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Desvinculação de Receitas da União

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DRU
A Constituição Federal prevê uma série de direitos e garantias aos cidadãos que consomem boa parte da receita da União, existindo um auto grau de vinculação das receitas no âmbito orçamentário, estudos apontam que esta vinculação é na ordem de 90%. Nessa toada o gestor público não possui tanta liberdade para implementar uma política pública da forma que desejar, em tese este teria apenas 10% do orçamento disponível para esta finalidade.
O que torna a execução do Orçamento ‘engessada’. Muitas vezes falta dinheiro em uma área e sobram recursos em outra. A DRU permite que o governo aplique os recursos em qualquer despesa considerada prioritária.
A Carta Magna é repleta de princípios, e em seu Artigo 167 IV traz o princípio da não vinculação ou da não afetação, que regulam a destinação dos recursos.
 “Art.167 São vedados:
IV -  a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvada a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; “
.O principio da não afetação ou da vinculação das receitas foi pensado de forma a vedar à vinculação das receitas provenientes dos impostos as despesas de órgãos e fundos, mas existem exceções onde a Constituição admite que mesmo para os impostos possam existir vinculações. São cinco, vejamos
Despesa com saúde;
Despesa com educação;
Administração tributária;
Transferências constitucionais;
Garantia de operação de crédito.
A Desvinculação de Receitas da União (DRU) mecanismo que foi usado pela primeira vez em 1994, com o nome de fundo social de emergência (FSE) foi criado com a finalidade:
 a)     aumentar a flexibilidade para que o governo usasse os recursos do orçamento nas despesas que considerasse de maior prioridade;
b)    permitir a geração de superávit nas contas do governo, elemento fundamental para ajudar a controlar a inflação de forma a estabilizar a economia.
Com poucas alterações foi prorrogada algumas vezes com o nome de Fundo de Estabilização Fiscal (FEF). 
Aprovada a EC 56 pelo Congresso a prorrogação vigorou ate 31 de dezembro de 2011 quando em entrevista o economista Raul Veloso secretario dos assuntos financeiros na década de 90 afirma que este mecanismo foi peça fundamental para dar credibilidade fiscal ao lançamento do Plano Real e até então ele ainda acreditava que a desvinculação de Receita da União (DRU) era importante para dar sustentação ao combate a inflação.
A DRU era o mecanismo que permitia ao governo federal usar livremente 20% de todos os tributos federais vinculados por lei a fundos ou despesas. Na pratica era possível ao governo aplicar os recursos destinados a áreas como educação, saúde e previdência social em qualquer despesa considerada prioritária e na formação de superávit primário. A DRU também possibilitava o manejo de recursos para o pagamento de juros da dívida pública.
A Emenda Constitucional 93/16 trás novidades, antes a desvinculação era no âmbito das receitas da União, com a emenda ela alcança também as receitas dos Estado e dos Município e sobe de 20% para 30% das receitas desses três entes.
"Art. 76-A. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2023, 30% (trinta por cento) das receitas dos Estados e do Distrito Federal relativas a impostos, taxas e multas, já instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos legais, e outras receitas correntes.”
Desvinculação das receitas da federação incidiu nos seguintes itens;
União; contribuições sociais, CIDE e taxas. 
Obs.: Exceto sobre as contribuições sociais destinadas exclusivamente ao pagamento do beneficio previdenciário, sendo que as contribuições patronais e do empregado não estão sujeitas a desvinculação da receita, alem do salário educação.
Estado e Municípios; Impostos, taxas e outras receitas decorrentes;
Obs.: Exceto sobre os recursos destinados a saúde ao desenvolvimento do ensino, as transferências obrigatórias e as voluntarias entre entes da federação, receitas de contribuição previdenciárias e assistência a saúde dos servidores.
A desvinculação das receitas do Estado de nenhuma forma afetara os recursos que por determinação constitucional são do município.
Ocorre que, com essas manobras para desvincular o dinheiro, um grande problema orçamentário é criado. Toda a receita arrecada já tem uma finalidade constitucional, e, portanto, não há margem para uma flexibilização da receita. Talvez, a solução para este problema criado pela DRU, é a desvinculação das receitas da União.
Acontece que a solução para o “engessamento” orçamentário da União é bem simples: basta que ela faça uso adequado dos impostos de sua competência, cuja arrecadação, por natureza, não pode estar vinculada a nenhuma despesa específica. Porém, o governo federal, tendo à sua disposição um mecanismo que lhe permite desvincular parte da arrecadação de suas receitas exclusivas, obviamente prefere incrementar seu orçamento via contribuições e posteriormente lançar mão desse instrumento, a repartir parte do montante arrecadado com estados e municípios. 
E o problema se torna uma bola de neve, cada vez maior, quando a União tem em sua disponibilidade mecanismos para fazer com que DRU não tenha prazo determinado e se perpetue no tempo.
Em 2016, foi aprovada uma PEC 31/2016, modificando o Ato das Disposições Transitórias, ampliando a arrecadação da DRU em ate 30%. Permitindo assim, que o governo remaneje livremente 30% das receitas.
Referências:
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8571
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc93.htm 
https://www12.senado.leg.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-estudos/textos-para-discussao/td-103-desvinculacao-de-receitas-da-uniao-ainda-necessaria
https://www.conjur.com.br/2016-set-15/raquel-alves-dru-pacto-federativo
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/08/24/senado-aprova-proposta-que-prorroga-a-dru-ate-2023

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