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ESTRATIGRAFIA A – GEO214 Curso de Engenharia de Minas 1º Semestre de 2017 Aula 4 – ESTRUTURAS SEDIMENTARES Desligue o celular, ... a aula vai começar Professora: Alice Costa Bibliografia básica • Geologia Sedimentar, 2003 - Kenitiro Suguio. Capítulo 6 – Pag. 123 – 155 • Petrografia Macroscópica das Rochas Ígneas, Sedimentares e Metamórficas (Sgarbi, Geraldo Norberto Chaves) Ed.: UFMG • O termo “estrutura” pode ser utilizado com dois diferentes significados: • Feições, na escala de mão ou de afloramento, produzidas dentro de um ambiente de deposição, durante ou logo após a deposição. Elas são geralmente chamadas de estruturas sedimentares. • Feições, na escala de mão ou regional, produzidas a partir da deformação associada com forças deformacionais (ex. Dobramento, falhamento). Essas são chamadas estruturas tectônicas. Introdução Estruturas Sedimentares • Correspondem a uma organização espacial dos elementos sedimentares, que refletem as condições genéticas das rochas. Definição Estruturas Sedimentares Importância Interpretação do ambiente deposicional. Indicar as condições de deposição. Auxiliam no entendimento das estruturas tectônicas Mecanismos de transporte e deposição • Os mecanismos de transporte que atuam numa determinada região são resultado das condições ambientais (clima, relevo...) a que estão envolvidos. • A deposição de sedimentos acontece por diminuição da quantidade de movimento do fluido causada por diminuição da velocidade ou excesso dos grãos. Q = vazão, descarga = volume de água que flui por unidade de tempo U = velocidade média de fluxo a = área da seção onde flui a água Q = U1.a1 = U2.a2 Escoamento uniforme, no qual todos os pontos da mesma trajetória que seguem as partículas apresentam a mesma velocidade. Linha de fluxo é uma linha imaginária paralela à direção média de fluxo local Escoamento não uniforme, no qual os diversos pontos de uma mesma trajetória não apresentem constância da velocidade num intervalo de tempo considerado. U aumenta EROSÃO Tipos de fluxo Tipos de fluxo Q = vazão, descarga = volume de água que flui por unidade de tempo U = velocidade média de fluxo a = área da seção onde flui a água Q = U1.a1 = U2.a2 Escoamento uniforme, no qual todos os pontos da mesma trajetória que seguem as partículas apresentam a mesma velocidade. Linha de fluxo é uma linha imaginária paralela à direção média de fluxo local Escoamento não uniforme, no qual os diversos pontos de uma mesma trajetória não apresentem constância da velocidade num intervalo de tempo considerado. U diminui DEPOSIÇÃO Tipos de fluxo Fluxo unidirecional = fluxo em uma direção (na verdade flui em um sentido) Fluxo estável = fluxo unidirecional que não varia a velocidade com o tempo. Fluxo laminar = fluxo unidirecional que não varia a sua direção e velocidade com o tempo Fluxo turbulento = fluxo unidirecional que varia a sua direção e velocidade com o tempo Tipos de fluxo Fluxo unidirecional = fluxo em uma direção (na verdade flui em um sentido) Fluxo estável = fluxo unidirecional que não varia a velocidade com o tempo. Fluxo laminar = fluxo unidirecional que não varia a sua direção e velocidade com o tempo Fluxo turbulento = fluxo unidirecional que varia a sua direção e velocidade com o tempo Tipos de fluxo Número de Reynolds (Re) Variáveis importantes no transporte: tamanho do grão, velocidade da corrente e profundidade da água O número de Reynolds, para canais, que relaciona esses parâmetros é dado pela fórmula: Re é um número adimensional que distingue o fluxo laminar do turbulento Re é a razão entre a força impulsora e a retardadora do movimento Re < 500 Fluxo laminar 500 Re 2000 Fluxo de transição Re > 2000 Fluxo turbulento Estabeleceu a dinâmica do comportamento físico dos fluidos. Tipos de fluxo •Formados por misturas de sedimentos e água que resulta em fluido de alta viscosidade e densidade. • Pode sustentar fragmentos de grandes dimensões •Linhas de fluxos homogêneas, paralelas entre si • Formam depósitos maciços • Raros em fluxos aquosos • Debris flow, fluxos gravitacionais de massa •Fluido de baixa densidade e viscosidade. •Linhas de fluxos heterogêneas, que mudam continuamente de direção e transferem massa em todos os lados no sentido do fluxo. • Velocidade pode ser alta e varia em curtos intervalos de tempo. •Maioria dos depósitos (fluviais, marinhos e eólicos) • Formam estruturas sedimentares Fluxo laminar Fluxo turbulento • Gravidade é o mecanismo mais simples de transporte de sedimentos. • Inclui o movimento das partículas sob a gravidade abaixo de um declive. • Queda de rocha gera pilha de sedimento até a base da superfície inclinada, consistindo principalmente de sedimentos grossos. Agentes de transporte principais Gravidade Agentes de transporte principais • Água • O mais significativo de todos os mecanismos de transporte. • A água flui na superfície terrestre em canais e como fluxo. • Estes fluxos podem ser suficientemente fortes para transportar ao longo da base do fluxo e material mais fino em suspensão. • O material pode ser transportado em centenas ou milhares de km antes de ser depositado. Agentes de transporte principais • Água • Gelo • O gelo pode ser considerado como um fluido porque sobre períodos de tempo longos move-se através da superfície de terra. • O gelo é capaz de transportar grandes quantidades de detritos clásticos. • O movimento de detritos por gelo é significativo ao redor das calotas polares e em áreas montanhosas com geleiras Agentes de transporte principais Agentes de transporte principais Gelo Ar • Vento soprando sobre a terra pode pegar poeira e areia e levá-lo grandes distâncias. • A capacidade do vento para transportar material é limitada pela baixa densidade de ar. Agentes de transporte principais Dunas no Deserto do Saara Vento transportando grãos de areia. Cazaquistão Classificação de estruturas sedimentares • As estruturas sedimentares são classificadas com base na natureza de seus processos genéticos Estruturas Físicas Estruturas Químicas Estruturas Biológicas Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas pré-deposicionais: são formadas em tempo anterior à sedimentação e são de caráter predominantemente erosivo. Ex.: marcas de sola, discordâncias. Estruturas sindeposicionais: são aquelas produzidas durante a deposição dos sedimentos, sendo também denominadas primárias. Ex.: estratificações cruzadas e as tramas gradacionais. Pós-deposicionais: formadas após a deposição do sedimento, tendo um caráter predominantemente deformacional, sendo também designadas como secundárias. Ex.: Gretas de contração Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas pré-deposicionais Marcas de sola Estruturas erosivas, formadas na base de sedimentos arenosos que se depositam sobre fundos lamosos. Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas pré-deposicionais Discordâncias Superfícies que representam contatos abruptos em seções verticais dentro de depósitos sedimentares e entre estes e seus substratos. Indicam a atuação de eventos geológicos distintos, separados por superfícies temporais (hiatos), significando uma quebra ou interrupção na continuidade do registro geológico. Tipos: 1) Não conformidade 2)Paraconformidade 3) Disconformidade 4) Discordância angular e erosiva Sucede quando na ausência de uma unidade geológica se associa uma deformação tectônica. Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas pré-deposicionaisDiscordância angular: Sucede quando as camadas sedimentares sobrepõem-se as rochas cristalinas (ígneas e metamórficas) Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas pré-deposicionais Não conformidade Superfície erosional entre duas sequências distintas de rochas não dobradas, indicando mudanças na sedimentação Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas pré-deposicionais Disconformidade = descontinuidade estratigráfica Quando duas sequências de rochas são virtualmente as mesmas, separadas por uma superfície sutil de erosão, que, muitas vezes, pode ser reconhecida apenas por critérios micropaleontológicos. Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas pré-deposicionais Paraconformidade Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas sin-deposicionais Estrutura maciça Conceitos Gerais Camada: unidade litológica que pode variar de espessura de 1cm até dezenas de metros. Acamamento: Superfície do topo ou base da camada • Representa a mudança na natureza da sedimentação, ou uma superfície de não-deposição ou superfície de erosão. Acamamento • Características que distinguem o acamamento 1) Diferença do tamanho do grão 2) Diferença na composição 3) Forma dos grãos 4) Orientação 5) Zonas de grandes ou pequenas concentrações de componentes individuais (clastos ou fósseis em sedimentos homogêneos). Conceitos Gerais As camadas podem ser subdivididas Estratos = mais espessas que 1 cm Lâminas = espessura menor que 1 cm Lamination Conceitos Gerais Laminação (< 1 cm) set (conjunto) set set Coset (conjuntos de conjuntos) coset coset coset set Conceitos Gerais Geometria das camadas Geometria das camadas Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas sin-deposicionais Estratificação gradacional = variação no tamanho do grão • O tamanho do grão na camada é em geral variável e pode mostrar um padrão de uma diminuição do tamanho do grão da base para o topo, formando uma gradação normal. • O padrão de aumento do tamanho do grão da base para o topo é chamado de gradação reversa. Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas sin-deposicionais Estratificação gradacional = variação no tamanho do grão Comum Fluvial Classificação de estruturas sedimentares Estratificação gradacional = variação no tamanho do grão Formação da estratificação gradacional Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas sin-deposicionais Estratificação e laminação plano-paralela Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas sin-deposicionais Estratificação e laminação cruzada • É uma estratificação que está localmente em algum ângulo com a estratificação global como consequência de alterações na geometria da superfície de deposição durante a deposição. • Em escala vertical varia de milímetros a muitos metros, e a geometria é muito variada. • É provavelmente a mais utilizada para a interpretação de aspectos físicos de ambientes sedimentares. • Pode ser classificada em estratificação cruzada ou laminação cruzada. A estratificação cruzada forma-se quando os grãos são depositados sobre o plano mais íngreme e inclinado no sentido da corrente (para jusante) de uma duna ou marca ondulada Estratificação e laminação cruzada Classificação de estruturas sedimentares Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas sin-deposicionais Estratificação e laminação cruzada Tabular Tangencial Acanalada Herringbone Estratificação cruzada tabular Estratificação cruzada tangencial Dunas com crista ondulada. Estratificação cruzada acanalada. Estrutura espinha de peixe (herringbone cross stratificatrion). Padrão Bipolar Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas sin-deposicionais Imbricação de clastos •Quando a pressão da água supera a resistência inercial do seixo, o movimento será uma trajetória no sentido da corrente, onde o clasto será rolado e arrastado no fundo até encontrar um obstáculo. . Produzidas por fluxos oscilatórios (wave ripples). Os grãos movem-se por tração no fundo, pelo vai e vem da onda. 3. WAVE RIPPLES FORMATION Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Marcas de onda Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Marcas de onda Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Marcas de onda Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas pós-deposicionais Gretas de contração Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas pós-deposicionais Estiolito Material insolúvel (frequentemente rico em matéria orgânica) que torna-se concentrado ao longo do limite da zona da rocha dissolvida. São comuns em rochas carbonáticas. Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Físicas Estruturas pós-deposicionais Clastos pingados (dropstones) e estrias glaciais Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Biológicas Icnitos Formadas pela ação de organismos (vegetais e animais), seja na forma de vestígios de pegadas e escavações que modificam a natureza original do sedimento, seja na forma de bioestratificação, resultante das atividades de organismos. Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Químicas São de origem secundária, sendo formadas após a deposição da rocha durante a diagênese. Ocorrem quando soluções aquosas são relativamente enriquecidas em cátions, concentrando elementos químicos que atingem o ponto de saturação e se precipitam, formando vários tipos de estruturas. Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Químicas Concreções e nódulos septarianos Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Químicas Oólitos e pisólitos (0,2 e 1,0 mm). (>2 mm) PISÓLITO Classificação de estruturas sedimentares Estruturas Químicas Espeleotema Estruturas sedimentares Estruturas Geopetais Qualquer feição da rocha que indica a relação de topo e base do tempo de formação da rocha. Define a direção em que as camadas são mais jovens (empilhamento estratigráfico), Pode ser para cima ou para baixo ou no sentido de uma direção geográfica. Importante na definição de anticlinais e sinclinais. Mais antigo Mais novo Necessário conhecer a ordem estratigráfica INDICADORES GEOPETAIS Importância: INDICADORES GEOPETAIS Estratificação cruzada Estratificação gradacional Ripples Pillow Lavas Estratificação cruzada Concavidade Up Direção do fluxo Y Older Younger Gradação Y Older Younger • Diminui a energia com a sedimentação •Ex: depósitos de inundação, correntes turbidíticas Gradação Y Older Younger Marcas de onda • Ripples simétricas indicam correntes biderecionais Concave = up • Ripples assimétricas indicam correntes unidirecionais Y Gretas de contração 5 cm • Mud cracks Pillow lava Y Superfície curvada para cima “V “ encaixe Direção do fluxo Direção do fluxo Topo
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