimento de novas maneiras de exploração corporal; e
4. a construção interior do seu mundo.
Finalmente Silva e Gonçalves (2010) O jogo apresenta os seguintes aspectos:
1. Exploração e cumprimento das regras;
2. maior envolvimento das emoções;
3. limites de espaço e tempo;
4. desafios envolvidos (motores, cognitivos e sociais); e
5. espontaneidade na sua participação.
BRINCADEIRA
Para Friedmann (1996) e Volpato (1999), citados por Almeida e Shigunov (2000) a brincadeira refere-se ao comportamento espontâneo ao realizar uma atividade das mais diversas.
O brincar sofreu diversas mudanças com o passar dos séculos devido ao progresso das grandes cidades e a mudança de hábitos da educação da civilização.
Desde os primórdios da civilização o brincar é uma atividade das crianças e dos adultos, porém sua realização perdeu seus vínculos comunitários com o passar do tempo tornando-se individual.
BRINCADEIRA
Considerado um elemento da cultura do riso, do folclore e do carnaval, ela era e ainda é uma representação da vida e modelo em miniatura da história e do destino da humanidade (VELASCO, 1996)
Segundo Velasco (1996), a brincadeira é uma parcela importante da vida da criança, é a partir dela que a criança constrói sua personalidade, desenvolve suas capacidades físicas, verbais e intelectuais, e tem a possibilidade de tornar-se um adulto equilibrado, consciente e afetuoso.
BRINCADEIRA
Para Kishimoto (2002) o brincar promove a busca por meios e pela exploração exercendo papel fundamental na construção de saber fazer. 
Por ser a forma mais original que a criança tem de relacionar e apropriar-se do mundo, é através dele que a criança se relaciona com as pessoas e objetos ao seu redor, aprendendo o tempo todo com as experiências que pode ter.
BRINCADEIRAS
O brincar é caracterizado com um ato de divertimento, segundo as diretrizes da ludicidade, não preocupados com a razão ou com a sua formatação. 
A existência das regras simples ou a inexistência das mesmas.
Ausência de tensão e não compromisso com resultados, com liberdade na sua construção e ao praticar... 
e tem por objetivo a diversão, na busca por prazer e alegria, apresentando enorme dimensão simbólica, criando ponte entre os mundos: imaginário e real (SILVA E GONÇALVES, 2010)
Vídeo sobre a importância do Brincar
Acesse youtube: 
 https://www.youtube.com/watch?v=HpiqpDvJ7-8 
JOGOS E BRINCADEIRAS - CONCEITOS
Atenção e memória;
Agilidade;
Controle emocional;
Coordenação Motora;
Ritmo;
Os sentidos;
Reação ou resposta espontânea ou planejada;
Acuidade auditiva ou visual;
Comunicação oral;
Destreza e reflexo;
Trabalho em grupo;
Senso de direção, lateralidade;
Cooperação;
Senso de trabalho em grupo, divisão de espaço e de tarefas,
colaboração;
Aceitação de resultados, através do desenvolvimento do senso de justiça e de atitudes pacíficas, respeito a regras e limites preestabelecidos.
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Canções de roda, advinhas, parlendas, histórias de fadas, bruxas, lobisomens, e jogos de bolinhas de gude, pião, amarelinha, pedrinhas (saquinhos), a pipa, entre outros, foram divulgadas pelos colonizadores portugueses quando vieram para o Brasil. A pipa ou o papagaio trazido pelos portugueses no século XVI tem origem nos povos orientais.
Segundo a enciclopédia chinesa KheTchiingYouen, a pipa foi inventada no ano 206 a.C, pelo general chinês Hausin, com finalidade de estratégias militares, servindo de comunicação entre os soldados para enviar notícias a locais sitiados ou pedidos de ajuda.
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
A miscigenação índio-branco-negro e a falta de documentação sobre os jogos dos meninos negros no período colonial dificultam a especificação da influência africana no folclore infantil.
Entretanto, pela linguagem oral que a mãe preta transmitiu para as crianças o conto, as lendas, os mitos, as histórias de sua terra...
Na época da escravidão era costume do menino branco receber um ou mais moleques negros como companheiros de brincadeira que lhe serviam como cavalo de montaria, burros de liteira, de carro de cavalo, em que um barbante serve de rédea, um galho de goiabeira de chicote.
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Os sinhozinhos reproduziam nas brincadeiras as relações de dominação. As meninas, ao brincarem os jogos de faz-de-conta, reproduziam a vida do engenho, onde as meninas negras eram tratadas como servas pela sinhazinha.
 
Entretanto, longe do controle dos adultos essa relação se invertia, particularmente, nas brincadeiras de pião, papagaio, matar passarinhos, subir em árvores, a liderança era dos moleques negros, prevalecendo às habilidades do jogador. 
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Da tradição indígena ficaram as brincadeiras de barbantes, atualmente conhecidas como cama-de-gato e o gosto pelos jogos e brinquedos imitando animais. 
Podemos perceber que, apesar da convivência de diferentes raças a influência portuguesa foi preponderante nas brincadeiras e jogos infantis das crianças brasileiras.
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Na sociedade contemporânea, grande parte dos jogos tradicionais infantis – ciranda cirandinha, cabra cega, barra manteiga, queimada, jogo de pião, pedrinhas, amarelinha, entre outros – que encantam e fazem parte do cotidiano de várias gerações de crianças, estão desaparecendo devido à influência da televisão, dos jogos eletrônicos e das transformações do ambiente urbano, ou seja, as ruas e as calçadas deixaram de ser os espaçospara a criança brincar. 
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Pesquisas atuais mostram a importância dos jogos tradicionais na educação e socialização da criança, pois, brincando e jogando a criança estabelece vínculos sociais, ajusta-se ao grupo e aceita a participação de outras crianças com os mesmos direitos.
Obedece, ainda, às regras traçadas pelo grupo, como também propõe suas modificações; aprende a ganhar e a perder. 
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Amado (2002, p. 11) demonstra que o universo lúdico foi e continua sendo “uma introdução ao mundo… nunca uma lição… mas uma descoberta”. Ele não compreende esse universo como uma simples imitação dos adultos, mas um universo de magia, mistério e liberdade sem limites.
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Segundo Cascudo (1984) e Kishimoto (1999 e 2003), os jogos tradicionais infantis fazem parte da cultura popular, expressam a produção espiritual de um povo em uma determinada época histórica, são transmitidos pela oralidade e sempre estão em transformação, incorporando as criações anônimas de geração para geração. 
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Os Jogos são ligados ao folclore, possuem as características de anonimato, tradicionalidade, transmissão oral, conservação e mudança. 
As brincadeiras tradicionais possuem, enquanto manifestações da cultura popular, a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver a convivência social
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Cascudo (2001) afirma que grande parte das práticas lúdicas da infância brasileira –adivinhas, parlendas, cantigas de roda, histórias de príncipes, rainhas, assombrações, bruxas e brinquedos, como a pipa, o pião, o bodoque e os jogos de pedrinhas, a amarelinha, entre outros – foram trazidas pelos portugueses e fazem parte da cultura européia e, por isso, segundo Amado (2005), estão gradativamente entrando em declínio devido:
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Primeiramente, à cedência a modas ditadas pelas classes cultural e economicamente favorecidas, e ao seu desejo de ostentação e de luxo, 
Depois, ao consumismo desenfreado de produtos acabados e de fácil aquisição que, no entanto, retiram à criança o prazer de descobrir, de inventar, de fazer e de partilhar; 
Um Brinquedo tradicional dos meninos dos sertões e do interior do país trazido pelos primeiros portugueses é o bodoque: pequena arma utilizada pelas crianças para caçar borboletas, pássaros, lagartixas e calangos.
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Palavra de origem árabe, bondok foi utilizada como instrumento bélico na Espanha e Portugal até a criação da pólvora e das armas curtas, em 1498. O bodoc ou baducca é um pequeno arco confeccionado com madeira “airi”. 
Possui duas cordas bem esticadas e separadas por dois pedacinhos de madeira; no meio, as cordas são unidas por um trançado chamado “malha ”, “rede” ou “sanga”. É nessa parte que se colocam os projéteis que, em geral, são pelotas de barro cozido ou pedrinhas redondas.
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
No ano de 1815, o príncipe de WiedNeuwied realça a habilidade das crianças nessa atividade lúdica: “os homens em geral bons caçadores e habituados ao uso da espingarda; os meninos têm ótima pontaria com os pequenos arcos feitos de madeira do “airi”, chamados bodoques”. 
O viajante Langsdorf, em 1920, relata que com esse brinquedo as crianças abatem “um pequeno pássaro a grande distância; e o que é mais, até borboletas pousadas nas flores” (idem).
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Durante muito tempo, esse brinquedo foi considerado de origem indígena e pré-colombiana.
Em 1918, Erland NordensKiold descreve esse folguedo como uma combinação da funda e do arco, já conhecidos pelos romanos como arcus balista, na França denominado arbaléte ou baleste, na Península Ibérica, ballesta, balesta ou besta (cf. Cascudo, 2001).
Outro brinquedo de arma produzido pelas próprias crianças, utilizado para matar passarinhos e em rixas entre as gangues de adolescentes durante vários séculos, é o estilingue, conhecido também como atiradeira, baladeira.
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Em Santa Catarina, o folclorista Osvaldo R. Cabral informa que as crianças o chamam de setra ou seta, os meninos sulistas o designam por chilóida. Em Portugal, o estilingue recebe os nomes de elásticos, funda, fisga ou atiradeira.
 
Esse brinquedo é composto de três partes: o gancho ou forquilha (cabo), o elástico e a malha. Tem a forma de um “Y” e é construído com madeira de laranjeira, goiabeira ou jabuticabeira. 
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Nas extremidades superiores amarram-se duas tiras de borracha ou elástico. As outras pontas das tiras ficam amarradas em um pedaço de couro formando afunda, a malha, onde se coloca o projétil (mamona verde, pedrinhas), que é atirado no alvo com o impulso da borracha distendida.
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
O folclorista Araújo (1967) conta que os meninos de outrora acreditavam que ao matarem um passarinho com um estilingue novo, deveriam dar seu sangue para passarem no cabo, para que não errassem uma estilingada sequer.
Outro costume infantil era fazer com o canivete um risco no estilingue para marcar quantos passarinhos tinham matado. O autor lembra ainda que, na infância, seu irmão Marinho possuía um estilingue, “cujo cabo não havia mais lugar para assinalar, tanto eram os piques. Estes iam subindo nas hastes da forquilha. Da empunhadura passavam para os ganchos. O cabo de seu estilingue era um verdadeiro reco-reco… Tinha uma pontaria! Melhor do que a de Assis Brasil no revólver…”
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS Retratada através das artes
Numa tapeçaria do início do século XVI, alguns camponeses e fidalgos, estes últimos vestidos de pastores, brincam de uma espécie de cabra-cega: não aparecem crianças. Vários quadros holandeses da segunda metade do século XVII representam também pessoas brincando dessa espécie de cabra-cega.
Num deles aparecem algumas crianças, mas elas estão misturadas com os adultos de todas as idades: uma mulher, com a cabeça escondida no avental, estende a mão aberta nas costas. Luiz XIII e sua mãe brincavam de esconde-esconde.
Brincava-se de cabra-cega na casa de Grande Mademoiselle, no Hotel de Rambouillet. Uma gravura de Lepeautre mostra que os camponeses adultos também gostavam dessa brincadeira.
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS 
Ao se comparar às imagens descritas por Ariés no jogo de cabra-cega com o quadro de Orlando Teruz, que retrata a mesma brincadeira nos anos iniciais de 1930, constata-se que na pintura do artista brasileiro aparecem somente meninas adolescentes brincando de cabra-cega.
Homens, mulheres e crianças não compartilham mais dos mesmos jogos e divertimentos e a brincadeira de cabra-cega passou a ser um reduto do sexo feminino. Acompanhando os estudos históricos, observa-se que a diferença de gênero no lúdico é uma construção cultural e consolida-se na sociedade capitalista. Assim, em torno dos anos de 1600, […] a boneca não se destinava apenas às meninas. Os meninos também brincavam com elas. 
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Dentro dos limites da primeira infância, a discriminação moderna entre meninas e meninos era menos nítida: ambos os sexos usavam o mesmo traje, o mesmo vestido.
Com a descoberta da infância, os brinquedos e os jogos que, em épocas remotas, eram utilizados em cultos e rituais religiosos e que integravam os laços coletivos da comunidade passaram por transformações e tornaram-se monopólios do universo infantil. Ariés (op. cit. p. 47) afirma: 
Com o tempo, a brincadeira se libertou de seu simbolismo religioso e perdeu seu caráter comunitário, tornando-se ao mesmo tempo profana e individual.
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Nesse processo, ela foi cada vez mais reservada às crianças, cujo repertório de brincadeiras surge então como o repositório de manifestações coletivas abandonadas pela sociedade dos adultose dessacralizadas.
 
Jovens gregas jogando as pedrinhas (Mármore de Herculanum. Museu de Nápoles – Daremberg et. al. apud Amado. J. 2002). Outro jogo que com o passar dos séculos se tornou praticado, particularmente, pelas meninas.
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Nas antigas civilizações os jogos com ossinhos ou pedrinhas serviam de instrumentos divinatórios. Na Odisséia, a deusa Atenas encontra os pretendentes de Penélope jogando pedrinhas: “sentados diante da porta, em pele de bois ,que eles próprios tinham matado, divertindo o espírito com pedrinhas de jogar” (apud. Amado,165).
Tanto as moças quanto os rapazes exerciam essa atividade lúdica e eram dados como presentes às crianças quando tinham um bom desempenho escolar: “Ao vencer as outras crianças, por ter desenhado bem as letras, Conaros recebeu um prémio de oitenta ossinhos” (Manson, p.27).
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Herondas , no século III a.C.,conta que tanto os professores quanto os pais recriminavam os estudantes por jogarem a dinheiro. O jogo das cinco pedrinhas era conhecido na Grécia por penthalitha e em Roma por astragulus. A pipa ou papagaio é um brinquedo sazonal de origem oriental e foi trazido para a América Portuguesa no século XVI.
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Segundo a enciclopédia chinesa khéTchiKingYouen, a pipa foi inventada pelo general chinês Hausin, no ano de 206 a.C.. Este comandante do exército utilizou uma pipa para calcular a distância que o separava do palácio WaiYang, para conquista-lo por meio de um túnel
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Ainda, contam as tradições orientais que os habitantes de uma cidade sitiada conseguiram se comunicar e pedir ajuda por intermédio do papagaio.
Os séculos passaram e esse uso estratégico de um brinquedo infantil pode ser visto na atualidade nas favelas do Rio de Janeiro, onde crianças e adolescentes utilizam o papagaio para avisar os traficantes de drogas da chegada da polícia no morro.
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Esse brinquedo é conhecido também por arraia, pandorga, quadrado, curica, e em Portugal, por estrela, canoa, cometa, zoeira, bacalhau.
 
O poeta Thiago de Mello, em sua obra Arte e ciência de empinar papagaio, demonstra uma linguagem própria utilizada pelas crianças, no início do século XX, na região do Amazonas, ao vivenciarem essa atividade lúdica. 
HISTÓRIA ANTIGA DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Imbicar ou embicar designa o movimento de descer verticalmente a pipa de cabeça para baixo; aparar é pegar pela rabiola o papagaio de outro menino e descer com ele até sua mão; papocar é quando a linha se rompe sozinha; quedar: verbo para quem é cortado. Palavras que até hoje são encontradas nas bocas das crianças.
SAIBA MAIS...
Brincadeiras em época de Escravidão e Brincadeiras indígenas.
As crianças brasileiras receberam influências de diversas culturas lúdicas do mundo, particularmente, a portuguesa. Jogos e brincadeiras tradicionais coexistem com novas modalidades de brincar trazidos pela tela da TV, vídeo game, computador, ampliando o seu universo lúdico e dando novas oportunidades aqueles que começam a descobrir o mundo. 
CONCLUIMOS QUE...
Assim, pode-se pensar que as novas formas do lúdico e das brincadeiras contemporâneas estão, em essência, referendadas e instrumentalizadas pelas experiências objetos antigos que, reatualizados, configuram uma nova perspectiva do brincar, mas – e infelizmente!! –não tanto poética e artesanal. Em última análise, o brincar transformou-se ao longo do tempo e os instrumentos é que modificaram para, provavelmente atender ao dinamismo do mundo globalizado.
CLASSIFICAÇÃO DOS JOGOS
Os jogos podem ser classificados em diferentes formas. Teixeira (1997, p. 34), classifica os jogos de três formas, de acordo com suas finalidades e maneiras de jogar:
Sensoriais – são aquelas que ajudam a desenvolver os sentidos. Ex: cabra-cega, pois neste jogo o sentido da audição é essencial;
Raciocínio – desenvolve o raciocínio, ex: xadrez, palavras cruzadas, jogo da velha, entre outros;
Motoras - é aquelas que exigem a participação de todo o corpo, mais dependem principalmente ação muscular, ex: pega-pega;
CLASSIFICAÇÃO DOS JOGOS
Para Machado (1986, p. 85), os classificam-se das seguintes formas:
Grande jogo ou desporto - realizado com as equipes e com regras internacionais e longa duração;
Pequeno jogo de curta duração e de poucas regras - as regras dos jogos variam de um lugar para outro, segundo os costumes do local. São jogos motores ativos que convém a todas as crianças menores;
Jogos dirigidos – apresentam características educativas e são orientados pelo professor. São submetidos a regras e cumprimentos, havendo mais respeito aos direito do companheiro, obedecendo a uma sequência normal do seu processo do desenvolvimento e crescimento;
Jogo livre – são jogos escolhidos livremente pelo interesse do grupo;
Jogos individuais – os jogadores agem sem companheiros. Esta forma de jogo é própria das crianças pequenas entre dois a seis anos de idade;
Jogos coletivos – são aqueles em que a presença do companheiro é de fundamental importância. 
O jogo e a brincadeira e a formação moral da criança
Segundo Piaget (1978), apud Ferreira (2005), as atividades lúdicas atingem um caráter educativo, tanto na formação psicomotora, como também na formação da personalidade das crianças. Assim, valores morais como honestidade, fidelidade, perseverança, hombridade, respeito ao social e aos outros são adquiridos.
Os jogos com regras são considerados por Piaget (1978) apud Ferreira (2005), como uma ferramenta indispensável para este processo. Através do contato com o outro a criança vai internalizar conceitos básicos de convivência. 
A brincadeira e os jogos permitem uma flexibilidade de conduta e conduz a um comportamento exploratório até a consecução do modelo ideal de se portar com o próximo, resultado de experiências, conflitos e resoluções destes (Bruner, 1968, apud Ferreira (2005)).
O jogo e a brincadeira e a formação moral da criança
Para Vygotski (1989) apud Ferreira (2005), há dois elementos importantes na atividade lúdica das crianças no que se refere aos jogos com regras: o jogo com regra explícita e o jogo com regras implícitas. 
O primeiro destes fatores são as regras pré-estabelecidas pelas crianças e que a sua não realização é considerada uma falta grave, por exemplo, em um jogo de pega-pega quem for tocado pelo pegador passa a ser o perseguidor, isto direciona a criança a seguir regras sociais já estabelecidas pelo mundo dos adultos. 
O outro segmento são regras que não estão propriamente ditadas, mas entende-se que são necessárias para o seguimento do jogo, no exemplo citado acima, não se coloca que as crianças não podem sair do local da brincadeira (como exemplo, uma quadra), portanto as regras implícitas oferecem a criança uma noção de entendimento às regras ocultas, mas necessárias.
O papel da ética nos jogos e brincadeiras
A palavra ética significa a busca de uma boa “maneira de ser”. Segundo Badiou (1995), apud Ferreira (2005), para os modernos, ética é como um sinônimo de moralidade; já Hegel demonstra uma diferença entre ética e moralidade, ao princípio ético ele reserva a ação imediata, enquanto a moralidade se refere à ação refletida.
Ainda se referindo a Badiou (1995), apud Ferreira (2005), a ética consiste em preocupar-se com os direitos do homem, os direitos do ser vivo, fazer com que eles sejam respeitados. Ou ainda, “a ética é o reconhecimento do outro” (Badiou, 1995, p. 15), portanto, nas brincadeiras com regras, as crianças começam a exercer esta ética, pois precisam reconhecer o outro para poderem participar, devem respeitar noções básicas de convivência para o bom andamento da atividade lúdica.
O papel da ética nos jogos e brincadeiras
A respeito do conceito de ética, Oliveira (1997), apud Ferreira (2005), se posiciona:
(...) ética diz respeito a consensos possíveis e temporários entre diferentes agrupamentos sociais,que, embora possuam hábitos, costume e moral diferente, e mesmo divergindo na compreensão de mundo e nas perspectivas de futuro, às vezes conseguem estabelecer normas de convivência social relativamente harmoniosa em algumas questões.
O papel da ética nos jogos e brincadeiras
Estes consensos e ligações com outras crianças de outros grupos sociais vão produzir na criança, durante os jogos e as brincadeiras, o saber conviver com as diferenças, com outras formas de cultura, hábitos, costumes e crenças.
Mas afinal, qual seria a distinção entre ética e moral? De acordo com Segre (Ética, ciência e saúde, vários autores, 2001), apud Ferreira (2005), “a ética é o que vem de dentro, enquanto que a moral é algo cultural, que vem de fora, que é muito mais resultado da influência de uma sociedade do que do pensar individual”.
Mas, é correto afirmar que a ética está sempre interagindo com a moral.
JOGOS COOPERATIVOS E BRINCADEIRAS: INCLUSÃO E EXCLUSÃO
O principal instrumento para que aconteça a inclusão de alunos através da ludicidade é o professor de Educação Física, que tem dever ético com todos e para si mesmo. 
O foco deve ser o envolvimento do profissional de Educação Física e sua postura ética na relação saudável entre o ser humano e o seu convívio. 
Com a importância de inserção das crianças nas atividades práticas , seja no clube, academia ou escola, o professor de Educação Física precisa sempre estar atualizado para que tenha estratégias de ensino com o intuito de inserir alunos que são excluídos por outros colegas afetando sua autoestima e comportamento social.
INCLUSÃO
Segundo Mantoan (2006), inclusão é a capacidade do ser humano de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes. 
A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com diferentes tipos de deficiência física ou comprometimento, para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. 
Podendo dizer que estar junto é estar convivendo com outros na correria do dia-a-dia e também com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro.
JOGOS COOPERATIVOS
Sendo a convivência uma importante condição da vida, é preciso ressaltar que em situações onde acontece interação, como nas aulas de Educação Física, é interessante praticar e exercer a cooperatividade entre os alunos. 
Com a cooperação, trabalhar em conjunto, favorece a autonomia, governar por si só, essas duas ações caminham para um bom desenvolvimento do grupo utilizando os Pilares da Educação que são: 
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser, contribuindo para que os alunos pratiquem as atividades de forma que haja integração e participação de todos com a ludicidade e isenção de competitividade acarretando na inclusão dos mesmos. (LOPES, 2000).
JOGOS COOPERATIVOS
Os jogos cooperativos nos mostram que nem sempre para ter uma cooperação é necessário a competição, onde todos se ajudam melhorando sua confiança própria quando é trabalhado a cooperatividade. 
Alguns dados de Lopes (2000) mostram que a competição gera, entre outros sentimentos, exclusão, medo, insegurança e frustração. 
Sendo possível ressaltar que os jogos cooperativos integram valores e convivências dos indivíduos em sociedade e no desenvolvimento de uma aprendizagem, 
e cabe ao professor de Educação Física focar esses pontos de cooperação e competição para que a inclusão pelas atividades lúdicas seja um caminho a ser seguido.
JOGOS COOPERATIVOS
Brotto (2001) compartilha da ideia de que a competição e cooperação são dois lados de uma mesma moeda, que não se opõe, mas se compõe. 
Entretanto essa ambiguidade é condicionada a fatores de permanente atenção e cuidado. 
O senso das pessoas assimila competição com o jogo, mostrando que jogo e competição não são separados, andam juntos. 
É nesta dimensão que a cooperatividade tem um papel muito importante propondo trabalho e ajuda mútua para que o jogo e as atividades lúdicas sejam exercidos em equipe, é um processo onde os objetivos são comuns e as ações trazem benefícios para todos.
ENTENDENDO MELHOR...
Para que aconteça uma boa integração entre professor e aluno e a divisão entre competição e cooperação, é necessário ter ética para que diálogos e atividades sejam conciliados
...
A importância de saber a diferença entre cooperação e competição para o aluno é da possibilidade deste trabalhar em sociedade e em grupo através de processos sociais tornando esses dois dilemas na ludicidade do jogo e da brincadeira, aspectos do mesmo jogo. 
A relação professor-aluno torna mais aceitável e pratica essa ideia de divisão dos aspectos da cooperação. 
Para Soler (2005) o professor é um facilitador, aquele que facilita o processo de aprendizagem, orienta o conhecimento, não sendo o dono da verdade. O professor facilitador ajuda no caminho, colaborando para melhorar o desenvolvimento do aluno ajudando-o a alcançar resultados mais satisfatórios.
PAPEL DO PROFESSOR
É de extrema importância que o professor auxilie os alunos numa boa aprendizagem facilitando sua linguagem para expor seus conhecimentos e se importando com a cooperação, competição, o jogo e o brincar. 
Relacionando suas atividades do dia a dia com suas emoções.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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