Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Nu´meros Racionais Como vimos na sec¸a˜o anterior, nem sempre equac¸o˜es da forma nx = m possuem soluc¸a˜o em Z dados n,m ∈ Z. Esta dificuldade pode ser “suprida”se ampliarmos o conjunto dos inteiros Z para um conjunto maior onde possamos resolver equac¸o˜es do tipo acima. Assim, podemos construir o conjunto dos nu´meros racionais Q como o conjunto que conte´m o conjunto dos nu´meros inteiros, isto e´, Q = {m n ; m,n ∈ Z, n 6= 0}. Uma frac¸a˜o da forma m/1 pode ser identificada com o inteiro m. Esta identificac¸a˜o, permite dizer que Q conte´m Z como um subconjunto pro´prio, e ale´m disto, N ⊂ Z ⊂ Q. Definimos as operac¸o˜es de adic¸a˜o, multiplicac¸a˜o e igualdade em Q da seguinte forma: • Adic¸a˜o: m n + s t = mt+ ns nt , n 6= 0, t 6= 0. • multiplicac¸a˜o: m n · s t = ms nt , n 6= 0, t 6= 0. • Igualdade: m n = s t ⇐⇒ mt = ns, n 6= 0, t 6= 0. Ale´m de gozar das propriedades associativa, comutativa e existeˆncia dos elementos neutros (0 para a adic¸a˜o e 1 para a multiplicac¸a˜o), Q satisfaz as propriedades de existeˆncia do elemento inverso aditivo e do inverso multiplicativo, isto e´, se p ∈ Q, enta˜o −p ∈ Q, e se 0 6= p ∈ Q, enta˜o 1/p ∈ Q, ou seja, p+ (−p) = 0, p(1/p) = 1. Podemos definir um subconjunto Q+ em Q como sendo, Q+ = {m n ; m,n ∈ Z, n 6= 0, mn ∈ N}, isto e´, o subconjunto dos racionais positivos. Este conjunto possui as seguintes propriedades: 1. Q+ e´ fechado com relac¸a˜o as operac¸o˜es de adic¸a˜o e multiplicac¸a˜o em Q, isto e´, p, q ∈ Q+, enta˜o p+ q, pq ∈ Q+. 2. Dado p ∈ Q, temos que uma das afirmac¸o˜es a seguir e´ verdadeira: ou p = 0 ou p ∈ Q+ ou − p ∈ Q+. A relac¸a˜o de ordem “ < ” introduzida em Q : p < q, se q − p ∈ Q+, generaliza a relac¸a˜o de ordem introduzida em Z que por sua vez generalizou a relac¸a˜o de ordem introduzida em N. Teorema 0.1 O conjunto Q e´ fechado com relac¸a˜o as operac¸o˜es de adic¸a˜o e multiplicac¸a˜o. 2 De todo que foi dito acima para o conjunto dos nu´meros racionais, destacamos a seguinte propriedade importante: O conjunto Q, munido das operac¸o˜es de adic¸a˜o e multiplicac¸a˜o e satisfazendo os axiomas da relac¸a˜o de ordem constitui um corpo ordenado. A seguir daremos duas propriedades importantes de Q. Proposic¸a˜o 0.1 Se p e q sa˜o nu´meros racionais, tais que p < q, enta˜o podemos encontrar infinitos nu´meros racionais entre p e q. Prova Sendo p < q, podemos escolher um nu´mero racional r = q − p n , onde n ∈ N tal que os nu´meros racionais p+ r, p+ 2r, . . . , p+ (n− 1)r esta˜o entre p e q. Em virtude de n ser um nu´mero natural qualquer, segue a afirmac¸a˜o. Em particular se n = 2, temos p < p+ r = p+ q 2 < q. Exemplo 0.1 Se a, b, c, d sa˜o nu´meros positivos tais que a b < c d , enta˜o a b < a+ c b+ d < c d . Da desigualdade a b < c d segue que ad < bc: 1. ad+ ab < bc+ ab a(b+ d) < b(a+ c) a b < a+ c b+ d 2. ad+ dc < bc+ dc d(a+ c) < c(b+ d) a+ c b+ d < c d . Donde segue que a b < a+ c b+ d < c d . Supremo e I´nfimo de um Conjunto em Q Infelizmente o conjunto dos nu´meros racionais Q apresenta algumas deficieˆncias alge´bricas que sera˜o mostradas mais na frente. Mas antes, vamos introduzir as seguintes definic¸o˜es. Definic¸a˜o 0.1 Um subconjunto E de Q e´ dito limitado superiormente se existe um nu´mero M tal que x ≤M para todo x ∈ E. 3 O nu´mero M nas condic¸o˜es da definic¸a˜o anterior chama-se cota superior. E´ claro que nu´meros maiores que M tambe´m sa˜o cotas superiores para E. Definic¸a˜o 0.2 Um subconjunto E de Q e´ dito limitado inferiormente se existe um nu´mero K tal que x ≥ K para todo x ∈ E. O nu´mero K nas condic¸o˜es da definic¸a˜o anterior chama-se cota inferior. E´ claro que nu´meros menores que K tambe´m sa˜o cotas inferiores para E. Definic¸a˜o 0.3 Um subconjunto E de Q e´ dito limitado se ele e´ limitado inferiormente e supe- riormente simultaneamente. Segue destas definic¸o˜es que, se para qualquer nu´mero positivo M existe xo ∈ E tal que xo > M , enta˜o dizemos que o conjunto E e´ ilimitado. Tambe´m, se para qualquer nu´mero negativo M1 existe x1 ∈ E tal que x1 < M1, enta˜o dizemos que o conjunto E e´ ilimitado. Definic¸a˜o 0.4 Diz-se que α ∈ Q e´ um elemento mı´nimo(ma´ximo) de E ⊂ Q se e´ uma cota inferior(superior) e ale´m disso α ∈ E. Definic¸a˜o 0.5 Diz-se que o nu´mero β ∈ Q e´ o supremo de um conjunto limitado superiormente E ⊂ Q, se e´ a menor das cotas superiores. Matematicamente, se σ e´ outra cota superior para E, enta˜o β ≤ σ. Esta condic¸a˜o pode ser substituida por; 1. Para todo x ∈ E, cumpre-se x ≤ β; 2. Se dado ε > 0 arbitra´rio, enta˜o existe x ∈ E tal que β − ε < x. Usaremos a notac¸a˜o β = supE para denotar o supremo de E. Proposic¸a˜o 0.2 (Unicidade) Se um conjunto E ⊂ Q e´ limitado superiormente e possui su- premo, ele e´ u´nico. Prova: Sejam β1 e β2 dois supremos de E. Para qualquer ε > 0 obtem-se de (1) que β1 − ε < x para algum x ∈ E. E por definic¸a˜o de supremo, x ≤ β2, enta˜o β1 − ε < β2, isto e´, β1 < β2 + ε. Isto significa que β1 ≤ β2. De maneira ana´loga, trocando β1 e β2, obtemos β2 ≤ β1. Portanto β1 = β2. Analogamente define-se ı´nfimo de um subconjunto limitado inferiormente de Q. Definic¸a˜o 0.6 Diz-se que o nu´mero α ∈ Q e´ o ı´nfimo de um conjunto limitado inferiormente E ⊂ Q se e´ a maior das cotas inferiores. Matematicamente, se σ e´ outra cota inferior para E, enta˜o α ≥ σ. Esta condic¸a˜o pode ser substituida por; 1. Para todo x ∈ E, cumpre-se x ≥ α; 2. Se dado ε > 0 arbitra´rio, enta˜o existe x ∈ E tal que α + ε > x. Usaremos a notac¸a˜o α = inf E para denotar o ı´nfimo de E. 4 Proposic¸a˜o 0.3 Se um conjunto E ⊂ Q e´ limitado inferiormente e possui ı´nfimo, ele e´ u´nico. Prova: A demonstrac¸a˜o e´ ana´loga a` prova da Proposic¸a˜o 0.2. Exemplo 0.2 sup[a, b] = b, inf(a, b] = a, inf{ 1 n ;n ∈ N} = 0. Observamos que o supremo e ı´nfimo de um conjunto podem pertencer ou na˜o ao conjunto. Proposic¸a˜o 0.4 Para qualquer nu´mero racional q, sempre existe um nu´mero inteiro n, tal que q < n. Esta afirmac¸a˜o tambe´m e´ conhecida como Propriedade Arquimediana1 de Q. Prova: Vamos negar a tese, isto e´, existe q ∈ Q tal que n ≤ q para todo n ∈ N. Ou seja q e´ uma cota superior de N, e pela Definic¸a˜o 0.5, existe β ∈ Q tal que β = supN. Isto significa que para o nu´mero β − 1 existe n ∈ N tal que n > β − 1. Mas, enta˜o n+ 1 > β e n+ 1 ∈ N, o que contradiz o fato que β = supN. Uma grande deficieˆncia do corpo dos racionais e´ dada pela seguinte afirmac¸a˜o, Proposic¸a˜o 0.5 Na˜o existe um nu´mero racional cujo quadrado seja igual a 2. Prova: De fato, seja r = p q ∈ Q, onde p e q sa˜o primos2 entre si, isto e´, o MDC(p, q) = 1. Su- ponhamos que ( p q )2 = 2, enta˜o p2 = 2q2. Como todo nu´mero inteiro multiplicado por 2 e´ par, resulta que p2 e´ par, logo p e´ par,ou seja p = 2k, k ∈ Z. Portanto, de p2 = (2k)2 = 2 ·2k2 = 2q2, segue que 2k2 = q2. Daqui concluimos que q e´ par. Absurdo, pois p e q sa˜o nu´meros pri- mos. Portanto a suposic¸a˜o acima e´ falsa, e isto implica que na˜o existe r ∈ Q tal que, r2 = 2. Nu´meros Irracionais Para definir o conceito de nu´mero irracional, vamos introduzir a teoria dos cortes de Dedekind para os nu´meros racionais. Definic¸a˜o 0.7 Os conjuntos A e B chamam-se cortes de Q se: 1. Cada classe A ou B e´ um conjunto na˜o vazio; 2. Cada nu´mero racional pertence a uma e somente uma das classes A ou B; 3. Se a ∈ A, b ∈ B, enta˜o a < b (A ∩B = ∅). A classe A chama-se menor e a classe B chama-se maior. Da definic¸a˜o de corte, segue que qualquer nu´mero racional menor que o nu´mero a pertencente a` classe menor, tambe´m pertence a` classe menor. Analogamente, qualquer nu´mero racional maior que o nu´mero b pertencente a` classe maior, tambe´m pertencea` classe maior. 1Arquimedes de Siracusa (287-212 a.c.), matema´tico grego 2um nu´mero e´ primo quando e´ divis´ıvel por 1 e por ele mesmo 5 Exemplo 0.3 Se escolhemos o conjunto A como sendo o conjunto de todos os nu´meros raci- onais a, tais que a < 2, e o conjunto B como sendo o conjunto de todos os nu´meros racionais b,tais que b ≥ 2, obtemos um corte de Dedekind. Agora consideremos o seguinte exemplo: Exemplo 0.0.1 Consideremos os seguintes conjuntos; E = {x ∈ Q; x > 0 e x2 < 2} F = {y ∈ Q; y > 0 e y2 > 2}. O conjunto E ⊂ Q e´ limitado superiormente mas na˜o possui supremo e o conjunto F ⊂ Q e´ limitado inferiormente mas na˜o possui ı´nfimo. Definic¸a˜o 0.8 Um nu´mero chama-se irracional se na˜o e´ racional. A notac¸a˜o que usamos para denotar o conjunto dos nu´meros irracionais e´ R\Q. Na sec¸a˜o anterior vimos que √ 2 e´ um nu´mero irracional. Existem infinitos nu´meros irracionais, entre eles os mais famosos sa˜o: o nu´mero pi e o nu´mero de Euler e. Teorema 0.2 Se p e´ um nu´mero primo positivo, enta˜o √ p e´ irracional. Prova: Ja´ foi provado acima a afirmac¸a˜o para um caso particular quando p = 2. Vamos supor que √ p na˜o seja irracional. Enta˜o √ p = m n com MDC(m,n) = 1. Elevando ao quadrado √ p, temos p = (m n )2 , ou seja n2p = m2. Como m e n sa˜o primos entre si, segue que p ∣∣m2(p divide m2) e portanto p ∣∣m, ou seja m = pl, l ∈ Z. Substituindo m na igualdade acima, temos n2p = p2l2 e simplificando obtemos n2 = pl2. Isto significa que p ∣∣n2, portanto p∣∣n. Segue portanto que p e´ um fator comum dos nu´meros m e n. Absurdo, pois MDC(m,n) = 1. E isto mostra que √ p e´ irracional. Nu´meros Reais A teoria desenvolvida ate´ aqui, nos permite apontar duas grandes deficieˆncias no corpo dos racionais: a primeira, na˜o existe um racional cujo quadrado seja igual a 2(o nu´mero 2 e´ simbo´lico, poderiamos citar outros nu´meros, como por exemplo, 7, 12, etc.), e a segunda, existem conjuntos limitados superiormente que na˜o possuem supremo e conjuntos limitados inferiormente que na˜o possuem ı´nfimo pertencentes ao conjunto dos nu´meros racionais. Agora, queremos definir(vamos supor a existeˆncia dele) um novo corpo ordenado que con- tenha propriamente Q, chamado de corpo dos nu´meros reais R, para o qual vale o resultado, conhecido como cortes de Dedekind3. Teorema 0.3 (Pric´ıpio de Dedekind) Se o conjunto R dos nu´meros reais e´ dividido em dois conjuntos na˜o vazios disjuntos, isto e´, R = A ∪B, A ∩B = ∅ tais que, todo a ∈ A e´ menor que qualquer b ∈ B, enta˜o ou existe um nu´mero σ que e´ o maior entre todos os nu´meros pertencentes a` A e o conjunto B na˜o tem menor elemento, ou existe um nu´mero σ que e´ o menor entre todos os nu´meros pertencentes a B, e o conjunto A na˜o tem maior elemento. 3Julius Wilhelm Richard Dedekind (1831-1916), matema´tico alema˜o 6 Uma forma equivalente de expressar o teorema anterior e´ mediante a seguinte afirmac¸a˜o; Teorema 0.4 Todo subconjunto E ⊂ R limitado superiormente(inferiormente), possui su- premo(´ınfimo). Um corpo ordenado para o qual vale o teorema anterior, chama-se corpo ordenado completo. Assim R e´ um corpo ordenado completo. Como o conjunto dos racionais Q e o conjunto dos irracionais R\Q sa˜o disjuntos, temos R = Q ∪ R\Q. Valor Absoluto de um Nu´mero Real A relac¸a˜o de ordem definida em Q e estendida para R, permite definir o valor absoluto ou mo´dulo de um nu´mero x ∈ R, como sendo, |x| = { x, se x ≥ 0 x, se x < 0 Figura 1: Gra´fico de y = |x| Em outras palavras, |x| = max{x,−x}. Exemplo 0.4 Se x = 12, enta˜o |x| = 12; Se x = −7, enta˜o |x| = | − 7| = −(−7) = 7. Uma consequeˆncia imediata da definic¸a˜o de mo´dulo de um nu´mero e´ a seguinte afirmac¸a˜o Lema 0.1 Para qualquer nu´mero real x, vale a seguinte relac¸a˜o: −|x| ≤ x ≤ |x|. Prova: Analisemos dois casos; 1. Suponha que x ≥ 0. Enta˜o x = |x| ≥ 0 e −|x| ≤ 0, e portanto −|x| ≤ x ≤ |x|. 2. Suponha que x < 0. Enta˜o |x| ≥ 0 e x < |x|. Como |x| = −x ou −|x| = x, segue que; −|x| ≤ x ≤ |x|. 7 Mais geralmente, podemos observar que |x| < ε, significa x < ε −x < ε ou e´ equivalente as duas desigualdades −ε < x < ε, x, ε ∈ R, ε > 0. Portanto a desigualdade |x− y| < ε e´ equivalente as desigualdades y − ε < x < y + ε, x, y, ε ∈ R, ε > 0. O valor absoluto de um nu´mero real goza das seguintes propriedades: Teorema 0.5 Para nu´meros reais arbitra´rios x, y, temos 1. |x| ≥ 0, para todo x, e |x| = 0 ⇐⇒ x = 0. 2. |xy| = |x||y| e ∣∣x y ∣∣ = |x||y| se y 6= 0. 3. |x+ y| ≤ |x|+ |y| (desigualdade triangular). 4. ||x| − |y|| ≤ |x− y|. Prova: 1. Se x ≥ 0 enta˜o |x| = x, se x < 0, enta˜o |x| = −x > 0. Em ambos casos |x| ≥ 0. Se x = 0, |x| = x = 0 por definic¸a˜o. Se x 6= 0, enta˜o x < 0 ou x > 0. Se x < 0, enta˜o |x| = −x > 0, se x > 0, |x| = x > 0. Nestes dois casos temos |x| 6= 0. 2. Se um dos x ou y for nulo a igualdade na multiplicac¸a˜o e´ o´bvia. Suponhamos que x, y 6= 0. Analisemos treˆs casos: (a) x > 0 e y > 0; enta˜o |x| = x e |y| = y, logo |xy| = xy = |x||y|. (b) x > 0 e y < 0; enta˜o |x| = x e |y| = −y, logo |xy| = x(−y) = |x||y|. 8 (c) x < 0 e y < 0; enta˜o |x| = −x e |y| = −y, logo |xy| = (−x)(−y) = |x||y|. Para mostrar que ∣∣x y ∣∣ = |x||y| , escrevamos xy = z, enta˜o x = y · z. Usando o resultado anterior, temos |x| = |yz| = |y||z|, donde |z| = |x||y| ou ∣∣x y ∣∣ = |x||y| . 3. Como −|x| ≤ x ≤ |x|, tambe´m −|y| ≤ y ≤ |y|, enta˜o −(|x|+ |y|) ≤ x+ y ≤ |x|+ |y|. Usando a forma equivalente destas desigualdades, obtemos |x+ y| ≤ |x|+ |y|. 4. Escrevamos |x| da seguinte forma; |x| = |x− y + y| ≤ |x− y|+ |y|, pela desigualdade triangular. Assim |x| − |y| ≤ |x− y|. De forma similar, obtemos |y| − |x| ≤ |x− y|, ou |x| − |y| ≥ −|x− y|. Por definic¸a˜o, ||x| − |y|| e´ um dos nu´meros |x| − |y| ou −(|x| − |y|). Assim, −|x− y| ≤ |x| − |y| ≤ |x− y| ⇒ ||x| − |y|| ≤ |x− y|. Intervalos Vamos a definir agora uma classe de subconjuntos de R, chamados de intervalos limitados. Dados c, d ∈ R com c < d, enta˜o (c, d) = {x ∈ R; c < x < d} e´ um intervalo aberto, [c, d) = {x ∈ R; c ≤ x < d} e´ um intervalo fechado a` esquerda, (c, d] = {x ∈ R; c < x ≤ d} e´ um intervalo fechado a` direita, [c, d] = {x ∈ R; c ≤ x ≤ d} e´ um intervalo fechado. Introduziremos os simbolos +∞ e −∞ para indicar mais infinito e menos infinito respecti- vamente. Observe que +∞ e −∞ na˜o sa˜o nu´meros. 9 Definic¸a˜o 0.9 Chamamos de extensa˜o de R ao conjunto R formado por R, +∞ e −∞. Em R temos as seguintes operac¸o˜es: 1. se x ∈ R, temos x+ (+∞) = +∞ x+ (−∞) = −∞, x− (+∞) = −∞ x− (−∞) = +∞. 2. Se x > 0, x · (+∞) = +∞, x · (−∞) = −∞. 3. Se x < 0, x · (+∞) = −∞, x · (−∞) = +∞. 4. (+∞) + (+∞) = (+∞) · (+∞) = (−∞) · (−∞) = +∞. (−∞) + (−∞) = (+∞) · (−∞) = −∞. Agora estamos em condic¸o˜es de definir intervalos infinitos: (−∞, c) = {x ∈ R; x < c}, (−∞, c] = {x ∈ R; x ≤ c} (c,+∞) = {x ∈ R; x > c}, [c,+∞) = {x ∈ R; x ≥ c}. Assim o proprio R e´ considerado como um intervalo da forma (−∞,+∞), chamado de reta nume´rica.
Compartilhar