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APICULTURA E MELIPONICULTURA Cópia

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TEMA 10 - APICULTURA E MELIPONICULTURA
A Meliponicultura é assim como a Apicultura o nome dado a atividade de criação racional de abelhas, a única diferença está na espécie de abelha. No caso da Meliponicultura são criadas abelhas chamadas meliponíneos ou abelhas sem ferrão, nativas do Brasil e no caso da Apicultura são criadas abelhas de ferrão africanas, introduzidas no Brasil no período colonial.
A criação de abelhas é considerada uma estratégia para o desenvolvimento sustentável do território nacional e até mesmo mundial. É| uma atividade conservadora e uma das poucas no ramo da agropecuária que preenche todos os requisitos do tripé da sustentabilidade: o econômico porque gera renda para os agricultores: o social porque utiliza a mão-de-obra familiar no campo, diminuindo o êxodo rural; e o ecológico porque não se desmata para criar abelhas.
A exploração apícola mundial representa uma fonte importante de ocupação e na grande maioria dos países de terceiro mundo, é exercida em apiários familiares relativamente pequenos, onde a componente mão-de-obra familiar ou subcontratada representa um insumo importante para a atividade. Desta forma, complementa e beneficia as demais atividades da propriedade além de evitar queimadas e aumentar produção das culturas comerciais através da polinização.
As principais vantagens da criação de abelhas são:
As abelhas realizam um importante papel na natureza, que é o de polinização das espécies vegetais, contribuindo para o aumento da produção agrícola e garantindo a perpetuação das plantas.
O rápido retorno do capital investido 
 Dispensa a propriedade da terra – o apicultor pode implantar seu apiário em propriedades de terceiros.
Otimiza o potencial da terra – a apicultura é mais uma alternativa para diversificar as atividades da propriedade rural.
Ocupa mão de obra familiar – a base da apicultura brasileira é formada por pequenos apicultores familiares que possuem menos de 100 colmeias.
O mel, a cera, a própolis, a geleia real, o veneno, o pólen, a comercialização de colmeias e rainhas alcançam bons preços no mercado, permitindo lucros compensadores.
A quantidade de mel produzida no Brasil foi de 37,82 mil toneladas em 2015, representando uma redução de 1,7% em relação ao ano anterior. A última queda cabe observar, tinha ocorrido em 2012, quando a produção de mel foi fortemente afetada pela escassez de chuvas nas principais regiões produtoras.
A Região Sul é a maior produtora de mel e foi responsável por 37,3% do total nacional, seguida pelas Regiões Nordeste (32,6%), Sudeste (23,4%), Centro-Oeste (4,2%) e Norte (2,5%). A queda da produção ocorreu em três Grandes Regiões brasileiras – Sul, Norte e Centro-Oeste. O Sul do País, onde ocorreu a maior queda, tem como principais causas o excesso de chuvas que atingiu a região, diminuindo a visitação das flores, além de relatos de morte de abelhas ocasionados pelo uso de agrotóxicos em lavouras. A retração da produção só não foi maior devido ao aumento observado no Nordeste (16,6%), que ampliou sua participação na produção, mesmo com a seca que afetou os estados da região. O aumento registrado na produção de mel nordestino ocorreu principalmente na Bahia e no Piauí. O Sudeste também conseguiu um aumento da produção (1,5%), puxado por Minas Gerais e Espírito Santo.
As abelhas sem ferrão (Meliponini) são encontradas nas regiões tropicais e subtropicais do mundo todo, mas a maioria das espécies está localizada na América Tropical. E as abelhas Apis mellifera são nativas da Europa, parte da Ásia e África. São consideradas insetos sociais extremamente úteis ao homem e por isso foram introduzidas pelos colonizadores na América do Norte e na Austrália. As abelhas sem ferrão perfazem aproximadamente 300 espécies, sendo que a maioria é produtora de méis de grande reputação. Embora produzindo mel em menor quantidade, os meliponíneos têm o importante papel de fornecer um produto que se diferencia do mel de A. mellifera, principalmente no sabor diferenciado e no aroma, alcançando preços elevados no mercado. No Brasil, as chamadas abelhas-do-reino foram introduzidas em 1839, por determinação do imperador D. Pedro II, para que se pudesse utilizar a cera na fabricação de velas para ofícios religiosos e também aproveitar o seu mel.
É importante que a meliponicultura regional leve em consideração a região original de ocorrência da espécie, respeitando seus atributos ecológicos de melhor adaptação ambiental. Em cada região do país há espécies de ocorrência natural, bem adaptadas às condições locais e, portanto, as espécies mais adequadas à criação racional.
Os meliponíneos são animais silvestres, nativos do território brasileiro e, como muitos outros animais, possuem legislação específica que orienta o seu manejo. No Brasil, é a Resolução CONAMA no 346, de agosto de 2004, que disciplina a proteção e a utilização das abelhas sem ferrão. 
As vantagens da meliponicultura prendem-se a sua docilidade, dispensam indumentária e equipamentos sofisticados, e sua criação é de baixo custo operacional. Das colmeias é possível se extrair mel e cera, produtos valorizados no mercado nacional, bem como seus enxames. De forma geral, a criação de abelhas sem ferrão não ocupa muito tempo e pode gerar renda extra para as famílias, em especial para mulheres, jovens e idosos. As abelhas sem ferrão são insetos eussociais e freqüentemente nidificam em ocos de árvores, ninhos de térmitas ou formigas, em cavidades subterrâneas ou expostos em galhos.
A super-família Apoidea é formada por diversas famílias. Dentre as famílias, a que apresenta hábitos sociais mais avançados é a família Apidae, composta por quatro subfamílias: Apíneos, Meliponíneos, Bombíneos e Euglossíneos.
As abelhas da subfamília Meliponídea (Hymenoptera, Apidae), são as abelhas indígenas sem ferrão. Este nome é designado a elas por possuírem o ferrão atrofiado sendo, portanto, incapazes de ferroar. Estas ocorrem na América do Sul, na América Central, na Ásia, nas Ilhas do Pacífico, na Austrália, na Nova Guiné e na África. No Brasil, há cerca de 300 espécies de abelhas indígenas sociais.
As três primeiras subfamílias encontram-se em estado social mais avançado, e a quarta é formada, na grande maioria, por abelhas solitárias ou de hábitos sociais primitivos. Na subfamília Apíneos, encontramos as abelhas do gênero Apis melífera (principais raças introduzidas no Brasil A. m. melífera (abelha do reino ou preta), apis melífera ligustica (abelha italiana), apis melífera scutelata (abelha africana), apis melífera carniça (abelha carnica).
Antes da introdução dessas abelhas
Para vias de comparação, destacaremos algumas características destas abelhas que se diferenciam, principalmente, pela presença do ferrão:
Apis mellifera
A palavra “mellifera” quer dizer “carrega mel” e esta é a espécie produtora de mel mais conhecida. São abelhas grandes e escuras, com poucas listras amarelas. Possuem língua curta (5,7 a 6,4 mm), o que dificulta o trabalho em flores profundas. Produtivas e prolíferas, adaptam-se, com facilidade, a diferentes ambientes, propolisando com abundância, principalmente em regiões úmidas.
São famílias bem estruturadas, pois se protegem facilmente contra ataques de predadores e ação das intempéries, seja por meio de estruturas físicas (dentro dos buracos e ocos de árvores), seja pela presença de um grande número de abelhas operárias guardiãs. Em situações defensivas, estas abelhas atacam seus inimigos de várias maneiras. 
O ataque mais comum da Apis mellifera é utilizando um ferrão ligado a uma bolsa de veneno, que se localiza na extremidade do abdômen. Após a picada, o ferrão fica preso à pele e a bolsa de veneno permanece pulsando durante alguns minutos, injetando veneno. A abelha morre, pouco tempo depois, por hemorragia e pela perda de órgãos. 
A rainha
A abelha rainha é facilmente identificada pelo seu maior porte, e por ter um abdômen comprido. É encontrada com maior frequência nos favos centrais, onde se encontram as posturas mais recentes.
As operáriasAs abelhas operárias são menores que as rainhas, com patas mais curtas (menores que as dos zangões) e abdômen arredondado. Elas nascem nos alvéolos, a partir dos ovos fecundados das posturas da rainha. Fazem todo o tipo de atividade, sempre seguindo uma ordem de desenvolvimento das tarefas pela sua idade como: higiene, busca de alimento e água, coleta de pólen, néctar e resinas.
Os zangões (machos)
Os zangões não possuem ferrão. Eles nascem em células maiores que as abelhas operárias, obtendo em relação a essas, vantagem em seu tamanho. Apresentam função reprodutiva, o que acontece quando uma rainha se enfraquece ou morre, havendo o nascimento de uma nova princesa, que fará o voo nupcial e se transformará na nova rainha. Geralmente, são mantidos na colmeia, em pequeno número, e expulsos nas épocas de escassez de alimento.
Meliponinae
A subfamília Meliponinae distribui-se em duas tribos, Meliponini, formada apenas pelo gênero Melipona, encontrado, exclusivamente, na região Neotropical (América do Sul, Central e Ilhas do Caribe), e Trigonini, que agrupa um grande número de gêneros e está distribuída em toda a área de distribuição da subfamília. 
As principais Meliponini que habitam o Brasil são:
-Uruçu do nordeste (Melipona scutellaris);
-Mandaçaia (Melipona quadrifasciata);
-Tiúba (Melipona compressipes);
-Jandaíra (Melipona subnitida) e outras.
Entre as Trigonini citamos a Jataí (Tetragonisca angustula), a mais comum no Estado de São Paulo e que produz mel de excelente qualidade.
Existe uma grande diferença entre as abelhas indígenas sem ferrão e as Apis melliferas que vimos anteriormente. Os favos ou células das abelhas Apis são construídos no sentido vertical, justapostos, enquanto que das abelhas sem ferrão são feitos horizontalmente, estilo assobradado. As Meliponinae depositam o pólen nas células, misturando-o com mel. Depois que a rainha deposita os ovos, as células são fechadas e logo que as larvas nascem, já encontram alimento suficiente para se desenvolverem e tornarem-se adultas. 
Outra diferença marcante: As melíponas armazenam seu mel, em potes, diferentemente das Apis, que o armazenam em favos.
Independente da espécie, as Meliponinae são insetos sociais, isto é, vivem em colônias constituídas por um grande número de abelhas operárias, que realizam a construção e a manutenção da estrutura física da colmeia, a coleta e o processamento do alimento, e a proteção da cria. Vivem em média 30 a 40 dias, sendo brancas ao saírem dos favos, escurecendo com o passar do tempo. 
A rainha, quando fecundada, apresenta o ventre bem dilatado, podendo ser detectado a olho nu. Geralmente, habita a área de cria, circulando por entre os favos. As rainhas, nos meliponídeos, são incapazes de voar, havendo poucos relatos de sua fuga.
Os machos, que são produzidos geralmente nas épocas de abundância em alimentos, com a presença de células reais (mostrando que, em breve, haverá a fecundação de rainhas virgens), podem realizar algumas tarefas dentro da colmeia, mas a principal função é a fecundação das rainhas durante o voo nupcial. Após o acasalamento, os machos são enxotados dos cortiços. Os mais insistentes são inutilizados. Os machos são menores e não possuem corbícula.
Enxameação
O processo de multiplicação dos Meliponídeos é lento. Após localizar uma cavidade adequada, as operárias transportam material da colmeia mãe para fundar a estrutura do novo ninho. Após tudo pronto, a rainha virgem sai da colmeia mãe para realizar o voo nupcial com apenas um macho. Após fecundada, ela assume o novo ninho iniciando a postura.
Biologia
Os meliponíneos e as abelhas melíferas (Apis mellifera) constituem o grupo das abelhas eussociais avançadas, que se caracterizam por formarem ninhos perenes, com uma única fêmea fértil e ativa (a rainha), numerosas operárias que cuidam do ninho e machos reprodutivos.
Ninhos
Os meliponíneos possuem ampla diversidade de locais de nidificação, mas a maioria das espécies depende de árvores vivas para construção dos ninhos, que mostra a importância da manutenção das florestas para a sobrevivência dos meliponíneos. Além disso, os meliponíneos utilizam as árvores tanto para construção dos ninhos como para coleta de recursos alimentares, o que os torna muito suscetíveis à fragmentação das florestas. Em algumas espécies os ninhos são subterrâneos, localizados em buracos no solo, geralmente em ninhos abandonados de formigas ou de cupins ou entre espaços de raízes de plantas mortas. Os meliponíneos constroem seus ninhos com materiais que podem ser obtidos na natureza como as resinas vegetais (própolis), o barro, fibras vegetais, sementes etc. Outros materiais utilizados na construção são produzidos ou processados no interior da colônia como a cera, cerume (consiste de células de cria e potes de armazenamento de polén e mel), batume e o geopropólis. 
As arquiteturas dos ninhos dos meliponíneos são consideradas as mais complexas entre as espécies de abelhas. Os ninhos são muito diversificados quanto à estrutura, entretanto, apresentam um padrão base (Figura 8), constituído principalmente pela área de cria e os potes para armazenar alimento (mel e pólen) e por estruturas auxiliares como a entrada e túnel de ingresso, invólucro e o batume. O alimento, mel e pólen são armazenados em potes separadamente, cuja localização no ninho pode variar entre as espécies, mas de modo geral estão posicionados na periferia do invólucro da área de cria. 
A área de cria é o coração do ninho e está localizada geralmente no centro da cavidade de nidificação (Figura 14 B). Esta área contém o favo, que é formado por células de cria que são utilizadas somente uma vez nestas abelhas. As células de cria são construídas com cerume e podem estar justapostas umas às outras, formando favos compactos, dispostos normalmente como se fossem pilhas de pratos horizontais, às vezes helicoidais (em forma de escada). Em alguns casos as células de cria se apresentam em forma de cachos (Figura 15 C). A principal característica das abelhas sem ferrão é a alimentação líquida depositada nas células de cria pelas operárias, e a oviposição da rainha nestas células, com um ovo perpendicular ao alimento larval (Figura 16). As células de cria são fechadas com o alimento e ovo. Assim, o desenvolvimento ocorre todo nesta célula (ovo, larva, pré-pupa, pupa e adulto). Os favos geralmente são circulares, mas podem tomar qualquer forma, dependendo do espaço existente. Após a emergência do adulto, as células são destruídas pelas operárias (Nogueira- Neto, 1997; Venturieri, 2008; Roubik, 2006; Michener, 2013). Durante o manejo da colmeia deve-se evitar danificar os favos de cria. A presença de células de cria em construção indica que a rainha fecundada está em atividade de postura.
A Apis melífera normalmente nidifica em locais fechados e escuros como ocos de arvores e cavidades de rocha, onde constroem vários favos. Os favos são construídos com cera das abelhas, dispostos paralelamente, e são formados por células chamadas de alvéolos de formato hexagonal, que são utilizadas pelas abelhas para estocarem alimento, mel e pólen e na criação de sua prole. As crias ficam na região central da colmeia e dos favos e os alimentos na periferia. Os alvéolos são construídos em dois tamanhos: no menor, a rainha faz postura de ovos de operária; já nos maiores, são feitas posturas de ovos de zangões.
Castas: 
Rainha:
Nos meliponíneos, assim como em outros insetos sociais, existem dois sexos (fêmeas e machos) e entre as fêmeas duas castas (rainha e operárias). As fêmeas são originadas a partir de ovos fecundados enquanto os machos de ovos não fecundados, produzidos por rainhas ou por operárias. Normalmente uma colônia possui apenas uma rainha poedeira, mas existem exceções (ex. guaraipo pode ter mais rainhas poedeiras) (Figura 20). A rainha poedeira é responsável pela postura dos ovos e coesão da colônia. As rainhas não fecundadas são chamadas de virgens ou princesas (Figura 19) e estão sempre disponíveis nas colônias para uma eventualsubstituição da rainha poedeira em caso de morte, mas também podem sair com o ninho novo no caso de enxameação.
Nas abelhas sem ferrão, de modo geral, rainhas virgens podem ser produzidas durante todo ano (existem épocas em que são produzidas em maior número) e o destino destas rainhas varia de acordo com a necessidade e as condições da colônia (podendo ser eliminadas pelas operárias ou fecundadas) (Nogueira- Neto, 1997). Em algumas espécies, rainhas virgens podem ser aprisionadas em potes vazios ou em construções de cerume conhecidas como câmaras ou prisões (Figura 19). O aprisionamento é utilizado para manter rainhas virgens de reserva, caso ocorra necessidade de substituição e para protegê-las da agressividade das operárias.
PRODUÇÃO DE RAINHAS NAS ESPÉCIES DE MELIPONA – Nestas espécies , as rainhas são geralmente menores ou do mesmo tamanho que as operárias e machos e todos os indivíduos são produzidos ou criados em células de cria de mesmas dimensões. A formação das rainhas é devido a um mecanismo genéticoalimentar. PRODUÇÃO DE RAINHAS NAS OUTRAS ESPÉCIES DE MELIPONÍNEOS – Nas outras espécies (jataí, tubuna, mirins, vorá, bieira, irapuá, etc) os estudos mostram que a quantidade de alimento é decisiva para o desenvolvimento das rainhas. As rainhas destas espécies são produzidas em células de tamanho maior que as células comuns e as larvas que se desenvolvem neste tipo de célula recebem mais alimento. Essas células diferenciadas são denominadas de realeiras ou células reais e localizam-se geralmente na periferia do favo de cria.
Na apicultura, Apesar de ser chamada de mãe, por gerar novos indivíduos no enxame, a rainha não cuida das crias, nem ao menos alimenta as larvas, sendo esta tarefa de responsabilidade das operárias jovens. A abelha rainha secreta, através de suas glândulas mandibulares, uma substância denominada de “substância de rainha” que se espalha pelo seu corpo e se propaga para todas as abelhas da colônia através do constante contato entre operárias e rainha. Essa substância desempenha as seguintes funções: coesão das abelhas, atração de zangões durante a cópula, manutenção da unidade do enxame durante a enxameação, inibição da produção de uma nova rainha e também do desenvolvimento ovariano das operárias. Em situação normal cada colméia possui apenas uma rainha que, para ser fecundada, realiza um ou mais vôos nupciais, podendo ser fecundada por vários zangões (10 a 20) em vôos, que se realizam com maior freqüência entre as 13 e 17 horas, a uma altura de 8 a 20 metros do solo. A rainha é fecundada sempre fora da colméia pelos zangões que se reúnem em um determinado local, denominado de área de congregação de zangões que, ao sentirem o odor da princesa passam a perseguí-la e, ao alcançá-la, realizam o acasalamento. O vôo nupcial ocorre entre 9 a 12 dias de idade adulta da rainha. Cinco a seis dias após a fecundação, inicia-se a postura, podendo pôr de 1.500 a 2.000 ovos por dia, em condições de grandes floradas. Normalmente a rainha põe somente um ovo em cada alvéolo ou célula.
Zangões: na apicultura os machos da colônia são maiores do que as operárias. Em ambas a função não apresentam estruturas específicas para o trabalho e sua função na colmeia é fecundar a rainha e, após, morrem, por perderem parte dos seus órgãos sexuais, os quais ficam presos na genitália da rainha.
Operárias - São responsáveis pelos trabalhos realizados na colônia como o cuidado com a cria, produção de cera, construção das estruturas do ninho, limpeza, desidratação do néctar, defesa e coleta de materiais. Na apicultura, observa-se que na ausência de rainha algumas operárias desenvolvem seus ovários e realizam postura. Contudo, como elas não foram fecundadas destas posturas só originarão zangões, que serão menores que os produzidos por rainhas, uma vez que foram criados em células de operárias. Estas operárias poedeiras são chamadas de abelhas zanganeiras e as colméias, nesta situação denominadas, de colméias zanganeiras. As operárias após os 21 dias de idade dão início a atividades de coleta de alimento no campo. Elas visitam as flores e delas coletam o néctar – fonte de açúcares e o pólen, fonte de proteínas, minerais, óleos e vitaminas. Para transportar estes alimentos até a colméia, as abelhas ao longo do tempo sofreram certas adaptações, como por exemplo, a presença da corbícula que serve para transportar o pólen, e o estômago ou papo de mel, estrutura localizada no abdômen que tem a função de transportar o néctar e a água.
No período de vida adulta, entre o 1º dia até a morte, a abelha operária desempenha as seguintes funções:
1º ao 3º dia – realizam a limpeza dos alvéolos e aquecimento das larvas, sendo chamadas de faxineiras.
• 4º ao 12º dia – preparam o alimento para as larvas e produzem a geleia real, sendo chamadas de nutrizes.
• 13º ao 18º dia – são responsáveis pela produção de cera, construção de favos e puxada das realeiras, sendo chamadas de engenheiras.
• 19º ao 20º dia – desenvolvem a função de guardas na entrada da colmeia, sendo chamadas de sentinelas.
• 21º dia em diante – realizam os serviços de campo, coletando e transportando o néctar, a água, o pólen e a resina para produção da própolis, sendo chamadas de campeiras.
As fases de desenvolvimento das abelhas melíferas são: ovo, larva, pupa e adulto. Os estágios imaturos da abelha (ovo, larva e pupa) são denominados de crias. Os ovos fecundados podem dar origem tanto à rainha como à operária (fêmeas), enquanto que aqueles não fecundados originam zangões (machos). Os ovos fecundados e os não fecundados passam por um período de incubação de três dias. Após esse período, dá-se o nascimento das larvas, que serão alimentadas com geleia real até o terceiro dia de vida, sendo que aquelas que serão futuras rainhas receberão alimentação com geleia real durante toda a fase de larva. As larvas que originarão as operárias e zangões receberão uma alimentação à base de mel, pólen e água a partir do quarto dia de vida.
Quando os favos de cria encontram-se na fase de ovo até a pré-pupa, eles possuem a coloração mais escura e são denominados de cria nova ou cria verde (Figura 24B). Entretanto, quando os favos estão na fase de pupa até a abelha adulta possuem coloração mais clara, são mais velhos e são chamados de cria madura ou cria nascente (Figura 24A). Essa distinção entre os favos pelo meliponicultor também é muito importante no processo de divisão da colônia na prática da meliponicultura. Os favos mais claros, além de serem mais resistentes à manipulação evitam o escorrimento do alimento larval e subsequente infestação por forídeos, proporcionando fornecimento quase imediato de abelhas jovens que irão auxiliar no estabelecimento da colônia recém-formada.
Repdodução:
As abelhas sem ferrão também apresentam algumas diferenças em relação às abelhas melíferas. Entre elas podemos citar a enxameagem reprodutiva. Nas abelhas melíferas, a rainha mãe cessa a postura, diminui sua fisogastria (tamanho do abdômen) e voa com parte das operárias para fundar um novo ninho. Não há comunicação entre a colônia mãe e a colônia filha. O processo é muito mais lento e demorado nas abelhas sem ferrão. A rainha mãe fica no ninho, enquanto quem parte com as operárias é uma rainha virgem. Esta rainha fará seu voo nupcial para se acasalar e, logo após, se estabelecer no novo ninho. Entretanto, o contato entre a colônia filha e a colônia mãe permanece por aproximadamente 40 dias, e as operárias da colônia filha podem levar material de construção de ninho (cerume) da colônia mãe, durante este período.
Geralmente a enxemeação nos meliponídeos ocorre quando há superpopulação da colônia e está associada à boa oferta de alimento (néctar e pólen) no ambiente. Diferentemente da abelha melífera, em que o enxame sai de uma vez e não retorna mais à colônia-mãe, as operárias das abelhas sem ferrão dividem a colônia progressivamente (Quadro 4). Quando uma colônia está para se dividir, as operárias da colônia mãe voam em busca de um local adequado para construção do novoninho. Uma vez encontrado o local, iniciam a vedação das frestas e a construção da entrada do ninho característica da espécie. Depois disso, as operárias transportam cerume, alimento e própolis da colônia-mãe para a colônia-filha. Como a matéria-prima para construção do novo ninho é proveniente da colônia original, colônia–mãe e colônia-filha permanecem vinculadas por um período de tempo variável conforme as espécies e as condições ambientais (15 dias a alguns meses). Quando estabelecido o novo ninho, com um número suficiente de operárias, uma ou mais rainhas virgens deslocam-se da colônia–mãe e uma delas será fecundada retornando ao novo ninho já estabelecido (Figura 25). Muitas vezes a enxameação pode ser constatada devido à presença de um grande número de machos voando (nuvem de machos) em frente ao novo ninho que está sendo estabelecido, provavelmente atraídos pelos feromônios produzidos pelas princesas (Figura 26). É importante lembrar que nuvens de machos em frente à entrada dos ninhos também ocorrem nos ninhos já estabelecidos por ocasião da substituição da rainha mãe por uma de suas filhas.
RELAÇÃO ENTRE COLÔNIA-MÃE E COLÔNIA-FILHA EM MELIPONÍNEOS - A estreita relação entre a colônia-mãe e a colônia-filha nos eventos naturais de reprodução (enxameação) dos meliponíneos impede que elas se dispersem para grandes distâncias e quando a colônia nova se estabelece em um substrato de nidificação (oco de árvore, por exemplo), ela ali permanece até o fim do seu ciclo de vida, pois a rainha fecundada perde a capacidade de voar.
Materiais apícolas, povoamento e transporte de colmeias
Alojamentos naturais
As abelhas em seu “habitat” natural constroem seus ninhos em ocos de árvores, formigueiros, cupinzeiros, fendas de pedras e outras cavidades. Esses alojamentos naturais nem sempre atendem à biologia da abelha, em termos de desenvolvimento da família. Quando se consegue retirar mel dos
enxames alojados nesses ambientes naturais, terá que ser espremido nos próprios favos, diminuido assim a sua quantidade e afetando diretamente a qualidade do produto.
Colmeias rústicas
São caixotes sem dimensões padronizadas utilizadas para criar as abelhas. As colmeias rústicas por serem construídas de forma artesanal, são de baixo custo (Figura 3.1 a; b). No caso da criação de abelhas em colmeias rústicas, a produção é pequena e o produto é de péssima qualidade, pois o mel ele é obtido espremendo-se os favos que são recortados e removidos das colmeias.
Desvantagens das colmeias rústicas:
não permite examinar o seu interior;
• não permite a realização das revisões;
• não possibilita o controle da enxameação; e
• os favos não podem ser centrifugados.
Colmeia racional
Na apicultura racional, as colmeias ocupam um lugar de destaque. Elas são peças fundamentais na prática da criação de abelhas. Com o desenvolvimento de peças móveis, permitiu-se a exploração dos produtos apícolas de forma contínua e racional, sem dano para as abelhas.
A colmeia Langstroth é o modelo indicado pela Confederação Brasileira de Apicultura. Foi idealizada em 1852 por Lorenzo Lorraine Langstroth, que descobriu o “espaço abelha”, medida que estabeleceu o espaço exato para o trânsito e trabalho das abelhas dentro da colmeia. Esse espaço deve ser de no mínimo 6,00 mm e no máximo 9,00 mm. Se menor, impede o livre trânsito das abelhas;
se maior obstruído com própolis ou construção de favos. Fazem parte da colmeia o fundo, ninho, melgueiras, tampa e quadros. E como itens acessórios : tela excluidora (permite apenas a passagem das abelhas operárias, sendo utilizada entre o ninho e a melgueira para impedir o acesso da rainha e dos zangões à parte superior do conjunto), Tela excluidora de alvado: é a tela que é utilizada na entrada da colmeia (alvado), para evitar a saída da rainha em um eventual abandono, Tela de transporte: tem a finalidade de permitir a ventilação do interior da colmeia, evitando a morte de abelhas durante o transporte, Redutor de alvado: é uma peça de madeira utilizada para reduzir a abertura de entrada da colmeia (alvado). Esse redutor pode ser utilizado em épocas de temperaturas baixas, para facilitar o trabalho das abelhas na termorregulação do ninho; em períodos de entressafra, para minimizar a possibilidade de saque por outras abelhas; e em enxames fracos, para quantidade menor de abelhas, que têm mais dificuldade de defender a família.
Vantagens da colmeia Langstroth:
• facilita o manejo;
• favorece a alta produção de mel;
• possibilita a centrífugação dos favos e seu reaproveitamento; e
• possibilita a produção de mel de boa qualidade
As colmeias devem ser pintadas somente da parte externa com tinta de boa qualidade, esmalte sintético e em cores claras. A pintura feita dessa maneira, conserva a colmeia por mais tempo, chegando a durar 20 anos. As cores claras são visíveis às abelhas e refletem o calor, facilitando o controle da temperatura interna.
A utilização de colmeias modulares é crescente entre os meliponicultores. Esse modelo de colmeia proporciona maior sucesso no manejo, tanto na coleta de mel onde é possível retirar apenas o módulo específico da melgueira, como também pela facilidade que oferece na divisão dos enxames. Nesse tipo de colmeia, o ninho (favos de cria) fica em módulos a ele destinado (ninho e sobreninho) separando-os dos potes de alimentos que ficam em módulos denominados melgueiras, oferecendo dessa forma, maior proteção à rainha e mínima perturbação aos favos de cria . Além disso, oferece maior acesso aos potes de alimento e possibilita a retirada e o transporte só da melgueira, preservando o ninho dos riscos e impactos do transporte.
Entre os meliponíneos há uma grande variabilidade no tamanho dos ninhos e das abelhas, no comportamento e na adaptabilidade ao ambiente. A escolha de um modelo único de colmeia para todos as espécies é inviável, sendo necessário ajustes que dependerão da biologia de cada espécie de meliponíneo. A colmeia ideal é aquela que é compatível com a espécie de abelha, com o clima da região e objetivo da criação. O objetivo das colmeias é facilitar o manejo com as abelhas, proporcionando às mesmas um ambiente semelhante ou melhor do que aquele em que viviam antes da captura, e ao mesmo tempo, manter a qualidade do mel. 
Vários modelos de colmeias já foram testados e descritos em diferentes regiões do país. A padronização das colmeias auxilia no manejo, tanto para a coleta de mel quanto para multiplicação dos ninhos (Venturieri, 2008). A colmeia modular é um dos modelos mais indicados para a meliponicultura
por facilitar a divisão da colônia e a colheita do mel. Neste sistema de caixa, as abelhas são induzidas a estocar o mel em melgueiras, localizadas acima do sobreninho.
Indumentária e equipamentos
Indumentária
Para se trabalhar com as abelhas africanizadas, o apicultor deve utilizar a indumentária que tem por a finalidade protegê-lo de eventuais ferroadas e dar condições para uma prática segura desta atividade. A indumentária é composta por uma máscara, um macacão, um par de luvas e um par de botas.
Equipamentos
O manejo das abelhas africanizadas exige equipamentos específicos para as diferentes tarefas. Esses equipamentos contribuirão para o manejo correto, de forma a garantir a produção racional dos diversos produtos apícolas e a segurança de quem está manejando as colmeias e das próprias abelhas.
São eles:
Fumigador: equipamento responsável pela produção e suprimento da fumaça, sendo essencial para um manejo seguro com as abelhas africanizadas. A fumaça deve ser fria, sem faísca e continua. A fumaça é considerada a principal arma do apicultor. Tem a finalidade de reduzir temporariamente a agressividade das abelhas.
Formão: equipamento com formato de espátula, indispensável no manejo das colmeias. É utilizada para desgrudar e levantar a tampa da colmeia, soltar os quadros, raspar a própolis e auxiliar na limpeza da colmeia.
Vassourinha: também conhecido como espanador, é empregado para remover ou varrer as abelhas dos favos e deoutras partes da colmeia sem machucá--las. É feito de crina animal ou sintético.
Carretilha: é um equipamento feito com uma empunhadura de madeira e uma peça metálica com uma roda denteada na extremidade . É utilizada para fixar a placa de cera alveolada no arame do quadro.
Esticador de Arame: é um equipamento de metal que tem como finalidade esticar o arame do quadro. O arame deve ficar bem esticado, porque será a base do favo que as abelhas irão construir a partir placa de cera alveolada.
Pegador e levantador de quadros: é um equipamento que serve ao mesmo tempo como espátula e para levantar e tirar os quadros da colmeia. Além de facilitar o manuseio dos quadros da colmeia, este equipamento diminui o risco de esmagamento das abelhas operárias.
Garfo e Faca desoperculadora: é um equipamento utilizado para a desoperculação dos favos de mel maduro antes da centrifugação
Mesa desoperculadora: é um equipamento utilizado para dar suporte à desoperculação dos favos de mel
Peneira: é o utensílio utilizado para retirar as partículas presentes no mel oriundas do processo de desoperculação e centrifugação
Balde: recipiente destinado ao recebimento do mel desoperculado e centrifugado. Serve de suporte para as peneiras e para o transporte do mel até o decantador.
Centrífuga: equipamento destinado à extração de mel dos alvéolos através da força centrífuga, sem provocar danos aos favos de mel para que possam ser reaproveitados (Figura 3.23). Assim, aumenta a chance de aproveitar melhor a florada e produzir mais mel. 
Decantador: é um tanque onde o mel centrifugado é deixado para descansar ou decantar para separação das impurezas por suspensão. O mel fica no decantador por um período de 72 a 120 horas. 
Localização e Instalação de Apiários e meliponários
Meliponários
É chamado de meliponário o local onde são instaladas as colmeias de meliponíneos. É diferente de apiário, onde são instaladas as caixas das abelhas africanizadas. Não existe um padrão para definir um bom meliponário. As condições específicas de cada localidade e a criatividade do produtor definem a busca pelos seus principais objetivos: dar conforto para as abelhas e facilitar o trabalho do meliponicultor.
Um aspecto importante a ser considerado é que as colmeias de abelhas nativas devem estar sempre em locais sombreados. Podem tomar um pouco de sol pela manhã, mas deve-se evitar incidência direta de sol a partir das 9h. Podem coletivos ou com suportes individuais.
Apiário é a denominação de um conjunto de colmeias devidamente instaladas em uma área geográfica. Os apiários podem ser destinados à apicultura fixa, quando são construídos para receberem colmeias que permanecerão definitivamente na área, ou destinados para a apicultura migratória, quando recebem colmeias apenas durante um determinado período do ano, para exploração de floradas específicas. 
Para assegurar a melhor localização e a instalação acertada dos apiários é necessário que o apicultor observe alguns itens como: as floradas da região; disponibilidade de água; facilidade de acesso; segurança das pessoas e animais nas proximidades; distância entre apiários; sombreamento e ventos; número de colmeias por apiário e distribuição das colmeias no apiário.
Povoamento de colmeias:
Povoar uma colmeia significa obter enxames e situá-los em colmeias racionais para exploração de seus produtos. Pode-se obter enxames de várias formas. A seguir serão apresentadas algumas delas:
1-Compra de Enxames:
2-Caixas-Isca:
-Recomendações: observar as caixas-isca de 10 em 10 dias e recolher para o apiário aquelas já povoadas, transferindo-as para a colméia definitiva. Se for um enxame pequeno, deve-se fazer a união com outro enxame fraco, originando uma família forte.
-Vantagens:
-Geralmente são as colméias que se desenvolvem mais rapidamente;
-Desvantagens:
-Não se tem controle sobre a qualidade genética do enxame;
3- Captura de enxames:
-Vantagens:
-Baixo custo;
-Minimiza competição entre abelhas do apiário e da mata;
-Tipos de Enxames para Captura:
1. Captura de Enxame Não-Nidificado:
	-As abelhas se apresentam em cachos e estão de passagem, por isso devem ser capturados assim que localizados;
	-As abelhas estão procurando ‘casa’, no entanto, o apicultor deve oferecer o melhor abrigo possível para que o enxame se estabeleça;
	-Como fazer a Captura: deve-se retirar 4 a 5 quadros da colméia, aproximar a caixa por baixo do aglomerado de abelhas e com um golpe ‘seco’ fazer o enxame cair dentro da caixa e esperar as abelhas se acomodarem na caixa. Observar se há operárias batendo as asas sem voar e com o abdômen levantado sinalizando que a rainha já se acomodou dentro da colméia. Completa-se a colméia com os quadros retirados, sendo interessante colocar um quadro de outra colméia contendo mel e ovos de crias. Deve-se colocar a tela de transporte e fechar o alvado. Também deve-se colocar tela excluidora no alvado, evitando a saída da rainha. Transfere-se a colméia para o apiário, devendo-se ter maiores cuidados nos primeiros dias. 
2-Captura de Enxame Nidificado:
	-As abelhas apresentam-se alojadas em locais naturais com seus favos construídos;
	-A captura é mais trabalhosa e exige maior habilidade do apicultors.
	-Material Necessário para Captura: vestimentas, fumigador, colméia e quadros vazios, faca, barbante e gaiola de transporte para a rainha.
	-Como fazer a Captura: primeiramente deve-se aplicar fumaça por 2 a 3 minutos, depois abrir a cavidade onde se encontra o enxame, expondo os favos. Corta-se os favos de cria, os encaixa nos caxilhos vazios e amarra-se com barbante. Caso encontrar a rainha deve-se prende-la em uma gaiola na colméia. Deve-se transferir o máximo possível de operárias e manter no mesmo local de captura por 2 a 3 dias.;	
3. Divisão de família forte:
	-Técnica utilizada para multiplicar as colméias de um apiário. Deve-se lembrar que, uma colméia forte requer menos atenção e oferece maior recompensa que quatro colméias fracas.
	-Os princípios básicos são: divisão de operárias e do alimento, oferecer condições para que a colméia órfã crie uma nova rainha.
	A divisão de enxames é uma das formas de controlar enxameações. O período adequado para esse trabalho é quando os enxames estão com bastante cria, populosos e propensos a enxamear, o que acontece na época com florada abundante e condições climáticas favoráveis, como na estação chuvosa.
	Todos os métodos de divisão de enxames se baseiam nos mesmos princípios dividir a população de abelhas operárias e os favos de cria, dividir as reservas de mel e pólen existente, introduzir uma rainha fecundada ou propiciar as condições necessárias para que a colmeia que está órfã possa criar sua nova rainha.
Transporte de colmeia
	Na atividade Apícola, o transporte das colmeias é realizado com certa frequência, e precisa ser feito com bastante cuidado para que assegure a vida das abelhas e evite acidentes com pessoas ou animais. O apicultor deve está atento quando for transportar uma colmeia de um local para o outro, pois sem o devido preparo pode resultar na perda total ou parcial do enxame.
Situações para transportar as colmeias:
• Fazer o aproveitamento de outras floradas (apicultura migratória).
• Mudar o apiário para outro local.
• Transporte de enxames recém-coletados (capturado) para o local defi nitivo
(apiário).
• Deslocamento de colmeia dentro do apiário ou para apiários diferentes.
• Transportar as colmeias para pomares e ou culturas com a fi nalidade de
polinização.
	Os procedimentos para o transporte de colmeias é dividido em 5 etapas: preparação das colmeias, fechamento do alvado, transporte, descarregamento e abertura do alvado.
Manejo básico e de manutenção das colmeias
	O manejo básico das colmeias ou revisão de colmeias é o conjunto de técnicas aplicadas a uma criação racional de abelhas com o objetivo de se obter o melhor desempenho produtivo destes animais, ao tempo em que se asseguram as condições adequadas ao desenvolvimento e conforto das colônias.
	As revisões têmo objetivo de avaliar as condições gerais das colmeias e a ocorrência de anormalidades. Elas devem ser feitas somente quando necessário, ou seja, quando houver a necessidade real de se fazer uma revisão da colmeia, de forma a interferir o mínimo possível na atividade das abelhas.
	Para que o apicultor realize as técnicas de manejo com efi ciência é indispensável o uso de:
1. Indumentária completa 
2. Fumigador (A fumaça faz com que as abelhas, sentindo-se ameaças, encham o papo de mel, ficando mais pesadas e por isso menos agressiva. A fumaça também age mascarando os feromônios produzidos pelas abelhas, conturbando a comunicação da colônia. Com isso, ocorre uma verdadeira desorganização no sistema de alarme e de defesa da colônia, permitindo que o apicultor realize seu trabalho de forma rápida e tranquila)
3. Formão 
Recomendações para o manejo básico
• As revisões devem ser realizadas por pelo menos dois apicultores. Desta maneira a revisão pode ser feita de forma rápida, eficiente e segura.
• Deve-se observar a utilização correta da indumentária.
• Na revisão, os apicultores devem se posicionar nas laterais ou no fundo da colmeia, evitando interromper a linha de voo das abelhas (entrada e saída da colmeia).
• Ao manusear as colmeias o apicultor deve evitar movimentos bruscos, pancadas nas caixas, barulho excessivo e o uso de perfumes, pois a não observação desses pontos irrita as abelhas, tornando-as mais agressivas. Não se deve realizar uma revisão em dias de chuva ou com neblina. Deve- -se evitar também o manejo em dias muito frios.
• Trabalhar, preferencialmente, em dias claros, com clima estável. Os melhores horários para a realização das revisões são de 8:00 às 11:00 e de 14:00 às 17:00, aproveitando que a maioria das operárias está no campo em atividade de coleta.
• As revisões devem ser breves, evitando-se o manuseio excessivo das colônias.
• Trocar os quadros velhos (escuros ou com defeito) por quadros com cera puxada ou alveolada colocando-os intercalados com os favos de cria no centro do ninho. O apicultor que estiver revisando deve substituir anualmente pelo menos 20% dos favos.
• Após a revisão, o apicultor dever certifica-se de que o restante do material que está na câmara de combustão do fumigador foi apagado, a fi m de evitar incêndios nas áreas de instalação dos apiários.
O que observar em uma revisão
• A presença da rainha: pode ser constatada pela postura de rainha nos favos, que se caracteriza pela colocação de um único ovo por célula, nas áreas de cria.
• Qualidade de postura da rainha: é observada pelo padrão de distribuição dos ovos no favo, devendo ser uniforme, não sendo aceito falhas constantes.
• Condição de desenvolvimento do enxame: é avaliada pelo número de quadros com cria e alimento.
• Presença de alimento (mel e pólen): observar a quantidade de alimentos estocados nos favos, para avaliação da necessidade de alimentação dos enxames.
• Espaço disponível na colmeia: são avaliados pela presença de quadros vazios ou não, esses quadros devem ser adequados ao tamanho do enxame e à época do ano.
• Sanidade da colônia: verificar a presença de sintomas de doenças e de inimigos naturais das abelhas na colônia.
Intervalo entre revisões
Recomenda-se que as revisões ocorram nos seguintes intervalos:
• Em períodos de fl oradas, quando o fl uxo de néctar é grande, as revisões devem ser feitas de 15 em 15 dias.
• Em período de escassez de alimento as revisões devem ocorrer em intervalos de 20 a 30 dias.
Manejo de manutenção
Entende-se por manejo de manutenção todas as ações realizadas com o objetivo de assegurar a permanência dos enxames nas colmeias no período de escassez de alimento. Sua prática se torna fundamental para quem faz apicultura
fixa e em regiões onde existem longos períodos de restrição alimentar, como boa parte do Nordeste.
Recomendações:
Alimentação de subsistência
Tem como objetivo suprir as abelhas com alimento necessário para manter a alimentação das crias e a postura da rainha, dessa forma, evitando o abandono da colmeia.
Fornecimento de água
A água é fundamental para a saúde das abelhas e para o equilíbrio do enxame. A disponibilidade e a qualidade da água são importantes não apenas para o equilíbrio fisiológico mas também para manter o equilíbrio térmico dos enxames, ou seja, a água é utilizada pelas abelhas para beber e no controle da temperatura interna da colmeia, principalmente em regiões quentes. Para evitar o abandono das colmeias, o apicultor deve se preocupar em disponibilizar bebedouros próximos aos apiários, principalmente nas localidades onde é difícil a obtenção de água, e também nos períodos de ausência de floradas.
Sombreamento
O sombreamento parcial das colmeias é importante nas safras, especialmente nas horas de maior insolação do dia e nos meses mais quentes do ano. 
Reduzir o alvado nas regiões frias
O frio excessivo prejudica o desenvolvimento dos enxames, devido o alto consumo de mel necessário para assegurar a manutenção da temperatura interna da colmeia, com isso, rapidamente se dá o esgotamento das reservas de mel, o que favorecerá o abandono. Dessa forma, a redução de alvado é uma medida que favorece a permanência do enxame nos longos períodos de frio.
Adequar o espaço da colmeia ao tamanho do enxame
O crescimento do enxame e o espaço utilizado pelas abelhas vão variar em função da disponibilidade de alimento no campo. Dessa forma, nos períodos de floradas, os enxames estão grandes e ocupando uma grande área da colmeia e nos períodos de escassez de alimento eles estão menores e ocupando uma área menor da colmeia. 
Migrar para assegurar a manutenção dos enxames
Os enxames precisam de floração e clima favoráveis ao seu desenvolvimento. Assim, em algumas regiões e/ou localidades, alguns apicultores migram com suas colmeias das áreas onde as floradas já terminaram para outras vizinhas, onde existe alguma fl orada que viabilize um pouco de alimentação para as colônias, mantendo-as em boas condições para o início do próximo período de grande fluxo de alimento na sua região e/ou localidade de origem.
MANEJO DE PRODUÇÃO
	Entende-se por manejo de produção todas as técnicas apícolas executadas pelo apicultor para aumentar a população das colônias visando à maximização da produção de mel ou de outros produtos da colmeia.
	Sabe-se que em um apiário as colmeias mais produtivas são as mais populosas e que tiveram menos problemas sanitários ao longo do seu desenvolvimento. Com base nessas informações, pode-se dizer que para a obtenção da produção máxima das colmeias, deve-se oferecer condições adequadas que favoreçam o pleno desenvolvimento das colônias, de forma que as mesmas estejam bastante populosas no início das floradas.
Rainhas novas de boa qualidade
A rainha é fator decisivo na produção de mel e de outros produtos da colmeia. Se ela for de boa qualidade, a colônia será mais forte, o que significa um ótimo aproveitamento das floradas em que o apiário estiver montado. A presença de rainhas jovens e de boa genética garante à colônia uma condição de crescimento rápido. Rainhas velhas demoram a responder ao estímulo da florada para aumentar a taxa de postura, retardando o crescimento da colônia e prejudicando sua produção. Para garantir uma boa produção, é preciso manejar adequadamente as colmeias, ter boas floradas e rainhas jovens e de boa qualidade.
Conhecer as floradas
A florada é caracterizada pelas espécies vegetais que possam fornecer néctar e/ou pólen, produtos essenciais para a manutenção das colônias e para a produção de mel. Para que se obtenha sucesso na criação de abelhas, é fundamental uma avaliação detalhada da florada (vegetação) em torno do apiário, levando em conta não apenas a identificação das espécies melíferas e sua densidade populacional, mas também os picos de floração.
Alimentação estimulante
É a alimentação que é aplicada de 40 a 60 dias antes de boas fl oradas e tem como objetivo estimular a postura da rainha e aumentar o número de operárias disponíveis, ouseja, aumentar a população do enxame.
Espaço na colmeia
Para o apicultor ter enxames populosos e produtivos faz-se necessário prover a colônia de espaço para o seu desenvolvimento. A falta de espaço pode ser observada pela ocupação de todos os favos com cria e alimento e a ocorrência de grande número de abelhas aglomeradas na parte externa da colmeia, o que popularmente se conhece como formação de “barba” ou “cachos”.
Manutenção dos apiários
O apiário deve ser mantido limpo durante todo o ano, em especial nos períodos que antecedem as floradas e durante a sua ocorrência, de forma a manter livre a linha de voo das abelhas, a penetração da luz e a ventilação, além de
desfavorecer a presença dos inimigos naturais das abelhas. Deve-se fazer a limpeza do apiário, retirando toda a vegetação arbustiva e herbácea que esteja no local em que as colmeias estão no apiário. É necessário capinas periódicas dos apiários, pois se mantidos com mato alto, abafados e com pouca luminosidade favorece a ocorrência de doenças, pragas e ainda reduz a produção das colmeias.
MANEJO DE RAINHAS
Entende-se por manejo de rainha o conjunto de ações realizado na colmeia com o objetivo de manter na colônia a rainha jovem e ativa, com grande capacidade de postura, íntegra fisicamente e de boa origem genética. A manutenção
de boas rainhas nas colônias é a garantia de boas colheitas.
Importância da rainha
A rainha é a única fêmea fértil da colmeia, mãe de todos os indivíduos (operárias, rainhas e zangões) da colônia e é responsável pela manutenção de uma população que pode chegar a 100 mil abelhas operárias. Para isso, a rainha chega a realizar a postura de até 2500 ovos diariamente, nas épocas de maior fluxo de alimento (Figura 6.7). Também é responsável pela harmonia reinante entre as suas filhas na colmeia. Através da liberação contínua de substâncias químicas chamadas de feromônios, que são distribuídas por toda a colmeia, através da troca de alimento língua-língua realizadas pelas abelhas (trofaláxis), estas são informadas da presença da rainha. Isso funciona como sinal de que tudo está em ordem e cada abelha pode continuar o seu trabalho de coleta de alimento, produção de favos, limpeza e preparação de alvéolos para novas posturas. Desse modo, fica claro que a rainha ocupa uma posição de destaque no manejo das colmeias, tornando-se peça chave para a melhoria do desempenho produtivo das colônias em um apiário. Sem rainhas de qualidade nas colmeias é impossível a obtenção de grandes produções apícolas.
Como a rainha afeta a produção
Veremos a seguir alguns problemas que comprometem a produção dos apiários e que estão relacionados ao manejo das rainhas.
Rainha velha: a vida útil de uma rainha, em nossas condições tropicais é de aproximadamente 1 ano. Após esse período, a tendência é que ocorra a perda da eficiência na postura da rainha, ocorrendo uma queda no desempenho da colônia e comprometendo a produção.
Perda da rainha: boa parte dos apicultores, por não revisarem suas colmeias com atenção, não se dão conta de que elas trocaram ou perderam rainhas durante a florada. Isso representa uma perda de 40% da produção de mel da temporada. O apicultor deve estar atento durante o manejo das colmeias para não matar a rainha. Caso isso ocorra, o apicultor deverá acompanhar a criação da nova rainha até que ela tenha iniciado a postura. Desta forma, estará assegurando que o problema da perda da rainha foi resolvido e que tudo voltou à normalidade na colmeia.
Substituição natural da rainha: caso uma rainha velha seja deixada na colônia por tempo indefinido, as próprias abelhas operárias irão criar uma nova rainha para substitui-la. Esta substituição leva algum tempo para ocorrer, o que resulta na perda de boa parte da produção, principalmente se a substituição acontecer durante a florada. 
Enxameação: é um dos principais problemas na prática apícola. Nesse processo, a colmeia reduz signifi cativamente a sua produção, pois há uma parada total no crescimento populacional da colônia. Pesquisas têm mostrado que em colônias de abelhas que possuem rainhas com mais de 1 ano de vida tem uma tendência maior para a enxamear, ou seja, deixar rainhas velhas nas colmeias representa um grande risco de enxameação.
O apicultor pode controlar a enxameação com as seguintes medidas:
• dando espaço na colmeia;
• controlando o número de zangões;
• reduzindo o número de realeiras; e
• substituindo rainhas velhas.
	Desta forma o manejo de rainhas está sustentado em quatro ações: 
identificação das colmeias e da rainha
coleta das informações das colmeias
avaliação das rainhas: as rainhas podem ser avaliadas por suas próprias características (taxa de postura, peso, coloração etc.) ou pelas característicasexpressas pelo conjunto de seus descendentes (operárias, rainhas e zangões), que são medidas pelo desempenho da colmeia, como por exemplo, a produção de mel ou pólen
troca das piores rainhas. O manejo das rainhas tem como objetivo a melhoria
do desempenho produtivo da colmeia, seja para o aumento da produção de
mel ou outro pro
duto da colmeia.
Substituição da rainha:
	Para que uma nova rainha seja aceita por uma colônia, é necessário que esta esteja órfã, ou seja, sem rainha. Por essa razão, devem-se retirar as rainhas das piores colmeias no mínimo 24 horas antes da introdução da nova rainha. Com 24 horas de orfandade, já é possível verificar a presença de algumas realeiras que estarão sendo construídas pelas abelhas operárias. Essas realeiras devem ser eliminadas no momento em que se estiver introduzindo a nova rainha.
Introdução de rainhas
	Há várias maneiras de se introduzir uma rainha em uma colmeia. O sucesso da introdução da rainha vai depender dos seguintes cuidados: o tempo de orfandade, destruição das realeiras e a maneira como a colmeia é manuseada. 
	Na introdução de rainhas adquiridas ou produzidas, o apicultor deverá tomar os seguintes cuidados:
Introdução de rainhas
• Certificar-se se a rainha está ou não fecundada.
• Eliminar a rainha velha, de preferência 24 horas antes da introdução da nova rainha (orfanar a colônia).
• Observar a existência de realeiras na colmeia antes da introdução da nova rainha e, em caso positivo, destruir as realeiras.
• Observar as condições ambientais, pois a introdução da nova rainha deve ser realizada sempre no início da manhã e em dias de céu aberto, já que em dias nublados ou chuvosos, as operárias ficam nervosas, podendo recusar a introdução e matar a rainha.
• Observar as condições internas das colônias, pois as colônias que irão receber as rainhas novas devem conter bastante alimento. Se necessário, iniciar o fornecimento de alimento energético e protéico alguns dias antes da introdução.
• Uma semana após a introdução da nova rainha, deve ser feita uma revisão na colmeia para verificar-se a aceitação ou não da nova rainha. A não aceitação pode ser observada pela presença de realeiras e de crias de zangões em alvéolos de operárias. Para introduzir a rainha nova, o apicultor pode utilizar as gaiolas de introdução de rainhas, bóbi e a própria gaiola de transporte da rainha.
ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL DE ABELHAS
	Vários fatores interferem no desenvolvimento e fortalecimento das colmeias. Um dos mais importantes é a disponibilidade de alimento no campo. Nos momentos de carência de alimento, o apicultor deve cuidar para que não falte alimento às suas abelhas. A alimentação das abelhas na natureza depende da produção de néctar, pólen, honeydew e água.
	É indicada para épocas de escassez de néctar e pólen, período longo de chuva, divisão de enxames e para estimular a família e a rainha, nos períodos que antecedem as floradas. A alimentação artificial também pode ser fornecida aos enxames capturados ou aqueles que foram divididos.
Tipos de alimentação
Alimentação de subsistência ou de manutenção
	É uma alimentação fornecida às abelhas com o objetivo garantir a sobrevivência das abelhas visando à permanência dos enxames nas colmeias nos períodos críticos de escassezde fl oradas no campo, evitando a morte das abelhas por inanição e perda da colônia por enxameação. Exemplo mistura de mel ou açúcar com água, rapadura
Alimentação de estimulante
É o tipo de alimentação fornecida às abelhas com o objetivo de estimular a postura da rainha, 30 a 40 dias antes da fl orada, sempre em alimentador individual. Ex: Açúcar invertido
 Alimentação proteica e energética
Pode ser adotada para estimular o enxame antecipando o desenvolvimento da colmeia para que ao iniciar o fluxo de néctar esta já tenha atingido o seu pico populacional. Dessa forma, poderá se obter uma coleta mais eficiente implicando positivamente na produção de mel.
INIMIGOS NATURAIS DAS ABELHAS
O maior inimigo das abelhas é o homem que desmata florestas que têm as árvores cujas flores servem de alimento às abelhas e ocos para nidificação. Diversas espécies de seres vivos que são considerados inimigos das abelhas sem ferrão. Mas os principais são os forídeos, as formigas e as iratins (abelhas ladras). A criação racional de abelhas pode ser ameaçada por inúmeros inimigos naturais capazes de provocar queda na produção e até mesmo a perda dos enxames. Esses inimigos vão variar em importância de região para região mas, no geral, são representados por formigas, homem, sapos, aranhas, tatus, traças, pássaros, cupim, entre outros.
CONHECENDO OS PRODUTOS DAS ABELHAS
	Na criação de abelhas é possível a exploração de diversos produtos elaborados pelas abelhas, alguns resultantes do processamento de materiais coletados na natureza, como o mel, a própolis e o pólen. Porém, a geleia real, a cera e o veneno são resultados da produção glandular das abelhas.
MEL - é um produto alimentício produzido pelas abelhas, tendo como matéria--prima o néctar das flores, secreções das partes vivas das plantas ou excreções de insetos sugadores que as abelhas coletam, transformam, combinam com
suas substâncias próprias, armazenam e deixam maturar nos favos da colmeia. De acordo com a sua origem, pode ser classifi cado em mel floral, obtido dos néctares das flores – unifl oral ou multifl oral ou melato –, obtido de secreções de partes vivas das plantas ou excreções de insetos sugadores de plantas. 
Na produção de mel, as abelhas processam o néctar em duas etapas. Na primeira ocorrem transformações físicas e na outra as transformações são de natureza química.
• Transformação física: É a perda de água do néctar por evaporação devido ao calor existente na colmeia (em torno de 35 ºC) e a constante ventilação produzida pelo movimento das asas das abelhas.
• Transformação química: Ocorre pela ação de uma enzima denominada invertase, produzida pelas abelhas que atuam sobre a sacarose, principal açúcar do néctar, transformando-o em dois açúcares mais simples: glicose e frutose.
Cristalização do mel:
Relação entre o conteúdo de glicose e o de água: quando esta relação for maior que dois, o processo de cristalização será completado.
Relação entre o conteúdo de frutose e glicose: quando esta relação for superior a dois, o mel não cristaliza.
Teor de umidade: méis com menor teor de umidade (17%) cristalizam mais fácil do que aqueles com maior teor (18%) de umidade
Uso do mel
Para a abelha, o mel é utilizado para a alimentação dos indivíduos adultos (operárias e zangões), e faz parte da alimentação das larvas de operárias e zangões com mais de três dias de vida. Sendo considerada a alimentação energética das abelhas. Para o homem, o mel é o adoçante natural mais rico em componentes nutritivos e terapêuticos conhecidos; é importante pelo seu valor energético, estimulador e digestivo. Possui dois açucares: glicose e frutose; sais minerais e outros que são absorvidos no sangue sem prévia digestão, proporcionando energia rápida.
CERA - As abelhas utilizam a cera para a construção de toda a estrutura de armazenamento de alimento (alvéolos e opérculos) e de reprodução da colmeia (alvéolo de cria).
	A cera é usada na colmeia para a construção dos favos, sendo também matéria-prima para as indústrias de cosméticos, velas, vernizes etc. O principal uso da cera é na prática da apicultura, sendo utilizada na colmeia em forma de lâminas contendo as bases dos alvéolos desenhadas, facilitando a construção dos favos pelas abelhas operárias.
PÓLEN - O pólen é o gameta masculino das plantas superiores, sendo produzido nas anteras das flores e coletado pelas abelhas campeiras, que o transportam para a colmeia, numa estrutura localizada no terceiro par de pernas denominadas
de corbículas ou cestas de pólen. Na colmeia, o pólen é depositado nos alvéolos dos favos, passando a ser denominado de “pão das abelhas”.
	O uso do pólen pelas abelhas possui uma grande importância na alimentação das mesmas, pois é a sua principal fonte de proteínas, minerais e gorduras. O pólen é utilizado na alimentação das larvas, estimulando o funcionamento das glândulas hipofaringeanas das abelhas operárias jovens para produzir a geleia real, que serve de alimento para as larvas das três castas até o 3º dia de vida, e para alimentar a rainha durante toda a sua vida. Também é utilizado na preparação do alimento das larvas de operárias e zangões com mais de três dias de idade
PRÓPOLIS - é uma denominação genérica utilizada para descrever uma mistura complexa de substâncias resinosas, gomosas e balsâmicas colhidas por abelhas melíferas de brotos, flores e exsudatos de plantas, às quais as abelhas acrescentam secreções salivares, cera e pólen para a elaboração do produto final. As abelhas utilizam a própolis para proteger-se contra os insetos e microorganismos, empregando-a no reparo de frestas ou danos à colmeia, redução do alvado (defesa e frio). É também usado para envernizar as paredes dos alvéolos dos favos antes da postura da rainha e na mumificação de insetos invasores. Para o homem, a própolis possui ação antimicrobiana, antifúngica, antiprotozoárias, antivirais, além de possui propriedades antiinflamatórias. Usada também na cura das doenças da pele, doenças do aparelho digestivo, no tratamento de doenças respiratórias, além de possuir vários usos na veterinária
e na odontologia.
GELEIA REAL - É uma substância produzida pelas glândulas hipofaringeanas e mandibulares das abelhas operárias, que possuem entre 4 a 12 dias de idade. Pelas abelhas na colmeia, a geleia real é utilizada como alimento das crias de zangões e operárias desde a eclosão até o terceiro dia de vida e como alimento da rainha na sua fase adulta e durante todo o período larval. Pelo homem, a geleia é utilizada na alimentação, é consumida pura ou diluída no mel. É um alimento rico em proteínas, vitaminas e carboidratos.
O VENENO OU APITOXINA DAS ABELHAS - é uma substância de origem glandular (glândula de veneno), que é armazenada na bolsa de veneno, situado na base do ferrão da abelha e com o qual tem ligação. Somente as fêmeas produzem veneno (abelhas operárias e rainha). As abelhas utilizam o veneno como arma de defesa contra as abelhas invasoras e inimigas. Na medicina humana, é utilizada no tratamento de artrites, reumatismo, na dessensibilização de pessoas alérgicas ao veneno etc.
Principais produtos da Meliponicultura:
Mel: O mel é produzido a partir do néctar e outras exsudações naturais das plantas que são coletadas, processadas e armazenadas pelas abelhas. O mel de meliponíneos apresenta elevado valor medicinal, teor de água maior do que o mel produzido pelo gênero Apis Linnaeus, 1758 (abelhas com ferrão) e é propício à fermentação, assim, deve ser consumido rapidamente. No Brasil, é a Instrução Normativa 11, de 20 de outubro de 2000 (BRASIL, 2000) que
regulamenta a padronização do mel para fins de comercialização. Esta regulamentação, baseada em legislações europeias, só atende às características do mel de A. mellifera, não contemplando o mel das abelhas sem ferrão nativas do País, que apresentam diferenças em alguns parâmetros físico-químicos. A umidade é o principal destes, sendo bastante elevada, tornando-o menos denso que o mel das abelhas africanizadas (AZEREDOet al., 2000) e exigindo maiores cuidados quanto a sua conservação.
Pólen ou Saburá: O pólen é a fonte principal de proteína e vitaminas, importante para o desenvolvimento completo das larvas, abelhas recém-nascidas e da rainha.
Resina: As resinas são coletadas de diferentes espécies de plantas e são utilizadas para produção, junto com o barro, da geoprópolis, que é utilizada na vedação e defesa de seus ninhos; ademais, as resinas também são utilizadas para grudar e imobilizar invasores. A formigas e abelhas cleptobióticas.
Cera e cerume: Nos meliponíneos, a cera é produzida pelas operárias adultas jovens na região dorsal do abdome, entre o III e o VI tergos (pelas glândulas ceríferas), e mesclada com resinas vegetais formando o cerume (Cavalcante et al., 2000), um dos principais materiais de construção do ninho. A produção de cera está relacionada com a divisão de tarefas e o desenvolvimento das operárias dentro da colônia, sendo a fase em que estão produzindo e cuidando dos favos de cria, quando mais produzem cera. O cerume é utilizado para a construção dos potes de alimentos e favos de cria. Há registros de uso pelo homem de cera e cerume dos Meliponini para confecção de velas, instrumentos musicais, massa de calafetar embarcações, cola, conservação de produtos agrícolas, benzimentos e rituais (Posey, 1983; Sampaio et al., 2009), bem como para uso como vedante de cartucho de armas de caça.
Doenças das abelhas
	A ocorrência das doenças nas colmeias pode acarretar prejuízos diretos pela diminuição da produtividade, visto que o aumento da mortalidade – tanto de crias como de abelhas adultas – leva a uma redução da população da colmeia com consequente redução da produção. Nessa perspectiva, existem doenças que afetam as crias (larvas e pupas) e outras que atingem as abelhas adultas. Para evitar tais doenças, é necessário que o apicultor realize um bom manejo.
	As doenças em crias geralmente causam mais prejuízos do que em abelhas adultas. Por isso, o apicultor precisa conhecer os principais sintomas das doenças e saber identificar as diferentes fases do desenvolvimento das crias e a aparência de um favo com crias saudáveis. Dentre as doenças nas crias as mais conhecidas são: Cria Pútrida Americana (CPA), Cria pútrida europeia, Cria ensacada e cria giz.
Doenças de abelhas adultas
	Doenças em abelhas adultas são mais difíceis de serem diagnosticadas em campo porque muitas vezes apresentam sintomas similares. Caracterizam-se por dificuldade de voo, andar vacilante, asas abertas e algumas vezes disenteria. As mais conhecidas são: nosemose, acariose, varroatose,

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