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Aula 02 fundamentos 3

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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL III
Aula 02: O movimento de Reconceituação do Serviço Social no Brasil 
Tema da Apresentação
Aula 02: O movimento de Reconceituação do Serviço Social no Brasil 
FUND. HIST. TEO. MET. SERV. SOC. III
Movimento de Reconceituação do Serviço Social brasileiro
 Início na década de 1970. 
 Realizado por assistentes sociais brasileiros, que buscavam elaborar novas propostas de atuação para o Serviço Social 
 Visava contribuir para a atualização da profissão e dos profissionais, frente aos novos desafios e transformações ocorridas na sociedade brasileira. 
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Vertente Modernizadora 
 Apropriou-se do referencial Positivista
 Afastou-se- dos referenciais tradicionais do Serviço Social 
Desvinculou-se da doutrina da Igreja Católica e das influências do Serviço Social Europeu
 Processo de laicização da profissão ( tornar-se laico, leiga, não baseada na religião). 
Tem como referencial teórico-metodológico o Funcionalismo, e a preocupação de seus principais formuladores era adequar a profissão às novas exigências do mercado de trabalho em franca ampliação
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2) Vertente Renovação do Conservadorismo 
 
 Constituiu-se em um esforço de produzir uma nova corrente teórico-metodológica que continuasse a ter como foco a pessoa, os sujeitos, resistindo em parte à visão Modernizadora Funcionalista e à vertente inspirada no marxismo. Desenvolveu o referencial teórico-metodológico da Fenomenologia, aplicada ao Serviço Social.
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3) Vertente Intenção de Ruptura
 Caracterizou-se por uma perspectiva crítica em relação à sociedade capitalista e ao Serviço Social tradicional. Esta vertente foi fundamentada numa aproximação ao referencial teórico marxista, que após seu amadurecimento e consolidação, tornou-se predominante ( hegemônica) no Serviço Social brasileiro, a partir de meados da década de 80. 
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O chamado Movimento de Reconceituação do Serviço Social é parte do processo de erosão do Serviço Social tradicional. É a partir dele que, pela primeira vez, de forma aberta, o Serviço Social vai recorrer à tradição marxista. Em seu primeiro momento, utilizou-se de manuais de divulgação sobre o marxismo, de qualidade muito discutível, por vezes com versões deformadas pelo neo-positivismo. 
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Ele se desenvolveu num contexto de:
recusa à importação de teorias, como resposta num primeiro momento, ao hegemonismo, do Serviço Social norte-americano; 
 confusão ideológica e as inquietudes da esquerda cristã, associadas as novas gerações revolucionárias não tradicionais, sobre a base teórica do marxismo mais dogmático
 ativismo político, que obscureceu as fronteiras entre a profissão e o militantismo, com a consequente minimização do papel da teoria. 
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AS DIREÇÕES DA RENOVAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL
É importante ressaltar que é no movimento de Reconceituação e seus desdobramentos, que se definem de forma mais clara, e se confrontam, diversas tendências voltadas à fundamentação teórico metodológica do Serviço Social. Em seus primeiros momentos, num contexto de ditadura militar e de impossibilidade de contestação política, vai priorizar um projeto tecnocrático-modernizador, do qual os Seminários de Araxá e Teresópolis são as melhores expressões. 
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O contexto latino-americano do movimento, sobretudo no Cone Sul, assume claramente uma perspectiva crítica de contestação política, propondo a transformação social. Ao final da década de 70, o pensamento de autores latino americanos orienta a produção brasileira, divulgada pelo CBCISS. Essa situação vai se modificando aos poucos, com o desenvolvimento do debate e da produção intelectual do Serviço Social brasileiro, que resulta na explicitação de três vertentes. 
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A vertente Modernizadora 
Seu marco é o Seminário de Teorização do Serviço Social, promovido pelo CBCISS, em Araxá, Minas Gerais, em 1967, e se desdobra no Seminário de Teresópolis, no Rio de Janeiro, em 1970.
A problemática do desenvolvimento se colocava como um dilema central da vida brasileira desde a década anterior, a partir das qual foram promovidos diversos projetos em colaboração com governos dos países capitalistas centrais e agências internacionais, dentre as quais destacam-se a ONU- Organização das Nações Unidas e o CEPAL- Centro de Estudos e Pesquisas da América Latina, com uma proposta de assessoria técnica com o suporte das Ciências Sociais .
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Trata-se do primeiro bloco de proposições teórico-metodológicas do Movimento de Reconceituação, caracterizado pela incorporação de abordagens funcionalistas, estruturalistas e sistêmicas (matriz positivista), voltadas a uma modernização conservadora e à melhoria do sistema, pela mediação do desenvolvimento social, e pelo enfrentamento da marginalidade e da pobreza, na perspectiva de integração da sociedade
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“Como prática institucionalizada, o Serviço Social se caracteriza pela ação junto a indivíduos com desajustamentos familiares e sociais. Tais desajustamentos muitas vezes decorrem de estruturas sociais inadequadas.(...) Constatando que esse tipo de ação compreende dimensões corretivas, preventivas e promocionais, entendendo que estas últimas definem a inserção do Serviço Social no processo de desenvolvimento, tomado este em sentido lato, isto é, aquele que eleva à plena utilização dos recursos naturais e humanos e, consequentemente, a uma realização integral do homem. Destaca-se quanto a promoção humana, a importância do processo de conscientização como ponto de partida para fundamentação ideológica do desenvolvimento global”( CBCISS, 1986, p. 24 e 26)
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Os recursos para alcançar estes objetivos são buscados na modernização tecnológica e em processos e relacionamentos interpessoais. Estas opções configuram um projeto renovador tecnocrático fundado na busca da eficiência e da eficácia, e devem nortear a produção do conhecimento e a intervenção profissional.
A tensão de fundo que se coloca é o deslocamento dos traços históricos da prática profissional, cuja característica era a atuação junto a indivíduos com desajustamentos familiares e sociais, para uma nova atuação que considera o processo de desenvolvimento global da sociedade, foi equacionada com uma proposta de inclusão de um novo rol de ações, voltadas para o planejamento social e de políticas sociais, sem excluir as que já eram desenvolvidas. 
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“As exigências
do processo de desenvolvimento mundial vêm impondo ao Serviço Social, sobretudo em países ou regiões subdesenvolvidas, o desempenho de novos papéis, donde a urgência de romper com o condicionamento de sua atuação ao uso exclusivo dos processos de Caso, Grupo e Comunidade, e rever seus elementos constitutivos, elaborando novos métodos e processos.” ( CBCISS, 1986: 26) 
 
No Seminário de Teresópolis, em janeiro de 1970, foi discutida a Metodologia do Serviço Social frente à realidade brasileira, preparado por um grupo de assistentes sociais, dentre os quais destacam-se José Lucena Dantas, Suely Gomes da Costa e Tecla Machado Soeiro. No Documento de Teresópolis, o “moderno” trinfa sobre o “tradicional”, com uma proposta de instrumentação programática. 
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“Partindo da prática profissional do Serviço Social como um modo organizado e sistematizado de prestação de serviços, a questão da metodologia de ação constitui a parte central e atual da Teoria Geral do Serviço Social, a definição de um modelo de prática do Serviço Social adequado à problemática social brasileira depende grandemente, da solução do seu problema metodológico” ( DANTAS, 1978:66)
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Segundo NETTO, as formulações propostas no Documento de Teresópolis apontam para a requalificação do assistente social, definindo um perfil sociotécnico da profissão, sua inscrição no mundo acadêmico, mantendo uma visão de integração ao modelo de desenvolvimento em curso, e por isso mesmo, foi considerada uma “modernização conservadora”, de matriz teórica Funcionalista, conduzida em sintonia com as diretrizes do Estado ditatorial, cujo modelo de desenvolvimento voltava-se para garantir os benefícios ao grande capital. 
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Depois de Araxá e Teresópolis vieram os Seminários realizados no Rio de Janeiro, no Centro de Estudos da Arquidiocese do Rio de Janeiro - Sumaré, em 1978 e no Colégio Coração de Jesus, Alto da Boa Vista em 1984, com menor impacto e expressão sobre a categoria profissional.
 
Perspectiva assumida por profissionais que resistem ao processo de laicização da profissão, e que repudia a visão positivista trazida pela perspectiva modernizadora, bem, como a influência do pensamento crítico dialético. O núcleo temático dessa perspectiva é a tematização do Serviço Social como interveniente, dinamizador e integrador do processo de desenvolvimento.
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A construção dessa perspectiva recebe apoio do CBCISS. Os profissionais ligados à esse órgão promovem cursos de Aperfeiçoamento para Docentes de Serviço Social articulados pela ABESS. O profissional que serve de referência como intelectual de ponta dessa perspectiva é José Lucena Dantas. Segundo ele, a prática profissional precisava se desenvolver com cientificidade, O método profissional se constitui a partir de duas categorias básicas: o diagnóstico e a intervenção planejada, tendo como foco a instrumentalidade técnico-profissional. O objeto de intervenção do assistente social são as situações problemas advindas do processo de desenvolvimento.
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Segundo Netto, a concepção científica da prática profissional defendida por Lucena é “efetivamente reduzida ao estabelecimento de conexões superficiais entre dados empíricos da vida social e à intervenção metódica sobre eles; uma pauta interventiva cujo andamento pode ser objeto de acompanhamento, vigilância e avaliação por parte das hierarquias institucional-organizacionais de corte tecnoburocrático.
As formulações de Araxá e Teresópolis eram contemporâneas de preocupações e vivências expressivas que compunham os debates teóricos, culturais e políticos do contexto brasileiro. Nos documentos produzidos nos encontros de Sumaré ( 1978) e Alto da Boa Vista ( 1984), é perceptível um movimento de abertura a referências distintas do caldo conservador, provocando o deslocamento da perspectiva modernizadora. 
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Reatualização do conservadorismo
 Está expressa na tese de Anna Augusta de Almeida(1978). Destaca-se a dimensão da subjetividade, com uma demanda fortemente psicologizante de ajuda psicossocial.
 Há nessa argumentação uma dissolução das determinações de classe nos processos societários, promovendo o regresso ao que há mais tradicional e consagrado na herança conservadora da profissão. Desloca o foco da “explicação dos fatos” para a “compreensão do sujeito” como ser no mundo e sobre o mundo. 
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A perspectiva Fenomenológica emerge como metodologia dialógica, apropriando-se também da visão de pessoa e comunidade de E. Mounier(1936) dirige-se ao vivido humano, aos sujeitos em suas vivências, colocando para o Serviço Social a tarefa de “ auxiliar na abertura desse sujeito singular, em relação aos outros , ao mundo de pessoas” ( ALMEIDA, 1980, p. 114).
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“A tendência atual do Serviço Social é a de considerar o homem em seu todo, holisticamente, ou em sua totalidade do mundo da vida” (CAPALBO, 1984:25)
“Nossas preocupações fundamentais estão apoiadas em critérios a partir da compreensão do homem e do mundo, orientada numa hermenêutica da realidade pela teoria, personalista do conhecimento, por uma fenomenologia existencial e por uma ética cristã motivante.” (ALMEIDA, 1978:11) 
O Serviço Social é posto como uma intervenção que se inscreve rigorosamente nas fronteiras da ajuda psicossocial voltada para projetos humanos e sociais na sua situação humana, histórica e concreta.
Destacam-se as contribuições de Creusa Capalbo, Telma Donzelli e Ana Augusta de Almeida. 
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A Vertente de Intenção de Ruptura
Esquematicamente é possível apontar no processo de construçãoda perspectiva de intenção de ruptura três momentos diferenciados: 
o da sua emersão (1972 a 1975)
 o da sua consolidação acadêmica ( década de 80)
 do seu espraiamento ( meados da década de 80) sobre a 
categoria profissional. 
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O primeiro momento, da emersão ocorre nos anos de 1972 a 1975, a partir de um grupo de jovens profissionais da PUC de Belo Horizonte, cuja produção ficou conhecida como “O Método Belo Horizonte”. Esses profissionais elaboram uma crítica ao tradicionalismo e propõem uma formulação abrangente e uma arquitetura ímpar, com alternativas nos seguintes planos:
- no plano teórico-metodológico
- no plano da concepção e da intervenção profissional
- no plano da formação
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Destacam-se as contribuições de Ana Maria Quiroga e Leila Lima Santos, e a influência da Juventude Universitária Católica – JUC e da Politica Operária – POLOP, ambos movimentos vinculados ao pensamento crítico da esquerda, inspirados no marxismo. .
Remete a profissão à consciência de sua inserção na sociedade de classes e que
no Brasil vai configurar-se em um primeiro momento, como uma aproximação ao marxismo sem o recurso ao pensamento de Marx, através de abordagens reducionistas dos marxismos de manual, quer pela influência do cientificismo e do formalismo metodológico estruturalista presente no marxismo althusseriano ( referência a Louis Althusser, filósofo francês cuja leitura da obra de Marx vai influenciar a proposta marxista do Serviço Social dos anos 60;70, e particularmente o Método BH.) .
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Um marxismo equivocado que recusou a via institucional e as determinações sócio-históricas da profissão. No entanto, é com este referencial precário do ponto de vista teórico, mas posicionado do ponto de vista sociopolítico que a profissão questiona sua prática institucional e seus objetivos de adaptação social, ao mesmo tempo em que se aproxima dos movimentos sociais. Inicia-se aqui a vertente comprometida com a INTENÇÃO DE RUPTURA com o Serviço Social Tradicional. 
Esse movimento foi interrompido em 1975 com a demissão de seus formuladores e gestores, e com o recrudescimento da ditadura. 
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A fase de consolidação 
começa a se desenvolver na década de 80, uma análise crítica das principais propostas da renovação profissional, que resgatam o projeto de ruptura em formulações latino-americanas, cuja contribuição notável é da profª Miriam Limoeiro Cardoso, com objetivo de clarificação epistemológica e desnudamento ideológico.
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O segundo patamar abandona a abordagem crítico-analítica afirmada antes, e avança para elaborações crítico-históricas mais abrangentes, apoiadas em concepções teórico-metodológicas colhidas em duas fontes originais, a partir da produção de IAMAMOTO em seu texto “Legitimidade e crise do Serviço Social”, no qual a autora busca resgatar a obra de Marx, e desenvolve uma análise do Serviço Social imbricado na lógica de reprodução das relações sociais. Sua análise aponta em duas direções:
A análise da instituição profissional no bojo da totalidade das relações sociais da ordem burguesa
Análise do Serviço Social na particularidade da formação social brasileira.
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Marilda inscreve a prática profissional no terreno das intermediações entre as classes sociais fundamentais, e afirma que é só nesse campo mediador que o Serviço Social vai existir como profissão, e ter determinadas as suas alternativas de ação. Ele é uma atividade auxiliar e subsidiária no exercício do controle social e na difusão da ideologia da classe dominante. Porém, junto à classe trabalhadora, participa ao lado de outras instituições sociais, das respostas legítimas de sobrevivência desta classe, face às suas condições de vida dadas historicamente.
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IAMAMOTO e CARVALHO, no paradigmático livro “Relações Sociais e Serviço Social no Brasil – esboço de uma interpretação histórico-metodológica”, realizam uma interlocução direta coma teoria Social de Marx e o Serviço Social, visando apreender o ser social a partir de suas relações com a estrutura da sociedade, com o modo de produção que caracteriza o ser social como ser de relações sociais não imediatas. 
Buscam apreender dialeticamente a realidade em seu movimento contraditório, no qual engendram como totalidade as relações sociais que configuram a sociedade capitalista. A profissão passa a ser entendida como componente da organização da sociedade, inserida nas relações sociais de produção, participando do processo de reprodução dessas relações 
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A partir dos anos 80 o Serviço Social vai apropriar-se do pensamento de Antonio Gramsci, particularmente de suas abordagens a cerca do pensamento dialético, das concepções de Estado, de Sociedade Civil, ideologia, hegemonia, Subjetividade e Cultura das classes subalternas. Apropria-se também das contribuições de Agnes Heller sobre Cotidiano, de George Lukács sobre a “Ontologia do ser social, fundada no trabalho”, de E. P. Thompson acerca das experiências humanas, e de Eric Hobsbawn, um dos mais importantes historiadores marxistas da contemporaneidade.
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A fase do espraiamento da perspectiva de ruptura 
 A intenção de rupturacom o Serviço Social tradicional vai ocorrer a partir do segundo terço da década de 80, quando penetra nos debates profissionais, e dá o tom da produção intelectual, rebatendo na formação dos profissionais, realizada pelas agências acadêmicas de ponta e atinge as organizações representativas dos assistentes sociais
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A adoção do marxismo como referência teórico-analítica torna-se predominante no Serviço Social, e vai permear a formação profissional brasileira, através do currículo de 1982 e atuais diretrizes curriculares. Está presente nas diversas organizações e eventos acadêmicos, na Lei de Regulamentação da Profissão e no Código de Ética, que constituem as referências do projeto ético-político da profissão.
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É com a vertente de intenção de ruptura que repercutem produtivamente no Serviço Social do Brasil as questões referentes à dinâmica contraditória e macroscópica da sociedade, que põe em causa a produção social, com ênfase na crítica da economia política, ressaltando a importância da estrutura da social.
 Desenvolve brilhantemente análises das classes sociais e suas estratégias, problematizando a natureza do poder político, com grande ênfase no papel e funções do Estado, interrogando acerca das especificidades das representações sociais, indagando-se sobre o papel das ideologias
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O esclarecimento cuidadoso da inserção profissional na divisão sócio-técnica do trabalho, e sua localização na estrutura sócio-ocupacional, e a compreensão histórica da sua funcionalidade no espaço de mediações entre classes e estado, redimensionam amplamente o alcance e os limites da sua intervenção profissional, bem como o estatuto das suas técnicas, objetos e objetivos. 
	
A perspectiva de intenção de ruptura expressa o processo de laicização e diferenciação no seio da profissão, bem como as tendências e forças que percorrem a estrutura da sociedade no período histórico em que ocorreu. Faz transparecer com clareza a relação viva entre as classes sociais projetos societários, instâncias de produção e divulgação do saber, organismos de intervenção social. 
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Os profissionais que se debatiam contra o tradicionalismo no Serviço Social brasileiro desde o fim da década de 50, sinalizavam que a profissão começava a ser permeada pelos rebatimentos das lutas sociais, passando a criar elos com as demandas das classes exploradas e subalternas. 
 Os espaços ocupados pelas camadas de trabalhadores, em especial pela classe operária, revitalizaram a perspectiva de intenção de
ruptura, ao oferecer um suporte para uma intervenção social legitimada. 
 O estudo particular das condições de trabalho e existência dessas camadas tornou-se objeto da prática profissional, substituindo o viés tecnicista anterior, levando os profissionais a assumirem uma postura política crítica frente ao modelo capitalista em curso.
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José Paulo Netto chama a atenção para uma tendência de partidarização entre os profissionais de Serviço Social, em substituição ao viés do testemunho e voluntarismo cristão, que ressurge com nova conotação, sob a forma de militância política, com um caráter messiânico ( o profissional iria “salvar a classe operária de toda a opressão”) . Nos anos 80, essa tendência se expressa na exigência do “compromisso” da profissão com a classe trabalhadora, com as forças populares, que caracterizaram o “ Serviço Social Alternativo”. 
Destacam-se nesta vertente inúmeras contribuições, dentre elas: Iamamotto, Raul de Carvalho, José Paulo Netto (1976), Lopes (1979), Lima (1984), Santos (1985), Macedo (1986), Carvalho ( 1986), Faleiros(1987) .
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