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Monetarismo: Teoria e Prática

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
Núcleo: Farroupilha
Disciplina: Fundamentos de Economia
Profe: Gilberto Luiz Brandalise
FABIANO PEGORARO
GABRIELA DE OLIVEIRA
LUCIANA VETTORAZZI
MARISTELA CARBONERA
MATEUS LOVAT
 PATRÍCIA FARIAS ZAPAROLI
SUSANA DA CRUZ
 
MONETARISMO
FARROUPILHA
2014/2
CONCEITO
O monetarismo é uma teoria econômica que defende que é possível manter a estabilidade de uma economia capitalista através de instrumentos monetários, pelo controle do volume de moeda disponível e de outros meios de pagamentos. O monetarismo se apoia na chamada teoria quantitativa da moeda, tirando conclusões a partir desta teoria para a política monetária mais adequada. Ou seja, a inflação, para esta corrente do pensamento econômico, é causada por um excesso de moeda em circulação.
A escola monetarista fez suas proposições serem ouvidas no meio acadêmico e político, influenciando bancos centrais – BC’s –, governos, universidades, entre outros. Porém, nós dias atuais pouco se fala do monetarismo e poucos são os economistas que se dizem monetaristas. O monetarismo é um corpo teórico constituído nos anos 1950 e desenvolvido nos 30 anos seguintes, principalmente nos EUA e na Inglaterra, com a intenção de contestar o Keynesianismo e as políticas intervencionistas, ideias que dominavam o pensamento econômico do pós-guerra. Os monetaristas fizeram isso defendendo a ideia de que a política monetária, deixada em segundo plano pelos keynesianos, exercia papel central na economia, sobretudo quando se pretendia alcançar a estabilidade macroeconômica. A regra sugerida por essa escola era o controle do crescimento do estoque de moeda, mais do que enfatizar a adoção de uma regra específica, o que o monetarismo enfatizava era a necessidade da existência de regras.
PRINCIPAIS AUTORES
Os personagens marcantes do monetarismo, ou seja, os economistas que ajudaram Friedman a contruir sua escola foram Allan Maltezer, Karl Brunner, Anna J. Schwartz, David Laidler, Phillip Cagan e até mesmo Edmund Phelps, ganhador do Prêmio Nobel em 2006. Mais recentemente autores como Edward Nelson, L.E.O. Svensson e R.W. Hafer defenderam o monetarismo em diversos trabalhos. Entretanto, sem nenhum questionamento, Milton Friedman foi o mais importante dos autores monetaristas.
Focando agora no monetarismo propriamente dito, ser monetarista na visão de Hafer (2001), é crer que variações na taxa de crescimento do estoque de moeda tem papel importante na economia. Mais do que isso, o autor afirma que o monetarismo é baseado na avaliação empírica quanto a existência de relações entre movimentos de moeda, dos preços e da renda. Já para o próprio Friedman, o monetarismo nada mais é do que a continuação da Teoria Quantitativa da Moeda (TQM). Em relação ao monetarismo de Friedman, Laidler (2007) não destacava o papel da moeda e que acreditava que a inflação era uma questão de custo, não um fenômeno monetário.
O SURGIMENTO
O monetarismo, liderado por Milton Friedman, surgiu nos anos 1950 como corpo teórico opositor ao keynesianismo. Uma de suas ambições principais era a de recuperar as proposições clássicas feitas antes da revolução keynesiana. O principal foco da escola era revigorar a Teoria Quantitativa da Moeda (TQM), uma identidade proposta por Irving Fisher em 1911, e que havia sofrido críticas de Keynes e seus seguidores.
AS REGRAS E O PAPEL ESTABILIZADOR DA POLÍTICA MONETÁRIA 
Friedman (1960) mostra como os monetaristas acreditavam que a política monetária deveria ser gerida. Primeiramente, Friedman propôs que o multiplicador monetário dos bancos comercias fosse abolido, pois só assim o controle da moeda por parte do BC seria totalmente eficiente em termos de estabilização. Caso o multiplicador não fosse abolido, ou ao menos controlado, a política monetária não teria tanto efeito porque parte da moeda seria criada pelo setor privado. Todavia, ao abolir o multiplicador dos BC’s teriam ainda mais poder sobre a política monetária, o que de um lado seria positivo, dado que traria mais capacidade a autoridade monetária em termos de meios de alcançar a estabilidade, mas por outro lado seria negativo, já que um BC com grande poder em mãos pode gerar tanto estabilização quanto grande instabilidade, Friedman propôs que essa instituição adotasse regras para conduzir a política monetária e assim evitar a discricionariedade, que na visão dele era a fonte de desestabilização. Naquele momento Friedman estava propondo uma regra que controlasse o crescimento do estoque de moeda (regra monetarista), o texto seguinte afirma:
“Se não podemos alcançar nossos objetivos por meio de um padrão – ouro inteiramente automático nem por meio de ação livre de autoridades independentes (...). O único meio já sugerido e que parece promissor é tentar estabelecer um governo de lei, em vez de um governo de homens, por meio da legislação de normas para a direção da política monetária (...)”. FRIEDMAN, 1962, p.31
As questões levantadas em Friedman & Schwartz (1963) abriram caminho para Friedman explorar mais ainda os detalhes da política monetária, o que veio a ocorrer em 1968. Resumidamente, pode-se afirmar que Friedman (1968) ressalta o que a política monetária pode fazer o que ela não pode fazer e o que ela deve fazer. Além disso, o autor tentava mostrar qual deveria ser o papel dos BC’s na economia, Friedman (1968) afirma que o que a política monetária não pode fazer é garantir que a inflação e o desemprego sejam baixo ao mesmo tempo; segundo o texto a política monetária só pode afetar variáveis reais no curto prazo, o que consolida a ideia de que a moeda é neutra no longo prazo. Em relação ao que a política monetária pode, no longo prazo, Friedman (1968) afirma que ela não pode afetar as principais variáveis nominais da economia (taxa de cambio, inflação e estoque de moeda). Esses economistas acham, por exemplo, que se a quantidade de moeda e de crédito cai, como é o caso quando a político monetária é apertada e as taxas de juros são altas, a economia real e o desemprego aumentam de forma duradoura e ampla, com um custo social elevado.
Os críticos a essa visão mostram que a produção também pode aumentar, se houver créditos a taxas mais baixas de juros, contrabalançado as pressões de demanda e, então, não é preciso haver inflação sempre que há aumento de moeda ou crédito na economia. Por isso não concordam com a política monetária de taxas de juros altas para reduzir a moeda e o crédito na economia, porque isso cria problemas sérios para a produção e para o emprego.
	
O AUGE DO MONETARISMO (ANOS DE 1970)
Se nos anos de 1960 foram os que consolidaram a escola monetarista como uma das principais do pensamento econômico, os anos de 1970 foram os que transformaram o monetarismo na corrente dominante em economia. Já em Friedman (1970) fica claro isso, quando o autor afirmou que o monetarismo era uma contra-revolução na teoria monetária. Quase todos os principais eventos econômicos da década de 1970 ajudaram as ideias monetaristas da mesma forma que a crise de 1929 e a Grande Depressão dos anos 1930 foram importantes para as ideias keynesianas. 
A teoria das expectativas adaptativas de Cagan pressupõe que os agentes levam um dado tempo para de adequarem às condições do mercado e por isso cometem erros no curto prazo, erros esses que não ocorrem no longo prazo porque os agentes estarão, cedo ou tarde, totalmente adaptados às condições de mercado. Tal teoria dá subsídios a Friedman e Phelps para afirmarem que no curto prazo, com pouca informação, os agentes formam expectativas erradas e a partir disso fazem previsões erradas sobre a inflação; eles acabam assim sendo surpreendidos pela política monetária quando descobrem a verdadeira taxa de inflação. Como os agentes esperam uma dada inflação, eles firmam contratos de trabalho com salários ajustados a essa dada previsão da inflação. Quando percebem que a inflação é maior do que a prevista, surge o incentivo a ofertar mais. Quando percebem que a inflação é menor, o incentivo é no sentido oposto. No logoprazo, com toda informação, os agentes não erram suas expectativas e assim não cometerão erros de previsão. Sem o efeito surpresa, a política monetária acaba sendo neutra no longo prazo, afetando apenas as variáveis nominais.
REVENDO O MONETARISMO (2000)
Passadas as décadas em que o monetarismo surgiu, se consolidou, atingiu seu ápice, foi questionado e respondeu às criticas, é importante apresentar o que os economistas pensam atualmente sobre a escola e suas proposições. Essa seção se dedica a mostrar os estudos que reexaminam o monetarismo mais de 20 anos após a escola sofrer os principiais questionamentos.
De Long (2000) 
O autor começou a ser argumento fazendo um resgate do que para ele era o monetarismo antes de Friedman, afirmando que a TQM de Fisher fez parte do “Primeiro Monetarismo”. Antes do monetarismo clássico de Friedman, ainda existiu o “Velho Monetarismo de Chicago”, cujos expoentes foram Viner, Simons e Knight. Para De Long não se pode afirmar com certeza que essas pessoas e suas proposições formam uma escola do pensamento, pois eles não formalizaram nada, apenas expuseram suas opiniões e discursos, aulas e outras coisas do gênero. Mesmo sem ter base teórica, os ‘velho monetaristas’ acreditavam em uma relação entre velocidade de circulação da moeda e inflação. Eles também falaram que a moeda não era de fácil controle e que variações no multiplicador monetário trariam instabilidade a economia, assim como choques na oferta de moeda, chegando a conclusão de que as regras poderias ser o caminho para a estabilidade monetária, algo que seria visto com mais cuidado posteriormente por Friedman.
Hafer (2001)
Hafer, afirmou que a década de 1990 foi de grande crescimento e pouca inflação nos EUA, em uma época em que os BC’s usavam, e ainda usam a taxa de juros como variável de ajuste. Porém, usando o Fed como exemplo o autor mostrou que também se usou a taxa de juros como variável de controle nos anos de 1960 e 1970 e o resultado não foi tão bom, principalmente em termo de inflação. Foi a falha na política monetária baseada em juros nos anos 1970 que levou o Fed, e outros BC’s a usar o controle de estoque de moeda, proposição monetária, como forma de conduzir a política monetária para algo próximo do monetarismo foi fortemente influenciada pelas evidencias empíricas de que as propostas da escola funcionavam. Porem a política monetária durou pouco sob o argumento de que o crescimento do estoque de moeda não tinha comportamento usual esperado.
Friedman (2005)
Friedman discute as formas como combater a inflação as formas como não se deve combater a inflação, pois dependendo de como a inflação é combatida gera-se um problema maior do que a própria elevação no nível geral de preços. Para o autor seria pior forçar a estabilidade de preços do que permitir que a inflação acontecesse de fato, o argumento se baseia na visão monetarista de que os BC’s até os anos 1980 não assumiam a responsabilidade pela inflação fazendo com que a sociedade acreditasse que a inflação se originava no setor privado por conta de um problema de custo. Dessa forma o setor público acreditava ter legitimidade para forçar artificialmente o controle de preços e salários. Por esse motivo, afirma Friedman, não se atacava a real causa da inflação – o crescimento exagerado do estoque de moeda – fazendo com que a problema nunca se resolvesse e ainda se piorava a questão, pois diminuindo preços e salários se diminuem os custos de consumo e investimento que se soma a um excesso de moeda, chegando-se assim a uma situação em que as pessoas têm incentivo para gastar, pois os custos são baixos, e potencial para gastar, pois tem moeda em excesso. O resultado dessa situação é uma inflação ainda mais poderosa do que a que aconteceria se os preços e salários fossem mantidos em patamares mais elevados. Através desses argumentos o autor expunha o quão grave é o problema dos BC’s não admitirem, ou não aceitarem, que a inflação é responsabilidade deles.
Critérios de avaliação da política monetária, segundo Friedman:
Estado do emprego: a autoridade monetária não pode saber qual é a taxa natural, seja de juros, seja de desemprego, em função de sua instabilidade dinâmica. Portanto, não pode fixar a taxa de mercado, neste nível, e o emprego não pode ser critério para a política monetária.
Condições do mercado monetário: se a autoridade monetária responder a todas variações das taxas de mercado, colocará em encadeamento efeitos de longo prazo, que farão o ritmo de crescimento monetário  aleatório, e gerará instabilidade.
Taxa de juros nominal: considerações a respeito  da diferença entre as consequências imediatas e as atrasadas de determinada política explicam também porque as taxas de juros nominais são mal indicador de se a política monetária é “contracionista” ou “expansionista”.
Taxa de câmbio: estabelecida unilateralmente, na ausência de coordenação de políticas macroeconômicas dos principais Bancos Centrais, a taxa de câmbio é guia indesejado;
Taxa de inflação: a ligação entre a ação da autoridade monetária e o nível de preços, embora ocorrendo, é mais indireta que a ligação entre as decisões políticas dela e qualquer dos vários agregados monetários.
quantidade de moeda: a defasagem temporal e a magnitude do efeito são muito mais favoráveis a este último indicador; logo, a evolução de certo agregado monetário é o melhor guia para a política monetária.
Nelson (2008)
Nelson afirma que apesar de Friedman sempre ter sido a favor de regras de controle do estoque de moeda, suas criticas as regras alternativas diminuíram nos anos 1990, em parte pela surpreendente, na visão de Friedman, estabilização que essas regras promoveram a partir da metade dos anos 1980, em parte pela dificuldade de se definir o que é moeda a partir das inovações financeiras dos anos 1980. Porém, o episódio da crise japonesa no final dos anos 80 – onde o estoque de moeda se estagnou após o crash da bolsa de valores e, assim, a economia japonesa também se estagnou – fez com que Friedman continuasse preferindo sua antiga regra.
Svensson (2008)
Svensson também faz uma releitura da visão de Friedman de que a inflação é puramente monetária. Para o autor a famosa frase de Friedman foi mal compreendida. Para ele, Friedman via uma correlação de longo prazo entre inflação e moeda, duas variáveis endógenas, mas não conseguia ver causalidade – não sendo possível indicar se quem causa inflação é a moeda ou o contrario. Nesse sentido Svensson ressalta a questão da importância de metas. Assim se for usado metas de inflação a frase de Friedman não faz sentindo, pois a relação causal partiria da moeda para inflação. 
Nelson & Schwartz (2008)
Para eles a adoção de regras monetárias, como o sistema de metas de inflação, é uma prova de que a visão de Friedman sobre a inflação é aceita pelos BC’s. Já sobre o fato dessa visão de Friedman predominar em meio a um ambiente em que não se usa mais a moeda como variável de ajuste para combater a inflação, os autores mostraram que a característica da proposição monetária de combater a inflação não é necessariamente usar moeda e sim usar a política monetária. 
CONCLUSÃO
	Retomando o que já foi dito ao longo do texto, o monetarismo surgiu como um corpo teórico com intuito de questionar a ortodoxia keynesiana dos pós-guerra nos anos 1950, liderada por Friedman, buscou dar mais fundamentos a TQM de Fisher, propondo uma nova teoria de demanda por moeda e retomando as discussões monetárias que haviam sido deixadas de lado pelo keynesianismo. Nos anos 1960 a escola se consolidou trazendo a tona questões como a importância de regras monetárias e o papel da política monetária. Os monetaristas concluíram que as regras eram forma de estabilizar a política monetária e que ao estabilizá-la estariam também estabilizando o nível de preços e, assim mais próximos da estabilidade macro. Na década seguinte a escola propôs a existência de uma taxa natural de desemprego, impossível de ser diminuída no longo prazo.
Contudo, o sucessomonetarista nos anos 1970 não se repetiu nos anos 1980. Basicamente cinco choques afetaram a escola entre as décadas de 1980 e 1990: o advento de modelos de expectativas racionais, o processo de desregulamentação financeira, o fracasso da regra de controle monetário, os modelos novo-keynesianos que deixavam moeda fora da discussão monetária e as novas regras monetárias que vieram para substituir a proposta de Friedman.
REFERÊNCIAS
Disponível em < http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/5906/63080100018 > Acesso em 02 abril 2014.
Disponível em < http://www.carlosescossia.com/2009/12/o-que-e-monetarismo.html  > Acesso em 02 abril 2014.
Disponível em < http://www.carlosescossia.com/2009/12/o-que-e-monetarismo.html%E2%80%8E > Acesso em 31 mar. 2014.
Disponível em < http://www.uje.com.br/gn/downloads/historiabr/19.htm > Acesso em 31 mar. 2014.

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