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UNIP - Araçatuba •Disc. Teoria da Arquitetura e Urbanismo I (Arq.I) •Curso: Arquitetura e Urbanismo •Profª. Ms. Marilisa Bertechini Bilia •Arquitetura High-Tech •2018 A arquitetura High-Tech A arquitetura High-Tech é baseada na aplicação de alta tecnologia na construção civil. Ela inicia na década de 1970 e é realizada até hoje As características dessa arquitetura são a leveza, a flexibilidade e a transparência vinculadas à aplicação da tecnologia em arquitetura. Trata-se de um vínculo essencialmente conceitual, uma vez que outros arquitetos também utilizam a tecnologia em seus projetos, mas não dessa maneira. Os principais arquitetos que seguem esse conceito são Norman Foster, Renzo Piano, Richard Rogers e Jean Nouvel. A aplicação da alta tecnologia nos projetos dessa categoria não se limita à estrutura ou aos revestimentos. Ela transparece em todos os aspectos do projeto, incluindo instalações, como iluminação, elevadores e condicionamento térmico, consumo energético e economia de recursos naturais. O termo High-Tech também significa que a arquitetura, em sua leitura formal e espacial, é materializada por essa tecnologia de ponta; ou seja, a própria arquitetura não é um mero invólucro, ela se materializa formalmente com a aplicação tecnológica de materiais, instalações e técnicas construtivas. Arquitetura High-Tech – Norman Foster Norman Foster nasceu em Stockport, Inglaterra, em 1935. Foi assistente numa empresa de arquitetura, o escritório John Bearshaw, em Manchester, na qual foi promovido a desenhista pelo próprio Bearshaw. Ingressar na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Manchester. Em 1961, formou arquiteto e imediatamente, iniciou o curso de mestrado na Escola de Arquitetura de Yale, no Estados Unidos da América. Em 1963, ao retornar para a Inglaterra, que Norman Foster montou o famoso escritório de Arquitetura ,conhecido como o “Team 4”. Fazia parte do Team 4, Richard Rogers, que conhecera em Yale. Foi nessa época que Foster ganhou a fama de arquiteto high-tech, pois empregava o que fosse necessário, pesquisando as mais modernas tecnologias da época, para que seus projetos pudessem ser construídos exatamente como os idealizava em sua mente. Trata-se do mais conhecido dos arquitetos da linha High Tech, com projetos distribuídos por vários países. Foster, de origem inglesa, acredita que a tecnologia na arquitetura é endêmica, ou seja, é parte integrante da própria arquitetura e sem ela não pode ser feita. O projeto arquitetônico inclui a elaboração de peças específicas com materiais nobres, elevando bastante o custo da construção. Uma das características de suas obras é que a estrutura aparece com clareza como elemento definidor da volumetria arquitetônica. Obras de Norman Foster Galeria e museu Sainsbury Center for Visual Arts na Universidade de East Anglia, na Inglaterra - 1973 Hong Kong and Shangai Bank - 1979-1986. Century Tower de Tóquio – 1987 -1991. Commerszbank de Frankfurt, Alemanha -1992-1997. Médiathèque de Nîmes , contígua à Maison Carré romana – 1984-1992, em Paris. Viaduto de Millau, França. 2000 – 2004. Tem 2km e meio de cumprimento; é apoiada em 6 pilares de altura variável de 75 a 235 metros e distanciados uns dos outros 350 metros. Torre de vidro em espiral chamada de “O Pepino”, o icônico prédio 30 St Mary Axe. 2001 - 2003 A entrada ao edifício apresenta arcos triangulares. 30 St Mary Axe por dentro. Sacadas interiores. Vista panorâmica do último andar. O 30 St Mary Axe • edifício da companhia de seguros Swiss Re ; • é o primeiro arranha-céu sustentável de Londres; • A torre apresenta 180 metros e quarenta andares; • Apresenta uma forma circular cônica na base e topo, o que permite obter o máximo de luminosidade natural no piso da praça; • A área circular permite que grande parte da área local seja utilizada como uma praça pública, com árvores, bem como com muros de pedra que delimitam a área servindo de assentos. • As condutas espirais levam ar fresco para dentro do edifício e ventilam naturalmente o interior dos escritórios minimizando, desta forma, o aquecimento e arrefecimento artificial; • A sua forma aerodinâmica maximiza a quantidade de luz e ventilação natural e portanto diminui significativamente o consumo de energia do edifício; utiliza menos 50% de energia do que um edifício comercial que utiliza ar condicionado; • É reconhecido como uma forte intervenção na paisagem urbana, uma vez que o edifício está situado no centro de Londres; • A sua forma explora uma série de curvas progressivas ; • As formas geométricas têm afinidades com formas existentes na natureza, como a pinha, por exemplo, que possui uma forma espiral natural, e, tal como este edifício, abre e fecha de acordo com as modificações climáticas. • A forma lisa do edifício também permite direcionar o movimento do ar por todo o edifício, e minimiza a quantidade de vento no piso da praça melhorando assim o conforto dos frequentadores do local; • A estrutura diagonal de ferro exterior é devido ao seu design e geometria triangular, forte e clara, permitindo um espaço interior flexível e sem colunas. • O revestimento exterior é composto por 5,500 painéis de vidro de forma triangular achatada e losangos, que podem alternar em cada pavimento. A vidraça das áreas de escritório consiste numa camada externa duplamente envidraçada e uma divisória interior de vidro simples que isola uma cavidade ventilada central, que contém uma persiana de controle solar. City Hall – Prefeitura de Londres. “Um modelo de democracia, acessibilidade e sustentabilidade” Norman Foster Interior do edifício. Rampa helicoidal, ao longo da qual se encontram as repartições. Interior do edifício. O City Hall de Londres • É o primeiro de 12 edifícios que farão parte do empreendimento More London, projeto de desenvolvimento e regeneração da margem sul do rio Tamisa entre London Bridge e Tower Bridge; • Localiza-se no extremo sul do Tâmisa; • edifício tem uma forma esférica distorcida e foi construído com tecnologias de vanguardia. • O projeto evita a luz direta que vem do sul e absorve, por meio da sua enorme fachada de vidro inclinado, a luz procedente do norte. • O edifício não tem frente ou trás: a sua forma é derivada de uma esfera geometricamente modificada. Esta forma híbrida é projetado para minimizar a área de superfície exposta à luz solar direta. • Os 45 metros de altura estão divididos em 10 andares: no piso térreo, ligado a uma praça, há uma cafeteria e uma livraria; O primeiro andar é reservado para exposições; O segundo a câmara, e o terceiro os escritórios administrativos até o sétimo andar; O oitavo andar é exclusivo do prefeito e seus assessores, enquanto o nono e décimo andar, apelidada de living room de Londres, permitirem ao público desfrutar de um ponto de vista privilegiado da cidade, onde têm serviços cafeteria, bar e lojas de souvenirs. • Foster deu ao aço um comportamento orgânico, além da mera função de suporte, sujeitando o vidro apenas como exibição ou como uma membrana sugestiva do verdadeiro “corpo interior”. • Metade dos 17 mil metros quadrados do City Hall é de áreas públicas. • Um enorme vão interno é circundado por uma rampa em espiral que sobe do primeiro ao último andar. • Trata-se do primeiro edifício da Grã-Bretanha que utiliza um sistema de refrigeração à base de água – foi puxada água fria do subsolo com bombas de canos que vão até o teto. • No inverno, o edifício conta com um sistema de isolamento térmico e vedação de todas as janelas. • O resultado da tecnologia empregada é uma economia de até 75% no consumo de energia anual do prédio, em relação a uma construção semelhanteque utilizasse aquecimento e ar-condicionado centrais. Arquitetura High-Tech – Renzo Piano "Criatividade só faz sentido quando compartilhada" Nascido em Genova em 1937. Frequentou a escola de Arquitetura na Politécnica de Milão. Ainda estudante ganhou uma boa experiência trabalhando aos cuidados de Franco Albini e em obras da construtora de seu pai. Passou seus primeiros seis anos profissionais na arquitetura pesquisando em campo sobre as estruturas e os materiais. Após sua graduação, fez viagens de estudo pra Inglaterra e para os Estados Unidos; firmou a amizade feita com Jean Prouvé. Em 1971, fundou o escritório “Piano & Rogers”, em parceria com o arquiteto inglês Richard Rogers. Desta parceria nasceu um grande projeto que conseguiu destaque mundial em uma das mais lindas cidades do mundo: o Centro Pompidou, em Paris. Gabhou o Prêmio Pritzker em 1998, pelo projeto do Aeroporto Internacional de Kansai. A primeira grande obra do arquiteto italiano Renzo Piano, o Centro Pompidou, foi feita em conjunto com Richard Rogers e Gianfranco Franchini. Esse projeto contém algumas das principais características da arquitetura High Tech que fariam parte da carreira de Piano: aplicação extensiva da tecnologia, uso das instalações e estrutura como elementos formais da arquitetura, espaços internos conectados com o exterior e a influência das propostas do Archigram inglês. Ao longo do tempo, Renzo Piano modifica o seu repertório arquitetônico, mas mantém o uso de alta tecnologia em suas obras. Em seus projetos amplia a relação com o meio ambiente e busca soluções arquitetônicas mais específicas para o lugar. Obras de Renzo Piano Centro Georges Pompidou – 1977 –Paris. Shard London Bridge – inaugurada em 2012, em Southwark, em Londres. Apresenta 306 m e 95 qandares. Aeroporto Internacional Kansai – Osaka, Japão. Museu da Fundação Beyeler – Riehen, Suiça. Museu Zentrum Paul Klee – Bern, Suíça. Edifício do Jornal The New York Times – New York, Estados Unidos da América. Centro Cultural Jean Marie Tjibaou (1993-1998), Nova Caledônia, Polinésia Francesa, projeto de Renzo Piano Building Workshop. Choças kanak. Embarcação Kanak. • Reinterpretando as choças kanak, levantam-se estas edificações compostas de uma forte carapaça dupla, construída a partir de pilares e vigas de madeira, de modo similar o sistema primitivo, porém menos curvadas e alongadas. • Revestidas de uma pele de madeira de iroko, que faz alusão às fibras tramadas das construções locais: • "As lâminas da face externa das edificações são de diferentes larguras e espaçamentos. O efeito ótico da débil vibração que produz fortalece sua afinidade com a vegetação agitada pelo vento”(4) • Adaptados às extremas exigências do clima (com ciclones de até 240km/h), os pavilhões "vela“ giram sua parte posterior para o mar afim de explorar com maestria os ventos dominantes ou induzir correntes de convecção como é tradição local, equipando o centro como um eficaz sistema de ventilação. • O ponto mais alto chega até 33 metros de altura, fazendo alusão às embarcações Kanak. Arquitetura High-Tech – Richard Rogers Nasceu em Florença, na Itália, em 1933. É naturalizado britânico. Estudou arquitetura na Architectural Association School em Londres e se graduou na Universidade de Yale, com o seu colega, Norman Foster. Em 1963, Norman Foster e Rogers, com suas respectivas esposas formaram o Team 4, consolidando a sua primeira prática arquitetônica. Tornou-se conhecido nas décadas de 70 e 80 por projetar e construir edifícios como o Centre Georges Pompidou em Paris e a sede do Banco Lloyd em Londres. Na década de 1990 Rogers se envolveu com a política do Reino Unido, vindo a receber um assento na House of Lords e o título de Barão Rogers of Riverside. Assumiu a direção da Urban Task Force, que em 1998 desenvolveu uma pesquisa sobre as causas da decadência urbana e esboçou uma visão para o futuro das cidades britânicas. Por oito anos Rogers também assumiu o posto de Assessor Chefe de Arquitetura e Urbanismo da Prefeitura de Londres. Nos últimos anos, Rogers venceu o Stirling Prize em 2006 e o Prêmio Pritzker em 2007, pelo conjunto de suas obras. O arquiteto ítalo-inglês Richard Rogers é um dos precursores da arquitetura High-Tech, como se vê na sua primeira grande obra, o Centro Pompidou, feito em conjunto com Renzo Piano e Gianfranco Franchini. Nesse centro cultural já estão todas as características da arquitetura que Rogers desenvolveria ao longo do tempo. Uma das principais é o desnudamento do edifício, colocando as instalações (canos de água, dutos de fiação elétrica e de ar condicionado) e elementos estruturais do lado externo da edificação. Essas características aparecem em outras obras como a sede da seguradora inglesa Lloyd.s (1978- 1986), em Londres. Rogers é autor de “Cidades para um pequeno planeta”, influente livro sobre urbanização contemporânea. Obras de Richard Rogers Lloyd's building, Londres- finalizado em 1986. Centro Georges Pompidou, Paris – inaugurado em 1977. O projeto teve a participação de Renzo Piano e Gianfranco Franchini. Domo do Milênio, inaugurada no final de 1999, na Península de Greenwich, em Londres. Domo do Milênio. One Hyde Park, Londres, inaugurado em 2009. Parlamento do País de Gales – 2005. Palácio da Justiça de Amberes, Bélgica 2005 88 Wood Street, Londres, construído entre 1993-2001. Edifício Leadenhall, Londres – 2014. Edifício Leadenhall, Londres – 2014. • torre de 50 andares com altura de 224,5 metros; • Envoltório toda envidraçado garante a luminosidade; • Apresenta um perfil afunilado, resultado de uma exigência de preservação visual da Catedral de St Paul; • A estrutura tem como objetivo reforçar a geometria definida pelo envoltório, que por sua vez gera a forma cônica; • Os "tubos“ externos e apoiados definem a extensão das placas do piso; • A armação da escada contribui na ênfase vertical da edificação, e contém os núcleos das saídas de emergência dos pavimentos de escritório. A armação também ancora visualmente o edifício ao solo; • Os espaços dos andares de escritórios assumem a forma de lajes retangulares que progressivamente diminuem em profundidade em direção ao cume, 750 milímetros por nível, até o topo; • Os pavimentos de escritórios estão conectados ao "tubo" estrutural em cada nível, sem a necessidade de colunas verticais secundárias no perímetro; • O núcleo de suporte norte foi projetado como uma torre independente que contém todos os elevadores: de carga, elevadores de serviço, e setores de assistência de cada pavimento. Três grupos de elevadores de passageiros servem às seções de altura baixa, média e alta do edifício; • As fachadas das áreas de escritório requerem os mais altos critérios de conforto em relação à perda de calor, luz do dia, brilho e ganho solar, para garantir tais exigências, as fachadas são complementadas com uma camada interna de vidro duplo. O envidraçamento exterior integra o sistema de ventilação e permite que o ar externo entre e circule. Persianas controladas neste espaço são ajustadas automaticamente para limitar o ganho solar não desejado e o brilho. Estrutura da fachada em construção. Visão interna de um dos andares. Armação interna em aço – suporte de estruturação. Visão da catedral de St. Paul. O envoltório envidraçado garante a luminosidade. Arquitetura High-Tech – Jean Nouvel Nasceu na cidade francesa de Fumel, em 12 de agosto de 1945, e, aos 16 anos, já se interessava pela Arte; estudou na Escola de Belas Artes de Paris, enquanto trabalhava com o famoso modernista Claude Parent. Em 2005, ganhou o Aga Khan para aarquitetura, que é outorgado aos principais projetos relacionados ao mundo muçulmano, pela obra do Instituto do Mundo Árabe. Construído em Paris em 1987. Em 2008, ganhou o Pritzker, pelo conjunto de sua obra. • “Acho que devemos dar e ter prazer, se possível. O motor de todo o movimento, para mim, é a arquitetura, que faz parte da vida, de cada momento, de cada mês, de cada ano, é um testemunho da vida que passa e desaparece. É energia vital." Jean Nouvel é um arquiteto francês e sua primeira obra de grande porte foi o Instituto do Mundo Árabe, em Paris. Nesse projeto, a volumetria relativamente simples (o conjunto é formado por dois blocos, um linear e um curvo) esconde a sofisticada trama mecânica de controle da luminosidade das fachadas, que lembra a forma dos arabescos característicos da arquitetura islâmica. Um dos seus mais ousados projetos é a Torre Agbar, em Barcelona, na Espanha. A torre usa um sistema construtivo baseado em uma casca externa de concreto e um núcleo rígido. Entre esses dois elementos situam-se os pavimentos, que acompanham a forma externa da edificação. Fundação Cartier Instituto do Mundo Árabe (Institut du Monde Arabe) Galeria Lafayette (de Berlim) Museu do Quai Branly Concert Hall de Copenhague. Louvre Abu Dhabi, na Ilha de Saadiyat, Emirados àrabes Unidos – 2017. Louvre Abu Dhabi, na Ilha de Saadiyat Constituição das camadas da cúpula – repetição de 8 camadas de desenhos geométricos, em estruturas metálicas, em diferentes tamanhos. • O edifício compreende 55 edifícios individuais incluindo vinte e três galerias e espaços expositivos permanentes, um museu infantil, um auditório e um centro de pesquisa estão conectados por passeios marítimos – “cidade-museu”; • Os edifícios brancos têm inspiração na medina e nos assentamentos árabes baixos; • As fachadas dos edifícios são construídas com 3.900 painéis de fibrocimento (UHPC) de alto rendimento. • A cúpula de 180 metros de diâmetro e cúpula de 7.700 toneladas do edifício lembra as tradicionais telas da arquitetura árabe e permite uma "chuva de luz“, conforme desejo do seu idealizados; • A companhia austríaca "Waagner Biro“, a qual é especializada em estruturas de aço, foi responsável pela construção da cúpula, que consiste em oito chapas diferentes: quatro camadas exteriores são revestidas em aço inoxidável e outras quatro camadas interiores são revestidas em alumínio e separadas por estruturas de aço de cinco metros de altura. A estrutura é composta por 10.000 peças pré- moldadas em 85 elementos, cada um pesando até 50 toneladas. O efeito, pela noite, são as 7.850 estrelas visíveis do interior e do exterior; • A cúpula é suportada por quatro grandes pilares, cada um a 110 metros de distância. Eles estão escondidos dentro dos edifícios do museu para conferir a impressão de que a cúpula está flutuando. A altura da cúpula interior é de 29 metros desde o térreo até a parte inferior do revestimento. O ponto mais alto da cúpula é de 40 metros sobre o nível do mar e 36 metros sobre o nível do térreo.
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