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Notas de aula Conciliação, Mediação e Arbitragem

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Conciliação, 
Mediação e 
Arbitragem 
Revisão 8 (29/11/16) 
Professor Leandro Paraense 
Faculdade Universo 
2016/2 
Atenção: o conteúdo destas notas de aulas reflete a minha compreensão 
sobre o que foi ministrado em sala de aula. Assim, você estará lendo o 
meu entendimento e não necessariamente o que foi dito pelo professor. 
Ademais, as notas de aulas podem sofrer alterações na esquematização, 
na ordem, bem como acréscimos de outras fontes de pesquisa. Obs.: este 
material é gratuito, de cunho acadêmico e não comercial - André Teles 
 
 
 
 
 
 
 
Conciliação, Mediação e Arbitragem – Professor Leandro Paraense – 2016/2 
 Notas de aulas André Teles 
 
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Referências: Bacellar, Roberto Portugal. Juizados Especiais a nova mediação paraprocessual. 
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. 
Rodrigues, Sandra Mara de Araújo, et al, colaborador. Mediação e cidadania: programa 
mediação de conflitos. Comissão Técnica de Conceitos (organizadora). Belo Horizonte: Arraes 
Editores, 2010. 
 
Introdução 
03/08/2016 
1. Conflito – é uma disputa que pode ser negativa ou positiva a depender de como se lida com 
ela. 
2. MASCs – Métodos Alternativos de Solução de Controvérsias – hoje, em vez do termo 
“alternativos” se usa o termo adequados, visto não haver um método principal e um secundário 
ao qual se possa escolher. 
3. Obstáculos à adoção dos MASCs (Mauro Cappelletti – acesso à justiça) - 
3.1. Perda da alteridade1 – perda da dimensão do Outro numa relação interpessoal, perda do 
poder de estabelecer diálogos. 
3.2. Autoridade simbólica – discurso de autoridade, ou seja, representação simbólica de algo 
ou alguém que expressa para a maioria das pessoas é a autoridade. Exemplo: o juiz decidir o 
que é melhor para as partes, sendo que não conhece as pessoas envolvidas. 
4. Espécies de métodos alternativos para solução de controvérsias – Arbitragem 
(heterocomposição), Conciliação e Mediação que têm atuação indireta do mediador, auxiliando 
as partes para que elas descubram a origem do conflito e cheguem a um entendimento, com ou 
sem acordo. Por fim, Negociação, que é uma forma de autocomposição mais plena onde as 
partes podem chegar a um entendimento. 
5. Diferença entre mediação, conciliação e arbitragem 
Mediação, conciliação e arbitragem não são a mesma coisa. E é importante saber as diferenças 
para se entender a aplicação adequada de cada uma em cada caso. 
Na mediação, visa-se recuperar o diálogo entre as partes. Por isso mesmo, são elas que 
decidem. As técnicas de abordagem do mediador tentam primeiramente restaurar o diálogo 
para que posteriormente o conflito em si possa ser tratado. Só depois pode se chegar à solução. 
 
1 Dicionário Aurélio Século XXI - S. f. 
 1. Ausência de lutas, violências ou perturbações sociais; tranquilidade pública; concórdia, harmonia; 
 2. Ausência de conflitos entre pessoas; bom entendimento; entendimento, harmonia; 
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Na mediação não é necessário interferência, ambas partes chegam a um acordo sozinhas, se 
mantém autoras de suas próprias soluções. 
Conflitos familiares e de vizinhança, por exemplo, muitas vezes são resolvidos apenas com o 
estabelecimento da comunicação respeitosa entre os envolvidos. 
A conciliação pode ser mais indicada quando há uma identificação evidente do problema, 
quando este problema é verdadeiramente a razão do conflito - não é a falta de comunicação 
que impede o resultado positivo. Diferentemente do mediador, o conciliador tem a prerrogativa 
de sugerir uma solução. 
Essa polarização pede uma intervenção do conciliador no sentido de um acordo justo para 
ambas as partes e no estabelecimento de como esse acordo será cumprido. Causas trabalhistas 
costumam ser um objeto onde a conciliação atua com eficiência. 
A arbitragem surge no momento em que as partes não resolveram de modo amigável a questão. 
As partes permitem que um terceiro, o árbitro, especialista na matéria discutida, decida a 
controvérsia. Sua decisão tem a força de uma sentença judicial e não admite recurso. 
As soluções alternativas dos conflitos ajudam a desobstruir a Justiça, socializam o processo 
de entendimento entre as pessoas e aceleram a resolução dos problemas. 
Fonte: Tribunal de Alçada Arbitral Brasileiro2 
O que é MEDIAÇÃO? 
É uma forma de solução de conflitos em que um terceiro neutro e imparcial auxilia as partes a 
conversar, refletir, entender o conflito e buscar, por elas próprias, a solução. Nesse caso, as 
próprias partes é que tomam a decisão, agindo o mediador como um facilitador. Nas Centrais 
e Câmaras de Conciliação, Mediação e Arbitragem, a mediação será feita simultaneamente 
com a conciliação, sobretudo quando o conflito tiver como causa preponderante problema de 
ordem pessoal, emocional ou psicológica (incompatibilidade de gênios, raiva, sentimento de 
vingança ou de intolerância e indiferença), mas sempre com assistência do conciliador até que 
se esgote a possibilidade de uma reaproximação afetiva das partes, sem prejuízo de este 
formalizar um acordo que encerre o conflito nos seus aspectos jurídico-patrimoniais. 
O que é CONCILIAÇÃO? 
É uma forma de solução de conflitos em que as partes, por meio da ação de um terceiro, o 
conciliador, chegam a um acordo, solucionando a controvérsia. Nesse caso, o conciliador terá 
a função de orientá-las e ajudá-las, fazendo sugestões de forma que melhor atendam aos 
interesses dos dois lados em conflito. Nas Centrais e Câmaras de Conciliação, Mediação e 
Arbitragem, a conciliação será feita simultaneamente com a mediação, sobretudo quando o 
conflito tiver como causa preponderante problema de ordem jurídica ou patrimonial, mas 
 
2 Disponível em: http://dp-mt.jusbrasil.com.br/noticias/3116206/saiba-a-diferenca-entre-mediacao-
conciliacao-e-arbitragem Acesso em 27/09/2016 
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sempre com assistência do mediador até que se esgote a possibilidade de as partes celebrarem 
um acordo que encerre essa demanda, com a formalização do respectivo termo de transação 
ou compromisso arbitral. É o conciliador, pela sua formação jurídica, que a conduz até a 
formalização do acordo. 
O que é ARBITRAGEM? 
É uma forma de solução de conflitos em que as partes, por livre e espontânea vontade, elegem 
um terceiro, o árbitro ou o Tribunal Arbitral, para que este resolva a controvérsia, de acordo 
com as regras estabelecidas no Manual de Procedimento Arbitral das Centrais de Conciliação, 
Mediação e Arbitragem. O árbitro ou Tribunal Arbitral escolhido pelas partes emitirá uma 
sentença que terá a mesma força de título executivo judicial, contra a qual não caberá qualquer 
recurso, exceto embargos de declaração. É, o árbitro, juiz de fato e de direito, especializado 
no assunto em conflito, exercendo seu trabalho com imparcialidade e confidencialidade. 
Fonte: CNJ3 
Arbitragem 
 
1. Evolução – das dúvidas para plena aceitação hoje. Lei 9.307/96 
2. natureza - Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica 
sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário. – Alguns dizem que a natureza é 
mista juris+dicto, ou seja, há uma jurisdição privada. (Contrato aleatório: Emptio Spei ou 
 
3 Disponível em: http://franciscopenante.com.br/destaques/71/diferenca-entre-mediacao-conciliacao-e-
arbitragem Acesso em 27/09/2016 
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Emptio Rei Speratae)3. Vantagens – poder escolher quem será o árbitro, qual o procedimento a ser adotado e a 
base utilizada para o julgamento. Também é mais célere, objetivo e sigiloso. Em contrapartida, 
tem sacrificado a simplicidade com os procedimentos e a especificidade técnica 
10/08/2016 
4. Requisitos da Arbitragem 
4.1. Quanto ao objeto – art. 1º da Lei 9.307 – direitos patrimoniais disponíveis. Em 2015 foi 
incluído a administração pública. Verbas trabalhistas não podem ser objeto de arbitragem, 
embora haja uma minoria que a defenda. Alimento de incapazes também não pode, mas de 
capaz não há consenso na doutrina. 
Art. 1.ºAs pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios 
relativos a direitos patrimoniais disponíveis. 
§ 1.º A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir 
conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. 
§ 2.º A autoridade ou o órgão competente da administração pública direta para a celebração 
de convenção de arbitragem é a mesma para a realização de acordos ou transações. 
4.2. Quanto às partes – Se refere aos capazes de contratar. Massa falida é pessoa capaz, mas 
não pode contratar, assim como o detento e o insolvente civil. O incapaz não pode contratar, 
pois o patrimônio dele é indisponível, isso tem mais haver com o objeto que com as partes 
4.3. Quanto à manifestação da vontade – não haver defeito ou vício na manifestação de 
vontade conforme regra geral do negócio jurídico. Art. 104 CC 
5. Convenção de Arbitragem 
Art. 3.º As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral 
mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o 
compromisso arbitral. 
5.1. Cláusula Compromissória 
Art. 4.º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um contrato 
comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a 
tal contrato. 
§ 1.º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no 
próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira. 
Cláusula compromissória tem natureza pré-contratual, sendo que, se houver recusa da parte, 
esta pode ser obrigada a fazer arbitragem, conforme art. 7º, salvo se houver vício. 
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Art. 7º Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da 
arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte para comparecer em 
juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando o juiz audiência especial para tal fim. 
§ 1º O autor indicará, com precisão, o objeto da arbitragem, instruindo o pedido com o 
documento que contiver a cláusula compromissória. 
§ 2º Comparecendo as partes à audiência, o juiz tentará, previamente, a conciliação acerca do 
litígio. 
Não obtendo sucesso, tentará o juiz conduzir as partes à celebração, de comum acordo, do 
compromisso arbitral. 
§ 3º Não concordando as partes sobre os termos do compromisso, decidirá o juiz, após ouvir 
o réu, sobre seu conteúdo, na própria audiência ou no prazo de dez dias, respeitadas as 
disposições da cláusula compromissória e atendendo ao disposto nos arts. 10 e 21, § 2º, desta 
Lei. 
§ 4º Se a cláusula compromissória nada dispuser sobre a nomeação de árbitros, caberá 
ao juiz, ouvidas as partes, estatuir a respeito, podendo nomear árbitro único para a solução 
do litígio. 
§ 5º A ausência do autor, sem justo motivo, à audiência designada para a lavratura do 
compromisso arbitral, importará a extinção do processo sem julgamento de mérito. 
§ 6º Não comparecendo o réu à audiência, caberá ao juiz, ouvido o autor, estatuir a 
respeito do conteúdo do compromisso, nomeando árbitro único. 
§ 7º A sentença que julgar procedente o pedido valerá como compromisso arbitral. 
5.1.1. Em contrato de adesão – em contrato de adesão é válida se o aderente aceitar, ou seja, o 
contratante tem que aceitar, no momento do conflito, se vai utilizar esta cláusula. Assim, esta 
cláusula só obriga o contratado. 
§ 2.º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar 
a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua instituição, desde 
que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente 
para essa cláusula. 
Esta cláusula não pode ser tratada como assessório da principal, ou seja, o próprio 
questionamento da validade do contrato pode ser decidido pelo árbitro. Se o vício não 
comprometer todo o contrato, como por exemplo, feito com um incapaz, esta cláusula será 
apreciada. Exemplo: contrato de franquia tem que ter duas testemunhas, mas se não tiver e ainda 
assim se coloca cláusula compromissória. 
Art. 8.º A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que estiver inserta, 
de tal sorte que a nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade da cláusula 
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compromissória. 
17/08/2016 
5.1.2. Autonomia - Parágrafo único. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação 
das partes, as questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem 
e do contrato que contenha a cláusula compromissória. 
5.1.3. Conteúdo – o compromisso pode ser uma cláusula vazia, quando as partes se 
comprometem a aderir a arbitragem sem especificações ou uma cláusula cheia, quando tem 
conteúdo facultativo como indicação do arbitro, do procedimento, indicação específica do 
objeto, a norma ou parâmetros de julgamento 
I – Necessário 
II – Facultativo 
5.1.4. Efeitos - vinculação 
5.1.5. Vícios – relativos a qualquer falha do negócio como vontade, capacidade, forma, etc. art. 
104 CC. Obs.: qualquer direito indisponível é ilícito para arbitragem 
5.2. Compromisso arbitral – pode surgir mesmo sem haver cláusula compromissória desde 
que as partes assim decidam. 
5.2.1. Espécies 
I – Judicial – quando uma das partes se recusa a assinar o compromisso arbitral havendo 
cláusula compromissória, isto é levado ao judiciário que, ouvidas as partes, promulgará a 
sentença designando arbitragem. Art. 7º § º e art. 9º, §1º 
Art. 9º O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um litígio 
à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial. 
§ 1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á pôr termo nos autos, perante o juízo ou 
tribunal, onde tem curso a demanda. 
II – Extrajudicial – art. 9º §2º, assim como na franquia a assinatura de duas testemunhas não é 
apenas requisito de executividade, assim também aqui é um requisito de validade, sendo causa 
de nulidade. Se não houver as duas assinaturas, a decisão do árbitro é nula 
§ 2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular, assinado por 
duas testemunhas, ou por instrumento público. 
5.2.2. Conteúdo 
I – Obrigatório 
Art. 10. Constará, obrigatoriamente, do compromisso arbitral: 
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I - o nome, profissão, estado civil e domicílio das partes; 
II - o nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o caso, a identificação 
da entidade à qual as partes delegaram a indicação de árbitros; 
III - a matéria que será objeto da arbitragem; e 
IV - o lugar em que será proferida a sentença arbitral. Importante para fixar a competência 
para execução 
II – Facultativo 
Art. 11. Poderá, ainda, o compromisso arbitral conter: 
I - local, ou locais, onde se desenvolverá a arbitragem;II - a autorização para que o árbitro ou os árbitros julguem por equidade, se assim for 
convencionado pelas partes; 
III - o prazo para apresentação da sentença arbitral; 
IV - a indicação da lei nacional ou das regras corporativas aplicáveis à arbitragem, quando 
assim convencionarem as partes; 
V - a declaração da responsabilidade pelo pagamento dos honorários e das despesas com a 
arbitragem; e 
VI - a fixação dos honorários do árbitro, ou dos árbitros. 
Parágrafo único. Fixando as partes os honorários do árbitro, ou dos árbitros, no compromisso 
arbitral, este constituirá título executivo extrajudicial; não havendo tal estipulação, o árbitro 
requererá ao órgão do Poder Judiciário que seria competente para julgar, originariamente, a 
causa que os fixe por sentença. 
5.2.3. Extinção sem análise do mérito 
Art. 12. Extingue-se o compromisso arbitral: 
I - escusando-se qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação, desde que as partes 
tenham declarado, expressamente, não aceitar substituto; 
II - Falecendo ou ficando impossibilitado de dar seu voto algum dos árbitros, desde que as 
partes declarem, expressamente, não aceitar substituto; e 
III - tendo expirado o prazo a que se refere o art. 11, inciso III (aceitação da sentença arbitral), 
desde que a parte interessada tenha notificado o árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, 
concedendo-lhe o prazo de dez dias para a prolação e apresentação da sentença arbitral. 
5.2.4. Vícios – também são vícios a ausência de pressupostos e carência de ação 
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6. Condições da ação e pressupostos 
6.1. Pressupostos de existência 
I – Existência do compromisso arbitral válido 
II – Aceitação do árbitro 
6.2. Pressupostos de validade 
I – Árbitro (os) imparciais, insuspeitos e desimpedidos 
II – Capacidade “processual arbitral” para as partes se manifestarem. Em regra, esta capacidade 
está vinculada apenas a capacidade civil, mas pode ser que entre as cláusulas esteja previsto a 
presença de advogado. 
24/08/2016 
7. Árbitros 
7.1. Requisitos 
7.1.1. Requisitos objetivos – capacidade civil, alguns autores colocam confiança como requisito 
também. 
7.1.2. Requisitos subjetivos – ausência de impedimento e suspeição. Tem que arguir antes de 
assinar o compromisso, pois o §2° impede isso para posterior 
Art. 14. Estão impedidos de funcionar como árbitros as pessoas que tenham, com as partes ou 
com o litígio que lhes for submetido, algumas das relações que caracterizam os casos de 
impedimento ou suspeição de juízes, aplicando-se-lhes, no que couber, os mesmos deveres e 
responsabilidades, conforme previsto no Código de Processo Civil. 
§ 1.º As pessoas indicadas para funcionar como árbitro têm o dever de revelar, antes da 
aceitação da função, qualquer fato que denote dúvida justificada quanto à sua imparcialidade 
e independência. 
7.2. Exceções - Arguição 
§ 2.º O árbitro somente poderá ser recusado por motivo ocorrido após sua nomeação. Poderá, 
entretanto, ser recusado por motivo anterior à sua nomeação, quando: 
a) não for nomeado, diretamente, pela parte; ou 
b) o motivo para a recusa do árbitro for conhecido posteriormente à sua nomeação. 
Indeferimento - não pode recorrer à justiça, desde que não haja vícios 
Art. 15. A parte interessada em arguir a recusa do árbitro apresentará, nos termos do art. 20, 
a respectiva exceção, diretamente ao árbitro ou ao presidente do tribunal arbitral, deduzindo 
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suas razões e apresentando as provas pertinentes. 
Parágrafo único. Acolhida a exceção, será afastado o árbitro suspeito ou impedido, que será 
substituído, na forma do art. 16 desta Lei. 
7.3. Escolha – pode ser direta pelas partes ou indireta. Art. 13 §3° 
Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes. 
§ 1º As partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número ímpar, podendo nomear, 
também, os respectivos suplentes. 
§ 2º Quando as partes nomearem árbitros em número par, estes estão autorizados, desde logo, 
a nomear mais um árbitro. Não havendo acordo, requererão as partes ao órgão do Poder 
Judiciário a que tocaria, originariamente, o julgamento da causa a nomeação do árbitro, 
aplicável, no que couber, o procedimento previsto no art. 7º desta Lei. 
§ 3º As partes poderão, de comum acordo, estabelecer o processo de escolha dos árbitros, ou 
adotar as regras de um órgão arbitral institucional ou entidade especializada. 
7.4. Número de árbitros – tem que ser ímpar (§ 1°), sendo par, eles se reunirão para acrescentar 
mais um (§ 4° e 5°) se for colegiado de árbitros 
§ 4º Sendo nomeados vários árbitros, estes, por maioria, elegerão o presidente do tribunal 
arbitral. Não havendo consenso, será designado presidente o mais idoso. 
§ 4º As partes, de comum acordo, poderão afastar a aplicação de dispositivo do 
regulamento do órgão arbitral institucional ou entidade especializada que limite a escolha 
do árbitro único, coárbitro ou presidente do tribunal à respectiva lista de árbitros, 
autorizado o controle da escolha pelos órgãos competentes da instituição, sendo que, 
nos casos de impasse e arbitragem multiparte, deverá ser observado o que dispuser o 
regulamento aplicável. (Redação dada pela Lei nº 13.129, de 2015) 
§ 5º O árbitro ou o presidente do tribunal designará, se julgar conveniente, um secretário, que 
poderá ser um dos árbitros. 
§ 6º No desempenho de sua função, o árbitro deverá proceder com imparcialidade, 
independência, competência, diligência e discrição. 
§ 7º Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral determinar às partes o adiantamento de verbas 
para despesas e diligências que julgar necessárias. 
7.5. Recusa - Art. 16 - se o arbitro recusar a nomeação. Não havendo substituto... 
Art. 16. se o árbitro se escusar antes da aceitação da nomeação, ou, após a aceitação, vier a 
falecer, tornar-se impossibilitado para o exercício da função, ou for recusado, assumirá seu 
lugar o substituto indicado no compromisso, se houver. 
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7.6. Substituição – art. 16 §1° e 2°. As partes podem optar por colocar no compromisso que 
não aceita substituição. 
7.7. Causas de impossibilidade de exercício – art. 16 
§ 1º Não havendo substituto indicado para o árbitro, aplicar-se-ão as regras do órgão arbitral 
institucional ou entidade especializada, se as partes as tiverem invocado na convenção de 
arbitragem. 
§ 2º Nada dispondo a convenção de arbitragem e não chegando as partes a um acordo sobre 
a nomeação do árbitro a ser substituído, procederá a parte interessada da forma prevista no 
art. 7º desta Lei, a menos que as partes tenham declarado, expressamente, na convenção de 
arbitragem, não aceitar substituto. 
7.8. Responsabilidade do árbitro – art. 17 
Art. 17. Os árbitros, quando no exercício de suas funções ou em razão delas, ficam equiparados 
aos funcionários públicos, para os efeitos da legislação penal. 
Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso 
ou a homologação pelo Poder Judiciário. 
8. Procedimento arbitral 
8.1. Instituição e início do procedimento – início do procedimento, assinatura do 
compromisso arbitral e aceitação do árbitro, art. 19. Para fazer alguma modificação é preciso a 
assinatura de todas as partes, incluindo o árbitro. 
Art. 19. Considera-se instituída a arbitragem quando aceita a nomeação pelo árbitro, se for 
único, ou por todos, se forem vários. 
§ 1º instituídaa arbitragem e entendendo o árbitro ou o tribunal arbitral que há necessidade 
de explicitar questão disposta na convenção de arbitragem, será elaborado, juntamente com 
as partes, adendo firmado por todos, que passará a fazer parte integrante da convenção de 
arbitragem. (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência) 
§ 2º A instituição da arbitragem interrompe a prescrição, retroagindo à data do requerimento 
de sua instauração, ainda que extinta a arbitragem por ausência de jurisdição. (Incluído pela 
Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência) 
8.2. Arguição - de exceção ou invalidade da arbitragem. Art. 20 traz o prazo para fazer a 
arguição. A câmera pode ter regulamento com prazos. 
Art. 20. A parte que pretender arguir questões relativas à competência, suspeição ou 
impedimento do árbitro ou dos árbitros, bem como nulidade, invalidade ou ineficácia da 
convenção de arbitragem, deverá fazê-lo na primeira oportunidade que tiver de se manifestar, 
após a instituição da arbitragem. 
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§ 1º Acolhida a arguição de suspeição ou impedimento, será o árbitro substituído nos termos 
do art. 16 desta Lei, reconhecida a incompetência do árbitro ou do tribunal arbitral, bem como 
a nulidade, invalidade ou ineficácia da convenção de arbitragem, serão as partes remetidas ao 
órgão do Poder Judiciário competente para julgar a causa. 
§ 2º Não sendo acolhida a arguição, terá normal prosseguimento a arbitragem, sem prejuízo 
de vir a ser examinada a decisão pelo órgão do Poder Judiciário competente, quando da 
eventual propositura da demanda de que trata o art. 33 desta Lei. 
8.2.1. Preclusão? Se não se manifestar no primeiro momento, atravessa uma petição antes da 
sentença. Há vícios sanáveis e insanáveis. Se for causa de anulabilidade, ou seja, sanável, 
preclui. A prática do ato o confirma. Sendo insanável não preclui. 
8.2.2. Efeitos da arguição posterior – se de vício sanável não terá nenhum efeito, mas se for 
insanável, este pode ser arguido a qualquer momento, mas se já sabia e não arguiu, invalida o 
procedimento, todavia gera perdas e danos. 
8.2.3. Efeitos da não arguição – vício sanável gera preclusão e do vício insanável não gera 
nenhum efeito, pois o procedimento é nulo mesmo assim. Num processo de execução isto pode 
ser arguido, mas pode gerar perdas e danos. (Desde que assinado pelo árbitro também) 
31/08/2016 
8.3. Fases 
8.3.1. Estrutura básica – em geral se colam as partes como iguais, sem diferenciação, sem autor 
e réu 
I – Apresentação da Demanda – assinar o compromisso arbitral e se dá prazo para apresenta a 
pretensão. Os prazos são iguais. 
II – “Defesa” - 
III – Provas – varia de câmara para câmara 
IV- Memoriais – semelhante às razoes finais que depende do procedimento de cada câmara. 
V – Sentença 
VI – Recurso 
Art. 21. A arbitragem obedecerá ao procedimento estabelecido pelas partes na convenção de 
arbitragem, que poderá reportar-se às regras de um órgão arbitral institucional ou entidade 
especializada, facultando-se, ainda, às partes delegar ao próprio árbitro, ou ao tribunal 
arbitral, regular o procedimento. 
§ 1º Não havendo estipulação acerca do procedimento, caberá ao árbitro ou ao tribunal 
arbitral discipliná-lo. 
Conciliação, Mediação e Arbitragem – Professor Leandro Paraense – 2016/2 
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§ 2º Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios do contraditório, da 
igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento. 
§ 3º As partes poderão postular por intermédio de advogado, respeitada, sempre, a faculdade 
de designar quem as represente ou assista no procedimento arbitral. 
§ 4º Competirá ao árbitro ou ao tribunal arbitral, no início do procedimento, tentar a 
conciliação das partes, aplicando-se, no que couber, o art. 28 desta Lei. 
8.3.2. Prazos e formas 
8.3.2.1. Limites 
I – Lógico-Estrutural 
II – Princípios 
Contraditório 
Igualdade das partes – relativizada, pois por autonomia livre e consciente das partes é possível 
estabelecer diferenças. 
Imparcialidade dos árbitros 
“Livre convencimento do árbitro” 
8.3.2.2. Escolha do procedimento 
I – Própria 
II – Institucional 
III – Delegada 
8.3.3. Representação 
8.3.4. Produção de Provas 
Art. 22. Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral tomar o depoimento das partes, ouvir 
testemunhas e determinar a realização de perícias ou outras provas que julgar necessárias, 
mediante requerimento das partes ou de ofício. 
§ 1º O depoimento das partes e das testemunhas será tomado em local, dia e hora previamente 
comunicados, por escrito, e reduzido a termo, assinado pelo depoente, ou a seu rogo, e pelos 
árbitros. 
8.3.4.1. Condução Forçada – art. 22 § 2° 
§ 2º Em caso de desatendimento, sem justa causa, da convocação para prestar depoimento 
pessoal, o árbitro ou o tribunal arbitral levará em consideração o comportamento da parte 
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 Notas de aulas André Teles 
 
14 
faltosa, ao proferir sua sentença; se a ausência for de testemunha, nas mesmas circunstâncias, 
poderá o árbitro ou o presidente do tribunal arbitral requerer à autoridade judiciária que 
conduza a testemunha renitente, comprovando a existência da convenção de arbitragem. 
§ 3º A revelia da parte não impedirá que seja proferida a sentença arbitral. 
§ 4º Ressalvado o disposto no § 2º, havendo necessidade de medidas coercitivas ou cautelares, 
os árbitros poderão solicitá-las ao órgão do Poder Judiciário que seria, originariamente, 
competente para julgar a causa. (Revogado pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência) 
8.3.4.2. Repetição de Provas – § 5° faculdade do árbitro 
§ 5º Se, durante o procedimento arbitral, um árbitro vier a ser substituído fica a critério do 
substituto repetir as provas já produzidas. 
8.3.4.3. Produção de Provas de Ofício - caput 
8.4. Questão Prejudicial Indisponível – ambas as partes podem decidir por seguir o processo 
na arbitragem mesmo que a decisão possa ser considerada nula num processo judiciário. 
Art. 25. Sobrevindo no curso da arbitragem controvérsia acerca de direitos indisponíveis e 
verificando-se que de sua existência, ou não, dependerá o julgamento, o árbitro ou o tribunal 
arbitral remeterá as partes à autoridade competente do Poder Judiciário, suspendendo o 
procedimento arbitral. (Revogado pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência) 
Parágrafo único. Resolvida a questão prejudicial e juntada aos autos a sentença ou acórdão 
transitados em julgado, terá normal seguimento a arbitragem. (Revogado pela Lei nº 13.129, 
de 2015) (Vigência) 
9. Sentença 
Art. 24. A decisão do árbitro ou dos árbitros será expressa em documento escrito. 
§ 1º Quando forem vários os árbitros, a decisão será tomada por maioria. Se não houver 
acordo majoritário, prevalecerá o voto do presidente do tribunal arbitral. 
§ 2º O árbitro que divergir da maioria poderá, querendo, declarar seu voto em separado. 
9.1. Conteúdo – tem conteúdo básico: relatório, fundamentação e dispositivo. Art. 26 
Art. 26. São requisitos obrigatórios da sentença arbitral: 
I - o relatório, que conterá os nomes das partes e um resumo do litígio; 
II - os fundamentos da decisão, onde serão analisadas as questões de fato e de direito, 
mencionando-se, expressamente, se os árbitros julgaram por equidade; 
III - o dispositivo, em que os árbitros resolverão as questões que lhes forem submetidas e 
estabelecerão o prazo para o cumprimento da decisão, se for o caso; e 
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 Notas de aulas André Teles 
 
15 
IV - a data e o lugar em que foi proferida. 
Parágrafoúnico. A sentença arbitral será assinada pelo árbitro ou por todos os árbitros. 
Caberá ao presidente do tribunal arbitral, na hipótese de um ou alguns dos árbitros não poder 
ou não querer assinar a sentença, certificar tal fato. 
9.2. Individual e Coletiva 
9.2.1. Monocrática 
9.2.2. Acórdão 
9.3. Decisória e Homologatória 
9.4. Notificação 
14/09/2016 
9.5. Recurso – o único recurso obrigatório é o recurso para esclarecimento, que é semelhante 
aos embargos de declaração (art. 30), mas pode ser criado algum outro tipo de recurso para 
reformar a decisão. Isto pode ser feito pelo tipo de procedimento a ser adotado. 
Art. 30. No prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento da notificação ou da ciência 
pessoal da sentença arbitral, salvo se outro prazo for acordado entre as partes, a parte 
interessada, mediante comunicação à outra parte, poderá solicitar ao árbitro ou ao tribunal 
arbitral que: (Redação dada pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência) 
I - Corrija qualquer erro material da sentença arbitral; 
II - Esclareça alguma obscuridade, dúvida ou contradição da sentença arbitral, ou se 
pronuncie sobre ponto omitido a respeito do qual devia manifestar-se a decisão. 
Parágrafo único. O árbitro ou o tribunal arbitral decidirá, no prazo de dez dias, aditando a 
sentença arbitral e notificando as partes na forma do art. 29. 
Parágrafo único. O árbitro ou o tribunal arbitral decidirá no prazo de 10 (dez) dias ou em 
prazo acordado com as partes, aditará a sentença arbitral e notificará as partes na forma do 
art. 29. (Redação dada pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência) 
9.6. Efeitos da sentença – produz efeitos gerais, mas inter partes, podendo ultrapassar o efeito 
apenas entre as partes devido ao princípio da relatividade dos contratos. Constitui título 
executivo judicial. 
Art. 31. A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da 
sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título 
executivo. 
9.7. Nulidade – art. 32 + 319 CP – 
Conciliação, Mediação e Arbitragem – Professor Leandro Paraense – 2016/2 
 Notas de aulas André Teles 
 
16 
Art. 32. É nula a sentença arbitral se: 
9.7.1. Hipóteses 
I - for nulo o compromisso; 
I - for nula a convenção de arbitragem; (Redação dada pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência) 
II - emanou de quem não podia ser árbitro; 
III - não contiver os requisitos do art. 26 desta Lei; 
IV - for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem; (extrapetitta) 
V - não decidir todo o litígio submetido à arbitragem; (Revogado pela Lei nº 13.129, de 2015) 
(Vigência) 
VI - comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção passiva; 
VII - proferida fora do prazo, respeitado o disposto no art. 12, inciso III, desta Lei; e (só será 
nula se o arbitro for notificado antes de ser dado a sentença. Se passar o prazo e ninguém 
reclamar não poderá alegar nulidade). 
VIII - forem desrespeitados os princípios de que trata o art. 21, § 2º, desta Lei. 
9.7.2. Ação cabível – ação ordinária, rito comum, mas é possível discutir em sede incidental 
quando estiver sendo executado (no caso do réu) 
Art. 33. A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário competente a 
declaração de nulidade da sentença arbitral, nos casos previstos nesta Lei. (Redação dada pela 
Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência) 
§ 1º A demanda para a decretação de nulidade da sentença arbitral seguirá o procedimento 
comum, previsto no Código de Processo Civil, e deverá ser proposta no prazo de até noventa 
dias após o recebimento da notificação da sentença arbitral ou de seu aditamento. 
§ 1º A demanda para a declaração de nulidade da sentença arbitral, parcial ou final, seguirá 
as regras do procedimento comum, previstas na Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código 
de Processo Civil), e deverá ser proposta no prazo de até 90 (noventa) dias após o recebimento 
da notificação da respectiva sentença, parcial ou final, ou da decisão do pedido de 
esclarecimentos. (Redação dada pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência) 
§ 3º A decretação da nulidade da sentença arbitral também poderá ser arguida mediante ação 
de embargos do devedor, conforme o art. 741 e seguintes do Código de Processo Civil, se 
houver execução judicial. (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) 
§ 3º A declaração de nulidade da sentença arbitral também poderá ser arguida mediante 
impugnação, conforme o art. 475-L e seguintes da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de 1973 
(Código de Processo Civil), se houver execução judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.129, de 
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17 
2015) (Vigência) 
§ 3º A decretação da nulidade da sentença arbitral também poderá ser requerida na 
impugnação ao cumprimento da sentença, nos termos dos arts. 525 e seguintes do Código de 
Processo Civil, se houver execução judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) 
(Vigência) – na prática é uma execução, pois será a primeira vez que se levará a lide ao 
judiciário e o cumprimento de sentença é uma ação intermediária para um processo existente e 
não para um processo novo, inicial. 
§ 4º A parte interessada poderá ingressar em juízo para requerer a prolação de sentença 
arbitral complementar, se o árbitro não decidir todos os pedidos submetidos à arbitragem. 
(Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência) 
9.7.3. Anulação X reforma – reforma só quando for uma situação possível de submeter 
novamente à arbitragem, que não seja quebra de confiança ou perda de prazo para apresentar 
recurso. 
§ 2º A sentença que julgar procedente o pedido: 
I - decretará a nulidade da sentença arbitral, nos casos do art. 32, incisos I, II, VI, VII e VIII; 
II - determinará que o árbitro ou o tribunal arbitral profira novo laudo, nas demais hipóteses. 
§ 2º A sentença que julgar procedente o pedido declarará a nulidade da sentença arbitral, nos 
casos do art. 32, e determinará, se for o caso, que o árbitro ou o tribunal profira nova sentença 
arbitral. (Redação dada pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência) 
9.8. Custas da arbitragem e prazo da sentença – muitas vezes os custos são divididos entre 
as partes 
Art. 27. A sentença arbitral decidirá sobre a responsabilidade das partes acerca das custas e 
despesas com a arbitragem, bem como sobre verba decorrente de litigância de má-fé, se for o 
caso, respeitadas as disposições da convenção de arbitragem, se houver. 
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Questões: 
1. Quando as partes envolvidas em um conflito escolhem uma pessoa, física ou jurídica, para 
solucionar a lide, deixando de lado a prestação jurisdicional estatal, elas optam: 
a) pela conciliação. 
b) pela mediação. 
c) pela arbitragem. 
d) pela transação. 
 
2. Quando as partes optam que a arbitragem seja feita por uma pessoa jurídica de direito 
privado constituída para esse fim, há a chamada: 
a) arbitragem institucional. 
b) arbitragem pessoal. 
c) arbitragem ad hoc. 
d) arbitragem apud acta. 
 
3. Quando as partes optam que a arbitragem seja feita por uma pessoa física (árbitro), 
acordando sobre todo o procedimento arbitral ao qual se submeterão, há a chamada: 
a) arbitragem institucional. 
b) arbitragem pessoal. 
c) arbitragem ad hoc. 
d) arbitragem apud acta. 
 
4. Assinale a alternativa correta. 
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a) Poderão as partes não podem escolher as regras de direito que serão aplicadas na 
arbitragem, pois estas já vêm preestabelecidas na Lei de Arbitragem. 
b) A arbitragem poderá ser dedireito ou de equidade, a critério das partes. 
c) Poderão as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios gerais 
de direito, nos usos e costumes, excluídas as regras internacionais de comércio. 
d) Na arbitragem não será admitida a conciliação, tendo em vista a predisposição das partes 
em eleger um árbitro para solucionar o conflito. 
 
5. São formas de convenção de arbitragem: 
a) pela cláusula compromissória e pelo juízo arbitral. 
b) pela cláusula arbitral e pelo juízo arbitral. 
c) pelo juízo arbitral e pelo compromisso arbitral. 
d) pela cláusula compromissória e pelo compromisso arbitral. 
 
6. São características da cláusula compromissória: 
a) ser sempre contratual. 
b) poder constituir contrato autônomo. 
c) ser sempre anterior ao surgimento do conflito. 
d) Todas as alternativas estão corretas. 
 
7. Assinale a alternativa incorreta quanto às características do compromisso arbitral. 
a) Pode ser judicial ou extrajudicial. 
b) O judicial só pode ser celebrado após o trânsito em julgado da demanda. 
c) O extrajudicial pode ser celebrado por instrumento público ou particular. 
d) É sempre instaurado quando já há um litígio pendente. 
 
8. Sobre a figura do árbitro, escolha a resposta incorreta. 
a) O árbitro é uma terceira pessoa, de confiança das partes e escolhida por estas para conduzir 
a solução do conflito. 
b) O árbitro não precisa ter formação jurídica. 
c) As partes podem escolher o árbitro de acordo com a especialidade técnica que seja mais útil 
à solução da questão em concreto. 
d) O árbitro, na arbitragem judicial, será o próprio juiz da causa. 
 
9. Assinale a alternativa incorreta. 
a) No procedimento do juízo arbitral serão, sempre, respeitados os princípios do contraditório, 
da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento. 
b) As partes poderão postular por intermédio de advogado, respeitada, sempre, a faculdade de 
designar quem as represente ou assista no procedimento arbitral. 
c) Não havendo acordo prévio sobre a forma de instituir a arbitragem, esta não poderá mais 
ser instituída. 
d) Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da 
arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte para comparecer em 
juízo a fim de lavrar-se o compromisso. 
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20 
 
10. A sentença arbitral é: 
a) título executivo judicial. 
b) título executivo extrajudicial. 
c) precisa ser homologada pelo juiz para que seja considerada título executivo judicial. 
d) precisa ser homologada pelo juiz para que seja considerada título executivo extrajudicial. 
 
11. Assinale a alternativa incorreta. 
a) Se a cláusula compromissória nada dispuser sobre a nomeação de árbitros, caberá ao juiz, 
ouvidas as partes, estatuir a respeito, podendo nomear árbitro único para a solução do litígio. 
b) Na demanda sobre controvérsias acerca da instalação da arbitragem, a ausência do autor, 
sem justo motivo, à audiência designada para a lavratura do compromisso arbitral, importará 
a exclusão da arbitragem para a solução do conflito. 
c) Na demanda sobre controvérsias acerca da instalação da arbitragem, não comparecendo o 
réu à audiência, caberá ao juiz, ouvido o autor, estatuir a respeito do conteúdo do 
compromisso, nomeando árbitro único. 
d) Na demanda sobre controvérsias acerca da instalação da arbitragem, a sentença que julgar 
procedente o pedido valerá como compromisso arbitral. 
 
12. Sobre o árbitro, assinale a alternativa correta. 
a) O árbitro não pode recusar a indicação para atuar em juízo arbitral. 
b) Cabe ao árbitro remeter as partes às vias judiciais para resolução de questões acerca da 
existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a 
cláusula compromissória. 
c) Tratando-se de compromisso arbitral, este será extinto se qualquer dos árbitros escolhidos 
pelas partes escusar-se do ofício antes de aceitar a nomeação, desde que as partes tenham 
declarado, expressamente, não aceitar substituto. 
d) Havendo acordo, o árbitro declara extinta a arbitragem e remeterá as partes às vias 
judiciais para homologação. 
 
13. Assinale a alternativa incorreta. 
a) Competirá ao árbitro ou ao tribunal arbitral, no início do procedimento, tentar a conciliação 
das partes. 
b) Havendo acordo, o árbitro deverá homologá-lo por sentença, extinguindo o processo com 
julgamento do mérito e valendo a decisão como título executivo judicial. 
c) Não havendo acordo, o árbitro poderá determinar a produção de provas, podendo tomar o 
depoimento das partes, ouvir testemunhas e determinar a realização de perícias ou outras 
provas que julgar necessárias, mediante requerimento das partes ou de ofício. 
d) Em caso de desatendimento, sem justa causa, da convocação para prestar depoimento 
pessoal, o árbitro deverá determinar a condução coercitiva da mesma. 
 
14. Assinale a alternativa incorreta. 
a) A sentença arbitral será proferida no prazo estipulado pelas partes. Nada tendo sido 
convencionado, o prazo para a apresentação da sentença é de 20 dias, contado da instituição 
da arbitragem ou da substituição do árbitro. 
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b) Havendo necessidade de medidas coercitivas ou cautelares, os árbitros poderão solicitá-las 
ao órgão do Poder Judiciário que seria, originariamente, competente para julgar a causa. 
c) As partes e os árbitros, de comum acordo, poderão prorrogar o prazo estipulado para a 
prolação da sentença arbitral. 
d) A decisão do árbitro ou dos árbitros será expressa em documento escrito. 
 
15. Assinale a alternativa correta. 
a) Quando forem vários os árbitros, a decisão dependerá da aprovação de dois terços dos 
membros do órgão colegiado. 
b) O árbitro que divergir da maioria poderá, querendo, declarar seu voto em separado. 
c) Sobrevindo no curso da arbitragem controvérsia acerca de direitos indisponíveis, será 
competente para resolvê-la. 
d) Resolvida a questão prejudicial pelo árbitro, terá normal seguimento a arbitragem. 
 
16. Assinale a alternativa incorreta. A sentença arbitral será nula se: 
a) for anulável a convenção de arbitragem; 
b) emanou de quem não podia ser árbitro; 
c) for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem; 
d) não decidir todo o litígio submetido à arbitragem. 
 
17. Assinale a alternativa correta. 
a) A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder judiciário competente a decretação 
da nulidade da sentença arbitral, no prazo de até trinta dias após o recebimento da notificação 
da sentença arbitral ou de seu aditamento. 
b) A sentença arbitral estrangeira deverá ser objeto de ação de declaração de existência de 
relação jurídica para que possa ser executada no Brasil. 
c) A decretação da nulidade da sentença arbitral também poderá ser arguida mediante ação 
de embargos do devedor, conforme o art. 741 e seguintes do Código de Processo Civil, se 
houver execução judicial. 
d) A sentença arbitral não poderá reconhecer a responsabilidade das partes acerca de 
litigância de má-fé. 
 
18. Assinale a alternativa incorreta. 
a) Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar a 
iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua instituição, desde 
que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente 
para essa cláusula. 
b) Reportando-se as partes, na cláusula compromissória, às regras de algum órgão arbitral 
institucional ou entidade especializada, a arbitragem será instituída e processada de acordo 
com tais regras, podendo, igualmente, as partes estabelecer na própria cláusula, ou em outro 
documento, a forma convencionada para a instituição da arbitragem.c) Não havendo acordo prévio sobre a forma de instituir a arbitragem, a parte interessada 
manifestará à outra parte sua intenção de dar início à arbitragem, por via postal ou por outro 
meio qualquer de comunicação, mediante comprovação de recebimento, convocando-a para, 
em dia, hora e local certos, firmar o compromisso arbitral. 
Conciliação, Mediação e Arbitragem – Professor Leandro Paraense – 2016/2 
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d) Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da 
arbitragem, o árbitro poderá decretar a revelia da parte relutante. 
 
19. Analise as afirmações abaixo e escolha a alternativa correta: 
I – A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que estiver inserta, de 
tal sorte que a nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade da cláusula 
compromissória. 
II - Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, as questões acerca da 
existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a 
cláusula compromissória. 
III - O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular, assinado por 
três testemunhas, ou por instrumento público. 
a) As alternativas I e II estão corretas. 
b) As alternativas I e III estão corretas. 
c) As alternativas II e III estão corretas. 
d) As alternativas I, II e III estão corretas. 
 
20. Analise as afirmações abaixo e escolha a alternativa correta: 
I – O árbitro poderá ser recusado pelas partes a qualquer tempo e por qualquer motivo. 
II - Estão impedidos de funcionar como árbitros as pessoas que tenham, com as partes ou com 
o litígio que lhes for submetido, algumas das relações que caracterizam os casos de 
impedimento ou suspeição de juízes, aplicando-se-lhes, no que couber, os mesmos deveres e 
responsabilidades, conforme previsto no Código de Processo Civil. 
III - As pessoas indicadas para funcionar como árbitro têm o dever de revelar, antes da 
aceitação da função, qualquer fato que denote dúvida justificada quanto à sua imparcialidade 
e independência. 
a) As alternativas I e II estão corretas. 
b) As alternativas I e III estão corretas. 
c) As alternativas II e III estão corretas. 
d) As alternativas I, II e III estão corretas. 
 
Gabarito: 
1=C - Art. 1º, Lei 9.307/96 (Lei de Arbitragem): “As pessoas capazes de contratar poderão 
valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis”. 
 
2=A - A arbitragem é chamada de “arbitragem institucional” quando as partes optam por 
escolher uma pessoa jurídica de direito privado constituída para esse fim. Em regra, essa pessoa 
jurídica é denominada de “câmara de arbitragem”. 
 
3=C - Podem as partes optar pela arbitragem ad hoc, ou seja, podem escolher uma pessoa física 
como árbitro e acordar sobre todo o procedimento arbitral ao qual se submeterão. 
 
4=B - Art. 2º, Lei 9.307/96 (Lei de Arbitragem): “A arbitragem poderá ser de direito ou de 
equidade, a critério das partes. § 1º "poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito 
que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem 
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pública. § 2º "poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base 
nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio”. 
 
5=D - A convenção de arbitragem é o instrumento pelo qual as partes manifestam a vontade de 
suprimir o Poder Judiciário da apreciação do mérito de um litígio que envolva direitos 
patrimoniais disponíveis para entregá-lo ao juízo de um árbitro escolhido por elas. O 
compromisso arbitral dar-se-á das seguintes formas: pela cláusula compromissória e pelo 
compromisso arbitral. 
 
6=D - A cláusula compromissória é a convenção por meio da qual as partes em um contrato 
comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam surgir, relativamente a tal 
contrato (art. 4º, Lei 9.307/96). Assim, a cláusula compromissória é anterior ao surgimento do 
conflito entre as partes, que diligentes, já pactuaram sobre a adoção da arbitragem para a solução 
de eventuais litígios. Essa forma de arbitragem pode contar de uma cláusula de um contrato 
entre as partes sobre outro objeto ou constituir um contrato autônomo. 
 
7=B - O compromisso arbitral é a convenção por meio da qual as partes submetem um litígio à 
arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial. O compromisso 
arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal, onde tem curso 
a demanda. O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular, assinado 
por duas testemunhas, ou por instrumento público (art. 9º, Lei 9.307/96). Percebe-se que, 
diferentemente da cláusula arbitral, o compromisso surge quando já há um litígio pendente, 
podendo ser instituído, inclusive, nos próprios autos do processo em que as partes litigam. 
 
8=D - O árbitro é sempre uma terceira pessoa, de confiança das partes e escolhida por estas 
para conduzir a solução do conflito. Portanto, não poderá ser o juiz já que este não pode ser 
escolhido pelas partes com base na confiança. 
 
9=C - Não havendo acordo prévio sobre a forma de instituir a arbitragem, a parte interessada 
manifestará à outra parte sua intenção de dar início à arbitragem, por via postal ou por outro 
meio qualquer de comunicação, mediante comprovação de recebimento, convocando-a para, 
em dia, hora e local certos, firmar o compromisso arbitral. Não comparecendo a parte 
convocada ou, comparecendo, recusar-se a firmar o compromisso arbitral, poderá a outra parte 
propor a demanda perante o órgão do Poder Judiciário a que, originariamente, tocaria o 
julgamento da causa (art. 6º, Lei 9.307/96). 
 
10=A - De acordo com o art. 475-N, IV do Código de Processo Civil, a sentença arbitral é título 
executivo judicial, podendo a parte interessada pedir diretamente seu cumprimento no Poder 
Judiciários, nos termos dos arts. 475-J e seguintes do CPC. 
 
11=B - A ausência do autor, sem justo motivo, à audiência designada para a lavratura do 
compromisso arbitral, importará a extinção do processo sem julgamento de mérito (art. 7º). 
 
12=C - O árbitro deve aceitar a nomeação, para que o juízo arbitral seja instalado. Cabe ao 
árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, as questões acerca da existência, 
validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula 
compromissória. Essa é a chamada competência-competência, uma vez que o árbitro tem 
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competência para decidir se é competente ou não para solucionar o litígio. Tratando-se de 
compromisso arbitral, este será extinto se qualquer dos árbitros escolhidos pelas partes escusar-
se do ofício antes de aceitar a nomeação, desde que as partes tenham declarado, expressamente, 
não aceitar substituto. Havendo acordo, o árbitro deverá homologá-lo por sentença, extinguindo 
o processo com julgamento do mérito e valendo a decisão como título executivo judicial. 
 
13=D - Em caso de desatendimento, sem justa causa, da convocação para prestar depoimento 
pessoal, o árbitro ou o tribunal arbitral levará em consideração o comportamento da parte 
faltosa, ao proferir sua sentença; se a ausência for de testemunha, nas mesmas circunstâncias, 
poderá o árbitro ou o presidente do tribunal arbitral requerer à autoridade judiciária que conduza 
a testemunha renitente, comprovando a existência da convenção de arbitragem (art. 22). 
 
14=A - A sentença arbitral será proferida no prazo estipulado pelas partes. Nada tendo sido 
convencionado, o prazo para a apresentação da sentença é de seis meses,contado da instituição 
da arbitragem ou da substituição do árbitro (art. 23, Lei 9.307/96). 
 
15=B - Quando forem vários os árbitros, a decisão será tomada por maioria. Se não houver 
acordo majoritário, prevalecerá o voto do presidente do tribunal arbitral (art. 24, Lei 9.307/96). 
Sobrevindo no curso da arbitragem controvérsia acerca de direitos indisponíveis e verificando-
se que de sua existência, ou não, dependerá o julgamento, o árbitro ou o tribunal arbitral 
remeterá as partes à autoridade competente do Poder Judiciário, suspendendo o procedimento 
arbitral. Resolvida a questão prejudicial e juntada aos autos a sentença ou acórdão transitados 
em julgado, terá normal seguimento a arbitragem (art. 25). 
 
16=A - A sentença arbitral será nula se (art. 32, Lei 9.307/96): I - for nula a convenção de 
arbitragem (conforme redação dada pela Lei nº 13.129/15); II - emanou de quem não podia ser 
árbitro; III - não contiver os requisitos do art. 26 da Lei de Arbitragem; IV - for proferida fora 
dos limites da convenção de arbitragem; V - não decidir todo o litígio submetido à arbitragem; 
VI - comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção passiva; VII - 
proferida fora do prazo, respeitado o disposto no art. 12, III, da Lei 9.306/96; e VIII - forem 
desrespeitados os princípios de que trata o art. 21, § 2°, da Lei de Arbitragem. 
 
17=C - A sentença arbitral não poderá reconhecer a responsabilidade das partes acerca de 
litigância de má-fé. 
 
18=D - Art. 7º, Lei 9.307/96: “Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto 
à instituição da arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte para 
comparecer em juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando o juiz audiência especial 
para tal fim”. 
 
19=A - Art. 9º, § 2º. Lei 9.307/96: "o compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por 
escrito particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público". 
 
20=C - Art. 14, § 2º, Lei 9.307/96: "o árbitro somente poderá ser recusado por motivo ocorrido 
após sua nomeação. Poderá, entretanto, ser recusado por motivo anterior à sua nomeação, 
quando: a) não for nomeado, diretamente, pela parte; ou b) o motivo para a recusa do árbitro 
for conhecido posteriormente à sua nomeação". 
Conciliação, Mediação e Arbitragem – Professor Leandro Paraense – 2016/2 
 Notas de aulas André Teles 
 
25 
 
Fim da V1 
21/09/2016 
28/09/2016 
05/10/2016 
12/10/2016 feriado 
19/10/2016 entrega e correção de provas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
09/11/2016 Início da V2 
Conciliação, Mediação e Arbitragem – Professor Leandro Paraense – 2016/2 
 Notas de aulas André Teles 
 
26 
Mediação 
 
1. Definição – Art. 1º, Parágrafo único da Lei nº 13.140 de 26 de junho de 2015 
O que diferencia os três, conciliação, mediação e arbitragem, é o nível de intervenção do 
terceiro. Na mediação ele não opina, apenas ajuda as partes a chegarem a um entendimento, 
trabalhando a relação junto com o conflito. 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de controvérsias entre 
particulares e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública. 
Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial 
sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar 
ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia. 
2. Objetivo – entendimento entre as partes, não o acordo. 
3. Princípios: 
Art. 2º A mediação será orientada pelos seguintes princípios: 
I - Imparcialidade do mediador; não pender para nenhum dos dois lados. A imparcialidade é 
total, o que inclui gestos. Não significa neutralidade 
II - isonomia entre as partes; tratamento igual para ambos, nível de atenção até mesmo nos 
gestos 
III - oralidade; nada pode ser guardado por escrito, o que for anotado deve ser destruído ao 
final. 
IV - informalidade; ambiente informal, linguagem simples 
Conciliação, Mediação e Arbitragem – Professor Leandro Paraense – 2016/2 
 Notas de aulas André Teles 
 
27 
V - autonomia da vontade das partes; plena 
VI - busca do consenso; 
VII - confidencialidade; 
VIII - boa-fé. 
§ 1º Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de mediação, as partes deverão 
comparecer à primeira reunião de mediação. 
§ 2º Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação. 
16/11/2016 - ausente 
4. A mediação judicial 
4.1. Violação da autonomia 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de 
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação 
com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 
(vinte) dias de antecedência. 
§ 4º A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; 
4.2. Impedimento do mediado 
4.3. CJUS 
4.4. Obrigatoriedade dos advogados 
5. 
23/11/2016 
6. Etapas da mediação 
6.1. Pré-mediação – dá ciência às partes sobre o que é mediação, como funciona. 
6.2. Abertura – feita pelo mediador, etapa muito importante quando ele tenta estabelecer o 
Conciliação, Mediação e Arbitragem – Professor Leandro Paraense – 2016/2 
 Notas de aulas André Teles 
 
28 
rapport4 (vínculo com as partes, conexão de mínima confiança e conforto) 
6.3. Investigação/exposição – mediador investiga o comportamento das partes de acordo as 
exposições deles no momento da mediação. Desta forma ele pode adaptar a forma de falar, até 
os termos e comparações que poderá usar de modo a se fazer entender. Tem que deixar as partes 
à vontade para falarem da forma e com as palavras que quiserem. 
6.4. Agenda – é feito um “resumo a dedo”, enfatizando os pontos positivos, quais são os pontos 
centrais que precisam ser tratados, tentando desconstruir o que as partes estão colocando como 
ponto principal quando na verdade não é o real motivo. Se os pontos não ficarem claros o 
suficiente, poderá abrir oportunidade para nova exposição, individual ou juntos, mas que decide 
 
4 Rapport é um conceito do ramo da psicologia que significa uma técnica usada para criar uma ligação de sintonia 
e empatia com outra pessoa. 
 
Esta palavra tem origem no termo em francês rapporter que significa "trazer de volta". O rapport ocorre quando 
existe uma sensação de sincronização entre duas ou mais pessoas, porque elas se relacionam de forma agradável. 
A nível teórico, o rapport inclui três componentes comportamentais: atenção mútua, positividade mútua e 
coordenação. 
 
Importante no estudo e identificação de várias manifestações comportamentais, o rapport pode ser usado no 
contexto de relacionamentos pessoais ou profissionais. Esta técnica é muito útil, porque cria laços de 
compreensão entre dois ou mais indivíduos. 
 
Usar o rapport não significa aceitar todas as opiniões da outra pessoa, e sim ouvi-la e fazer com que ela veja que 
o seu ponto de vista ou valores são compreendidos e respeitados. É bastante comum pessoas tentarem "forçar" 
o rapport, com o objetivo de manipular o outro. No entanto, quando a intenção não é ter uma ligação genuína 
com essa pessoa, ela pode desconfiar e reagir negativamente à tentativa. 
 
O rapport tem grande relevância no mundo empresarial, sendo muitas vezes usado estrategicamente em 
processos de negociação e vendas. No rapport, uma pessoa mostra interesse na opinião e nos pensamentos do 
outro, uma atitude que funciona como facilitadora de qualquer negociação. 
 
Para muitas pessoas, o rapport é algo natural, sendo que elas conseguem criar uma ligação de respeitoe 
confiança com outras pessoas sem terem que fazer um esforço consciente. 
 
Em muitas ocasiões, o rapport está relacionado com a sedução, sendo uma ferramenta usada no contexto de 
relacionamentos, para melhorar a relação entre duas pessoas ou para conquistar uma pessoa interessante. 
 
O rapport é frequentemente descrito como um dos fundamentos da PNL (Programação Neurolinguística), uma 
ciência que tem a mente humana como objeto de estudo e que pode ser usada para reprogramar condutas 
indesejadas. 
 
A técnica de rapport mais famosa é conhecida como espelhamento. Nesta técnica, uma pessoa imita alguns 
elementos da linguagem corporal da outra (como a postura, gestos, expressões faciais, respiração, etc). No 
entanto, é preciso ter cuidado, porque o espelhamento deve ser gradual, ou seja, a imitação deve ser feita de 
um elemento de cada vez, para que a outra pessoa não pense que está sendo alvo de deboche. 
 
A reciprocidade, outra técnica de rapport, consiste em dar presentes ou fazer favores, sem pedir nada em troca. 
Outra forma de criar conexões com outras pessoas é encontrar interesses em comum, para estabelecer um 
sentido de camaradagem e confiança. 
https://www.significados.com.br/rapport/ 
Conciliação, Mediação e Arbitragem – Professor Leandro Paraense – 2016/2 
 Notas de aulas André Teles 
 
29 
são as partes. O mediador 
6.5. Criação de opções 
6.6. Avaliação das opções 
6.7. Escolha 
6.8. Solução 
7. Panorama atual 
7.1. Mediação judicial 
7.2. Mediação extrajudicial 
7.2.1. Iniciativas – balcões, ONGs, câmaras de mediação, jus Populi, etc. 
7.2.2. Áreas – família, vizinhança, trabalho, empresas, contratos, etc. 
Prova: 1 aberta de V1 e uma de V2 - Ver art. 167, 168, 334 do CPC 
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação 
serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal 
regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área 
profissional. 
§ 1º Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidade 
credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em 
conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o respectivo 
certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de 
justiça ou de tribunal regional federal. 
§ 2º Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá 
ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o 
mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser 
observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro 
da mesma área de atuação profissional. 
§ 3º Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e mediadores constarão 
todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número de processos de que 
participou, o sucesso ou insucesso da atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, 
bem como outros dados que o tribunal julgar relevantes. 
§ 4º Os dados colhidos na forma do § 3º serão classificados sistematicamente pelo tribunal, 
que os publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da população e para fins 
estatísticos e de avaliação da conciliação, da mediação, das câmaras privadas de conciliação 
e de mediação, dos conciliadores e dos mediadores. 
Conciliação, Mediação e Arbitragem – Professor Leandro Paraense – 2016/2 
 Notas de aulas André Teles 
 
30 
§ 5º Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se advogados, 
estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções. 
§ 6º O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a 
ser preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as disposições deste 
Capítulo. 
Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara 
privada de conciliação e de mediação. 
§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado no 
tribunal. 
§ 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá distribuição entre 
aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva formação. 
§ 3º Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou conciliador. 
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO (CPC) 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de 
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação 
com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 
(vinte) dias de antecedência. 
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de 
conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da 
lei de organização judiciária. 
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo 
exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à 
composição das partes. 
§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. 
§ 4º A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; 
II - quando não se admitir a autocomposição. 
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu 
deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data 
da audiência. 
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado 
por todos os litisconsortes. 
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos 
Conciliação, Mediação e Arbitragem – Professor Leandro Paraense – 2016/2 
 Notas de aulas André Teles 
 
31 
termos da lei. 
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é 
considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois 
por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da 
União ou do Estado. 
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. 
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes 
para negociar e transigir. 
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. 
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a 
respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. 
 
Novos desafios para a mediação e conciliação no 
Novo CPC: artigo 334 
Por André Gomma de Azevedo e Marco Aurélio Buzzi 
O novo Código de Processo Civil, estabelece no artigo 334 os parâmetros a serem seguidos 
para a realização de audiências de conciliação ou de mediação. De um lado, pode-se argumentar 
que a intenção do legislador foi promover a celeridade processual. Por outro lado, o citado 
dispositivo também se propõe a aumentar o escopo do que pode ser dirimido no âmbito do 
Poder Judiciário. 
Isto porque um conflito possui um escopo muito mais amplo do que simplesmente as questões 
juridicamente tuteladas sobre as quais as partes estão discutindo em juízo. Distingue‐se, 
portanto, aquilo que é trazido pelas partes ao conhecimento do Poder Judiciário daquilo que 
efetivamente é interesse das partes. A chamada lide processual é, em síntese, a descrição do 
conflito segundo os informes da petição inicial e da contestação apresentados em juízo — 
analisando apenas os limites dela, na maioriadas vezes não há satisfação dos verdadeiros 
interesses do jurisdicionado. Por outro lado, a descrição do conflito segundo os parâmetros 
preconizados pelos próprios envolvidos denomina-se de lide sociológica[1]. 
O novo CPC, em seu artigo 334 envida esforços para prestigiar a resolução integral do conflito 
presumindo que desta forma melhor se proporcionar à sociedade a pacificação efetiva. Não 
basta resolver a lide processual — aquilo que foi trazido pelos advogados ao processo — se os 
verdadeiros interesses que motivaram as partes a litigar não forem identificados e resolvidos. 
Exemplificativamente, em determinada demanda julgada em Minas Gerais (TJ-MG, AC 
408.550-5, 7ª Câmara Cível, publ. DJMG 29/4/2004) na qual se deferiu pedido de danos morais 
Conciliação, Mediação e Arbitragem – Professor Leandro Paraense – 2016/2 
 Notas de aulas André Teles 
 
32 
a um filho por abandono afetivo de seu pai, houve repercussão significativa após entrevista do 
autor a um programa de televisão no qual este chorava ao afirmar que não conseguiu o que 
queria — mesmo tendo lhe sido deferido o pedido. O autor, afirmou na entrevista que, ao ficar 
sabendo da referida decisão, seu pai lhe informou que nunca mais lhe dirigira a palavra. Ainda 
nesta entrevista o autor chorando disse que “não era isso que queria”. Constata-se que na lide 
processual houve formalmente um vencedor (i.e., o filho) e um perdedor (i.e., o pai), todavia, 
na realidade (ou na lide sociológica) ambos certamente saíram insatisfeitos do processo de 
resolução de disputa — neste conflito houve dois perdedores. 
O exemplo acima merece ser examinado também da perspectiva do jurisdicionado. Imagine-se 
o pai do autor, que regularmente cumpria com seus deveres de prestação alimentar, todavia 
praticamente não mantinha contato com o jovem em razão de residir no exterior. O pai recebe 
uma contrafé indicando que “abandonou afetivamente seu filho” — praticamente uma 
declaração de inaptidão parental ou mesmo uma “certidão de pior pai do mundo”. Esta inicial 
certamente reverberá na mente do réu por muito anos. Vale destacar que, exatamente por este 
motivo o novo CPC estabelece no parágrafo 1º do artigo 695 que “o mandado de citação conterá 
apenas os dados necessários à audiência e deverá estar desacompanhado de cópia da petição 
inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteúdo a qualquer tempo”. 
A Política Pública de resolução apropriada de disputas conduzida pelo Conselho Nacional de 
Justiça, tem refletido um movimento de consensualização do Poder Judiciário uma vez que 
passa a estabelecer a autocomposição como solução prioritária para os conflitos de interesse. 
Isso significa que o legislador crê que a maior parte dos conflitos pode ser resolvida por meios 
consensuais. O Código de Processo Civil apresenta uma série de indicações nesse sentido como 
o conciliador e o mediador sendo auxiliares da justiça (artigo 149) e a criação de centros 
judiciários de solução consensual de conflitos (artigo 165). De fato, estas indicações refletem 
normas infralegais estabelecidas no CNJ, como a recomendação 50/2014 e a Resolução 125/10, 
respectivamente. 
Nota‐se que o legislador avançou estabelecendo a regra de encaminhamento à conciliação ou à 
mediação no artigo 334 do novo CPC indicando que se a petição inicial preencher os requisitos 
essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de 
conciliação ou de mediação. O estímulo pretendido foi tão enfático que o parágrafo 4º do 
mesmo artigo estabelece que a audiência não será realizada apenas se ambas as partes 
manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual ou quando não se admitir 
a autocomposição. Ademais, o parágrafo 8º desse mesmo artigo estabelece também que o não 
comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação deve ser 
considerado ato atentatório à dignidade da justiça e deve ser sancionado com multa de até dois 
por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União 
ou do estado. 
O argumento utilizado em algumas decisões recentes de magistrados de que a audiência de 
conciliação ou de mediação pode ser dispensada pelo magistrado em prol da celeridade 
processual ou em razão da falta de mediadores ou conciliadores não encontra respaldo no nosso 
Conciliação, Mediação e Arbitragem – Professor Leandro Paraense – 2016/2 
 Notas de aulas André Teles 
 
33 
ordenamento processual ou no contexto fático brasileiro. 
Inicialmente, merece o destaque que nem toda demanda deve ser encaminhada à 
autocomposição. De um lado, se as partes indicarem, de forma uníssona, que não desejam 
conciliar ou se quanto à matéria não couber ou não se recomendar a autocomposição caberá ao 
magistrado seguir com a instrução processual (novo CPC, artigo 334, parágrafo 4º, I e II). 
Por outro lado, o argumento de celeridade processual para evitar a audiência autocompositiva 
não encontra suporte legislativo ou mesmo fático. Considere-se que o tempo médio de duração 
de demandas cíveis no Brasil, da inicial até o transito em julgado após o prazo recursal 
extraordinário (tribunais superiores) seja de 10 anos. Para cada demanda que se encerra por 
conciliação ou mediação economiza-se cerca de 9,5 anos de tramitação (presumindo-se prazo 
de 6 meses do recebimento da inicial à homologação do acordo — destaque-se que o prazo 
estabelecido no artigo 28 da Lei de Mediação para a condução do procedimento é de 60 dias). 
Se cada autocomposição onera o andamento processual em seis meses, pode-se afirmar que 
cada mediação ou conciliação bem-sucedida justifica cerca de 20 demandas sem acordo. Isto é, 
para que se justifique o encaminhamento de demandas para a conciliação ou mediação, em 
razão da duração do processo apenas no primeiro e segundo graus de jurisdição, basta que haja 
5% de sucesso. Em algumas oportunidades em que foi verificado[2], o índice de acordo nas 
conciliações foi de cerca de 70%. 
Vale destacar que o magistrado pode também determinar que a conciliação ou a mediação 
poderá ser conduzida entre a data de despacho da inicial e a data estabelecida para a audiência 
de instrução. Esta prática, denominada de parallel tracking mediation, permite que o 
procedimento autocompositivo siga paralelamente ao processo judicial. 
Outro argumento que atualmente tem sido utilizado para afastar a aplicação do artigo 334 do 
novo CPC consiste na alegação de que inexistem conciliadores e mediadores suficientes para 
atenderem ao número de feitos em juízo. Todavia, o Cadastro Nacional de Mediadores Judiciais 
e Conciliadores pode e deve ser utilizado para a seleção do autocompositor. De fato, o registro 
de atividades dos conciliadores e mediadores judiciais tem demonstrado elevado número de 
autocompositores com disponibilidade para atuarem em feitos judicializados. Ademais, há 
muitos Cejuscs para os quais os feitos podem e devem ser encaminhados para posterior seleção 
de conciliação ou mediação. 
Em suma, mais do que comprovadamente acelerar o processo de resolução de disputas, a 
conciliação e mediação judicial permitem dirimir lides sociológicas. Estas práticas de 
consensualização da justiça proporcionam a recontextualização do papel do Poder Judiciário 
afastando-se de posições singularistas segundo as quais para cada conflito de interesse só pode 
haver uma solução correta — a do magistrado, que sendo mantida ou reformada em grau 
recursal, torna‐se a “verdadeira solução” para o caso. A ideia de que o jurisdicionado, quando 
busca o Poder Judiciário, o faz na ânsia de receber a solução de um terceiro para suas questões 
vem progressivamente sendo alterada para uma visão de estado que oriente as partes para que 
resolvam de forma mais consensual e amigável seus próprios conflitos e, apenas 
excepcionalmente, como última hipótese, se decidirá

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