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FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO APOSTILA 3

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FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO Apostila 3
 No período pré-colonizador (três primeiras décadas após o descobrimento) é relativo o interesse da metrópole pela terra descoberta (Terra de Santa Cruz) visto que não foram percebidos a presença de ouro ou outros metais preciosos, bem como não havia excedentes para a troca como retratou Caminha em sua carta ao rei.
A partir daí tem início à exploração do Brasil. Nascem os primeiros brasileiros (comerciantes de pau-brasil).  
A exploração da madeira é feita pelos índios, que recebem em troca (escambo) machados e outros instrumentos de metal. 
Em 1616, as reservas de madeira começam a se esgota no litoral e passam a serem explorados em áreas mais distantes.
O monopólio de pau-brasil só foi extinto em 1859 (Segundo Reinado) e durante todos esses anos, o extrativismo era realizado por grupos particulares com concessões da Coroa, que recebia por isso.
Para o Estado absolutista português, ficava claro que a única forma de manter o controle sobre o Brasil era estabelecer o povoamento, organizando uma atividade produtiva. 
Com o objetivo de efetivar a ocupação do território , o governo português implanta o modelo de exploração comercial da cana-de-açúcar que era um artigo de luxo, largamente consumido pela nobreza européia. 
Em 1605 para evitar o desaparecimento das matas foi criado o Regimento do Pau-Brasil.
O EUROPEU NA FORMAÇÃO DO BRASILEIRO 
A cultura europeia tinha como pilares, uma grande ênfase na preocupação com o acúmulo de riquezas e o cristianismo ( monoteísmo e tempo humano que começa e termina em Deus). Também havia a idéia de que os recursos naturais e materiais deveriam pertencer a determinadas pessoas (propriedade privada).
Toda a aventura da conquista empreendida pelos europeus a partir do século XV baseou-se nesses pilares: a busca do paraíso perdido (Jardim do Éden), a evangelização e a sede de acumular riquezas
Os portugueses possuíam características específicas que marcaram a colonização do Brasil. A colonização visava o enriquecimento rápido. Para o Brasil vieram portugueses de todos os níveis sociais: desde nobres de sangue até aventureiros descompromissados e degredados. 
Na colônia o critério para a ascensão social não era o nascimento mas o enriquecimento, de forma que inclusive mulatos, puderam ocupar cargos importantes; nesse caso, eram “embranquecidos” . Isto é, a sociedade não fazia alusão a cor.
Os europeus forneceram a base de nossa organização social cultural. 
É a sua lógica que prevalece entre nós, na universalização da propriedade privada, na valorização primeira dos bens materiais, na hierarquização social, na língua, na religião, na valorização da escrita, entre outros. 
Somos parte de um amplo fenômeno de “europeização” que vem ocorrendo.
Na sociedade açucareira o senhor de engenho representa o patriarca, inspiram medo, até em seus familiares. 
Mesmo tendo a s suas amantes negras (comborças) não se despiam de seu autoritarismo.
As mulheres devotavam um respeito obediente e submisso aos maridos, seus senhores. 
Os meninos sempre bem vestidos e calados diante dos mais velhos. Fazer a barba precisava de licença especial. 
À menina negava-se tudo que de leve parecesse independência , viviam sob a tirania dos pais e mais tarde sob a tirania dos maridos. 
Você não deve esquecer que a mulher brasileira, como em todo o mundo ocidental e além, tinha e continua tendo, em muitos casos, um estatuto social inferior ao do homem.
Em razão desses fatores, a sociedade brasileira mantém algumas características, tais como: 
1) A quase completa marginalização dos povos indígenas do conjunto da sociedade; sua cultura é vista como exótica, no máximo folclórica – basta ver os programas escolares, onde essa cultura é confinada a determinadas unidades e a um discurso artificial sobre a necessidade de valorização do índio, enquanto este permanece em processo de aculturação; 
2) A inferiorização da etnia negra que, no conjunto da sociedade brasileira, continua realizando trabalhos mais pesados, tendo rendimentos mais baixos, menor acesso à escolarização e aos bens sociais, e sofrendo violência no plano simbólico (discriminação étnica);.
3) A discriminação que as mulheres continuam sofrendo dentro da sociedade, apanhando de seus maridos e companheiros e aceitando a situação por razões sociais e econômicas; 
4) A pequena valorização que damos aos idosos e a criança;
O ÍNDIO NA FORMAÇÃO DO BRASILEIRO
Segundo os pesquisadores, foram encontrados objetos que mostram a presença de grupos humanos desde 8000 a.C. Esses grupos moravam em áreas onde hoje temos o território brasileiro.
Acredita-se que os primeiros homens chegaram a América do Norte vindos da Ásia através do Estreito de Bering, há mais de 40000 anos.
 Os esquimós que hoje vivem na região Ártica
 ( Norte do Canadá ) representam o último grupo a chegar.
Para os índios ( nome dado pelos europeus a todos os nativos encontrados, por pensarem terem chegado as Índias) que viviam aqui não existia Brasil, e sim, sua terra (Nação), onde vivia com sua tribo. 
Os principais grupos que viviam aqui no Brasil eram do tronco Jê, Nu-aruak e Karib, além do Tupi. Cada grupo possuía uma cultura diferente, porém, os costumes e a língua Tupi foram as mais difundidas por serem eles os primeiros encontrados pelos colonizadores.
Com os nativos os europeus conheceram o tabaco, cacau, milho, tomate e batata.
Os índios viviam em regime de “comunidade primitiva”. Veja algumas características:
1) a terra pertence a todos; 
2) arcos , flechas, machados (instrumentos rudimentares) são de propriedade individual;
3) todos trabalham: as mulheres cozinham, cuidam dos filhos, plantam e colhem;
4) os homens guerreiam, caçam, pescam e derrubam a mata para a agricultura; 
5) não há classes sociais;
6) cada índio sabe de sua função social. 
OBS: A agricultura consiste na retirada da mata e queimada de galhos e troncos, a seguir, planta-se as sementes. Esse tipo de agricultura é conhecido como coivara e é praticado até hoje no Brasil, também pelo homem branco. 
Em sociedades sem classe a penúria de um é a de todos. Em épocas de escassez, todos emagrecem, voltando ao normal nos períodos de abundância.
A produção de excedentes é reduzida, porém, as trocas servem para estreitar os laços de amizade. As trocas são feitas com os brancos também.
Atualmente começamos a rever o que dissemos preconceituosamente sobre os índios, que eram atrasados e preguiçosos. Agora sabemos que possuem um modo de viver diferente do nosso. Alguns sertanistas inclusive são contra a sua “integração” a civilização.
Logo após a colonização os índios localizados no litoral começaram a desaparecer. Suas terras foram tomadas dando origem a lavoura de cana-de-açúcar.
As constantes guerras, disputas por terras dizimaram quase todo o povo indígena. 
Em 1910, foi criado o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), chefiado pelo Marechal Rondon, que deu início ao período de pacificação dos índios e do reconhecimento do direito deles á posse da terra e de viver de acordo com os próprios costumes. O lema de Rondon era: “Morrer, se preciso for. Matar, nunca”. 
No lugar do SPI, foi criada a FUNAI ( Fundação Nacional do Índio). Tinha como objetivo defender os interesses dos índios, considerados incapazes para o exercício dos direitos de cidadão. A FUNAI vai exercer a tutela sobre os índios e sobre as terras dos índios.
Os índios sempre foram explorados como força de trabalho, adquiriram doenças para as quais eram indefesos, sofreram perseguições e preconceitos, foram despojados de suas terras, dizimados e até mesmo transformados em objetos de interesse turístico.A desagregação dos costumes e modo de vida tradicional bem como o contato com o homem branco provoca efeitos devastadores, mesmo dentro das reservas. O suicídio de crianças índias atesta a violência psicológica que pode se originar desse contato. 
O índio não consegue tornar-se um “civilizado” ou “branco” e, de outro lado, acaba perdendogrande parte de sua própria identidade.
Os índios acostumados a trabalhar para o sustento da família não aceitavam a escravidão, fugiam, não contribuíam para o rendimento do trabalho e em casos extremos cometiam suicídio. Daí a idéia de que eram preguiçosos. 
Em 1549, a Companhia de Jesus (jesuítas) desenvolveu um projeto sistemático de conversão do indígena ao cristianismo, reunindo-os em aldeamentos chamados de missões. Os jesuítas iniciaram um processo de aculturação indígena, colocando em risco sua identidade. A língua Tupi, foi estudada e sistematizada pelos jesuítas para que servisse como meio de comunicação entre eles.
O NEGRO NA FORMAÇÃO DO BRASILEIRO 
A Região Nordeste possuía condições naturais adequadas para o cultivo da cana: o clima tropical (quente e úmido) e o solo de massapé.
Grande parte da costa brasileira foi ocupada com plantações de cana-de-açúcar e tabaco. 
O açúcar era exportado para a Europa e o tabaco (fumo) era usado na troca por escravos africanos.
Na sociedade açucareira existia um pequeno grupo de trabalhadores livres, brancos e mulatos pobres que prestavam diversos serviços ao senhor de engenho. Ex: mestre do açúcar, supervisionava a fabricação; o feitor, era responsável pelo trabalho dos escravos; capitão-do-mato, caçador de negros foragidos.
A criação de gado no começo era feita para atender as necessidades do engenho, com a expansão dos canaviais, a atividade torno-se importante e passou a ser desenvolvida no sertão nordestino por homens livres que promoveram o povoamento do interior. 
Desde a primeira metade do século XV, os negros eram capturados e obrigados a trabalhar nas plantações do sul de Portugal, nas minas da Espanha e nos serviços domésticos em geral, inclusive na França e Inglaterra.
Os africanos foram trazidos para o Brasil logo no início da colonização. Entre as razões da escravização dos africanos, podemos apontar a alta lucratividade que o tráfico oferecia aos portugueses, combinada com a dificuldade em escravizar o indígena. 
O negro escravizado tornou-se a base da pirâmide social brasileira, pois chegou a constituir 40% da população local e tornou-se indispensável para a vida econômica da Colônia.
A organização do escravismo no Brasil foi cuidadosamente pensada: os escravos eram trazidos de uma terra distante para que, além de não terem como voltar, não tivessem facilidade de fuga (não conheciam o território); eram separados de suas famílias e agrupados para terem dificuldade de comunicação, por causa das diferentes línguas africanas. Os principais grupos que vieram para o Brasil pertenciam aos grupos: bantos, iorubas, malês, geges, minas etc.
Estima-se que, durante todo o período colonial, tenham chegado à América portuguesa cerca de dois e meio a três milhões de cativos africanos.Tinham uma vida amarga e penosa, trabalhavam de sol a sol. Um africano aqui chegado durava, em média, de sete a dez anos. Cerca de 40% dos negros morriam durante a viagem dentro dos porões dos navios negreiros (tumbeiros).
Os escravos faziam de tudo, eram “mãos e pés do senhor de engenho”. A cada ano o senhor comprava mais algumas “peças” que eram distribuídas pelos diferentes serviços. 
 Os negros (ladinos) que se adaptavam a nova situação tornavam-se caldeireiro, tacheiro, carpinteiro etc.
 Os escravos costumavam ter um dia na semana para plantarem para si: a base de sua alimentação era a mandioca.
 A resistência acontecia na fuga das fazendas e na formação dos quilombos, aldeias de negros foragidos que tentavam reconstituir nas matas brasileiras sua vida africana. Cada quilombo era uma “Angola janga”, isto é, uma pequena Angola. 
O quilombo mais conhecido foi sem dúvida o dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, hoje estado de Alagoas.Estima-se que viviam em Palmares entre 20000 e 50000 pessoas, negros , além de brancos foragidos da justiça, mulatos livres e índios. Cultivavam milho, mandioca, feijão, batata-doce, banana e cana-de-açúcar. Palmares desenvolveu-se tanto que seus habitantes até iniciaram um pequeno comércio com aldeias próximas, ligadas à colonização portuguesa.
É assim que o negro se integra a sociedade colonial: são as “peças de ébano” que enriquecem os traficantes; são os “fôlegos vivos”que estendem os canaviais dos seus senhores; são os “pretos de ganho”dando renda aos que alugam.
As justas reações contra a violência dessa ordem opressora eram punidas com torturas variadas: os rebeldes eram colocados no tronco ou no viramundo ( pequeno instrumento de ferro que prendia pés e mãos dos escravo); ou açoitados com o bacalhau (chicote de couro cru), tendo depois os seus ferimentos salgados. 
Casos considerados mais graves eram punidos com a castração, a amputação de seios, a quebra de dentes - a martelo; e o emparedamento vivo. 
A escravidão só foi formalmente extinta no Brasil em 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea. 
Em algumas regiões,mesmo sendo proibido, continuou a existir trabalho escravo. Houve resistências,disputas entre fazendeiros e políticos na passagem do trabalho escravo para o trabalho livre e assalariado.
A escravidão deixou como herança a marginalização do negro, a discriminação e as idéias racistas que ainda predominam no nosso convívio social. A religiosidade foi considerada pagã, primitiva e dedicada aos demônios.Os negros fizeram com que seus deuses se confundissem com os santos católicos e introduziram a sociabilidade negra dentro dos templos do colonizador.

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