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Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 1 Astried Brettas Grunwald Cel-9223-1012 astried_grunwald@yahoo.com.br VT = 04/04/2014 equipe com quatro integrantes, pode ser utilizado qualquer fonte de pesquisa que não seja eletrônica. 17/04/2014 simulado ENADE Autores recomendados: Ada Pellegrini; Humberto Theodoro Junior; Arruda Alvim; Misael Montenegro; Ovidio Batista; Cândido dinamarco; Moacyr Amaral dos Santos; Alexandre Câmara; Vicente Greco. Pretensão – é direito de exigir de outrem que faça ou deixe de fazer certo ato. ANTENÇÃO: o conteúdo destas notas de aulas reflete a minha compreensão sobre o que foi ministrado em sala de aula. Ao estudar por apontamentos de outro aluno, você estará lendo o entendimento deste, e não necessariamente o que foi dito pelo professor. Ademais, as notas de aulas podem sofrer alterações na esquematização, na ordem, bem como acréscimos de outras fontes de pesquisa (geralmente transcritas usando fonte itálica). 14/02/2014 I – Interesses, Lide, Composição da Lide 1 – Interesses, Lide, Composição 1.1 Interesses – é a pretensão, é o mesmo interesse de dois ou mais sujeitos pelo mesmo objeto. Esta pode ser: Individuais – interesses que identifica o sujeito que pleiteia o objeto. Consegue-se identificar exatamente o sujeito da lide e apenas este pode pleitear judicialmente. Transindividuais – há muitos interessados e não se pode individualizar o interessado. Está dividida em duas partes que tem em comum não conseguir individualizar Difusos – não possui vínculo jurídico Coletivos – possui vínculo comum. Interesse é a pretensão pretenção resistida Individuais identifica exatamente o sujeito da lide Transindividuais não se pode indentificar o sujeito interessado Difuso não possui vínculo jurídico Coletivo possui vínculo comum. Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 2 Conflito de Interesses (lide) – quando no mínimo dois indivíduos tem interesse no mesmo objeto. Sua Estrutura é formada por, no mínimo dois sujeitos, um objeto e haver pretensão resistida. I - Formas compositivas (solução) 1 - Formas Autônomas - se desenvolve exclusivamente através dos envolvidos no conflito. 1.1 - Autodefesa ou autotutela - Conceito: é uma forma de conseguir a satisfação da pretensão fazendo uso de sua própria força e na medida dela. Características: força física, parcialidade, ausência de juiz, imposição por uma das partes à outra. A repressão aos atos criminosos se fazia em regime de vingança privada e, quando o Estado chamou a si o jus punitionis, ele o exerceu inicialmente mediante seus próprios critérios e decisões, sem a interposição de órgãos ou pessoas imparciais independentes e desinteressadas. Hoje, encarando-a do ponto de vista da cultura do século XX, é fácil ver como era precária e aleatória, pois não garantia a justiça, mas a vitória do mais forte, mais astuto ou mais ousado sobre o mais fraco ou mais tímido. Apesar da enérgica repulsa à autotutela como meio ordinário para a satisfação de pretensões em benefício do mais forte ou astuto, para certos casos excepcionalíssimos a própria lei abre exceções à proibição. Constituem exemplos o direito de retenção (CC, arts. 578.644, L219, 1.433, inc. II, 1.434, etc.), o desforço imediato (CC, art. 1.210, § lº), o direito de cortar raízes e ramos de árvores limítrofes que ultrapassem a extrema do prédio (CC, art. 1.283), a autoexecutoriedade das decisões administrativas; sob certo aspecto, podem-se incluir entre essas exceções o poder estatal de efetuar prisões em flagrante (CPP. art. 301) é os atos que, embora tipificados como crime, sejam realizados em legítima defesa ou estado de necessidade (CP, arts. 24-25; CC, arts. 188, 929 e 930). São duas as razões pelas quais se admite a conduta Unilateral invasora da esfera jurídica alheia nesses casos excepcionais: a) à impossibilidade de estar o Estado- juiz presente sempre que um direito esteja sendo violado ou prestes a sê-lo; b) a ausência de confiança de cada um no altruísmo alheio, inspirador de uma possível autocomposição. - ADA PELLEGRINO - Teoria Geral do Processo 2012, pág. 37. 1.2 - Jurisconstrução – é exclusivo da autotutela. Pelo uso da força se constrói novas normas. É a construção do direito de forma temporária porque o conflito solucionado desta forma pode mudar rapidamente. Não há estabilidade ou segurança jurídica. 1.3 - Autocomposição – solução dos conflitos pelas partes usando o consenso, o acordo, sem uso da força física. Depende da manifestação de vontade das partes de modo bilateral. A autocomposição se divide em extraprocessual e endoprocessual. Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 3 Endoprocessual - Refere-se a atos praticados dentro do processo judicial. Por Dicionário inFormal (SP) em 18-03- 2012 a) Extraprocessuais Negociação - Nesta o negociador vai informar qual solução para o problema, expondo as opções para o conflito, não há preocupação com a paz entre os lados, geralmente há apenas um negociador, o aspecto mais importante é o jurídico. Mediação - visa o restabelecimento da relação social, da comunicação, o aspecto mais importante é o aspecto social. Conciliação – diferentemente da negociação, geralmente há mais de um conciliador ou pode não haver nenhum, fazendo as próprias partes as suas propostas, o aspecto mais importante é o jurídico. Transação (pura) é obrigatório o ganho e perda de ambos os sujeitos. As duas partes têm que ceder algo para haver um acordo. Artigos 840 a 850 do Código b) Endoprocessual A lei processual civil expressamente admite as três formas da autocomposição a ser obtida endoprocessualmente (CPC, art. 269, II, III e V), dando-lhes ainda a eficácia de pôr fim ao processo: compondo-se as partes, não cabe ao juiz mais que reconhecê-lo por sentença. - ADA PELLEGRINO - Teoria Geral do Processo 2012 Civil Art. 269. Haverá resolução de mérito: 136 II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido; 138 III - quando as partes transigirem; 139 V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação. 141 Conciliação – geralmente há mais de um conciliador ou pode não haver nenhum, fazendo as próprias partes as suas propostas, o aspecto mais importante é o jurídico. Renúncia - direito material ação de cobrança e é declarada uma sentença definitiva em que não pode ser feito outro processo sobre ao mesma lide. Desistência – direito processual, neste caso se está abrindo mão do processo, termina o processo, mas ele pode ser reaberto. Sentença terminativa (o processo não foi julgado, não houve solução, é algo temporário). Antes da citação pode- se desistir livremente do processo. Submissão – instituto do réu, deixa de ofertar a defesa (por perder prazo ou outro qualquer) que leva à revelia, está confirmando o que o autor está dizendo, está se submetendo à vontade do autor. Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 4 1.4 - Formas Alternativas (noções gerais) a) Mediação A mediação assemelha-se à conciliação: os interessados utilizam a intermediação de um terceiro, particular, para chegarem à pacificação de seu conflito. Distingue- se dela somente porque a conciliação busca sobretudo, o acordo entre as partes, enquanto a mediação objetiva trabalhar o conflito, surgindo o acordo como mera consequência. Trata-se mais de uma diferença de método, mas o resultado acaba sendo o mesmo. - ADA PELLEGRINO - Teoria Geral do Processo 2012 Característica - Voluntária,Sigilosa, Autônoma, Econômica, Célere Sujeitos – Partes, Mediador b) Arbitragem (lei 9307) A arbitragem é um sistema de solução de controvérsias adotado pelo direito brasileiro, e regulado atualmente por meio da lei 9307/96. Antes disso, a previsão de tal instrumento jurídico estava previsto nos artigos 1037 a 1048 do Código Civil (previsto como compromisso), além dos artigos 1072 a 1102 do Código de Processo Civil (dedicados ao juízo arbitral). A figura da arbitragem vem assumindo um papel cada vez mais importante dentro e fora do direito brasileiro devido à crescente internacionalização das relações comerciais, que por sua vez, exigem maior rapidez na solução de qualquer questão possivelmente aventada. Consiste a instituição da arbitragem em um canal que possibilita aos seus contratantes uma garantia de que seus eventuais litígios recebam uma apreciação de indivíduos, os denominados árbitros, detentores de um conhecimento razoável da matéria, com sigilo, rapidez e eficiência. Importante dizer que o árbitro não é um juiz, ou seja, alguém versado nas ciências jurídicas, podendo ser uma pessoa de condição extremamente humilde e de educação formal básica. O importante na arbitragem é que o responsável pela decisão tenha um conhecimento notável da matéria a ser analisada. É fundamental citar os instrumentos que regulam e regulavam anteriormente tal sistema, pois este sofreu mudanças fundamentais em seu procedimento. A legislação brasileira vigente até dezembro de 1996 claramente desencorajava a utilização da arbitragem, por ser esta simplesmente de pouco eficácia e de um trâmite bastante burocrático. O problema principal estava na necessidade de homologação do laudo arbitral, ou seja, depois de todo o processo de apreciação e decisão do árbitro, seu veredito não possuía validade alguma para a justiça brasileira, necessitando de apreciação de um juiz comum, o que tornava, obviamente, o caminho dos que optavam por este sistema, duas vezes mais extenso. Além disso, o trabalho do árbitro, ao ser analisado pelo juiz, poderia ser alterado em sua essência, tornando obviamente a via da arbitragem totalmente inútil nestes casos. Não bastasse isso, o legislador descuidou- se ao deixar de incluir a cláusula compromissória como um dos efeitos da sentença arbitral, o que na prática exime o condenado de efetivamente cumprir a sentença estabelecida. Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 5 As mudanças instituídas com a lei 9307, de 23.9.96, proporcionaram o aperfeiçoamento desta importante ferramenta de solução de controvérsias, pois, quem agora opte pela via da arbitragem não terá que levar a decisão do árbitro à apreciação do juiz, e, talvez o mais importante, uma decisão arbitral agora possui o valor de um título executivo extrajudicial, ou seja, uma vez não cumprida a decisão estipulada pelo árbitro, o caso pode ser apresentado ao judiciário para se realizar a execução do objeto de litígio, o que equivale dizer que agora toda decisão arbitral é diretamente aceita e homologada pelo poder judiciário. Bibliografia: ALBUQUERQUE FILHO, Clóvis Antunes Carneiro de. A arbitragem no Direito brasileiro pela Lei nº 9.307/96. Comentários. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 54, 1 fev. 2002. Disponível em: http://jus.uol.com.br/revista/texto/2629. Acesso em: 22 jul. 2011. - http://www.infoescola.com/direito/arbitragem/ acesso em 16/03/2014. A arbitragem, tradicionalmente regida pela lei material e pelo Código de Processo Civil (CC-16, arts. 1.037 e 1.048; CPC; arts. 1.072-1.102 CC-02, arts. 851-853), era um instituto em desuso no direito brasileiro. Depois, com a Lei das Pequenas Causas, (atualmente, Lei dos Juizados Especiais lei n. 9.099, de 26.9.95) e com a Lei da Arbitragem (lei n. 9.307, de 23.9.96), ela ganhou nova força e vigor e, em alguma medida, vai passando a ser utilizada efetivamente como meio alternativo para a pacificação de pessoas em conflito. Só se admite em matéria civil (não penal), na medida da disponibilidade dos interesses substanciais em conflito. - ADA PELLEGRINO - Teoria Geral do Processo 2012, pág. 37. Características – Voluntária, sigilosa, heterônoma, econômica, célere. Sujeitos – Partes, árbitro (juiz de fato e de direito) Sentença arbitral – Irrecorrível, Executável 2 - Formas Heterônomas – a solução é imposta por um terceiro, um juiz de direito ou por arbitragem. Característica: um terceiro é que toma a decisão; a decisão é imposta. O conflito pode ser positivo (funcional) ou negativo (disfuncional). Conflito positivo é aquele que pode gerar algum avanço na sociedade. Por exemplo, uma empresa que determina uma meta a ser alcançada entre grupos diferentes, isso inicia um conflito entre os grupos que tem um objetivo comum, alcançar a meta e ganhar o prêmio. Mesmo que a meta não seja alcançada, de certo modo, haverá avanço profissional e econômico no empreendimento. Porém, esse conflito pode se tornar disfuncional ou negativo se este mesmo objetivo comum for motivo de discórdias e agressões. Os conflitos Negativos são os conflitos que desestruturam, desequilibram a sociedade e são justamente esses conflitos que necessitam de reparo. Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 6 Formas compositivas de solução dos conflitos Autônomas A decisão depende exclusivamente das partes. Autotutela Força física, parcialidade, ausência de juiz, imposição por uma das partes à outra. Autocomposição Sem uso da força física, voluntária, bilateral, parcial, ausência de juiz. Endoprocessual Conciliação Desistência direito formal, sentença terminativa Renúncia direito material, sentença definitiva Submissão instituto do réu; deixa de ofertar a defesa Extraprocessual Negociação aspecto jurídico Mediação aspecto social Conciliação Heterônamas A decisão depende exclusivamente de um terceiro imparcial. Arbitragem Voluntária, sigilosa, heterônoma, econômica, célere, irrecorrível e executável. Jurisdição 3º imparcial, coercitiva, pública Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 7 II – Jurisdição 1 - Jurisdição Jurisdição é o poder de dizer o direito a ser aplicado no caso concreto (conflito) de modo geral. A atividade mediante a qual os juízes estatais examinam as pretensões e resolvem os conflitos dá-se o nome de jurisdição. Pela jurisdição, como se vê, os juízes agem em substituição às partes, que não podem fazer justiça com as próprias mãos (vedada a autodefesa); a elas, que não mais podem agir, resta a possibilidade de fazer agir, provocando o exercício da função jurisdicional. E como a jurisdição se exerce através do processo, pode-se provisoriamente conceituar este como instrumento por meio do qual os órgãos jurisdicionais atuam para pacificar as pessoas conflitantes, eliminando os conflitos e fazendo cumprir o preceito jurídico pertinente a cada caso que lhes é apresentado em busca de solução. - ADA PELLEGRINO - Teoria Geral do Processo 2012 Características – imparcial, impositiva, heterônoma. 2 - Função Jurisdicional Conceito - assim como na jurisdição, a Função Jurisdicional também é o poder de dizer o direito, mas em se tratando da esfera pública, pelo juiz público de direito. 2.1 Características: Atividade inerte (ou provocada) - depende da provocação da parte. O juiz fica aguardando a provocação através do processo, do direito de ação. Uma exceção é a abertura e leitura de testamento, mencionada em alguns livros de TGP, mas já retirada da maioria dos livros devido a raridade de ocorrer, e mesmo neste caso, alguns defendem que o juiz também foi provocado pois, pelo menos alguém o avisou que havia um testamento daquelefalecido. Condicionada – está vinculado às normas de direito processual e material. O juiz não vai criar novas normas ou novos processos, por isso, a sua atividade é condicionada à lei de natureza material e processual. Isto assegura a isonomia do judiciário e entre as partes. Portanto, é condicionada porque o magistrado tem que seguir e obedecer certos procedimentos e leis para determinar a sentença. Substitutivo – o juiz está substituindo a vontade das partes no que tange à composição de conflitos, ou seja, as partes entregam o seu poder de decisão a um terceiro, não podem mais agir, o seu poder de ação foi substituído por um juiz. Pública – pública porque se está referindo ao poder do Estado e dizer o direito. Como visto antes isto ocorre na esfera privada na mediação, arbitragem, etc. Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 8 Definitiva - Alguns autores incluem esta característica. Não é uma decisão provisória, como pode ocorrer na atividade administrativa. Não há mais discursão ou questionamento em juízo, é definitivo. 2.2 Princípios da Função Jurisdicional Estes princípios estão ligados à função jurisdicional e não a alguma área específica do direito, são princípios gerais. 2.2.1 Princípio da Investidura (1º) – são os poderes concedidos aos juízes no momento em que o juiz recebeu posse do cargo, foi investido de função jurisdicional ou recebeu poderes jurisdicionais. Este princípio se divide em: Poder de coerção - o Estado-juiz pode compelir o vencido ao cumprimento da decisão; Poder de documentação - o Estado-juiz pode documentar por escrito os atos processuais (assinatura dos processos e outros) Poder de instrução - junta elementos ao processo e preside as audiências. Poder de decisão – poder de decidir o andamento do processo e de decidir o conflito propriamente dito. O andamento do processo está vinculado a outro princípio, o princípio do impulso oficial. Impulso, de impulsionar, fazer com que o processo tramite e oficial, porque tem alguém legitimado para isso. Através dos atos decisórios temos: despacho, decisão interlocutória, sentença, acordão, aresto e decisão teratológica. 2.2.3 Princípio Indeclinabilidade - apregoa o princípio da indeclinabilidade que o juiz não pode subtrair-se da função jurisdicional, sendo que, mesmo havendo lacuna ou obscuridade na lei, deverá proferir decisão (art. 126, CPC). http://atualidadesdodireito.com.br/sabrinadourado/2011/11/03/resumao-de- jurisdicao-muito-bom/ acesso em 22/03/2014 2.2.4 Princípio Indelegabilidade - O exercício da função jurisdicional não pode ser delegado. Não pode o órgão jurisdicional delegar funções a outro sujeito. Essa vedação se aplica integralmente no caso de poder decisório: não é possível delegar o poder decisório a outro órgão, o que implicaria derrogação de regra de competência, em violação à garantia do juiz natural. Há, porém, hipóteses em que se autoriza a delegação de outros poderes judiciais, como o poder instrutório, o poder diretivo do processo e o poder de execução das decisões. É possível, por exemplo, a expedição pelos tribunais de cartas de ordem aos juízes a eles vinculados, solicitando algumas providências (ver, por exemplo, art. 492 do CPC). Nas cartas precatórias não há delegação, pois sequer há competência (parcela de jurisdição) a ser delegada, pois o juiz, ao pedir a cooperação, simplesmente o faz Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 9 porque não pode agir, daí porque também não poderia delegar. DIDIER JR. Fredie - vol. 1. Curso de direito processual civil teoria geral do processo e processo de conhecimento. 11ª ed. 2009. Pág.86 2.2.5 Princípio Independência – assegura liberdade ao julgador evitando que ele seja pressionado de qualquer forma por algum julgamento por ele realizado. Os princípios constitucionais garantem isso: Vitaliciedade - não perde o cargo; Inavobilidade - não será transferido de comarca; Irretutibilidade - não pode ter seu salario reduzido. Obs. Garantias 2.2.6 Princípio Aderência Territorial (1º) – poderes serão exercidos numa circunscrição territorial, ou seja, num espaço geográfico específico. A jurisdição é em todo território nacional, mas a competência é limitada ao território. Os magistrados só têm autoridade nos limites territoriais do seu Estado; ou seja, nos limites do território da sua jurisdição. A jurisdição, como manifestação da soberania, exerce-se sempre em um dado território. É com base neste princípio que surge a necessidade de as autoridades judiciárias cooperarem entre si, cada uma ajudando a outra no exercício da atividade jurisdicional em seu território. Surgem as cartas, como atos de comunicação entre órgãos jurisdicionais: a maior parte dos atos de interesse ao processo, que devam ser praticados fora dos limites territoriais em que o juiz exerce a jurisdição, dependerá da cooperação do juiz do lugar. Eis as cartas precatórias (juízes de mesma hierarquia no mesmo país) e rogatórias (juízes de países diversos), conforme o caso. DIDIER JR. Fredie - vol. 1. curso de direito processual civil teoria geral do processo e processo de conhecimento. 11ª ed. 2009. Pág.86 Assim, se o juiz, em processo, precisa ouvir testemunha que resida em outra comarca, deverá requisitar por meio de carta precatória ao juiz da outra comarca (juízo deprecado) que colha o depoimento da testemunha arrolada no processo de sua jurisdição (do juízo deprecante), uma vez que sua autoridade adere ao território em que exerce a jurisdição. O mesmo ocorre com a citação por oficial de justiça e a penhora de bem situado em comarca diversa daquela em que tramita o feito. Se o ato a praticar situar-se fora do território do País, deverá ser solicitada carta rogatória à autoridade do Estado estrangeiro, solicitando sua cooperação para a realização do ato. EXCEÇÕES IMPORTANTÍSSIMAS! - A desnecessidade da emissão de cartas precatórias para comarcas contíguas ou situadas na mesma região metropolitana. Art. 230, CPC. Vide também a disposição do artigo 106, CPC. http://atualidadesdodireito.com.br/sabrinadourado/2011/11/03/resumao-de- jurisdicao-muito-bom/ acesso em 22/03/2014 Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 10 2.2.7 Princípio Imparcialidade - é consequência do quanto já visto: pois para que se possa aplicar o direito objetivo ao caso concreto, o órgão judicial há de ser imparcial. Para muitos, é a principal característica da jurisdição. (125, 134, 135) http://atualidadesdodireito.com.br/sabrinadourado/2011/11/03/resumao-de- jurisdicao-muito-bom/ acesso em 22/03/2014 2.2.8 - Princípio Inafastabilidade - (5º/CF 35) do poder judiciário 2.2.9 Princípio juiz natural (5º/CF) – nem todos os autores consideram este como um princípio jurisdicional. É aquele que é naturalmente instituído antes de se formar qualquer conflito e não como antes em que, depois de estabelecido o conflito, é que se elegia um juiz para julgar a lide. 2.3 - Atos decisórios Despacho - são atos de impulso oficial, é um ato de comunicação. Este ato é irrecorrível. É importante para ambas as partes pois fazem com que o processo “ande.” Decisão interlocutória – são decisões incidentais. Pode causar gravame (prejuízo), assim ela é recorrível (agravo) Sentença – principal ato decisório através do qual o juiz julga o mérito ou extingue o processo sem julgamento de mérito. Analisa o mérito ou julga o processo sem julgamento de mérito. Dessas duas possibilidades temos a sentença definitiva que também é conhecida como meritória, substancial ou material e a sentença terminativa, que também tem outros nomes, formal, instrumental ou processual. No segundo caso o juiz analisou apenas a forma e não o conteúdo material do processo (que ocorre no primeiro caso).267 e 269 do CPC. Outra forma de sentença é a própria e imprópria. Apenas as sentenças definitivas têm estas formas. Elas são atribuídas com base na forma de julgar, ou seja, no ato de inteligência (julgar), também conhecido como cognição jurisdicional. Num processo, quando o juiz conheceu os fatos, verificou as provas e tomou uma decisão. Ele vai decidir como procedente ou improcedente, mas vai tomar uma decisão. Esta é uma atividade própria do poder judiciário. Foram seguidos todos os procedimentos e houve um julgamento, uma decisão inteligente do magistrado, ou seja, ele decidiu. Em outro processo as partes decidem fazer um acordo, neste caso o juiz proferira uma sentença confirmando o acordo e tornando a decisão definitiva. Como não houve raciocínio do juiz, ele não pensou para tomar a decisão, esta é uma forma imprópria. Este processo é reconhecido como sendo de julgamento de mérito, mas o julgamento não ocorreu realmente. São definitivas, porém sem atividade cognitiva Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 11 do magistrado. Existe uma exceção para a sentença imprópria sem julgamento de mérito – a desistência. Ela é impropria, mas não é definitiva. Acordão – é um ato decisório inerente a órgãos colegiados inferiores. Despacham decisões incidentais e acórdãos. O acordão tem a mesma natureza de sentença. Ele é o resultado do reexame de sentenças. Nos tribunais superiores a decisão se chama aresto. Decisão ou despacho teratológico - Decidir o conflito, não apenas o principal, mas qualquer outro que surgir durante o processo. Obs. Poderes jurisdicionais Decisões Judiciais Órgãos colegiados Monocrático Superior Inferior Juiz de Direito STF STJ TJ Despacho Despacho Despacho Despacho Decisão Decisão Decisão Decisão Incidental Incidental Incidental Interlocutória Aresto Aresto Acórdão Sentença 3 - Classificação da jurisdição Quanto à matéria – civil ou penal Quanto à especialidade – comum ou especial (eleitoral, militar ou trabalhista) Quanto à origem – legal, está prevista em lei ou convencional, quando decorre de um acordo. A única no Brasil é a arbitragem. Quanto à lide – contenciosa ou voluntária (conhecida também como graciosa ou administrativa). Não existe conflito. Ex.: criança que tem um patrimônio e precisa vender para realizar tratamento médico. Por não ter nenhuma outra fonte financeira, o juiz pode liberar a venda do patrimônio. Não há conflito. Quanto à hierarquia - superior (2º instância ou recursal) e inferior (original ou 1º instância, exercida por órgãos monocráticos, ou seja, com apenas um julgador). 100 a 106 CF ver - Quanto à forma de julgar – direito, quando a forma de julgar está condicionada na lei e equidade, quando é exceção e só quando a lei autorizar – ex.: juiz que sentenciou a religação de energia elétrica a pessoas “em estado de miséria”. Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 12 17/03/2014 4 – Tutelas Jurisdicionais 4.1 – Quanto à pretensão Tutela Cognitiva – fato, direito (ou conhecimento), leva a ocorrência fática ao julgador para que ele possa dizer o direito; deve ser cumprido voluntariamente, caso contrário será forçada, haverá a execução. Três tipos: Tutela Cognitiva Condenatória - gera obrigação de fazer, não fazer, entregar a coisa certa ou incerta e pagar). Ex.; batida de carro. Tutela Cognitiva Declaratória – declara a existência ou não de uma relação jurídica, legalidade de um documento. Não é condenatória, não gera obrigação, é um elemento de prova no processo. Tutela Cognitiva Constitutiva – feita para criar, modificar ou extinguir uma relação jurídica. Tutela Executiva – são tutelas de natureza coercitiva, sempre tem como fundamento um título executivo, isto é, um documento que contempla uma obrigação e que vincula o sujeito. O título diz qual a obrigação, é documental, formal e diz quem são os sujeitos. Compelir é outro termo usado. Características do título executivo Líquido – o quanto da obrigação, extensão da obrigação, até onde a obrigação é imposta, o valor da obrigação. Certo – obrigação de fazer, de dar pagar Exigível – possibilidade de ser imposta, está atrelado ao inadimplemento, ao vencimento, o momento em que acaba o prazo para o pagamento (expressões como ‘executar’ ou ‘compelir’) Tutela Cautelar – é uma medida acessória que visa resguardar a efetividade de uma ação de execução ou de uma ação de cognição. Não é material, é processual, torna o processo efetivo. Só existe se estiver vinculada a uma ação de cognição ou de execução, por isso toda cautelar é acessório. É provisória, é assecuratória. Espécies de cautelar Preparatória - é aquela que ocorre antes da ação principal. Visa resguardar uma ação futura, é preparatória. Incidental - é aquela que ocorre após a ação principal, ou seja, durante o processo. Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 13 Nominada - São as típicas, que estão previstas no CPC. Existem medidas cautelares que não estão percebidas no código. Ex.: proteção à testemunha. Inominada – Assecuratória – Fundamento da cautelar: F.B.I. – Fumus Boni Iuris Fumus boni iuris ('fumaça do bom direito'): Isso significa que há indícios de que quem está pedindo a liminar tem direito ao que está pedindo. O nome estranho desse elemento vem do ditado popular de que ‘onde há fumaça, há fogo’. Em outras palavras, o magistrado não está julgando se a pessoas tem direito (isso ele só vai fazer na sentença de mérito, quando decidir o processo), mas se ela parece ter o direito que alega. http://direito.folha.uol.com.br/1/post/2011/03/exemplo-de-fumus- boni-iuris-e-periculum-in-mora.html acesso em 23/03/2014 P.I.M - Periculum in mora Periculum in mora ('perigo na demora'): Isso significa que se o magistrado não conceder a liminar imediatamente, mais tarde será muito tarde, ou seja, o direito da pessoa já terá sido danificado de forma irreparável. http://direito.folha.uol.com.br/1/post/2011/03/exemplo-de-fumus-boni-iuris-e- periculum-in-mora.html acesso em 23/03/2014 Tutela de urgência - liminar (direito material ou processual), cautelar, antecipação de tutela. 24/03/2014 4.2 – Quanto ao Dano Tutela Inibitória – antes de ocorrer o dano, ou seja, o dano ainda não ocorreu, é de natureza preventiva. Alguns doutrinadores a atribuem também para parar um dano que está ocorrendo. Tutela Restauratória – fazer voltar ao estado anterior, restaurar. Tutela Ressarcitória – são de natureza indenizatória, não há como restaurar, apenas indenizar. 4.3 – Quanto à atuação do julgador Cognição Exauriente – quando esgota a matéria que está sendo discutida. Princípio da persuasão racional, raciocínio lógico do magistrado para com os fatos. Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 14 Cognição Sumária – desenvolve o juízo de verossimilhança, ou seja, o que aparentemente é verdade. São de natureza provisória aplicada a tutelas de urgência. 4.4 – Quanto à satisfatividade Satisfação – toda satisfativa é exauriente Não satisfativa – vão assegurar uma ação satisfativa. Todas são sumárias. 4.5 – Quanto ao objeto Pessoal – quando o vínculo é entre sujeitos. Sujeito X sujeito. Ex. contrato de locação Real – quando o vínculo é entre uma pessoa e um objeto. Sujeito X objeto. Ex.: usucapião 5 – Limites da Função Jurisdicional Limite subjetivo – somente aos sujeitos referidos no processo. Limite objetivo – o conteúdo do que está sendo julgado, julgará dentro dos limites Obs. Para congruência decisão: Ultrapetita – quando o juiz dá a mais do que foi pedido, aumentou a quantidade do que foi pedido. Deve seranulada através do recurso de apelação Extrapetita – o juiz concedeu algo que não foi pedido. Deve ser anulada através do recurso de apelação Citrapetita – quando concede a menos do que foi pedido, geralmente por omissão. O recurso empregado nesta situação é o embargo declaratório para que seja esclarecido o não julgamento do pedido. Alguns autores incluem a infrapetita quando foi concedido um valor a menor do que o que foi pedido. Neste caso a correção tem que ser por recurso de apelação. http://www.solrac.org/Clientes/Cardanfe/tutela-jurisdicional Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 15 Tutelas Jurisdicionais Quanto à pretensão Quanto ao dano Quanto à cognição Quanto à satisfatividade Quanto ao objeto Tutela Cognitiva Tutela Inibitória Cognição Exauriente Tutela Satisfativa Pessoal Tutela Execução Tutela Restauratória Cognição Sumária Tutela não satisfativa Real Tutela Cautelar Tutela Ressarcitória 28/03/2014 IV – Direito de Ação Conceito/características Todos os indivíduos têm esse direito. Quando ele é exercido a inércia do juiz é rompida. Princípio da ação: o sujeito quer ou não mover a ação. Subjetivo (é do sujeito e não do objeto), instrumental (instrumento que está à disposição) e abstrato (só ao final se saberá o resultado, diferente do direito concreto). 1 – Natureza Jurídica do direito de ação – Possibilidade jurídica do pedido - Às vezes, determinado pedido não tem a menor condição de ser apreciado pelo Poder Judiciário, porque já excluído a priori pelo ordenamento jurídico sem qualquer consideração das peculiaridades do caso concreto. Nos países em que não há o divórcio, será juridicamente impossível um pedido de sentença com o efeito de dar às partes o status de divorciado; essa demanda será desde logo repelida, sem que o juiz chegue a considerar quaisquer alegações feitas pelo autor e independentemente mesmo da prova dessas alegações. Outro exemplo comumente invocado pela doutrina é o das dívidas de jogo, que o art. 814 do Código Civil exclui da apreciação judiciária. Nesses exemplos, vê-se que o Estado se nega a dar a prestação jurisdicional, considerando-se, por isso, juridicamente impossível qualquer pedido dessa natureza. Constitui tendência contemporânea, inerente aos movimentos pelo acesso à justiça, a redução dos casos de impossibilidade jurídica do pedido (tendência à universalização da jurisdição). Assim, p. ex., constituindo dogma a incensurabilidade judiciária dos atos administrativos pelo mérito, a jurisprudência caminha no sentido de ampliar a extensão do que considera aspectos de legalidade desses atos, com a consequência de que os tribunais os examinam. No processo penal o exemplo de impossibilidade jurídica do pedido é, na doutrina dominante, a ausência de tipicidade. Esse pensamento associa-se à teoria da Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 16 apresentação (prospettazione, asserção), segundo a qual as condições da ação se aferem em face do pedido do autor, sendo de mérito a sentença que em momento ulterior declara a inexistência de uma delas. Mas, a não se acolher essa teoria, entendendo-se que essas condições devem ser aferidas em si mesmas e não de acordo com o momento em que o juiz depara com a falta de uma delas, a atipicidade da conduta do acusado será sempre matéria preliminar, quer quando aferida logo de início, quer ao longo do iter procedimental ou mesmo no momento final do processo. Nessa visão, sempre a falta de tipicidade caracteriza impossibilidade jurídica do pedido. Interesse de agir - Essa condição da ação assenta-se na premissa de que, tendo embora o Estado o interesse no exercício da jurisdição (função indispensável para manter a paz e a ordem na sociedade), não lhe convém acionar o aparato judiciário sem que dessa atividade se possa extrair algum resultado útil. É preciso, pois, sob esse prisma, que, em cada caso concreto, a prestação jurisdicional solicitada seja necessária e adequada. Repousa a necessidade da tutela jurisdicional na impossibilidade de obter a satisfação do alegado direito sem a intercessão do Estado – ou porque a parte contrária se nega a satisfazê-lo, sendo vedado ao autor o uso da autotutela, ou porque a própria lei exige que determinados direitos só possam ser exercidos mediante prévia declaração judicial (são as chamadas ações constitutivas necessárias, no processo civil e a ação penal condenatória, no processo penal- supra, n. 7). Adequação é a relação existente entre a situação lamentada pelo autor ao vir a juízo e o provimento jurisdicional concretamente solicitado. O provimento, evidentemente, deve ser apto a corrigir o mal de que o autor se queixa, sob pena de não ter razão de ser. Quem alegar, por exemplo o adultério do cônjuge não poderá pedir a anulação do casamento, mas o divórcio, porque aquela exige a existência de vícios que inquinem o vínculo matrimonial logo na sua formação, sendo irrelevantes fatos posteriores. O mandado de segurança, ainda como exemplo, não é medida hábil para a cobrança de créditos pecuniários. No processo penal, o exemplo da falta de interesse de agir, na doutrina dominante brasileira, é dado pela ausência de justa causa, ou seja, de aparência do direito alegado (fumus bonijuris). Aqui, também, várias objeções poderiam levantar-se contra essa posição, porquanto a existência ou a aparência do direito não dizem respeito ao interesse de agir, como necessidade, utilidade ou adequação do provimento pretendido. E como no processo penal, este é sempre necessário, o conceito de interesse de agir, nele, só pode ligar-se à utilidade ou à adequação do provimento. Legitimidade ad causam - Ainda como desdobramento da ideia da utilidade do provimento jurisdicional pedido; temos a regra que o Código de Processo Civil enuncia expressamente no art. 6º: “ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei". Assim, em princípio, é titular de ação apenas a própria pessoa que se diz titular do direito subjetivo material cuja tutela pede (legitimidade ativa), podendo ser demandado apenas aquele que seja titular da obrigação correspondente (legitimidade passiva). Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 17 2 – Elementos da Ação 2.1 - Conceito/finalidade – através destes elementos é que se diferencia uma ação da outra. São três: partes, objetos e causa. Se faltar um elemento da ação, ela será extinta sem julgamento do mérito. 2.2 - Elementos - Os sujeitos processuais: primário ou principal são as partes (autor e réu) e o juiz. Os sujeitos secundários são as demais pessoas que contribuem para o desenvolvimento da relação processual, desde a testemunha até o mais alto grau. São imparciais os secundários, porém, no primário apenas o juiz é imparcial. Partes Parte ativo – pede a tutela Parte passivo – quem vai sofrer as consequências Parte material – vinculado ao direito material Parte formal – titular de um direito que não está envolvido no conflito. Está defendo o direito de outro sujeito Obs. Toda parte é um sujeito, mas nem todo sujeito é parte. Causa de Pedir Pedir – remota – origem do direito, o vínculo jurídico, tem que ter. Perguntar: quem moveu a ação contra quem e por quê? No ex. abaixo é o contrato. Pedir – próxima – é o porquê, é a motivação a justificativa. Obs. Teoria da Individualização – bastaria a causa remota (não é usado no direito brasileiro) da substanciação – usa a remota e próxima. Objeto - São feitos dois pedidos: Objeto imediato – direcionado ao Estado, pedido que ele preste uma tutela jurisdicional.No ex. condenatória, ressarcitória, etc. será sempre a tutela pedida. Objeto mediato – é o que se espera que o passivo faça. No ex. será o pagamento Obs. Ausência de elementos da ação – o processo será extinto sem o julgamento de mérito. Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 18 3 - Institutos processuais – (ou pressuposto processual negativo) 3.1 - Litispendência (301) – litígio pendente de julgamento – duas ações com as mesmas partes, objetos e causa. Identificado estas duas ações, a regra geral é: a primeira a ser constituída permanecerá. Esta identificação ocorre com a citação. 3.2 - Coisa julgada (301) – imutabilidade do ato decisório, sentença de mérito, não cabe mais análise, esgotamento das vias recursais. Pode ser por renúncia ou desistência do recurso (quando cabe recurso). Em sentido material, são sentenças definitivas e não terminativas, aquelas fazem coisa julgada material e estas fazem coisa julgada formal. 3.3 - Perempção (301) – fenômeno que tem cabimento específico, só quando o autor dá margem a três extinções do mesmo processo sem julgamento de mérito, se for por culpa do réu não ocorre a perempção. Exemplo: 1= o endereço do réu está errado, a parte é intimada a informar o endereço e não informa, passa o prazo. 2= No segundo processo tem pagar as custas do oficial de justiça, não pagando o processo é extinto novamente. 3= Por fim, no último processo, ela teria que juntar uma procuração do processo e não o faz, e novamente extingue o processo. Na próxima vez, ou seja, na 4ª vez, não será julgada, pois ocorreu o fenômeno da perempção. Identidade de objeto, pedido e causa de pedir. Art. 301 - Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação; II - incompetência absoluta; III - inépcia da petição inicial; IV - perempção; V - litispendência; Vl - coisa julgada; VII - conexão; Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização Elementos da Ação Objeto Mediato É o que se espera que o passivo faça Imediato É a tutela pedida Partes Ativo Pede a tutela Passivo quem vai sofrer as consequê ncias Formal Está defendo o direito de outro sujeito Material Vinculado ao direito material Causa de Pedir Remota Quem moveu a ação contra quem e por quê? Próxima É o porquê, é a motivação a justificativ a Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 19 IX - convenção de arbitragem; X - carência de ação; Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. § 1º - Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. § 2º - Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. § 3º - Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso. § 4º - Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo. Exemplo: Esmeralda firmou contrato de locação com Anastolfo. Ficou pactuado entre as partes que este efetuaria o pagamento de R$400,00 a cada dia 5. Ocorre que há três meses Anastolfo não efetua o pagamento do referido aluguel. Esmeralda, indignada, decide procurar seu advogado visando obter a referida obrigação inadimplida. Ativo – Autor Passivo – réu - Parte material – vinculado ao direito material, Esmeralda e Anastolfo são desta parte. Parte formal – titular de um direito que não está envolvido no conflito. Está defendo o direito de outro sujeito 31/03/2014 4 - Objeto - Pedidos (objeto mediato) Pedido simples - existe por si próprio, não depende de outro para ser concedido. ex. dano material e dano moral são independentes, o juiz pode conceder um e não o outro. Pedido alternativo – causa de pedir remota (no contrato) especificando um pedido alternativo. O juiz não pode escolher entre os objetos, se o devedor não escolher o juiz intimará o credor para fazer a escolha. Apenas se no contrato a escolha couber ao credor será convertido em pedido simples. Pedido sucessivo – são mais de um pedido, um principal e um secundário ou sucessivo e estão vinculados. O secundário só será concedido se o principal for atendido. Pedido subsidiário – o pedido OU o valor do bem. O valor só será concedido na impossibilidade de atender o pedido. Não é alternativo. Como regra geral tem caráter indenizatório. 5 – Condições da ação Conceito/finalidade – requisito mínimo necessários para exercer o direito de ação. Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 20 5.1 – Condições: Requisitos mínimos para exercer o direito de ação são legitimidade, possibilidade jurídica do pedido e interesse de agir. 5.1.1 – Legitimidade – titularidade do direito, ou seja, ser titular do direito que está sendo discutido. A legitimidade se dá nos dois polos. Quanto ao polo Polo ativo – inerente ao autor, quem pede a tutela. Polo passivo – quem sofre as consequências da tutela pedida. Quanto ao sujeito Sujeito ordinário – os sujeitos da relação do direito material são os mesmos da relação processual. É o seu próprio direito em seu próprio nome. Sujeito extraordinário – a lei define quem pode ou não exercê-la. Os sujeitos da relação material são diferentes dos sujeitos da relação processual. Ex. sindicato exercendo em nome próprio o direito do trabalhador. No processo este sujeito aparece como “Substituto processual”. Art. 6º - Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei. Quanto ao momento Momento originário – quando os sujeitos são legítimos desde a formação ou origem do direito. Momento derivado (ou superveniente) “mortes causa”. Quando um dos sujeitos morre, os sucessores serão sujeitos derivados, eles não eram os sujeitos quando da origem do processo. Serão titulares derivados. Momento derivado “inter vivos” - Quando um objeto, (motivo da lide entre os sujeitos A x B) pertence ao sujeito B, mas ele vende para o sujeito C. O sujeito A está movendo uma ação contra B (que vendeu), se A concordar, C será o sujeito derivado da ação em substituição ao sujeito B. O sujeito C terá a classificação: passiva, ordinária e derivado “inter vivos”. Todavia, se A não concordar com a troca dos sujeitos (C em lugar de B), a ação continuará com A x B, apesar de B não possuir mais o objeto. O sujeito B será classificado: passivo, ordinário e originário. Quanto ao exercício Exercício exclusivo – só pode ser aquele sujeito Exercício concorrente – derivada de lei, quando a lei especificar que mais de um sujeito pode pedir. Exemplo: pode ser movida ação contra anulação de casamento (lei permite). Pode ser conjuntiva, em conjunto, obrigatória de todos os envolvidos especificados na lei (indivisível ou por lei), e disjuntiva, quando é concorrente, mas não Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 21 precisa mover a ação contra todos, exemplo: devedor e fiador, pode ser movido uma ação contra um ou contra o outro ou contra os dois. 19/05/2014 5.1.2 – Possibilidade Jurídica do Pedido - incide sobre o objeto imediato, e a sentença procedente ou improcedente é objeto mediato. Tem que ser possível e lícito. Se o que está sendo pedido é viável. Se o objeto não for possível a tutela jurisdicional também não será possível. Exemplo: dívida de jogo. 5.1.3 – Interesse de Agir – referente à conduta do sujeito ativo, é um binômio composto de dois requisitos: necessidade + adequação, os dois requisitos têm que ser preenchidos para existir o interesse de agir.Numa ação de cobrança verifica se tem legitimidade, se é possível juridicamente e se tem interesse de agir, ou seja, necessidade e adequação. Exemplo: Cheque é emitido de A para B e estava sem fundos. Existe a possibilidade jurídica do pedido porque o cheque pode ser cobrado judicialmente, existe a necessidade, pois o cheque estava sem fundos e existe a adequação se for utilizada a tutela correta, neste caso, tutela de execução e não de cobrança. Se o cheque prescreveu, a tutela a ser utilizada para ser adequada é uma tutela condenatória ou monitoria. Obs. Carência da ação – carecer de qualquer requisito que gere uma sentença Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 22 21/03/2014 Atividade: classificar as questões abaixo quanto à jurisdição e ao tipo de tutela jurisdicional (em sala) 1 Esmeralda firmou contrato com Anastolfo ficando pactuado que ele entregaria em 120 dias um veículo ano 2010 e ela efetuaria o pagamento de R$80.000,00 em 4 parcelas de igual valor. A primeira foi paga no ato do contrato e as demais em 30, 60 e 90 dias após firmado o contrato. Ocorre que passados 300 dias não houve a entrega do referido veículo. Jurisdição: civil, comum, convencional, contenciosa, inferior e direito Tutela: cognitiva condenatória 2 Esmeralda adquiriu de Bernadete um imóvel no valor de R$100.000,00. Bernadete recebeu apenas 50% do valor acordado. Ocorre que, Bernadete tomou ciência de que Esmeralda está se desfazendo de seu patrimônio, receosa de não receber o restante do valor decide procurar o seu advogado para tomar as medidas cabíveis. Jurisdição: civil, comum, convencional, contenciosa, inferior e direito Condições da ação Interese de agir Necessidade Adequação Legitimidade Quanto ao polo Ativo Passivo Quanto ao sujeito Ordinário Extraordinário Quanto ao momento Originário Derivado “mortes causa” ou superveniente Derivado “inter vivos” Quanto ao exercício Exclusivo Concorrentte Possibilidade Possível Lícito Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 23 Tutela: cautelar 3 Anastolfo foi condenado por sentença a pagar alimentos no valor de um salário mínimo, obrigação que vem cumprindo religiosamente. Ocorre que, em dezembro de 2013 sofreu um grave acidente de trânsito resultando em sua incapacidade permanente para atividades laborais bem como para a prática de atos da vida civil. Jurisdição: civil, comum, legal, contenciosa, inferior e direito Tutela: cognitiva constitutiva 4 Anastolfo sofreu grave acidente de trânsito em março de 2014 tendo sido interditado em março de 2014. Ocorre que, atualmente, passou a residir com sua irmã Bernadete em decorrência de suas necessidades físicas econômicas. Sabe-se que o mesmo havia sido condenado a pagar alimentos no valor de R$1.000,00 a sua ex- esposa; e que sua irmã recebe mensalmente um salário mínimo de pensão assim como Anastolfo. Jurisdição: civil, comum, legal, contenciosa, inferior e direito Tutela: cognitiva constitutiva 5 Bernadete trafegava que se encontrava embriagado pela av. ACM em 21/02/2014 quando teve o seu veículo abalroado por Anastolfo. Ocorre que após o sinistro, Anastolfo proferiu diversa palavras de baixo escalão ofendendo moralmente Bernadete. Sabe-se que, Bernadete utilizava o veículo, não apenas para passeio, como também no execicio de sua profissão, pois é representante comercial de uma empresa farmacêutica. Jurisdição: civil, comum, legal, contenciosa, inferior e direito Tutela: cautelar 6 Bernadete trabalha na empresa Manulindos C&A desde 2001. Em janeiro de 2014 a mesma foi demitida sem justa causa, muito embora tenha informado na semana anterior seu estado gravídico. Sabe-se que não houve o pagamento das férias nem multa de FGTS e nem das horas extras, razão pela qual decide ingressar em juízo reclamando tais direitos. Jurisdição: civil, especial, legal, contenciosa, inferior e direito Tutela: cognitiva condenatória Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 24 6 – Pressupostos Processuais 6.1 – Conceito/Finalidade – a relação processual, ou simplesmente processo, é o conjunto de atos que se estabelecem entre autor, juiz e réu, dentro da qual inúmeros atos processuais se desenvolvem. O rito desses atos, ou seja, a sequência lógica dos atos processuais, se chama procedimento. Existem dois tipos de procedimento: comum e especial. 6.2 – Pressupostos Procedimento comum – se divide em dois tipos: 1- ordinário que é básico, utilizado na maioria dos processos, é complexo, formal e longo. 2- sumário, este procedimento tem menos atos, é informal e mais célere. Procedimento especial – são atos processuais que têm uma sequência diferenciada de atos, podendo ter leis próprias sobre a matéria. Exemplo: ação de alimentos. Para existir a ação é necessário preencher estes pressupostos processuais, que são requisitos mínimos para a existência e validade da relação processual estabelecida entre juiz, autor e réu. 6.2.1 – Juiz - Referentes ao Julgador - O julgador tem que ter: Investidura - são os poderes concedidos aos juízes no momento em que o juiz recebeu posse do cargo, foi investido de função jurisdicional ou recebeu poderes jurisdicionais. Imparcialidade – não ter envolvimento com as partes e não ter interesse jurídico no conflito. Competência – competência não é jurisdição, é o limite da jurisdição. Competência se divide em absoluta e relativa. Competência absoluta – refere-se às normas cogentes1, obrigatórias, a matéria destas normas não precluem2, não perde a possibilidade de discutir a matéria, ou seja, pode ser feito ou verificado em qualquer momento, são matérias de ordem pública. Isso dá segurança jurídica, pois determina que todas as ações duma mesma matéria serão de competência da mesma vara. A Competência absoluta se divide em material e hierárquica. Competência absoluta Material – se refere à matéria que está sendo discutida (trabalho, civil, etc.) Competência absoluta Hierárquica ou funcional – está em acordo com a jurisdição funcional, a vara inferior analisa originariamente o conflito, o tribunal superior analisa 1 Racionalmente necessário – Dicionário Aurélio Século XXI 2 Preclusão: Jurídico - Perda de uma determinada faculdade processual civil, ou pelo não exercício dela na ordem legal, ou por haver-se realizado uma atividade incompatível com esse exercício, ou, ainda, por já ter sido ela validamente exercitada. – Dicionário Aurélio Século XXI Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 25 os recursos. Alguns processos originais são julgados em instancia superior, mas são exceção. Exemplo: art. 102 da Constituição Federal: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; continua... Competência Relativa – são normas dispositivas ou facultativas, está estabelecido na lei como deve ser, mas pode ser aplicada de modo diferente, e portando, fazendo de outro modo, o ato não será nulo. É uma norma dispositiva porque não é de ordem pública, assim preclui, há um determinado tempo para ser aplicada a forma alternativa, se não o fizer, perde. O juiz nãopode se declarar incompetente como pode ocorrer na competência absoluta. Exemplo: se sabe que a mulher tem foro especial, ela pode ajuizar a ação onde tem seu domicílio. Se ela reside em Feira de Santana, pode ajuizar sua ação lá, mas ela pode mover a ação onde o marido mora, em Salvador. Isto é possível por se tratar de uma norma dispositiva. Nesta situação, o réu pode declarar a incompetência do juiz de Salvador alegando que, segundo o código de processo, a ação deveria ser em Feira de Santana, mas o juiz pode não acatar. A Competência Relativa se divide em territorial e valor de causa. Competência Relativa Territorial – é a circunscrição onde o juiz pode exercer a jurisdição Competência Relativa Valor de causa – é o valor do conflito, não existe causa sem valor, ele é um dos requisitos da petição inicial. Em alguns ugares, onde existe pretor3 como julgador, o valor de causa serve para determinar a competência do processo, nas ações com valor de até 60 vezes em salário mínimo seriam apreciadas por um pretor, nos Estados em que não mais existe esta função, o valor de causa serve apenas como procedimento. 6.2.2 – Partes - Referente as Partes Capacidade de ser parte – toda pessoa pode ser parte numa ação, como autora ou réu, pessoa física, pessoa jurídica ou ente despersonalizado. Assim, quando alguém morre deixa de ser pessoa e, portanto não pode ser parte. Capacidade de estar em juízo – é a capacidade de exercer por si próprio todos os atos em juízo. Nem todos têm capacidade de estar em juízo, sendo preciso representação ou assistência. Aplica-se o mesmo conceito de incapaz que o do Direito civil, se for incapaz para a vida civil, o será também para o processo. No processo o representante exerce todos os atos, já o assistente confirma o ato do assistido. 3 Magistrado que, na Roma antiga, distribuía a justiça; Brasil: Magistrado de alçada inferior à de juiz de direito. – Dicionário Aurélio Século XXI Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 26 Juiz RéuAutor 23/05/2014 Capacidade postulatória – é a aptidão de postular em juízo, esta aptidão requer conhecimento técnico que só o advogado tem. A formalidade dos processos exige um profissional técnico. Os Juizados especiais, pela sua informalidade, dispensam a presença do advogado em causas até determinado valor. O advogado exerce a representação através da procuração, podendo fazê-lo sem, se for urgente, neste caso ele terá 15 dias para apresentar a procuração podendo ser prorrogado por mais 15 dias, mas isso é exceção. Não é obrigatório apresentar justificativa para prorrogar a procuração. 6.2.3 – Processo - Referentes ao processo Procedimento do processo – o primeiro passo é a petição inicial, é quando se diz ao magistrado o que se quer, é o que vai ligar o autor ao juiz. Para fechar o triângulo, o réu é citado. A citação é o ato pelo qual se trás o réu para a relação processual. A citação é um pressuposto de existência e validade do processo. 6.3 – Ausência de Pressupostos – a ausência de pressupostos nem sempre gera a extinção do processo. Se o juiz não for competente, ou não for parcial, não gera extinção. Por exemplo: um juiz pode ser acusado de parcialidade ou incompetente, isto não vai causar a extinção do processo, o que gera é a suspensão do processo até o seja decido se é necessário ou não substituir o juiz. Após iniciar o processo, as partes têm 15 dias para contestar a competência do juiz. Este prazo preclui, assim como a suspensão, mas o impedimento do juiz não. A ausência do autor extingue o processo, a ausência do réu gera a revelia e não a extinção do processo. Obs. Mesmo que o réu tenha apresentado a contestação, mas não possuir um dos pressupostos processuais irá gerar revelia 6.4 – Litisconsórcio - Relação processual plúrima a) Conceito – um agrupamento ou uma pluralidade de sujeitos com interesses comuns, com o mesmo interesse num processo. Mais de um sujeito atuando em um ou nos dois polos do processo. Convém lembrar que se os litisconsortes possuírem advogados distintos, seus prazos serão contados em dobro (art. 191 do CPC), regra especial que não se aplica ao prazo recursal, quando somente um dos litisconsortes houver sucumbido (enunciado n. 641 da súmula da jurisprudência do STF).4 Art. 191 - Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. b) Classificação - b.1) Quanto ao polo – o polo em que se encontra a relação plúrima pode ser o ativo, o passivo ou ainda misto, quando o litisconsórcio existe nos dois polos. 4 DIDIER JR. Fredie - vol. 1. Curso de direito processual civil teoria geral do processo e processo de conhecimento. 11ª ed. 2009, pág. 307 Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 27 b.2) Quanto ao momento de formação – pode ser o inicial, ou seja, a relação processual já começa com litisconsórcio ou ulterior, quando o processo inicia singularmente e, por intervenção de um terceiro ou algum fato posterior, se forma o litisconsórcio. De três maneiras pode surgir o litisconsórcio ulterior: a) em razão de uma intervenção de terceiro (chamamento ao processo e denunciação da lide, por exemplo); b) pela sucessão processual (o ingresso dos herdeiros no lugar da parte falecida, art. 43 do CPC); c) pela conexão (arts. 103 e 105 do CPC), se impuser a reunião das causas para processamento simultâneo.4 b.3) Quanto a formação ou obrigatoriedade – a sua formação pode se dar de modo facultativo (voluntário) ou necessário (obrigatório). A forma voluntária ou facultativa é como o próprio nome sugere, depende da vontade das partes. Facultativo é o litisconsórcio que pode ou não se formar; trata-se do litisconsórcio cuja formação fica a critério dos litigantes. Com o perdão pelo truísmo: o litisconsórcio será facultativo quando não for necessário. 4 A forma necessária é obrigatória, ela se dá por força de Lei (exemplo: usucapião), ou quando a relação ou a obrigação for indivisível (exemplo: anulação de casamento). Quando o litisconsórcio é necessário e não é formado, todos os atos do processo serão nulos. Art. 47 - Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo. Parágrafo único - O juiz ordenará ao autor que promova a citação de todos os litisconsortes necessários, dentro do prazo que assinar, sob pena de declarar extinto o processo. A1 e B1 são indivisíveis e têm uma lide com B, mas A1 não quer o processo. A2 não pode ficar prejudicado porque A1 não quer iniciar o processo. Assim, A2 tem o direito de iniciar o processo e intimar A1 como parte do polo passivo: A2 x B + A1, ficando B e A1 no polo passivo e A2 no polo ativo. A1 não está contra ou a favor, está apenas cumprindo uma formalidade necessária, pois precisa estar na relação processual. b.4) Quanto a decisão – O litisconsórcio comum (ou simples) é aquele em que a decisão judicial pode ser diferente - a mera possibilidade de a decisão ser diferente já torna simples o litisconsórcio. Ocorre quando há uma pluralidade de relações jurídicas sendo discutidas no processo ou quando se discute uma relação jurídica cindível (como normalmente ocorre nos casos de solidariedade, conforme já visto). O litisconsórcio simples é o que parece ser: cada um dos litisconsortes é tratado como parte autônoma. Art. 48 - Salvo disposição em contrário, os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantesdistintos; os atos e as omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros. Diz-se que há litisconsórcio unitário quando o provimento jurisdicional de mérito tem que regular de modo uniforme a situação jurídica dos litisconsortes, não se admitindo, para eles, julgamentos diversos. O julgamento terá de ser o mesmo para todos os litisconsortes. O litisconsórcio unitário é a unidade da pluralidade: vários são considerados um; o litisconsórcio unitário não é o que parece ser, pois várias pessoas são tratadas no processo como se fossem apenas uma. Para que assim se caracterize o Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 28 litisconsórcio dependerá ele da natureza da relação jurídica controvertida no processo: haverá unitariedade quando o mérito do processo envolver uma relação jurídica indivisível. É imprescindível perceber que são dois os pressupostos para a caracterização da unitariedade, que devem ser investigados nesta ordem: a) os litisconsortes discutem uma única relação jurídica; b) essa relação jurídica é indivisível. Vejamos o caso da solidariedade. É possível o surgimento de litisconsórcio em processos em que se discuta uma obrigação solidária. Nestes casos, haverá o preenchimento do primeiro pressuposto: os litisconsortes discutem uma relação jurídica. Sucede que nem sempre a obrigação solidária é indivisível, embora toda obrigação indivisível com pluralidade de credores/devedores seja solidária. Assim, é importante frisar que a solidariedade não implica, necessariamente, unitariedade. Credores/devedores solidários podem ser litisconsortes unitários (se a obrigação solidária for indivisível) ou simples (se divisível). Simples - no exemplo de anulação de casamento, a sentença é para todos, o conteúdo da decisão é um só para todos do litisconsórcio. Unitário - Já no exemplo da usucapião a decisão é a mesma, mas o conteúdo pode ser diferente para os envolvidos porque um vizinho pode ficar limitado em seu terreno devido à extensão por x metros e outro vizinho ter seu limite em y metros. Existem duas correntes que tratam deste assunto. A minoritária diz que, no exemplo da usucapião não é apenas a propriedade, mas também a extensão, por ter uma extensão diferente para cada vizinho ela é unitária. Multitudinário – de multidão, tem um número elevado de pessoas num mesmo polo da relação processual, não existe um valor específico para considerar como multitudinário. Assim, alguns magistrados entendem que 100 não é multitudinário e outro pode entender que 7 pessoas têm esta característica. A princípio, acima de 10 pessoas é considerado multitudinário. Uma audiência com 40 x 4 nos polos pode ser desmembrada de 10 em 10, por exemplo. Obs. O litisconsórcio necessário não pode ser desmembrado, apenas o facultativo, o desmembramento é um ato decisório, é uma decisão interlocutória que cabe recurso. Para o estabelecimento do litisconsórcio (desmembramento) há apenas duas justificativas: ocorre quando o número de envolvidos dificulta a celeridade do processo ou quando dificultar a defesa. Existe duas correntes que tratam deste assunto. A 1ª corrente diz que o juiz pode determinara de oficio ou uma das partes pode requerer, desde que use qualquer das duas justificativas. A 2ª corrente diz que cabe apenas ao juiz, se dificultar a celeridade do processo, ou ao réu, se dificultar a defesa, ao autor não cabe requerer. Art. 46 - Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 29 II - os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito; III - entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir; IV - ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito. Parágrafo único - O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. O pedido de limitação interrompe o prazo para resposta, que recomeça da intimação da decisão. Art. 49 - Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo e todos devem ser intimados dos respectivos atos. Efeito interruptivo – o efeito interruptivo pode ser por interrupção ou por suspensão. Diferença entre interromper e suspender: a interrupção ocorre apenas em situações graves, o processo para, é interrompida a contagem do prazo e quando retorna o prazo é completo. Exemplo: um processo com prazo de 10 dias, após 3 dias ele é interrompido, quando retorna, volta a ter os 10 dias iniciais de prazo e não apenas os sete que restavam. Na suspensão, no mesmo exemplo após 3 dias o processo é suspenso, quando retorna tem apenas o restante do prazo, ou seja os 7 dias restantes. O desmembramento tem efeito interruptivo. Obs. Para qualquer prazo. 24/05/2014 - reposição 7 – Ato processual 7.1 – Conceito – Toda conduta de um sujeito processual praticado dentro de uma relação em juízo. Todo ato praticado dentro de uma relação processual. Conduta física que incide na relação processual. Obs.: Ato material - Conduta pratica que se estabelece sobre o direito material. Fato material - acontecimento que incide sobre o processo (morte) 7.2 – Tempo do ato (177.192) - é relativo ao lapso temporal. Art. 177 - Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o juiz determinará os prazos, tendo em conta a complexidade da causa. Art. 192 - Quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento depois de decorridas 24 (vinte e quatro) horas. A regra geral: Atos externos (exemplo busca e apreensão) – horário das 6h às 20h (dias úteis, dias em que o fórum está aberto). Obs. Exceção: excepcionalmente pode ser em dias não úteis e em outro horário, mas para isso é necessário ter autorização expressa do juiz de direito que pode ser feito de oficio ou por requerimento. Exemplo quando já se sabe que a parte não se encontra em sua casa neste período, das 6h às 20h, se pode requerer na inicial a mudança no horário. Atos internos – são os praticados dentro dos cartórios e segue o Código de Organização Judiciária do Estado, COJE, ou seja, será dentro dos regulamentos do Estado. Se o fórum abrir num sábado, este dia será considerado um dia útil. Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 30 7.2.1 – Prazo a) Conceito/princípios - lapso temporal dentro do qual os atos devem ser praticados, tendo um ato inicial (“dies a quo”) e um ato final (“dies ad quem”). Quando se pede em uma prova para estabelecer o tempo do ato, tem que indicar o primeiro e o último dia do prazo. Se pedir para indicar o prazo final, é apenas o último dia (data). Princípio eventualidade ou preclusão – Preclusão é a perda da possibilidade de praticar o ato. A preclusão se dá em três momentos: Temporal – não pode mais praticar o ato, pois perdeu o tempo, extemporâneo (serôdio5) Conssumativa – quando o ato já foi praticado, não é possível pratica-lo novamente. Exemplo: apresentar uma contestação, após apresentá-la não é possível a apresentar outra vez. Exceção: na petição inicial, se o juiz autorizar, ela pode ser emendada. Lógica – é a incompatibilidade do ato praticado com o seu antecedente, quando se viola a sequência de atos que devem ser praticados. Exemplo: no processo temos os seguintes passos: petição inicial + audiência + audiência + sentença. Após a sentença o réu concorda (aquiescência) e paga, cumpre a obrigação ou não concorda e apresenta recurso. Se após declarada a sentença e efetuado o pagamento, o réu entrar com recurso, este ato não terá validade, não é lógico,não seguiu a sequência necessária. obs. apenas na preclusão temporal existe a possibilidade de corrigir a ato processual: o justo motivo, um motivo que convença o magistrado, o porquê do atraso (calamidade pública, fórum fechado, etc.) podendo o juiz acatar ou não. b) Classificação dos prazos – obs. Esta parte é necessário decorar b.1) quanto a origem: Legal – estão previstos em lei Judicial – fixado pelo julgador quando não existir prazo legal. Convencional – acordo entre as partes, que é muito raro, uma possibilidade é suspender o processo para tentativa de acordo entre as partes, é negociado e se requer ao juiz. obs. Subsidiário – quando não existir previsão legal, judicial ou quando o prazo não for mencionado, o prazo legal são 5 dias. Exemplo: juntada de documento, o juiz não definiu o prazo e não tem na lei. A expressão “prazo segundo a lei” também se refere a este prazo. Art. 185 - Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte. 5 Adj. Que vem tarde, fora do tempo; tardio – Dicionário Aurélio século XXI. Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 31 b.2) Quanto a alterabilidade ou mutabilidade Dilatório – pode ser ampliado ou reduzido por manifestação de vontade das partes, o prazo legal não pode, apenas o prazo judicial. Para fazer a alteração tem que ser solicitado antes do fim do prazo corrente, ou seja, dentro do prazo e não depois de seu término. Art. 181 - Podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo dilatório; a convenção, porém, só tem eficácia se, requerida antes do vencimento do prazo, se fundar em motivo legítimo. § 1º - O juiz fixará o dia do vencimento do prazo da prorrogação. § 2º - As custas acrescidas ficarão a cargo da parte em favor de quem foi concedida a prorrogação. Peremptório – se extingue de plano, não pode ser alterado, ampliado ou expandido por vontade das partes. Não pode ser reduzido, mas pode ser praticado antes de seu fim. Via de regra, todos os prazos legais são peremptórios assim. obs. Calamidade pública os prazos podem ser prorrogados por mais de 60 dias (não é vontade das partes). Comarca de difícil acesso, o acesso difícil pode ser fixo ou eventual, a prorrogação se dá no máximo em 60 dias (lei). b.3) Quanto ao sujeito Próprio – pertence às partes, os prazos precluem automaticamente sem aviso. Impróprio pertence ao juiz, não preclui. É o prazo que ele tem para praticar os atos como despacho (2dias), decisões (10 dias), etc. Apesar de ter um prazo específico, o juiz pode levar um tempo indeterminado para realizar o ato processual. Se for peticionado o juiz para esclarecer o porquê da demora e ele não responder, o juiz pode responder economicamente pelo prejuízo causado. O prazo para responder a petição também é impróprio, ou seja, quando ele quiser. b.4) quanto a comunhão – entre as partes Particular – concedido a uma só parte, o autor ou do réu, como a contestação que é do réu. Por ser de uma das partes pode ser retirado do cartório para estudo, análise. Comum - como o próprio nome diz, é comum aos dois, o réu e o autor, o prazo também é o mesmo para as duas partes. Por pertencer aos dois, não pode ser retirado do cartório. Se for retirado, por erro de algum funcionário, a outra parte pode peticionar ao juiz, pedindo a restituição do prazo referente ao período em que o processo ficou em poder da outra parte, para que lhe seja restituído os dias do prazo. b.5) quanto a especialidade Simples – contagem única Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 32 Especial – o prazo é o mesmo, porém a contagem é diferenciada. Este prazo pode dobrar ou quadruplicar conforme o código estabelece. Art. 188 - Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público. Art. 191 - Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. c) regras gerais para contagem dos prazos 1º – início e término em dia útil – só começam e terminam a contagem em dia útil. Obs.: na prescrição a contagem do prazo é prorrogada, na decadência a contagem não é prorrogada. 2º – dois dias sucessivos – depois de iniciar a contagem ela é consecutiva, conta os dias corridos, independente de feriado ou final de semana. 3º – exclui do 1º dia e inclui o último dia – exemplo: um sujeito foi citado dia 10/05/2014, mas a citação foi juntada ao processo no dia 22/05/2014, quinta-feira. O dia 22 não conta como início, a contagem começa dia 23, sexta-feira. Supondo que o prazo seja de 5 dias, ele termina dia 27/05/2014, terça-feira. Dia 27 é o último dia e não dia 28. Exclui o 1º dia = 22 e inclui o último = 27. 4º – início - apenas quando o aviso for juntado ao processo é que será contado o prazo, como no exemplo acima, a data da citação não importa, apenas a data da ciência (“juntada”). I – Ciência por: art. 241 Correio - a contagem começa no dia subsequente quando o Aviso de Recebimento (AR) for juntado ao processo; Carta - a contagem começa no dia subsequente a juntada da carta; Oficial de justiça: a contagem começa no dia subsequente a juntada do mandado. II – Ciência por edital – tem o ato processual, que é a publicação no edital mais o prazo de dilação é de 20 a 60 dias, a ser determinado pelo juiz. O edital pode ser eletrônico ou impresso e a contagem é diferente. • Diário oficial: Impresso – conta a partir do dia subsequente Eletrônico – liberado para a internet num dia, é considerado publicado no dia subsequente e a contagem começa no dia seguinte. • Processo eletrônico (Lei 11.419) ainda em fase de implantação no Brasil Publicação – consulta, via e-mail Dilação – prazo de 10 dias para efetuar a consulta. O aviso é recebido por e- mail e, após aberto o e-mail, começa a contagem do prazo anteriormente Notas de aulas - Teoria Geral do Processo André Teles Página 33 determinado no processo. Se não abrir o e-mail a contagem será iniciada no decimo primeiro dia após a publicação do e-mail. Atividade para fixação 1 - Esmeralda foi citada em citada em 10 de março 2014 quinta-feira, o mandado foi juntado em 20 de abril, quinta-feira. Identifique o prazo de defesa considerando 15 dias. Juntou dia 20 a contagem começa no dia subsequente, ou seja dia 21/04 que é feriado, 22 é sábado e 23 é domingo, então a contagem do prazo começa a partir de segunda- feira dia 24. Exclui o 1º e inclui o último. 2 – Esmeralda e Anastolfo foram citados em 5/05, terça-feira e 10/6, sexta-feira respectivamente. Os mandados foram juntados em 20/08, sexta-feira e 15/09 terça-feira. Identifique os termos inicial e final para oferta de defesa considerando o prazo de 5 dias. Aqui temos um processo em litisconsórcio. Se o advogado for o mesmo: só começa a contar depois de juntar todas as citações ao processo, ou seja, após a última citação, no caso dia15/9. Advogado igual prazo simples. Começa 15 e acaba 21. Advogados diferentes contagem dobrada. Final 27 3 – Esmeralda (autor) de Anastolfo (réu) foram intimados para a juntada de laudo pericial. Sabe-se que a juntada do AR (aviso de recebimento) se deu em 10/03, terça- feira e 14/11, quinta-feira, respectivamente. Identifique o prazo para juntada do laudo. Prazo não mencionado = 5 dias. Juntada do autor foi dia 10/03 = 16, réu foi 14/11 = 22 4 – Esmeralda foi citada por diário eletrônico no dia 15/07, quinta-feira. Identifique o prazo de defesa considerando 15 dias Citado dia 18/07, considera publicado dia 16/07 e conta subsequente a partir do dia 17/07. Termina
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