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Português e Redação 
Prof. Maria Tereza Faria
 
 Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil 
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GABARITO 
 
1. C 2. E 3. E 4. D 
5. A 6. A 7. E 8. E 
9. B 10. D 11. B 12. D 
 13. D 14. C 15. A 16. A 
 17. C 18. E 19. C 20. A 
 21. D 22. D 23. E 24. E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESOLUÇÃO 
 
Para responder às questões de números 1 a 6, considere o texto abaixo. 
 
O preço foi uma das mais revolucionárias criações de todos os tempos. Invenção sem dono. 
Melhor seria chamá-la de uma evolução darwinista, resultado de milhares de anos de adaptação 
do ser humano à vida em sociedade: sobreviveu a maneira mais eficiente que o homem encontrou 
para alocar recursos escassos, no enunciado da definição clássica da ciência econômica. 
Diariamente tomamos decisões (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir um 
funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore), ponderando 
custos e benefícios. É a soma dessas ações, feitas no âmbito pessoal, que regula o custo e a 
disponibilidade de gravatas, apartamentos, funcionários, viagens, filhos ou mesmo árvores. 
Como diz o jornalista americano Eduardo Porter em O preço de todas as coisas, "toda 
escolha que fazemos é moldada pelo preço das opções que se apresentam diante de nós, pesadas 
em relação a seus benefícios". As consequências dessa atitude, mostra Porter, nem sempre são 
óbvias. Até as formas femininas estão submetidas a uma virtual bolsa de valores, e o que se 
apresenta como grátis também temseu preço – sem falar que a dinâmica da fixação de preços 
pode falhar miseravelmente, como comprovam as bolhas financeiras. 
(Giuliano Guandalini. Veja, 3 de agosto de 2011, com adaptações) 
 
1. De acordo com o texto, o preço de todas as coisas é estabelecido 
 
(A) pelo valor das escolhas pessoais, apesar das regras da economia clássica existentes na 
sociedade de consumo. 
(B) por sua situação no mercado consumidor, que determina custos menores em função do 
aumento da oferta. 
(C) por economistas que se especializam em avaliar os objetos de consumo mais procurados pelas 
pessoas. 
(D) pelo acordo possível entre pessoas que desejam comprar e aquelas que precisam desfazer-se 
de seus bens. 
(E) pela relação que as pessoas fazem habitualmente entre custo e benefício quando tomam suas 
decisões. 
 
2. A ideia contida no 2º parágrafo é 
 
(A) o cálculo do preço de qualquer produto pode basear-se não somente em aspectos objetivos 
como também em elementos subjetivos. 
(B) todas as escolhas feitas determinam um preço real, calculado pelos envolvidos nos negócios, a 
partir da importância de cada uma dessas escolhas. 
(C) as decisões de comprar ou vender algo são rotineiras em uma sociedade de consumo, fato 
que dá origem a um cálculo do valor dos produtos. 
(D) os benefícios resultantes da fixação de preços adequados para as diferentes decisões tomadas 
individualmente atingem todo o grupo social. 
(E) as pessoas geralmente tendem a optar por escolhas cujo preço esteja de acordo com as 
possibilidades de realização daquilo que pretendem obter. 
 
 
 
 
 
 
 Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil 
Prof. Maria Tereza Faria Página 31 
3. Invenção sem dono. (1º parágrafo). A afirmativa acima se justifica pelo fato de que 
 
(A) as condições que regulavam as trocas comerciais na antiguidade não permitiam estabelecer 
valores adequados para os objetos em circulação. 
(B) a história da humanidade não tem registros a respeito do primeiro grupo social que 
estabeleceu preços para todas as coisas. 
(C) o preço das coisas sofreu evolução resultante da necessidade de acomodação do homem às 
condições da vida em sociedade. 
(D) os formuladores das doutrinas econômicas que atualmente vigoram no mercado não se 
preocuparam em identificar os idealizadores da fixação de preços. 
(E) os poucos recursos à disposição do homem primitivo impediam que houvesse qualquer 
espécie de transação comercial, o que impossibilitava a fixação de preços. 
 
4. Evidencia-se uma opinião pessoal do autor e não simplesmente um fato no segmento 
 
(A) ... uma evolução darwinista, resultado de milhares de anos de adaptação do ser humano à 
vida em sociedade 
(B) O preço foi uma das mais revolucionárias criações de todos os tempos. 
(C) ... que o homem encontrou para alocar recursos escassos, no enunciado da definição clássica 
da ciência econômica. 
(D) É a soma dessas ações [...] que regula o custo e a disponibilidade de gravatas ... 
(E) As consequências dessa atitude, mostra Porter, nem sempre são óbvias. 
 
5. ...sem falar que a dinâmica da fixação de preços pode falhar miseravelmente, como 
comprovam as bolhas financeiras. 
 
O segmento grifado acima constitui, no contexto, 
(A) comentário crítico do autor do texto à obra do jornalista americano citado. 
(B) exemplo para realçar o equilíbrio nos preços de todas as coisas nas relações de compra e 
venda. 
(C) argumento que confirma a possibilidade de erros de avaliação no estabelecimento de preços. 
(D) referência a uma situação que contribui para o desenvolvimento da economia. 
(E) demonstração da eficácia das teorias econômicas no controle de preços. 
 
6. (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir um funcionário, poupar para uma 
viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore). O segmento entre parênteses constitui 
 
(A) transcrição de um diálogo, que altera o foco principal do que vem sendo exposto. 
(B) constatação de situações habituais, com o mesmo valor de mercado, vivenciadas pelas 
pessoas. 
(C) reprodução exata das palavras do jornalista americano citado no texto, referentes à rotina 
diária das pessoas. 
(D) interrupção intencional do desenvolvimento das ideias, para acrescentar informações alheias 
ao assunto abordado. 
(E) sequência explicativa, que enumera as eventuais decisões que podem ser tomadas 
diariamente pelas pessoas. 
 
 
 
 
 
 Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil 
Página 32 Prof. Maria Tereza Faria 
Para responder às questões de números 7 a 10, considere os Textos I e II abaixo. 
 
Texto I 
 
Entre outras, constam no Dicionário Houaiss as seguintes definições a respeito do verbo 
vender: 
 transferir (bens ou mercadorias) para outrem em troca de dinheiro; 
 praticar o comércio de; comerciar com; negociar; 
 convencer (alguém) a aceitar (alguma coisa); persuadir (alguém) das boas qualidades de 
(uma ideia, um projeto etc.); 
 trabalhar como vendedor; 
 ser facilmente vendável; ter boa aceitação de consumo. [...] 
 
Texto II 
 
Também são determinantes no discurso persuasivo a afirmação e a repetição. A 
propaganda não pode dar margem a dúvidas; a meta é aconselhar o destinatário e conquistar a 
sua adesão. Daí as frases afirmativas e o uso do imperativo na peroração ("abra sua conta", "ligue 
já"). A repetição objetiva minar a opinião contrária do receptor por meio da reiteração. É possível 
encontrá-la não apenas na construção frasal, sobretudo nos slogans que são insistentemente 
repetidos (quer na forma verbal quer na escrita) junto à marca do produto, mas também nas 
diversas inserções da peça publicitária nos veículos conforme seu plano de mídia. Não por acaso, 
o termo propaganda [...] originou-se do verbo propagare, "técnica do jardineiro de cravar no solo 
os rebentos novos das plantas a fim de reproduzir novas plantas que depois passarão a ter vida 
própria" – uma ação, portanto, nitidamente repetitiva. 
 
(Carrascoza, João A. A evolução do texto publicitário. São Paulo: Futura, 1999, p. 44 e 45) 
 
7. Tomando-se como referência o que consta nos dois textos, a afirmativa correta é 
 
(A) O Texto I pode ser corretamente entendido como uma espécie de resumo do assunto que é 
desenvolvido no Texto II. 
(B) O desenvolvimento do Texto II está desvinculado do que consta do dicionário em relação aos 
sentidos do verbo vender. 
(C) O conteúdo do Texto I apresenta sentido de oposição ao que se lê no Texto II. 
(D) O sentido principal do Texto I está no verbo vender, enquanto o do Texto II está no verbo 
propagar, verbos que não podem ser empregados como sinônimos. 
(E) A ideia central do Texto II aparece explicitada em um dos possíveis significados do verbo 
vender, transcritos no Texto I. 
 
8. Com base no Texto II, conclui-se que o sentido de propaganda está corretamente expresso 
em 
 
(A) repetição de uma única ideia até que o público a quem se dirige a mensagem se canse de 
ouvir sempre as mesmas frases. 
(B) serviços oferecidos por um vendedor, ao criar novas ideias em um mercado já estabilizado e 
conhecido. 
(C) imitação por vendedores de um fenômeno da natureza, o de espalhar ideias como se faz a 
reprodução de plantas. 
 
 Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil 
Prof. Maria Tereza Faria Página 33 
(D) difusão de mensagens convincentes e repetitivas, faladas ou escritas, nos meios de 
comunicação, visando ao consumo de um produto. 
(E) insistência voltada para os benefícios trazidos pelo consumo, seja de produtos naturais, seja 
de objetos criados pelo homem. 
 
9. ...a meta é aconselhar o destinatário e conquistar a sua adesão. (Texto II). Entre os verbos 
que constam como sinônimosde vender no Texto I, o sentido mais próximo do segmento 
destacado acima é 
 
(A) transferir (bens ou mercadorias) para outrem em troca de dinheiro. 
(B) persuadir (alguém) das boas qualidades de (uma ideia, um projeto etc). 
(C) praticar o comércio de. 
(D) ser facilmente vendável. 
(E) trabalhar como vendedor. 
 
10. “técnica do jardineiro de cravar no solo os rebentos novos das plantas a fim de reproduzir 
novas plantas que depois passarão a ter vida própria.” (Texto II) 
 
O segmento transcrito acima 
 
(A) esclarece o sentido exato do antigo verbo propagare. 
(B) contém a ideia principal de todo o parágrafo em que ele se encontra. 
(C) confirma a informação de que não pode haver dúvida na propaganda. 
(D) traz a informação de que jardineiros também são propagandistas de ideias. 
(E) diferencia o trabalho manual daquele que envolve a divulgação de ideias. 
 
Para responder às questões de números 11 a 15, considere o texto abaixo. 
 
Depois de passar quase 200 mil anos vivendo em pequenos grupos nômades, os seres 
humanos (ou alguns deles, pelo menos) resolveram que era hora de assentar, criando vilas e 
cidades. A questão é: por quê? 
Durante muito tempo, a resposta-padrão foi simples: por causa da invenção da agricultura. 
Ao descobrir maneiras de produzir alimentos em grande escala, certos povos que viveram a partir 
de uns 10 mil anos atrás desencadearam uma explosão populacional que foi resolvida com outra 
invenção, a da vida urbana. Acontece que a sequência verdadeira pode ser exatamente a oposta, 
indicam dados arqueológicos que se acumularam nos últimos anos. 
Ao menos no Crescente Fértil – a região que engloba países como Iraque, Israel, Turquia e 
Síria, considerada o berço da civilização ocidental –, as pessoas parecem ter primeiro se juntado 
em assentamentos densos e só depois – em parte como consequência da aglomeração – ter 
desenvolvido o cultivo de plantas e a criação de animais. E o processo parece ter começado muito 
antes do momento em que a agricultura propriamente dita entra em cena. 
Restos de plantas aparecem em sítios arqueológicos com indícios de população cada vez 
maior. O número de espécies vegetais usadas se reduz, mas essas plantas continuam com suas 
características selvagens, o que indica que estavam apenas sendo coletadas mais intensivamente. 
Da mesma maneira a caça consumida por esses grupos sedentários fica menos diversificada, 
concentrando-se em poucas espécies que se reproduzem rápido, como lebres, raposas e aves. E 
só quando o uso dos recursos selvagens chega ao limite, sinais claros de vegetais cultivados 
aparecem. 
(Reinaldo José Lopes. Folha de S. Paulo, Ciência, C15, 15 de abril de 2012, com adaptações) 
 
 
 Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil 
Página 34 Prof. Maria Tereza Faria 
 
11. A afirmativa que resume corretamente o desenvolvimento do texto é 
 
(A) alguns povos primitivos descobriram técnicas de reprodução rápida de diversas espécies 
animais. 
(B) o cultivo de alimentos permitiu o assentamento de seres humanos em vilas bastante 
povoadas. 
(C) a agricultura acelerou a evolução da espécie humana em núcleos densamente habitados. 
(D) pesquisas arqueológicas indicam que a vida urbana pode ter surgido bem antes da agricultura. 
(E) dados arqueológicos revelam cultivo intenso de vegetais em núcleos de habitação bastante 
primitivos. 
 
12. (ou alguns deles, pelo menos) (1º parágrafo). Considerando-se o contexto, a observação 
transcrita acima 
 
(A) sugere que a explosão populacional da antiguidade foi a consequência imediata da invenção 
da vida urbana. 
(B) confirma a hipótese de que a resposta para o assentamento urbano está na invenção da 
agricultura. 
(C) assinala que a descoberta de maneiras de produzir alimentos em larga escala extinguiu os 
pequenos grupos nômades. 
(D) restringe a afirmativa de que os seres humanos resolveram que era hora de assentar, criando 
vilas e cidades. 
(E) indica que as primeiras cidades surgiram há muito tempo no Crescente Fértil [...], berço da 
civilização ocidental. 
 
13. Da mesma maneira a caça consumida por esses grupos sedentários fica menos diversificada, 
concentrando-se em poucas espécies que se reproduzem rápido ... (último parágrafo) 
 
A partir do segmento grifado na frase acima, é correto afirmar que 
 
(A) alguns povos primitivos se alimentavam unicamente da caça aos pequenos animais criados 
nos assentamentos. 
(B) somente animais domesticados podiam servir de alimento para as pessoas que viviam em 
assentamentos. 
(C) um grande número de pessoas em núcleos bastante povoados levava à necessária oferta de 
alimentos. 
(D) a reprodução de animais era sinal da prosperidade dos grupos que passaram a viver em 
comunidades primitivas. 
(E) o número de espécies animais criadas pelo homem primitivo nos primeiros assentamentos era 
grande e diversificado. 
 
14. Há no texto informação clara de que 
 
(A) as cidades da região mais civilizada da antiguidade serviram de modelo para as sociedades 
que se espalharam por todo o mundo conhecido nessa época. 
(B) o homem que vivia em núcleos urbanos somente passou a cultivar vegetais depois que se 
reduziu a oferta de recursos naturais, que eram até então coletados. 
(C) a produção de alimentos foi responsável pela explosão populacional em uma região que, por 
sua localização, facilitou o surgimento das primeiras cidades bem organizadas. 
 
 Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil 
Prof. Maria Tereza Faria Página 35 
(D) a maior dificuldade existente nos assentamentos urbanos mais antigos se concentrava na área 
de cultivo de alimentos, em função do grande número de habitantes. 
(E) é extremamente difícil encontrar dados arqueológicos que tragam respostas para explicar o 
modo de vida do homem primitivo nos aglomerados urbanos. 
 
15. Ao descobrir maneiras de produzir alimentos em grande escala, certos povos que viveram a 
partir de uns 10 mil anos atrás desencadearam uma explosão populacional que foi resolvida com 
outra invenção, a da vida urbana. 
 
Outra redação para a frase acima, em que se mantêm a correção, a clareza e, em linhas gerais, o 
sentido, está em 
(A) Há mais ou menos 10 mil anos, a descoberta da produção de alimentos para um grande 
número de pessoas permitiu o crescimento da população e, em 
consequência, os aglomerados urbanos. 
(B) O vertiginoso aumento da população, onde se criou os assentamentos urbanos, com a 
produção de alimentos para o grande número de pessoas que ali viviam, há 10 mil anos. 
(C) Com a descoberta dos alimentos e o que podia ser cultivado para manter um grande número 
de seres humanos nos assentamentos, criou-se as condições da vida urbana, em época primitiva. 
(D) Foi uns povos primitivos, de 10 mil anos atrás, que descobriram como cultivar alimentos, 
destinados para as pessoas que explodiram a população da vida urbana, também criada. 
(E) Aos 10 mil anos, com a descoberta de como ter alimentos cultivados para a explosão do 
número das pessoas vivendo em núcleos de vida urbana, permitindo sua alimentação. 
 
 
GABARITO 
1. E 2. A 3. C 4. B 5. C 
6. E 7. E 8. D 9. B 10.A 
 11. D 12. D 13. C 14. B 15. A 
 
Resolução 1: "toda escolha que fazemos é moldada pelo preço das opções que se apresentam 
diante de nós, pesadas em relação a seus benefícios". 
 
Resolução 2: (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir um funcionário, poupar 
para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore) 
 
Resolução 3: evolução darwinista, resultado de milhares de anos de adaptação do ser humano à 
vida em sociedade 
 
Resolução 4: uma das mais revolucionárias criações = juízo de valor. 
 
Resolução 5: fixação de preçospode falhar: exemplo = “bolhas financeiras. 
 
Resolução 6: tomamos decisões, a saber = trecho entre parênteses. Expressões explicativas são 
isoladas por vírgulas, travessões ou parênteses. 
 
Resolução 7: convencer (alguém) a aceitar (alguma coisa); persuadir (alguém) das boas 
qualidades de (uma ideia, um projeto etc.); 
 
Resolução 8: discurso persuasivo a afirmação e a repetição [...](quer na forma verbal quer na 
escrita) [...]aconselhar o destinatário e conquistar a sua adesão [...]veículos [...] de mídia 
 
 Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil 
Página 36 Prof. Maria Tereza Faria 
 
Resolução 9: conquistar = fazer aderir a; atrair ao seio de, para (alguma coisa). / persuadir = 
mostrar a importância, a necessidade ou a conveniência de. 
 
Resolução 10: observe que o trecho, apresentado imediatamente após o verbo propagare, está 
isolado por vírgula – marca dos termos explicativos. 
 
Resolução 11: indicam dados arqueológicos [...]as pessoas parecem ter primeiro se juntado em 
assentamentos densos e só depois – em parte como consequência da aglomeração – ter 
desenvolvido o cultivo de plantas e a criação de animais. 
 
Resolução 12: os (= todos os) seres humanos X alguns deles (= quantidade, quantia ou medida 
indeterminada de algo; nem muito, nem pouco). 
 
Resolução 13: pessoas parecem ter primeiro se juntado em assentamentos densos [...] 
população cada vez maior = esses grupos sedentários; logo, os grupos são numerosos / espécies 
que se reproduzem rápido redundam em maior oferta de alimentos. 
 
Resolução 14: vida urbana. [...]O número de espécies vegetais usadas se reduz, mas essas 
plantas continuam com suas características selvagens, o que indica que estavam apenas sendo 
coletadas mais intensivamente. [...] E só quando o uso dos recursos selvagens chega ao limite, 
sinais claros de vegetais cultivados aparecem. 
 
Resolução 15: 
(B) O vertiginoso aumento da população, (onde) DEVIDO AO QUAL se (criou) CRIARAM os 
assentamentos urbanos, (com) PROVOCOU a produção de alimentos para o grande número de 
pessoas que ali viviam (,) há 10 mil anos. 
(C) (Com) DEVIDO À descoberta dos alimentos e (o) DO que podia ser cultivado para manter um 
grande número de seres humanos nos assentamentos, (criou-se) CRIARAM-SE as condições da 
vida urbana (,) em época primitiva. 
(D) (Foi uns) Povos primitivos, HÁ 10 mil anos (atrás), (que) descobriram como cultivar alimentos 
(,) destinados (para as) ÀS pessoas que (explodiram) COMPUNHAM ASSENTAMENTOS DENSOS / 
NUMEROSOS NÚCLEOS URBANOS (a população da vida urbana, também criada). 
(E) HÁ (Aos) 10 mil anos, (com a) DEVIDO À descoberta (de) DA MANEIRA como (ter) CONTAR 
COM alimentos cultivados (para) A FIM DE ATENDER AO (a explosão do) GRANDE número (das) 
DE pessoas (vivendo) QUE VIVIAM em núcleos (de vida urbana) URBANOS, (permitindo) 
PERMITIU-SE sua alimentação. 
 
 
EXERCITANDO 
 
Exame Médico 
Reforçam-se as evidências da baixa qualidade de ensino em cursos de medicina do país. 
Esse retrato vem sendo confirmado anualmente desde 2005, quando o Cremesp (Conselho 
Regional de Medicina do Estado de São Paulo) decidiu implementar uma prova de avaliação, 
facultativa, dos conhecimentos dos futuros médicos. 
Neste ano, 56% dos formandos que prestaram o exame foram reprovados. O número já é 
expressivo, mas é razoável supor que a proporção de estudantes despreparados seja maior. A 
prova não é obrigatória, e os responsáveis por sua execução avaliam que muitos dos maus alunos 
boicotam o exame, frequentemente estimulados por suas faculdades. 
 
 Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil 
Prof. Maria Tereza Faria Página 37 
A prova da Ordem dos Advogados do Brasil pode fornecer um parâmetro, ainda que 
imperfeito. Na primeira fase do exame da OAB neste ano, o índice de reprovados na seccional 
paulista chegou a 88%. A vantagem do teste entre advogados está em sua obrigatoriedade. 
Trata-se de uma prova de habilitação, ou seja, a aprovação é indispensável para o exercício da 
profissão. É do interesse da sociedade, da saúde pública e de seus futuros pacientes que os 
alunos de medicina também sejam submetidos a uma prova de habilitação obrigatória. 
O Cremesp, que defende o exame compulsório, diz, no entanto, que a aplicação de testes 
teóricos, aos moldes do que faz a OAB, seria insuficiente. Devido ao caráter prático da atividade 
médica, seria imprescindível, afirma a entidade, a realização de provas que averiguem essa 
capacidade entre os recém-formados. Se implementado nesses moldes, um exame obrigatório 
nacional cumpriria dupla função: impediria o acesso à profissão de recém-formados 
despreparados e, ao longo do tempo, estimularia uma melhora gradual dos cursos universitários 
de medicina. 
(Editorial da Folha de S. Paulo, 17 de dez. de 2009, Opinião, A2) 
 
1. Considere as afirmações abaixo sobre o editorial. 
 
I. Faz sugestivo jogo de palavras: usa a expressão Exame médico, que remete à inspeção feita 
no corpo de um indivíduo para chegar a um diagnóstico sobre seu estado de saúde, para referir 
uma prova de avaliação a ser realizada por formandos em medicina. 
II. Aproxima a área médica e a área do direito, acerca da avaliação dos indivíduos que desejam 
exercer as respectivas profissões, de modo a evidenciar o reconhecimento, em plano mundial, da 
fragilidade da formação desses futuros profissionais. 
III. Critica a imperfeição do sistema de avaliação dos formados em direito, considerando essa 
falha como fator que tira da prova realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil a possibilidade 
de ser tomada como padrão para outras áreas do conhecimento. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) I. 
(B) I e II. 
(C) I e III. 
(D) II. 
(E) II e III. 
Inferno e paraíso 
 
1. Por certo, existe o Carnaval. Mas a ideia de que o Brasil é uma espécie de paraíso onde 
pouco se trabalha corresponde, em boa medida, a um preconceito, quando se tomam em 
comparação os padrões vigentes nas sociedades europeias, por exemplo. 
 Já se a métrica for a realidade de países asiáticos, não há razão para 5.tomar como 
especialmente infelizes as declarações do empresário taiwanês Terry Gou, presidente da Foxconn, 
a respeito da operosidade dos brasileiros. O Brasil – país em que a empresa de componentes 
eletrônicos planeja investir uma soma bilionária para fabricar telefones e tablets –, tem grande 
potencial, disse Terry Gou numa entrevista à TV taiwanesa. Mas os brasileiros “não 10.trabalham 
tanto, pois estão num paraíso”, acrescentou o investidor. 
A frase, relatada pelo correspondente da Folha em Pequim, Fabiano Maisonnave, insere-se 
entre outras ressalvas feitas pelo empresário quanto à possibilidade de o Brasil tornar-se 
fornecedor internacional de componentes eletrônicos. 
15. Quaisquer que sejam os seus julgamentos sobre o Brasil, as declarações do empresário 
embutem um paradoxo típico da era globalizada. Refletem o clássico modelo da ética do trabalho 
– antes associada aos países anglo-saxônicos, agora proeminente nas economias do Oriente. 
 
 Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil 
Página 38 Prof. Maria Tereza Faria 
Ocorre que, na sociedade de consumo contemporânea, a esse modelo veio sobrepor-se outro – 
20.o da ética empresarial. 
Nem sempre os modelos coincidem. Haja vista as frequentes denúncias a respeito de 
superexploração de mão de obra nas economias asiáticas, que já se voltaram, por exemplo, 
contra empresas de artigos esportivos e agora ganham projeção no mundo da informática. A tal 
ponto que a Apple, preocupada como 25.impacto moral negativo em sua imagem, instituiu um 
sistema de inspeções de fornecedores para precaver-se de acusações dessa ordem. A própria 
Foxconn, de Terry Gou, foi objeto de severas reportagens e denúncias a respeito. 
É de perguntar em que medida a globalização dos mercados – e dos 30. próprios hábitos 
culturais – permitirá, no futuro, a coexistência entre regimes “infernais” e “paradisíacos” nas 
relações de trabalho. Sob crescente pressão pública, é possível que noções como a de Terry Gou 
venham, aos poucos, parecer bem menos modernas do que os produtos que fabrica. 
(Folha de S.Paulo. Editoriais. A2 opinião. Domingo, 26 de fevereiro de 2012. p. 2) 
 
2. O editorialista 
 
(A) confronta a Foxconn com a Apple, com o objetivo de defender a segunda como modelo que 
garante, em escala global, todos os direitos do trabalhador em empresa de eletrônicos. 
(B) admite desconhecer os verdadeiros motivos de o taiwanês Terry Gou ter declarado que o 
Brasil é um país paradisíaco. 
(C) apresenta as razões que o fazem defender a competência do Brasil em tornar-se fornecedor 
internacional de componentes eletrônicos. 
(D) interpreta a fala de Terry Gou como expressão do específico momento histórico em que o 
intercâmbio econômico e cultural 
entre países é uma realidade. 
(E) analisa as implicações econômicas da falta de coerência dos empresários internacionais ao 
avaliarem a capacidade produtiva de um país que deseja ingressar no mercado globalizado. 
 
3. No primeiro parágrafo, quando o autor 
 
(A) vale-se da expressão Por certo, está tornando patente que a frase constitui uma resposta ao 
empresário taiwanês, que supostamente pôs em dúvida essa expressão cultural brasileira, o 
carnaval. 
(B) emprega a expressão uma espécie de, está antecipando o detalhamento que fará do grupo a 
que pertence o Brasil em função de seus hábitos culturais. 
(C) refere-se ao Carnaval, está apresentando um fato que poderia, em parte, ser tomado como 
justificativa para a ideia de que o Brasil é uma espécie de paraíso onde pouco se trabalha. 
(D) menciona um preconceito, está expressando seu entendimento de que a ideia de que o Brasil 
é uma espécie de paraíso onde pouco se trabalha é um prejulgamento absolutamente inaceitável. 
(E) cita os padrões vigentes nas sociedades europeias, está remetendo a uma base de 
comparação que considera sinônimo de excelência. 
 
4. O editorial abona o seguinte comentário: 
 
(A) Se o parâmetro de avaliação do Brasil por Terry Gou for a realidade de países asiáticos, o peso 
de seus comentários sobre o trabalho nesse país está por si só minimizado. 
(B) Considerado o ramo de componentes eletrônicos, os países asiáticos são reconhecidamente 
insuperáveis no que se refere a sua capacidade de trabalho e à excelência dos seus produtos. 
 
 Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil 
Prof. Maria Tereza Faria Página 39 
(C) Apesar do grande potencial que o Brasil tem de ser um líder mundial na fabricação de 
eletrônicos, o atual contexto da globalização não lhe é favorável, dado o especial desenvolvimento 
dos países do Oriente. 
(D) São muitas, e as mais variadas, as opiniões que empresários estrangeiros têm a respeito dos 
brasileiros no trabalho, mas todas coincidem no que se refere à pouca produtividade do Brasil 
quando comparado aos outros países. 
(E) A relevância da economia dos países orientais se deve a seu apego ao modelo clássico de 
produção e distribuição de produtos, ainda que com adaptações à realidade contemporânea. 
 
5. Afirma-se com correção que o editorialista 
 
(A) lança dúvidas sobre o futuro do mercado globalizado, dado que os específicos hábitos culturais 
dos países que o integram impedem uma estrutura organizacional adequada a cada um deles. 
(B) lança a hipótese de que a influência coativa da população pode tornar ultrapassados regimes 
de trabalho que ele denomina “infernais”, como o das economias asiáticas. 
(C) defende a harmonia entre o produto comercializado e o regime de trabalho adotado para sua 
manufatura, do que decorre, necessariamente, a coexistência de distintos sistemas produtivos. 
(D) defende a superposição da ética do trabalho e da ética empresarial, sob a condição de que os 
empresários vigiem para que sua mão de obra não especializada não afete a imagem do produto. 
(E) mostra que o povo, informado pelos meios de comunicação, poderá monitorar a presença 
simultânea dos regimes ditos “infernais” e “paradisíacos”, visando à adequada adoção de cada um 
deles. 
 
CRÔNICAS 
Pós-11/9 
 
Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo, significando antigo, 
ultrapassado. Como em: “Que penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o mundo 
tão radicalmente que tudo o que veio antes – culminando com o day before [dia anterior], o 
último dia das torres em pé, a última segunda-feira normal e a véspera mais véspera da História – 
virou preâmbulo. Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o cotidiano de Nova 
York, que vive a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram um 
sentimento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas prioridades para acomodá-las, inclusive 
sacrificando alguns direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de cidadãos estrangeiros não 
serem bombardeados por eles. 
Protestos contra a radicalíssima reação americana são vistos como irrealistas e anacrônicos, 
decididamente “dez de setembro”. Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações 
se repensarem no bom sentido, não como submissão à chantagem terrorista, mas para não 
perder a oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez 
depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos com relação a Israel e os 
palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma reunião dos países ricos será como era até 
10/9, pelo menos por algum tempo. No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames 
de consciência mais profundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o instinto de 
sobrevivência também é um caminho para a virtude. 
O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de me fazer acreditar mais na 
humanidade. A questão é: o que acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o que 
for, será diferente. Inclusive por uma questão de moda, já que ninguém vai querer ser chamado 
de “dez de setembro” na rua. 
(Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro) 
 
 
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Página 40 Prof. Maria Tereza Faria 
6. Já se afirmou a respeito de Luis Fernando Verissimo, autor do texto aqui apresentado que 
"trata-se de um escritor que consegue dar seriedade ao humor e graça à gravidade, sendo ao 
mesmo tempo humorista inspirado e ensaísta profundo". Essa rara combinação de planos e tons 
distintos pode ser adequadamente ilustrada por meio destes segmentos do texto: 
 
I. Que penteado mais dez de setembro! e Os Estados Unidos descobriram um sentimento inédito 
de vulnerabilidade. 
II. um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio e o instinto de 
sobrevivência também é um caminho para a virtude. 
III. fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem e não se devem 
esperar exames de consciência mais profundos. 
 
Em relação ao texto, atende ao enunciado dessa questão o que se transcreve em 
 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, apenas. 
(C) II e III, apenas. 
(D) I e III, apenas. 
(E) II, apenas. 
 
7. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em 
 
(A) significando antigo, ultrapassado (1º parágrafo): conotando nostálgico, recorrente. 
(B) reorganizam suas prioridades para acomodá-las (1º parágrafo):ratificam suas metas para as 
estabilizarem. 
(C) atos de contrição mais espetaculares (2º parágrafo): demonstrações mais grandiosas de 
arrependimento. 
(D) teve o efeito paradoxalmente contrário (3º parágrafo): decorreu de uma irônica contradição. 
(E) foi prólogo, exatamente, de quê? (3º parágrafo): a que mesmo serviu de pretexto? 
 
8. Ao comentar a tragédia de 11 de setembro, o autor observa que ela 
 
(A) foi uma espécie de prólogo de uma série de muitas outras manifestações terroristas. 
(B) exigiria das autoridades americanas a adoção de medidas de segurança muito mais drásticas 
que as então vigentes. 
(C) estimularia a população novaiorquina a tornar mais estreitos os até então frouxos laços de 
solidariedade. 
(D) abriu uma oportunidade para que os americanos venham a se avaliar como nação e a trilhar 
um novo caminho. 
(E) faria com que os americanos passassem a ostentar com ainda maior orgulho seu decantado 
nacionalismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Prof. Maria Tereza Faria Página 41 
Notícias municipais 
Chegaram notícias de minha cidade natal. Um pouco antigas: têm quarenta anos e estão 
numa coleção de jornais velhos que me ofereceu um amigo, conterrâneo. Começo a compreender 
a atitude de Machado de Assis, ao responder a alguém que lhe dizia serem feias certas casas do 
Rio: “São feias, mas são velhas”. O prestígio da ancianidade, que não é aparente, 
velava a seus olhos a mesquinhez da arquitetura. 
Assim me ponho a folhear com emoção estas páginas amarelecidas, temendo que se 
rasguem, porque a fibra do papel se gastou como fibra humana. Cheiram preciosamente a 1910, 
e embora ninguém tenha nada que ver com a infância do autor, eu direi que cheiram também a 
meninice, porque nelas se revê o menino daquele tempo, e o menino vai pelas ruas, sobe nas 
árvores, contempla longamente o perfil da serra, prova o gosto dos araçás, dos araticuns e dos 
bacuparis* silvestres – 
tudo isso que o jornal não tem, mas que se desenrola do jornal como uma fita mágica. 
 
* Araçás, araticuns e bacuparis:frutas tropicais 
(Adaptado de Carlos Drummond de Andrade, Passeios na ilha) 
 
9. Nos dicionários, o sentido primeiro da palavra notícia é nova, ou novidade. No texto, o 
autor sugere que 
 
(A) as notícias mais surpreendentes fazem-nos esquecer de tudo o que é inapelavelmente antigo. 
(B) dos tempos remotos podem surgir lembranças que emprestam atualidade ao passado. 
(C) a oposição entre o que é novo e o que é antigo torna-se absoluta, quando lemos velhos 
documentos. 
(D) há notícias antigas que parecem novas, sobretudo se associadas a velhas amarguras. 
(E) as lembranças mais felizes de nosso passado fazem sombrias as notícias do presente. 
 
 
10. Atente para as seguintes afirmações. 
 
I. De acordo com o contexto, na frase “São feias, mas são velhas”, a conjunção sublinhada tem o 
mesmo sentido de dado que. 
II. Na frase O prestígio da ancianidade, que não é aparente, velava a seus olhos a mesquinhez da 
arquitetura, afirma-se, em relação a certas casas do Rio, que seu ar de velhice, aparentemente 
valorizada, não oculta a pobreza de sua arquitetura. 
III. No 3º parágrafo, as páginas antigas do jornal são associadas, pela fragilidade de sua matéria, 
à fragilidade dos homens, também condenados ao envelhecimento. 
 
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em 
 
(A) I. 
(B) II. 
(C) III. 
(D) I e II. 
(E) II e III. 
 
 
 
 
 
 
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Página 42 Prof. Maria Tereza Faria 
O motorista do 8-100 
Um colega meu, jornalista, teve outro dia a oportunidade de ver uma coisa bela. Estava 
numa manhã, bem cedo, junto ao edifício Brasília, na Avenida Rio Branco, aonde fora para 
reportar uma singular coleta de lixo. Viu chegar o caminhão 8-100 da Limpeza Urbana e saltarem 
os ajudantes, que se puseram a carregar e despejar as latas de lixo. Enquanto isso, o que fazia o 
motorista? O mesmo de toda manhã. Pegava um espanador e um pedaço de flanela, e fazia o seu 
carro ficar rebrilhando de limpeza. Esse motorista é “um senhor já, de estatura mediana, cheio de 
corpo, claudicando da perna direita – não ficamos sabendo seu nome”. 
Não poupa meu amigo repórter elogios a esse humilde servidor municipal. E sua 
nota no jornal, feita com certa emoção e muita justeza, mostra que não apenas sabe 
reportar as coisas da rua como também as coisas da alma. Cada um de nós tem, na 
memória da vida que vai sobrando, seu caminhão de lixo que só um dia despejaremos na 
escuridão da morte. Grande parte do que vamos coletando pelas ruas desiguais da 
existência é apenas lixo; dentro dele é que levamos a joia de uma palavra preciosa, o 
diamante de um gesto puro. 
Esse motorista que limpa seu caminhão não é um conformado, é o herói silencioso 
que lança um protesto superior. A vida o obrigou a catar lixo e imundície; ele aceita 
sua missão, mas a supera com esse protesto de beleza e de dignidade. Muitos recebem com a 
mão suja os bens mais excitantes e tentadores da vida; as flores que vão colhendo no jardim de 
uma existência fácil logo têm, presas em seus dedos frios, uma sutil tristeza e corrupção, que as 
desmerece e avilta. O motorista do caminhão 8-100 parece dizer aos homens da cidade: “O lixo 
é vosso: meus são estes metais que brilham, meus são estes vidros que esplendem, minha é esta 
consciência limpa”. 
 
(Adaptado de Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas) 
 
11. O motivo central da admiração do autor da crônica pelo motorista do 8-100 está resumido no 
seguinte segmento: 
 
(A) Não poupa meu amigo repórter elogios a esse humilde servidor municipal. 
(B) mostra que não apenas sabe reportar as coisas da rua como também as coisas da alma. 
(C) Grande parte do que vamos coletando pelas ruas desiguais da existência é apenas lixo. 
(D) A vida o obrigou a catar lixo e imundície; ele aceita sua missão. 
(E) não é um conformado, é o herói silencioso que lança um protesto superior. 
 
12. Atente para as seguintes afirmações. 
 
I. Um jornalista, colega do autor, presenciou acidentalmente uma cena cotidiana em que 
encontrou inspiração para criar uma matéria de interesse para o jornal. 
II. Na nota que redigiu para o jornal, soube o repórter reconhecer na justa medida a dignidade 
daquele hábito do motorista do caminhão. 
III. Tal como ocorria entre o motorista e o caminhão, muita gente colhe suas flores num jardim 
de facilidades. 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em 
(A) I. 
(B) II. 
(C) III. 
(D) I e II. 
(E) II e III. 
 
 
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Prof. Maria Tereza Faria Página 43 
13. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto 
em 
 
(A) Não poupa meu amigo repórter elogios (2º parágrafo) / não elogio suficientemente meu 
amigo jornalista 
(B) feita com certa emoção e muita justeza (2º parágrafo) / intentada por algum sentimento de 
rebuscada justiça 
(C) o diamante de um gesto puro (2º parágrafo) / a cortante frieza de um ato desinteressado 
(D) que lança um protesto superior (3º parágrafo) / que se insurge de modo elevado 
(E) que as desmerece e avilta (3º parágrafo) / que as reprime e nobilita 
 
14. Emprega-se em sentido figurado o elemento em destaque na frase 
 
(A) Um colega meu, jornalista, teve outro dia a oportunidade de ver uma coisa bela. 
(B) Pegava um espanador e um pedaço de flanela, e fazia seu carro ficar rebrilhando de limpeza. 
(C) as flores que vão colhendo no jardim de uma existência fácil logo têm (...) uma sutil tristeza e 
corrupção (...) 
(D) Não poupa meu amigo repórter elogiosa esse humilde servidor municipal. 
(E) Esse motorista é “um senhor já, de estatura mediana, cheio de corpo, claudicando da perna 
direita (...)” 
 
Modéstia à parte, também tenho lá a minha experiência em rádio. Quando era menino, em 
Belo Horizonte, fui locutor do programa "Gurilândia" da Rádio Guarani. Não me pagavam nada, a 
Rádio Guarani não passando de pretexto para namorar uma menina que morava nas imediações. 
Mas ainda assim, bem que eu deitava no ar a minha eloquência cheia de efes e erres, 
como era moda na época. Quase me iniciei nas transmissões esportivas, incitado pelo saudoso 
Babaró, que era o grande mestre de então, mas não deu pé: eu não conseguia guardar o nome 
dos jogadores. 
Em compensação, minha irmã Berenice me estimulando a inspiração, usei e abusei do 
direito de escrever besteiras, mandando crônicas sobre assuntos radiofônicos para a revista 
"Carioca". "O que pensam os rádio-ouvintes" era o nome do concurso permanente. Com o quê, 
tornei-me entendido em Orlando Silva, Carmen Miranda, César Ladeira, Sílvio Caldas, Bando da 
Lua, Assis Valente, Ary Barroso, e tudo quanto era cantor, locutor ou compositor de sucesso 
naquele tempo. 
Rádio é mesmo uma coisa misteriosa. Começou fazendo sucesso na sala de visitas, acabou 
na cozinha. Cedeu lugar à televisão, que já vai pelo mesmo caminho. Ninguém que se preze 
[...] tem coragem de se dizer ouvinte de rádio − a não ser de pilha, colado ao ouvido, 
quando apanhado na rua em dia de futebol. Mas a verdade é que tem quem ouça. Ainda me 
lembro que Francisco Alves morreu num fim de semana, sem que a notícia de sua morte 
apanhasse nenhum jornal antes do enterro; bastou ser divulgada pelo rádio, e foi aquela apoteose 
que se viu. 
Todo mundo afirma que jamais ouve rádio, e põe a culpa no vizinho, embora reconhecendo 
que deve ter uma grande penetração, "principalmente no interior". Os ouvintes, é claro, são 
sempre os outros. Mas hoje estou pensando no mistério que é o rádio, porque de repente me 
ocorreu ter vivido uma experiência para cujas consequências não encontro a menor explicação, e 
que foram as de não ter consequência nenhuma. 
Todo mundo sabe que a BBC de Londres é uma das mais poderosas e bem organizadas 
estações radiofônicas do mundo. [...] Ao longo de dois anos e meio, chovesse ou nevasse, fizesse 
frio ou gelasse, compareci semanalmente aos estúdios do austero edifício da Bush House em 
Aldwich, para gravar uma crônica, transmitida toda terça-feira, exatamente às 8 e 15 da noite, 
 
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hora de Brasília, ou zero hora e quinze de quarta-feira, conforme o Big Ben. Eram em torno de 10 
minutos de texto que eu recitava como Deus é servido, seguro de estar sendo ouvido por todo o 
Brasil, "principalmente no interior". E imaginava minha voz chegando a cada cidade, a cada 
fazenda, a cada lugarejo perdido na vastidão da pátria amada. [...] 
Pois bem − e aí está o mistério que me intriga: sei de fonte limpa que os programas 
da BBC têm no Brasil esses milhares de ouvintes. No entanto, nunca encontrei ninguém que me 
tivesse escutado: nem um comentário, uma palavra, uma carta, ainda que desfavorável − nada. A 
impressão é de que passei todo esse tempo falando literalmente para o éter, sem que nenhum 
ouvido humano me escutasse. [...] 
 
(Fernando Sabino. Deixa o Alfredo falar! Rio de Janeiro: Record, 6.ed. 1976. pp. 36-37) 
 
15. De acordo com o texto, o 
 
(A) cronista cita o endereço do estúdio radiofônico, em Londres, onde gravava suas crônicas, para 
evitar a repetição da expressão a BBC de Londres. 
(B) desenvolvimento permite entrever que o cronista conviveu com cantores famosos, sobre os 
quais tinha informações privilegiadas para transmitir aos leitores. 
(C) rádio foi, certamente, e ainda o é, o meio de comunicação mais abrangente em todo o país, 
levando-se em conta a vastidão territorial e a precária formação dos brasileiros. 
(D) título permanece sem explicação plausível, porque as lembranças do cronista passam a ser 
mais importantes à medida que o assunto se desenvolve. 
 
16. Pois bem − e aí está o mistério que me intriga ... (6º parágrafo). Com a afirmativa acima, o 
autor aponta para a 
 
(A) conclusão de que a transmissão de crônicas através das ondas do rádio era, na época, sujeita 
a múltiplas interferências, embora a BBC de Londres fosse uma das mais poderosas e bem 
organizadas estações radiofônicas do mundo. 
(B) enorme aceitação do rádio, bastante popular na época, ainda que esse público não se 
declarasse ouvinte assíduo, pois todo mundo afirma que jamais ouve rádio, e põe a culpa no 
vizinho. 
(C) falta de explicação para o fato de que, embora soubesse que os programas da BBC eram 
acompanhados por milhares de ouvintes, ele nunca recebera qualquer manifestação de alguém 
que o tivesse escutado. 
(D) oposição entre a qualidade dos programas transmitidos pela BBC de Londres e o despreparo 
dos locutores brasileiros, apesar da penetração do rádio, que chegava a cada cidade, a cada 
fazenda, a cada lugarejo perdido na vastidão da pátria amada. 
 
17. Ninguém que se preze [...] tem coragem de se dizer ouvinte de rádio − a não ser de pilha, 
colado ao ouvido, quando apanhado na rua em dia de futebol. (3º parágrafo) 
 
A afirmativa acima vem justificar o que fica implícito a respeito 
 
(A) da força do rádio, ouvido por um vasto público, fato que, entretanto, torna incompreensível a 
informação de que os ouvintes, é claro, são sempre os outros. 
(B) da perda de popularidade do rádio, ao ser superado pela televisão, perda essa assinalada pelo 
fato de que, tendo começado por fazer sucesso na sala de visitas, acabou na cozinha. 
(C) da dúvida que cerca a veracidade das transmissões de rádio vindas do exterior, confirmada 
pela constatação de que Rádio é mesmo uma coisa misteriosa. 
 
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Prof. Maria Tereza Faria Página 45 
(D) do acentuado desinteresse em torno das notícias transmitidas pelo rádio, apesar da ressalva 
Mas a verdade é que tem quem ouça. 
 
18. Mas ainda assim, bem que eu deitava no ar a minha eloquência cheia de efes e erres, como 
era moda na época. (1º parágrafo). É correto entender, a partir da afirmativa, que o cronista 
 
(A) havia evidentemente conseguido transformar-se em famoso locutor de rádio. 
(B) dificilmente conseguia ser claro em sua transmissão radiofônica. 
(C) se preocupava com estilo mais elaborado, especialmente ao falar no rádio. 
(D) geralmente se derramava em explicações longas e desnecessárias. 
 
19. Quanto à repetição da expressão "principalmente no interior", (4º parágrafo) isolada por 
aspas, é correto afirmar que se trata de 
 
(A) insistência desnecessária, a se considerarem os comentários referentes à enorme 
popularidade atingida pelo rádio. 
(B) recurso estilístico para realçar, com viés pejorativo, a pouca instrução dos ouvintes do rádio, 
na maioria, analfabetos. 
(C) justificativa aceitável para o fato de o autor não ter sido reconhecido pelos ouvintes, na época, 
como um prestigiado cronista. 
(D) ironia com relação ao bordão repetido por todos sobre a penetração do rádio como meio de 
comunicação na época. 
 
A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme 
de meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que 
já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é 
menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago 
enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré 
entrava pela marola. A marola vinha e voltava.A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha 
espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo, 
esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso muito 
salgado, azul, com ventos. 
Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito: o mar! Era 
qualquer coisa de largo, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava 
azul. Nós todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas 
batiam nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam 
com barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar... 
 
(Fragmento de crônica de Rubem Braga, Mar, Santos, julho, 1938) 
 
20. As menções a rios e lagoas no primeiro parágrafo apontam para 
(A) o fracasso da tentativa de se imaginar algo nunca visto por meio de associações inteiramente 
despropositadas. 
(B) as tentativas de compor uma imagem do desconhecido a partir de elementos conhecidos e 
familiares. 
(C) o desconhecimento da salinidade da água do mar por aqueles que só conheciam cursos ou 
acúmulos de água doce. 
(D) a inabilidade daquele que se vale de analogias para dar ideia de um elemento único e 
incomparável. 
 
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(E) a importância da analogia, que muitas vezes propicia melhor conhecimento das coisas do que 
o contato com a própria realidade. 
 
21. O texto é construído por meio 
 
(A) do perfeito encadeamento entre os dois parágrafos: as explicações sobre o mar, no primeiro, 
harmonizam-se com sua visão extasiada, no segundo. 
(B) da violenta ruptura entre os dois parágrafos: o primeiro alonga-se em explicações sobre o mar 
que não têm qualquer relação com o que é narrado no segundo. 
(C) de procedimentos narrativos diversos correspondentes aos dois parágrafos: no primeiro, o 
narrador é o autor da crônica; no segundo, ele dá voz ao menino que já vira o mar. 
(D) do contraste entre os dois parágrafos: as frustradas explicações sobre o mar para quem 
nunca o vira, no primeiro, são seguidas pela arrebatada visão do mar, no segundo. 
(E) da inversão entre a ordem dos acontecimentos em relação aos dois parágrafos: o que é 
narrado no primeiro só teria ocorrido depois do que se narra no segundo. 
 
22. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer coisa de largo, de inesperado. 
Mantendo-se o sentido da frase, o elemento grifado acima poderia ser substituído por 
 
(A) Oportunamente 
(B) De modo rápido 
(C) Logo 
(D) Tempestivamente 
(E) Subitamente 
Nosso espaço 
Já somos mais de 6 bilhões, não contando o milhão e pouco que nasceu desde o começo 
desta frase. Se fosse um planeta bem administrado isso não assustaria tanto. Mas é, além de 
tudo, um lugar mal frequentado. Temos a fertilidade de coelhos e o caráter dos chacais, que, 
como se sabe, são animais sem qualquer espírito de solidariedade. As megacidades, que um dia 
foram símbolos da felicidade bem distribuída que a ciência e a técnica nos trariam – um 
helicóptero em cada garagem e caloria sintética para todos, segundo as projeções 
futuristas de anos atrás -, se transformaram em representações da injustiça sem remédio, 
cidadelas de privilégio cercadas de miséria, uma réplica exata do mundo feudal, só que com 
monóxido de carbono. 
Nosso futuro é a aglomeração urbana e as sociedades se dividem entre as que se 
preparam – conscientemente ou não – para um mundo desigual e apertado e as que confiam que as 
cidadelas resistirão às hordas sem espaço. Os jornais ficaram mais estreitos para 
economizar papel, mas também porque diminui a área para a expansão dos cotovelos. Adeus 
advérbios de modo e frases longas, adeus frivolidades e divagações superficiais como esta. 
A tendência de tudo feito pelo homem é a diminuição – dos telefones e computadores portáteis aos 
assentos na classe econômica. O próprio ser humano trata de perder volume, não por razões 
estéticas ou de saúde, mas para poder caber no mundo. 
 
(Adaptado de Luís Fernando Veríssimo, O mundo é bárbaro) 
 
 
 
 
 
 
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Prof. Maria Tereza Faria Página 47 
23. Tendo em vista o rápido crescimento populacional, o autor imagina, com seu humor peculiar, 
que o futuro da humanidade se caracterizará 
 
(A) pela dispersão das pessoas por áreas até agora pouco povoadas, abandonando os centros 
urbanos já congestionados. 
(B) pela inevitável redução do espaço físico de convívio, o que fará da diminuição de tudo uma 
necessidade geral. 
(C) por pesados investimentos nas áreas da ciência e da tecnologia, de modo a modernizar e 
agilizar os meios de comunicação. 
(D) por uma revolucionária distribuição de renda, sem a qual se renderão as ricas cidadelas às 
hordas das classes humilhadas. 
(E) pelo advento das megacidades, em que devem cumprir-se as alentadoras metas futuristas 
projetadas anos atrás. 
 
24. Os seguintes segmentos estabelecem entre si uma estreita relação, em que um exemplifica e 
reforça o sentido do outro: 
 
(A) um lugar mal frequentado // o caráter dos chacais. 
(B) símbolos da felicidade // representações da injustiça. 
(C) caloria sintética para todos // aglomeração urbana. 
(D) projeções futuristas // cidadelas de privilégio. 
(E) um helicóptero em cada garagem // Os jornais ficaram mais estreitos 
 
25. Deve-se entender que, no contexto, o segmento 
 
(A) Se fosse um planeta bem administrado expressa uma hipótese que quase certamente se 
confirmará. 
(B) um lugar mal frequentado projeta o mundo em que viveremos, caso não se tomem rápidas 
medidas contra as aglomerações. 
(C) símbolos da felicidade bem distribuída alude a projeções fantasiosas que obviamente não se 
cumpriram com o tempo. 
(D) as cidadelas resistirão às hordas sem espaço corresponde a uma projeção otimista do autor 
do texto. 
(E) Adeus advérbios de modo expressa o lamento de um escritor diante do atual desprestígio de 
um recurso essencial da língua. 
 
26. Atente para as seguintes afirmações. 
 
I. A palavra megacidades é adequada para expressar a aglomeração urbana, tanto quanto 
cidadela é adequada para expressar o pequeno contingente de privilegiados. 
II. Referindo-se ao Nosso futuro, o autor antevê que a progressiva falta de espaço só agravará as 
presentes desigualdades sociais. 
III. Em adeus frivolidades e divagações superficiais como esta, o cronista mostra-se um crítico 
implacável do novo estilo a que os escritores deverão submeter-se. 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em 
(A) I, II e III. 
(B) I e II, apenas. 
(C) II e III, apenas. 
(D) I e III, apenas. 
(E) I, apenas. 
 
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Fomos uma geração de bons meninos. E acreditem: em boa parte por causa dos heróis dos 
quadrinhos. Éramos viciados em gibis. Nosso ideal do bem e mesmo a prática do bem podem ser 
creditados ao Batman & Cia. tanto quanto ao medo do inferno, aos valores da família e aos 
ensinamentos da escola. Os heróis eram o exemplo máximo de bravura, doação pessoal e virtude. 
Gibis abasteciam de ética o vasto campo da fantasia infantil, sem cobrar pela lição. Não era 
só por exigência da família, da escola ou da religião que os meninos tinham de ser retos e bons; 
eles queriam ser retos e bons – como os heróis. Viviam o bem na imaginação, porque o bem era a 
condição do herói. A lei e a ordem eram a regra dentro da qual transitavam os heróis. Eles eram olado certo que combatia o lado errado. 
Atualmente não sei. Parei de ler gibis, só pego um ou outro da seção nostalgia. Nos anos 
de 1970 e 80 ainda surgiram heróis interessantes, mas alguns parecem cheios de rancor, como o 
Wolverine, ou vítimas confusas sem noção de bem e mal, como o Hulk, ou exilados freudianos, 
como o belo Surfista Prateado, ou presas possíveis da vaidade, como o Homem-Aranha. 
Complicou-se a simplicidade do bem. Na televisão, os heróis urram, gritam, destroem, torturam, 
tão estridentes quanto os arqui-inimigos maléficos. Não são simples, e retos, e fortes, e afinados 
com seus dons, como os heróis clássicos; são complexos, e dramáticos, e ambíguos, como ficou o 
mundo. 
 
(Fragmento de Ivan Angelo. Meninos e gibis. Certos homens. Porto Alegre: Arquipélago, 2011. 
p.147-9) 
 
27. Ao tratar da leitura de gibis, o autor contrapõe 
 
(A) a complexidade das histórias antigas, ainda que o bem sempre triunfasse, ao maniqueísmo 
dos quadrinhos recentes, em que o que sobressai é a pura maldade. 
(B) a bondade dos meninos de seu tempo à ausência da prática da virtude no mundo atual, em 
função da ausência de heróis em que se espelhar. 
(C) a virtude como aspiração pessoal, despertada pelo exemplo dos heróis, ao dever de praticar o 
bem, imposto pelas instituições sociais. 
(D) os heróis dos quadrinhos antigos, voltados para a prática do bem, aos personagens maléficos 
das histórias surgidas depois dos anos 1970 e 80. 
(E) o aprendizado que levava à prática do bem, proporcionado pelos quadrinhos, àquele sem 
nenhum efeito prático, propiciado pelas instituições sociais. 
 
28. A conclusão expressa no último parágrafo do texto aponta para 
 
(A) a constatação da inexistência de heróis de qualquer tipo no mundo atual, tanto na ficção 
quanto na vida real. 
(B) o descompasso entre os heróis dos quadrinhos, mesmo os mais recentes, e aqueles que 
aparecem na televisão. 
(C) a impossibilidade de separação entre o bem e o mal, seja nas histórias em quadrinhos, seja na 
vida real. 
(D) os paralelos que podem ser estabelecidos entre os heróis de ontem e os de hoje, a despeito 
das diferenças que os separam. 
(E) a adequação entre a personalidade dos heróis e as características do tempo em que as 
histórias são criadas. 
 
 
 
 
 
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O lixo é nosso 
Cena comum nas cidades: engolfado no trânsito, e também obstruindo-o, um homem, uma 
formiga, puxa com enorme esforço pedaços do caos. É o carroceiro. Paciência, motorista, com o 
pobre carroceiro. Cala a tua buzina irritada, que o homem que ali vai, puxando sua carga enorme 
e desequilibrada, trabalha para o nosso bem. Não é muito o que ele pode fazer, ele não é mais do 
que uma formiga na paisagem, um nada, mas faz sua parte mínima com a força e a teimosia das 
formigas. Leva restos que espalhamos pelos caminhos. 
Não o apresses, ele não consegue ir mais depressa. Não é ele que vai devagar, somos nós, 
o país. O atraso é nosso. O homem da carroça, o burro sem rabo, caro motorista, está ali por um 
conjunto de circunstâncias: para ele existir, tem de haver pobreza, tem de faltar trabalho, tem de 
sobrar lixo nas ruas, tem de faltar educação, respeito, cidadania, planejamento administrativo, 
consciência do bem comum. 
Considera que ele nas ruas é mais “verde” – mais limpo – do que nós: o carro dele não 
emite gases, não buzina, ele não é um consumidor de artigos descartáveis, não produz esse lixo, 
antes o leva para reciclagem. Vê que curiosa contradição: ele é uma pecinha na grande 
engrenagem do avanço, a reciclagem, enquanto nós, participantes da poderosa cadeia de 
consumo, modernos, temos um pé nos séculos passados, ligados à descuidada atitude que 
formou a sociedade atual – pegar, usar e largar. 
 
(Adaptado de Ivan Ângelo. Certos homens. Porto Alegre: Arquipélago, 2011. p.167-9) 
 
29. O carroceiro é mostrado no texto 
 
(A) com certo saudosismo, imaginando-se já o seu desaparecimento num futuro próximo, 
superado por funções mais modernas. 
(B) com algum desprezo, manifesto em sua associação a animais como a formiga e o burro. 
(C) com indiferença, podendo-se entrever o cuidado do autor para não deixar transparecer sua 
posição pessoal. 
(D) sem isenção, enaltecendo-se o seu trabalho de modo a que surja desvinculado da privação e 
da miséria. 
(E) sem condescendência, reconhecendo-se a importância de seu trabalho, ainda que limitado, e 
as agruras de sua existência. 
 
 
30. A contradição a que se refere o autor no último parágrafo surge a partir de 
 
(A) uma ocultação: todas as características que remeteriam o carroceiro ao atraso são 
desconsideradas em favor do único elemento que permite associá-lo ao progresso. 
(B) um embaralhamento: avanço e atraso, geralmente vistos como opostos, passam a significar a 
mesma coisa, a ponto de ser o mais atrasado descrito como o mais moderno. 
(C) uma inversão: o que costuma ser associado ao atraso é visto como elemento progressista; o 
que se tem como mais moderno é relacionado ao mais retrógrado. 
(D) um equívoco: a suposição de que todos os motoristas sejam consumidores inveterados, 
despreocupados do meio ambiente e hostis à reciclagem. 
(E) uma constatação: a sociedade atual progrediu tão velozmente que não há mais lugar para 
elementos antiquados, mesmo os que têm uma função relativamente moderna. 
 
 
 
 
 
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31. Os segmentos que, no contexto da crônica, se aproximam pelo sentido estão em 
 
(A) Cena comum nas cidades, grande engrenagem do avanço e poderosa cadeia de consumo. 
(B) restos que espalhamos pelos caminhos, consumidor de artigos descartáveis e pegar, usar e 
largar. 
(C) Cala a tua buzina irritada, o carro dele não emite gases e grande engrenagem do avanço. 
(D) consciência do bem comum, consumidor de artigos descartáveis e trabalha para o nosso bem. 
(E) O atraso é nosso, descuidada atitude que formou a sociedade atual e consciência do bem 
comum. 
 
ARTIGOS 
 
Multidões de mascarados e maquiados com cores alegóricas das nacionalidades envolvidas nas 
disputas da Copa do Mundo falam por esse meio uma linguagem que simbolicamente quer dizer 
muito mais do que pode parecer. Trata-se de um ritual cíclico de renovação de identidades 
nacionais expressas nos ornamentos e paramentos do que é funcionalmente uma nova religião no 
vazio contemporâneo. Aqui no Brasil as manifestações simbólicas relacionadas com o futebol e 
seus significados têm tudo a ver com o modo como entre nós se difundiu a modernidade, nas 
peculiaridades de nossa história social. 
Embora não fosse essa a intenção, rapidamente esse esporte assumiu entre nós funções 
sociais extrafutebolísticas que se prolongam até nossos dias e respondem por sua imensa 
popularidade. A República, em que todos se tornaram juridicamente brancos, sucedeu a 
monarquia segmentada em senhores e escravos, brancos e negros, todos acomodados numa 
dessas duas identidades. A República criou o brasileiro genérico e abstrato. O advento do futebol 
entre nós coincidiu com a busca de identidades reais para preencher as incertezas dessa ficção 
jurídica. Clubes futebolísticos de nacionalidades, de empresas, de bairros, de opções subjetivas 
disfarçaram as diferenças sociais reais e profundas, sobrepuseram-se a elas e tornaram funcionais 
os conflitos próprios da nova realidade criada pela abolição da escravatura. 
No futebol há espaço para acomodações e inclusões, mesmo porque, sem a diversidade de 
clubes e sem a competição, o futebol não teria sentido. O receituário da modernidade inclui, 
justamente, esses detalhes de convivênciacom a diversidade e com a rotatividade dos que 
triunfam. Nela, a vida recomeça continuamente; depois da vitória é preciso lutar pela vitória 
seguinte. 
O futebol, essencialmente, massificou e institucionalizou a competição e a concorrência, 
elevou-as à condição de valores sociais e demonstrou as oportunidades de vitória de cada um no 
rodízio dos vitoriosos. Nele, a derrota nunca é definitiva nem permanente. Por esse meio, o que 
era mero requisito do funcionamento do mercado e da multiplicação do capital tornou-se 
expressamente um rito de difusão de seus princípios no modo de vida, na mentalidade e no 
cotidiano das pessoas comuns. 
É nesse sentido que o futebol só pode existir em sociedades competitivas e de antagonismos 
sociais administráveis. Fora delas, não é compreendido. Há alguns anos, um antropólogo que 
estava fazendo pesquisa com os índios xerentes, de Goiás, surpreendeu-se ao ver que eles 
haviam adotado entusiasticamente o futebol. Com uma diferença: os 22 jogadores não atuavam 
como dois times de 11, mas como um único time jogando contra a bola, perseguida em campo 
todo o tempo. Interpretaram o futebol como ritual de caça. Algo próprio de uma sociedade tribal e 
comunitária. 
 
(Adaptado de José de Souza Martins. O Estado de S. Paulo, Aliás, J7, 4 de julho de 2010) 
 
 
 
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32. É correto perceber no texto que o autor 
 
(A) contesta a noção de que o futebol, com seu ritual próprio, possa ser considerado símbolo de 
uma única nação ou região geográfica. 
(B) assinala a interferência dos rituais religiosos numa atividade esportiva, que deveria se 
caracterizar por linguagem e normas específicas. 
(C) critica a interferência de interesses financeiros e de mercado que cercam o futebol, 
extrapolando seus objetivos originais, de esporte e lazer. 
(D) defende a ideia de que o futebol é democrático, ao permitir a ascensão social, 
independentemente de eventuais desigualdades. 
(E) aponta a transformação de um esporte, de início democrático, em elemento primordial de 
afirmação de valores pessoais e de nacionalidades distintas. 
 
 
33. O exemplo dos índios xerentes coloca em evidência a 
 
(A) retomada da imagem de multidões de mascarados e maquiados que falam por esse meio uma 
linguagem que simbolicamente quer dizer muito mais do que pode parecer. 
(B) insistência na opinião já exposta de como entre nós se difundiu a modernidade, nas 
peculiaridades de nossa história social. 
(C) dúvida a respeito do que foi afirmado sobre o modo como rapidamente esse esporte assumiu 
entre nós funções sociais extrafutebolísticas. 
(D) importância, no Brasil, de um esporte cujas opções subjetivas disfarçaram as diferenças 
sociais reais e profundas. 
(E) justificativa da afirmação de que o futebol só pode existir em sociedades competitivas e de 
antagonismos sociais administráveis. 
 
34. Dentre as funções sociais extrafutebolísticas apontadas no texto, só NÃO se encontra a 
 
(A) descoberta de identidades que surgiram com a difusão desse esporte entre nós. 
(B) valorização do capital financeiro, que possibilita maior número de conquistas vitoriosas. 
(C) democratização, por ter se transformado em uma atividade acessível a todos. 
(D) igualdade de tratamento e de oportunidades aos integrantes das diferentes classes sociais. 
(E) possibilidade de triunfo em diferentes situações e a qualquer momento, com base no esforço 
individual. 
 
35. Algo próprio de uma sociedade tribal e comunitária. 
 
O comentário acima, que encerra o texto, deve ser corretamente entendido como 
(A) reconhecimento de um engano na avaliação da importância do futebol no mundo moderno, a 
partir do desrespeito às suas regras em algumas sociedades. 
(B) percepção de que nem sempre o esporte é corretamente praticado, especialmente em 
agrupamentos sociais afastados dos centros mais populosos. 
(C) conclusão coerente da constatação de que as regras do futebol reproduzem a competitividade 
e a concorrência que caracterizam as sociedades contemporâneas. 
(D) concordância com uma visão conservadora do futebol, como símbolo de comunidades mais 
desenvolvidas e organizadas socialmente. 
(E) opinião, de certo modo preconceituosa, de que sociedades marcadas por um certo 
primitivismo não conseguem assimilar normas de sociedades mais avançadas. 
 
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Verdes, bonitas e de aparência inofensiva, as plantas também podem ser ecologicamente 
incorretas – as chamadas "invasoras", por exemplo, representam a segunda maior causa de 
destruição da biodiversidade do planeta, perdendo apenas para o desmatamento. Só para se ter 
parâmetro de sua agressividade, segundo os especialistas, elas são mais predadoras do que o 
aquecimento global. Trata-se de espécies exóticas trazidas de outros países que, plantadas em 
um novo habitat, passam a destruir a flora e a fauna nativas. Livres de "adversários", elas vão se 
alastrando até virarem praga. Mas quem poderia desconfiar de uma jaqueira, de uma amendoeira 
ou de um bambuzal? Plantas invasoras como essas estão agora chamando a atenção do governo 
federal e de secretarias do meio ambiente de todo o país. 
Crescem as constatações de que ameaçam a flora causando, juntamente com outros 
animais, um prejuízo anual superior a R$ 100 milhões. Para atacar o problema, o Ministério do 
Meio Ambiente está elaborando uma estratégia para combatê-las, que deve ser colocada em 
prática no próximo ano. Uma lista preliminar já tachou 542 seres vivos de "exóticos e invasores" 
no Brasil, e cerca de 100 deles são plantas. O Ministério também lançará um livro que reúna 
dados sobre espécies invasoras marinhas. Depois virão outros volumes, mostrando as vilãs dos 
rios, do meio terrestre, do sistema de produção agrícola e da saúde humana − isso se dá no 
momento em que diversos Estados também se ocupam do problema. 
Quando se comemorou o Dia da Mata Atlântica (27 de maio), a Secretaria de Estado do 
Ambiente do Rio recebeu de pesquisadores um rol de 226 espécies invasoras da flora local. 
"Queremos que sirva como critério para barrar sua entrada e o seu plantio", diz a Superintendente 
de Biodiversidade da secretaria. Entre as principais ameaças identificadas está a jaqueira – que, 
ao contrário do que muitos julgam, não é um exemplar original. Trazida da Ásia durante a 
colonização, foi proliferando aos poucos e hoje ocupa o lugar de espécies nativas nos parques e 
reservas do Rio, como a floresta da Tijuca. 
Segundo especialistas, o homem, desavisado do estrago que pode provocar no ambiente, 
acaba sendo responsável pela introdução de boa parte das espécies invasoras. Uma forma de 
disseminação é o uso dessas árvores exóticas no paisagismo urbano – tradição brasileira que 
começou com a corte portuguesa, foi alterada na década de 1920 por paisagistas como Burle Max 
(que preferiam as exóticas tropicais), mas que agora começa a ser revista. 
 
 
(Adaptado de Maíra Magro. Revista Istoé, 24 de junho de 2009, p. 100-101) 
 
 
36. De acordo com o texto, a afirmativa correta é: 
 
(A) Autoridades do governo federal e dos governos estaduais buscam descobrir a origem de 
algumas espécies de plantas, para evitar seu plantio no país. 
(B) O desmatamento indiscriminado no Brasil atinge também espécies exóticas, que trazem beleza 
à paisagem de muitas cidades, como o Rio de Janeiro. 
(C) Espécies alienígenas, incorporadas à paisagem brasileira por sua beleza, estão se 
transformando em séria ameaça à flora nativa. 
(D) Plantas estrangeiras utilizadas no paisagismo urbano estão sendo proibidas por determinação 
do Ministério do Meio Ambiente.

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