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ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 1 Olá, Futuro Auditor do Estado do Mato Grosso! É com grande satisfação que o recebo para, juntos, percorremos todo o nosso conteúdo programático do Curso de Ética para Auditor da CGE/MT – Teoria e Exercícios. Hoje abordaremos: Princípios constitucionais de natureza ética: Moralidade, Impessoalidade, Probidade (vou trazer, também, considerações sobre os princípios da Motivação e da Publicidade); EXTRA: Responsabilidade social no serviço público (inclui esse tópico em nosso curso, que basicamente traz recortes de publicações, como preparação para nossa aula 2, por serem assuntos muito interligados). Críticas e sugestões poderão ser enviadas para: henriquecampolina@pontodosconcursos.com.br Prof. Henrique Campolina Janeiro/2015 SUMÁRIO Princípios constitucionais de natureza ética: Moralidade, Impessoalidade, Probidade, Motivação e Publicidade ........................................................... 2 Responsabilidade social no serviço público ................................................. 20 Questões Resolvidas ............................................................................... 33 Questões Propostas................................................................................. 40 Gabarito ................................................................................................ 43 Bibliografia ............................................................................................ 44 Aula 01 ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 2 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA ÉTICA: Moralidade, Impessoalidade, Probidade, Motivação e Publicidade Começarei nossos estudos com os princípios fundamentais da República Federativa Brasileira (Título I da CF/1988). Em seguida, traremos os princípios da Administração Pública. Antes de transcrevermos o artigo 1º do Título I de nossa Constituição Federal/1988, vamos relembrar o conceito de princípio jurídico do prof. Antônio Carraza: “princípio jurídico é um enunciado lógico, implícito ou explícito, que, por sua grande generalidade, ocupa posição de preeminência1 nos vastos quadrantes do Direito e, por isso mesmo, vincula, de modo inexorável, o entendimento e a aplicação das normas jurídicas que com ele se conectam.”2 Podemos dizer que os princípios, como a própria tradução literal do vocábulo traz, são o início das direções que o legislador busca ao elaborar as normas. São os norteadores de um ordenamento jurídico. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 1 Preeminência: Superioridade em hierarquia ou categoria (fonte: Dicionário Online Michaelis UOL) 2 CARRAZA, Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 7ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 1995, p. 29. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 3 Antes de elencarmos os fundamentos constantes neste artigo 1º, é bom memorizarmos as primeiras definições constitucionais acerca da organização política do nosso país: República = Forma de Governo; Federação = Forma de Estado (união indissolúvel de Estados, Municípios e do Distrito Federal); Estado Democrático de Direito = Regime Político. Também o parágrafo único traz outra importante disposição constitucional, ao confirmar que o poder emana do povo de forma INDIRETA (por meio de seus eleitos representantes) ou DIRETA (através de eleições diretas, plebiscitos, referendos e iniciativas populares, dentre outras formas). A Doutrina costuma dizer que o Povo detém a Titularidade do Poder no Regime Democrático Brasileiro. Vamos, então, trazer novamente a listagem dos fundamentos da República Federativa Brasileira: Soberania; Cidadania; Dignidade da pessoa humana; Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; Pluralismo político. Para aqueles que gostam de gravar mnemônicos: So-Ci-Di-Va-Plu. Para memorizar a correlação entre este mnemônico e seu conteúdo (fundamentos), lembrem-se que a última sílaba dele e a primeira sílaba de seus significados possuem a mesma vogal “U”: So-Ci-Di-Va-Plu e Fundamentos da República Federativa Brasileira. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 4 Interessante como um pequeno dispositivo constitucional traz enormes desdobramentos no dia-a-dia da administração pública de nosso país. É o que ocorre com o art. 2º, que trata da SEPARAÇÃO DOS PODERES. Importante gravarmos que são INDEPENDENTES, mas HARMÔNICOS entre si. Em linhas gerais, sem entrar no complicado mérito do que acontece no cotidiano dos órgãos e entidades públicas brasileiras, podemos dizer as funções típicas de cada um dos poderes são: Poder Legislativo: Legislar e fiscalizar; Poder Judiciário: Julgar (jurisdição); Poder Executivo: Administrar e executar as leis. Na prática, cada Poder também possui, de forma complementar, as funções típicas dos outros 2 Poderes, que, nestes casos, são denominadas funções atípicas. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Agora encontramos os OBJETIVOS FUNDAMENTAIS, que visam assegurar a igualdade material aos brasileiros, possibilitando as mesmas condições e oportunidades a cada um. O Estado Brasileiro deve, em todas as suas esferas, poderes e escalas, sempre visar o atendimento a estes objetivos, perseguindo o pleno atingimento de suas premissas. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 5 Podemos memorizar estes objetivos de 2 formas: 1º: Todos os objetivos começam com um verbo: CONSTRUIR, GARANTIR, ERRADICAR e PROMOVER. 2º: Para os adeptos dos mnemônicos: CON-GA-E-PRÓ (Para os mais vividos, lembrem-se que “CONGA” é um antigo sapato, para quem nunca viu tal calçado, é só lembrar que “CONGA” é um gênero musical de Cuba). Assim, os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, podem começar a ser memorizados a partir de um tênis ou de uma música. (risos) Voltando ao texto constitucional, percebam como também é fácil memorizar os objetivos em função de seu caráter democrático, humano, geral, impessoal, justo e isonômico em relação aos brasileiros: CONSTRUIR uma sociedade livre, justa e solidária; GARANTIR o desenvolvimento nacional; ERRADICAR a pobreza e a marginalizaçãoe reduzir as desigualdades sociais e regionais; PROMOVER o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 6 Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino- americana de nações. Finalizando este primeiro Título de nossa Magna Carta, aparecem 10 princípios que regem as relações internacionais das quais a República Federativa do Brasil participa. Vou desdobrar o inciso VIII em 2 princípios: Repúdio ao terrorismo e; Repúdio ao racismo. Agora ficamos com 11 princípios. Apesar de ter acrescido mais um, ao dividi-los por tema, verão que ficará mais fácil de memorizarmos. Então, vamos agrupar os princípios da seguinte forma: Princípios relacionados à PAZ: Defesa da paz; Solução pacífica dos conflitos; Repúdio ao terrorismo. Princípios relacionados à PESSOA HUMANA: Prevalência dos direitos humanos; Repúdio ao racismo; Concessão de asilo político. Princípios relacionados à INDEPENDÊNCIA NACIONAL: Independência nacional; Autodeterminação dos povos; Não-intervenção; Igualdade entre os Estados; Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 7 Vamos, então, abordar os princípios da administração pública, com foco especial nos princípios constitucionais de natureza ética: Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Probidade, e Motivação. O art. 37 de nossa Lei Maior/1988 traz o famoso L.I.M.P.E. (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência), no qual já identificamos 3 dos 5 princípios expressamente citados em nosso edital: Princípio da Legalidade; Princípio da Impessoalidade; Princípio da Moralidade; Famoso L.I.M.P.E. (art. 37 da CF/1988) Princípio da Publicidade; Princípio da Eficiência; Temos também: Princípio da Motivação; e Princípio da Probidade Administrativa. E, ainda, podemos trazer para enriquecimento de nossos estudos: Princípio da Isonomia; Princípio da Economicidade; Princípio da Supremacia do Interesse Público; Princípio da Presunção de Legitimidade ou de Veracidade; Princípio da Especialidade; Princípio do Controle ou Tutela; Princípio da Autotutela; Princípio da Hierarquia; Princípio da Continuidade do Serviço Público; Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade; e Princípio da Segurança Jurídica. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 8 Não gosto de segregar ou dissociar os princípios presentes no caput do art. 37 de nossa Constituição Federal, que dispõe: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: Vamos, então, tecer comentários acerca de cada um desses princípios (continuarei identificando os princípios expressamente citados em nosso edital em vermelho): Princípio da Legalidade: Este princípio constitucional é uma condição fundamental à estrutura do Estado de Direito, isto é, a obrigatoriedade que a Administração Pública deve obedecer à Lei: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”3. O prof. Jacoby Fernandes nos ensina que “a legalidade para os agentes da Administração é ao mesmo tempo uma garantia de proteção e um dever”. E explica: “Proteção frente aos interesses menores que, por vezes, certos setores tentam impingir; proteção, também, frente aos órgãos de controle interno e externo, pois o afastamento da norma implica sempre um julgamento discricionário-valorativo das circunstâncias envolvidas. Dever, porque a vontade do administrador não pode colocar-se acima da vontade do povo, cristalizada na norma. Antes disso, é escravo e curador da lei.”4. Princípio da Impessoalidade: Este princípio, também constitucional, exige que a Administração Pública deva proceder de maneira impessoal, sem qualquer marca do administrador, pois seus atos são praticados pela Administração a que ele pertence e não por ele próprio. Uma definição simples e fácil de memorizar é trazida pela Profa. Cármen Lúcia Antunes Rocha, confiram: “De um lado, o princípio da 3 Inciso II do artigo 5º da Constituição Federal de 1988 4 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de Registro de Preços e Pregão. Belo Horizonte: Fórum, 2003, p. 52 ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 9 impessoalidade traz o sentido de ausência do rosto do administrador; de outro, significa a ausência de nome do administrado”5. Nas licitações, por exemplo, a impessoalidade pode ser vista, inclusive, na aplicação do princípio do julgamento objetivo. Princípio da Moralidade (Administrativa): O princípio da moralidade, também pertencente ao famoso “L.I.M.P.E.”, está relacionado a uma administração “honesta”, isto é, um gerenciamento do dinheiro e do patrimônio públicos embasado nos valores éticos e morais da sociedade, nos bons costumes, na equidade6 e na justiça. Assim, podemos dizer que princípio jurídico da moralidade administrativa direciona a Administração Pública para uma conduta regida pela transparência, boa-fé, lealdade e respeitando aos interesses de seus administrados. Precisamos ter em mente que nem tudo que é legal é moral, da mesma forma que existem coisas morais que não são legais. A profª. Di Pietro nos ensina: “Em resumo, sempre que em matéria administrativa se verificar que o comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e equidade, a ideia comum de honestidade, estará havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa”7. O Decreto nº 1.171/1994, que aprovou o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, traz as seguintes regras deontológicas: II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. 5 Rocha, Cármen Lúcia Antunes. O Princípio Constitucional da Igualdade. Belo Horizonte: Lê, 1991, p.85 6 Equidade: Justiça natural. Disposição para reconhecer imparcialmente o direito de cada qual. Igualdade, justiça,retidão. (fonte: Dicionário Online Michaelis UOL) 7 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 14ª ed. São Paulo: Atlas, 2002, p. 79 ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 10 III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. Mas o que significa “deontologia”? Quando buscamos conceitos e verbetes para ética, encontramos: Ética8: 1. Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana. É ciência normativa que serve de base à filosofia prática. 2. Deontologia. Mas o que é deontologia, que aparece no verbete de ‘Ética’? Vamos lá: Deontologia9: Parte da Filosofia que trata dos princípios, fundamentos e sistemas de moral; estudo dos deveres. (“Teoria dos Deveres”) Deontologia Jurídica10: Ciência que cuida dos deveres e dos direitos dos operadores do direito, bem como de seus fundamentos éticos e legais. “Ciência dos Deveres”. Princípio da Publicidade: O “P” do “L.I.M.P.E.” obriga o agente público a publicar seus atos, visando o conhecimento e controle por parte da sociedade. Podemos dizer que existem duas interpretações possíveis e pertinentes sobre o princípio da publicidade: a primeira se relaciona ao dever do agente público em comunicar e divulgar os seus atos e a segunda no sentido de permitir aos administrados tomar conhecimento sobre tais procedimentos. Novamente recorrendo aos ensinamentos do mestre Hely Lopes Meirelles, encontramos: “A publicidade, como princípio de administração pública (CF, art. 37, caput), abrange toda atuação estatal, não só sob o aspecto de divulgação oficial de seus atos como, também, de propiciação de conhecimento da conduta interna de seus agentes. Essa publicidade atinge, assim, os atos concluídos e em formação, os processos em andamento, os pareceres dos órgãos técnicos e jurídicos, os despachos intermediários e finais, as atas de julgamentos das 8 Fonte: www.michaelis.uol.com.br 9 Fonte: www.michaelis.uol.com.br 10 Fonte: pt.wikipedia.org ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 11 licitações e os contratos com quaisquer interessados, bem como os comprovantes de despesas e as prestações de contas submetidas aos órgãos competentes. Tudo isto é papel ou documento público que pode ser examinado na repartição por qualquer interessado e dele pode obter certidão ou fotocópia autenticada para os fins constitucionais.”11 Se, novamente, aplicarmos tal princípio a um processo licitatório, podemos dizer que ele permitirá que licitantes, empresas do ramo que não participaram da licitação e a sociedade em geral acompanhem o desenrolar de todo procedimento. Atualmente, em nosso ordenamento jurídico, temos a Lei nº 12.527/2011, também conhecida como “Lei de Acesso à Informação”, que dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, DF e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto na Constituição Federal e traz a seguinte disposição em seu art. 5º: Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão. Princípio da Eficiência: Este princípio, que foi expressamente inserido em nossa Lei Maior12 pela Emenda Constitucional nº 19/1998 (antes desta emenda, o famoso “L.I.M.P.E.” se resumia a “L.I.M.P.”), pode ser abordado como o principal norteador das condutas dos agentes públicos e vem sendo adotado para quebrar antigas e ineficazes rotinas e infrutíferas burocracias dos diversos órgãos da Administração Pública Brasileira. A sociedade exige eficiência da Administração, ou seja, exige que seus atos sejam praticados com presteza, rendimento funcional e perfeição. José dos Santos Carvalho Filho, em seu Manual de Direito Administrativo, ensina acerca desse princípio: O núcleo do princípio é a procura de produtividade e economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional.13 11 MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. 10ª ed. São Paulo: RT, 1991, p. 86 12 Lei Maior e Carta Magna são expressões utilizadas para se referir à Constituição Federal 13 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 20. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008. p.27 ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 12 Podemos aproveitar a oportunidade para diferenciar, embasado no entendimento atual e majoritária da Doutrina Brasileira, eficácia, eficiência e efetividade. Para isso, recorrerei aos ensinamentos de Marcelo Douglas de Figueiredo Torres: Eficácia: basicamente, a preocupação maior que o conceito revela se relaciona simplesmente com o atingimento dos objetivos desejados por determinada ação estatal, pouco se importando com os meios e mecanismos utilizados para atingir tais objetivos. Eficiência: aqui, mais importante que o simples alcance dos objetivos estabelecidos é deixar explícito como esses foram conseguidos. Existe claramente a preocupação com os mecanismos utilizados para obtenção do êxito da ação estatal, ou seja, é preciso buscar os meios mais econômicos e viáveis, utilizando a racionalidade econômica que busca maximizar os resultados e minimizar os custos, ou seja, fazer o melhor com menores custos, gastando com inteligência os recursos pagos pelo contribuinte. Efetividade: é o mais complexo dos três conceitos, em que a preocupação central é averiguar a real necessidade e oportunidade de determinadas ações estatais, deixando claro que setores são beneficiados e em detrimento de que outros atores sociais. Essa averiguação da necessidade e oportunidade deve ser a mais democrática, transparente e responsável possível, buscando sintonizar e sensibilizar a população para a implementação das políticas públicas. Este conceito não se relaciona estritamente com a idéia de eficiência, que tem uma conotação econômica muito forte, haja vista que nada mais impróprio para a administração pública do que fazer com eficiência o que simplesmente não precisa ser feito.14 Percebam que a efetividade, na área pública, é mais abrangente que a eficácia, já que, além do atingimento aos objetivos traçados, ela se preocupa com os reflexos desses resultados em prol de melhorias para a coletividade. 14 TORRES, Marcelo Douglas de Figueiredo. Estado, democracia e administração pública no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004, p. 175. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 13 Também quero trazer para nossos estudos: Princípio da Motivação: Durante qualquer estudo de legislação, nos deparamos, constantemente, com dispositivos ditados pelo princípio da motivação. Se vocês puxarem na memória se lembrarão de expressões do tipo: “justificadamente”, “motivadamente”, “a adoção da opção ‘X’ deverá ser justificada”, etc. Ou seja, qualquer ato, vinculado ou discricionário, deve ser praticado motivadamente.Assim, o princípio da motivação determina que a Administração justifique seus atos, apresentando as razões que a levaram a tal decisão. Caio Tácito nos ensina: Os atos administrativos são nulos quando o motivo invocado é falso ou inidôneo. Ou o antecedente é inexistente, ou a autoridade lhe deu uma apreciação indevida, sob o ponto de vista legal. São as duas formas que, na doutrina francesa, se qualificam de inexistência material e inexistência jurídica dos motivos.15 É possível que a legislação não exija a formalização ou exteriorização do motivo nos autos processuais, mas isso não significa que o ato foi praticado sem um motivo. A Doutrina majoritária entende que a inexistência do motivo alegado como fundamento para a prática de qualquer ato administrativo acarreta a sua nulidade. O prof. Celso Antônio Bandeira de Mello também nos ensina: Dito princípio implica para a Administração o dever de justificar seus atos, apontando-lhes os fundamentos de direito e de fato, assim como a correlação lógica entre os eventos e situações que deu por existentes e a providência tomada, nos casos em que este último aclaramento seja necessário para aferir-se a consonância da conduta administrativa com a lei que lhe serviu de arrimo.16 Apesar de não aparecer, expressamente, em nossa Constituição Federal, na parte voltada à administração pública, diversos doutrinadores entendem que o princípio da motivação consta, implicitamente em nossa 15 TÁCITO. Caio. Controle dos motivos do ato administrativo. Temas de direito público: estudos e pareceres. Rio de Janeiro: Renovar, 1997, p. 333 16 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 17ª ed. São Paulo: Malheiros, 2004, p. 102. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 14 Lei Maior, seja como desdobramento do devido processo legal ou do direito de cidadania, dentre outros. A Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal traz, expressamente, o princípio da motivação no caput de seu art. 2: Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. (destaquei) Princípio da Probidade Administrativa: Pode-se dizer que o princípio da probidade administrativa decorre ou é equivalente ao da moralidade. Probidade advém de probo17. Desta forma, a probidade exige a retidão e a integridade de caráter dos agentes públicos. O Prof. José Afonso da Silva conceitua: A probidade administrativa consiste no dever de o ‘funcionário servir a Administração com honestidade, procedendo no exercício das suas funções, sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer”18. A Lei nº 9.784/1999, no inciso IV do parágrafo único de seu art. 2º dispõe: Art. 2º [...] Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: [...] IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; (destaquei) Podemos dizer que a probidade administrativa é uma forma qualificada da moralidade. Vejam como tal afirmação aparece cristalina nos ensinamentos de José Afonso da Silva: A improbidade administrativa é uma imoralidade qualificada pelo dano ao erário e correspondente vantagem ao ímprobo ou a outrem.19 Improbidade administrativa é crime. 17 Probo: De caráter íntegro; honesto, justo, reto. Antônimo: ímprobo, desonesto. 18 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 24ª ed., São Paulo: Malheiros Editores, 2005, p. 669. 19 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros Editores, 24ª ed., 2005, p. 669 ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 15 A Lei nº 8.429/1992, também chamada de Lei da Improbidade Administrativa, dispõe: Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito: Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei ... (art. 9º) Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário: Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e ... (art. 10) Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública: Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e ... (art. 11) Para melhor ilustrar as definições acima, vamos trazer, também, o citado art. 1º: Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 16 Aproveitando a oportunidade, vamos, sinteticamente, tecer comentários sobre os demais princípios da administração pública que citamos no início dessa seção. Afinal de contas, podemos identificar uma natureza ética em cada um deles. Confiram comigo: Princípio da Isonomia: O princípio constitucional da isonomia é conhecido pelo conceito de: tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. O saudoso Ruy Barbosa defendia: A regra da igualdade não consiste senão em tratar desigualmente os desiguais na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcional e desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade. Os mais são desvarios da inveja, do orgulho ou da loucura. Tratar com desigualdade os iguais, ou os desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real. Os apetites humanos conceberam inverter a norma universal da criação, pretendendo, não dar a cada um, na razão do que vale, mas atribuir os mesmos a todos, como se todos se equivalessem.20 Princípio da Economicidade: Muito ligado aos procedimentos de aquisição e contratação do poder público (licitações), o princípio da economicidade determina que a administração sempre escolha a proposta mais vantajosa. Também podemos desdobrar tal economicidade para os ritosprocessuais: economicidade processual. O TJ-SE ensina e orienta: Outra grande inovação que caminha lado a lado com o princípio da celeridade é a economia processual, cuja finalidade é atingir um objetivo prático e seguro com o mínimo de atos processuais possíveis. A percepção do princípio em análise é demonstrada com maior vigor em alguns atos processuais concentrados, como na audiência de instrução e julgamento, onde a apresentação de documentos, a contestação, a análise das preliminares, as oitivas das partes e de todas as testemunhas, a apreciação de incidentes e, acima de tudo, o julgamento, são (ou podem ser) resolvidos nessa audiência.21 20 BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. 3 ed. Saraiva: São Paulo, 2009, p. 420 21 Fonte: www.tjse.jus.br ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 17 Princípio da Supremacia do Interesse Público: “Esse princípio, também chamado de princípio da finalidade pública, está presente tanto no momento da elaboração da lei como no momento da sua execução em concreto pela Administração Pública. Ele inspira o legislador e vincula a autoridade administrativa em toda a sua execução.”22 Alguns autores gostam da expressão Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público, demonstrando que não há a alternativa, por parte dos agentes públicos, de agirem no sentido que não seja em prol da satisfação do interesse público. Princípio da Presunção de Legitimidade ou de Veracidade: “Esse princípio, que alguns chamam de princípio da presunção da legalidade, abrange dois aspectos: de um lado, a presunção de verdade, que diz respeito à certeza dos fatos; de outro lado, a presunção da legalidade, pois, se a Administração Pública se submete à lei, presume-se, até prova em contrário, que todos os seus atos sejam verdadeiros e praticados com a observância das normas legais pertinentes.”23 Princípio da Especialidade: Esse princípio nos submete à ideia de descentralização administrativa. Suas diretrizes são encontradas, com facilidade, na criação, por parte do Estado, de pessoas jurídicas administrativas com finalidades específicas próprias. Princípio do Controle ou Tutela: Princípio que permite à Administração Pública direta fiscalizar e controlar as atividades desenvolvidas pelas diversas entidades da Administração Indireta, “visando garantir a observância de suas finalidades”. Precisamos entender que o controle e/ou a fiscalização não comprometem a independência de tais entidades, já que tal autonomia está vinculada à atuação em conformidade com suas respectivas finalidades institucionais. 22 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 61 a 80 23 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 61 a 80 ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 18 Princípio da Autotutela: Ao entendermos o Princípio da Tutela, fica fácil imaginarmos e compreendermos o da Autotutela. “Enquanto pela tutela a Administração exerce o controle sobre outra pessoa jurídica por ela mesma instituída, pela autotutela o controle se exerce sobre os próprios atos, com possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder Judiciário.”24 Princípio da Hierarquia: Como toda organização, a Administração Pública necessita de uma organização hierárquica, com relações de coordenação e subordinação entre seus órgãos e, também, internamente, em relação a seus agentes públicos. Di Pietro nos ensina que tal princípio “só existe relativamente às funções administrativas, não em relação às legislativas e judiciais”25. Podemos citar, entre as prerrogativas decorrentes de tal princípio para a Administração: Obedecer (os subordinados em relação a seus superiores), Rever os atos dos subordinados, Delegar atribuições e competências (quando não vedado em lei), Avocar atribuições e competências (que delega atribuições e competências pode, a qualquer tempo, avocá-las novamente), e Punir. Princípio da Continuidade do Serviço Público: Não é admissível que o serviço público (“Estado desempenha funções essenciais ou necessárias à coletividade”) seja interrompido ou paralisado. Como bem nos ensina Di Pietro, podemos, a partir daqui, encontrar importantes consequências: Proibição de greve em serviços públicos (tais segmentos, ao se manifestarem e protestarem por melhores condições de trabalho, devem manter, minimamente, conforme previamente definido, a prestação de seus serviços públicos), Suplência, Delegação, Preenchimento provisório de vagas em funções públicas Substituição, Possibilidade de encampação de concessão de serviço público, 24 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 61 a 80 25 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 61 a 80 ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 19 Possibilidade de a Administração utilizar a estrutura da empresa contratada (equipamentos, instalações, pessoal, etc.) para assegurar a continuidade da prestação do serviço público. Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade: Princípio muito ligado às limitações à discricionariedade administrativa presente em algumas decisões dos agentes públicos. Desta forma, quando a legislação permite uma ‘certa liberdade’ de atuação dos agentes públicos, esses deverão fazê-lo em estrita observância aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Alguns autores defendem, inclusive, que atos discricionários legais (isto é, dentro dos limites estabelecidos na lei) podem ser ilegítimos, caso sejam desproporcionais ou não razoáveis. Princípio da Segurança Jurídica: O caput do art. 2º da Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, traz menção a esse princípio. Confiram: “Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. [...] XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.” (Lei nº 9.784/1999) - destaquei Transcrevi, também, o inciso XIII, por se tratar de um importante desdobramento do Princípio da Segurança Jurídica, que objetiva impedir a alteração de situação já resolvida e decidida em conformidade com a legislação vigente à época de tal ato. Entendimentos e posicionamentos jurídicos no Direito Administrativo sofrem constantes alterações. Sobre isso, Di Pietro nos ensina: “Isto não significa que a interpretação da lei não possa mudar; ela frequentemente muda como decorrência e imposição da própria evolução do direito. O que não é possível é fazê-la retroagir a casos já decididos com base em interpretação anterior, considerada válida diante das circunstâncias do momento em que foi adotada.”26 26 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 61 a 80 ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 20 RESPONSABILIDADE SOCIAL NO SERVIÇO PÚBLICOQuero começar este tópico com o texto “O Servidor Público e a Nova Ordem Constitucional” constante do capítulo “O Novo Servidor Público” da Revista nº 37 do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCMRJ), de 2008. O presente artigo é de autoria do Dr. Antônio Flávio de Oliveira, Procurador do Estado de Goiás e professor da Escola Superior da Magistratura - ESMEG O Servidor Público e a Nova Ordem Constitucional O novo servidor público constitui verdadeiro estágio evolutivo do velho servidor. Deve ser considerado levando-se em conta a sua percepção de responsabilidade pública, o que poderá ocorrer mesmo em se tratando de servidor admitido anteriormente à promulgação da Constituição de 1988. I. Introdução Houve tempo e ordens constitucionais em que se admitia o ingresso de servidores efetivos no serviço público sem a fundamental submissão ao concurso público. Evolui-se com o curso do tempo e com o desenrolar da história. O senhor do tempo e da história nos Estados é o povo que rege este mesmo Estado, o titular do Poder supremo – aceitando-se a concepção de soberania popular, logicamente, para isto, evitando- se toda a discussão a respeito destes temas, que por si só são objeto de grandes controvérsias doutrinárias. Não poderia ser de outro modo no Brasil. Apesar de demorada, a alteração constitucional estabelecendo o critério meritório para o provimento de cargos públicos veio em momento propício, pois, estabelecida uma nova ordem constitucional cria-se um novo ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 21 Estado – um novo pacto social, ante a disposição do povo constituinte de firmar entre si ajuste em termos justos. Neste contexto do novo Estado brasileiro, que por ocasião da elaboração da Constituição de 1988 estava sendo refundado; por força do disposto no art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, não poderiam sobreviver privilégios conferidos a alguns por razões de nascimento ou de amizade. Assim, pode-se afirmar, surgiu o concurso público no ordenamento Constitucional de 1988 como um dos meios de que se vale a Constituição para a construção de uma idéia de justiça centrada na isonomia de oportunidades, algo até então desconhecido da Nação Brasileira. Seria insuficiente a realização de concursos públicos se estes não primassem pela lisura de sua avaliação, de molde que os aprovados em tais certames fossem exatamente aqueles melhor qualificados para o desempenho das funções do cargo público para que se candidataram. Portanto, além de fazer do concurso “público”, era fundamental que lho iluminasse com a luz da legalidade, da moralidade, da publicidade, da impessoalidade e da eficiência, não obstante este último princípio ainda não constasse de maneira explícita no texto constitucional. Com tais desafios encara-se a tarefa de construir um País inserido na vanguarda civilizatória da ordem mundial, mas não é possível que se pretenda estabelecer serviço público de qualidade sem as garantias necessárias, e apenas estas, aos exercentes das funções dos cargos públicos. II. Servidor do Povo A noção de servidor público está diretamente relacionada com a idéia de soberania popular, porquanto a própria designação ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 22 endereça o dever de respeito destes para com a vontade daqueles que comandam o Estado. Servidor público é, antes de qualquer coisa, o servo do soberano que assumiu o poder estatal após a Revolução Francesa. No entanto, é equivocada a percepção de servidor como “servo”, com a conotação de propriedade que tal expressão possuía no império romano e durante a Idade Média. Está muito mais relacionado o termo com a compreensão de que tais indivíduos têm como tarefa a execução de “serviços” endereçados ao público, de modo indistinto, sem qualquer preferência. Por isso, os deslizes praticados por estes serviçais não lhes ocasionarão castigos, como aqueles outrora endereçados aos escravos, mas penalidades, caracterizadas estas como punições aos homens livres transgressores das regras da sociedade. III. Cargos Públicos Tanto o preenchimento de cargos públicos quanto a criação destes devem estar vinculados à existência de interesse geral (interesse coletivo primário) na sua criação. Não se criam cargos públicos ou provêem estes, em que pese tenham sido regularmente criados, se não há supedâneo para estas atividades no interesse geral, motivado por uma necessidade pública. É fundamental, pois, o adjetivo “público”, talvez até mais importante do que o substantivo “cargo”, pois na Administração jamais poderá existir qualquer “cargo” que não seja “público”, isto é, que esteja relacionado com a execução de alguma tarefa conducente à realização do bem-comum. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 23 Caso venha ocorrer de se criar algum cargo estatal desprovido de interesse público que norteie suas ações, estar-se-á diante de lei inconstitucional por violação de vários dos princípios que regem a Administração Pública. Do mesmo modo, o provimento de cargo sem o correspondente interesse público na prática dessa ação ocasiona a invalidade de tais atos, por desvio de finalidade. É evidente que o interesse público orienta de modo determinante não apenas a ação estatal executiva, mas também aquela de ordem legislativa, o que significa que não apenas a execução de atos públicos é predeterminada pelo interesse público, mas até mesmo sua concepção, porquanto esta é a característica marcante dos atos legislativos. IV. A Remuneração do Servidor O tema remuneração, não apenas de servidores públicos, mas de quaisquer trabalhadores, encontra atualmente disciplina constitucional, sendo este mais um fator determinante na constatação do fato de se tratar a Constituição de 1988 de um texto constitucional formal, posto que contém em seu interior normas não estruturantes do Estado brasileiro. Com a intenção de dar segurança a tais disciplinas, o legislador constituinte entendeu por bem inseri-las no bojo da Carta Constitucional, em razão da maior dificuldade de alteração de tais diplomas. Todavia, tal inserção não tem constituído obstáculo a reformas em períodos relativamente curtos. IV.1 – Parâmetros Constitucionais É importante anotar que a CF/88 cuida do estabelecimento de limites mínimos e máximos, em se tratando de trabalhador no serviço público. O limite mínimo encontra-se previsto no art. 7°, inciso IV, aplicável aos servidores públicos por expressa determinação do § 3°, do art. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 24 39, ambos da Constituição Federal de 1988, ao passo que o limite máximo, comumente conhecido como “teto”, acha-se respaldado no disposto no art. 37, inciso XI. A transgressão de tais limites provoca a invalidade do ato violador, por configuração de inconstitucionalidade, sendo cristalino, em razão do princípio federativo, que cada ente federado deverá produzir sua própria legislação de organização de servidores, inclusive o estabelecimento de remuneração, conquanto que respeitados os parâmetros constitucionais. IV.2 – Critérios de Fixação Aparentemente não estaria estabelecidono texto constitucional qualquer critério para a fixação da remuneração de servidores públicos, especialmente porque não se cuidou ali de expedir orientações quanto a isto. Entretanto, tal impressão não corresponde à realidade, pois contém a Constituição princípios e preceitos que indicam a necessidade de que se dê tratamento equitativo aos servidores também no aspecto retributivo. Deve-se concluir neste sentido pela existência de um Princípio da Igualdade, que exige que se confira tratamento desigual aos desiguais, na medida de suas desigualdades, impondo a igualdade material, ao invés daquela simplesmente formal. Assim, quanto maior a complexidade da tarefa a ser desempenhada maior, conseqüentemente, deverá ser a retribuição por sua execução, sob pena de injustiça entre os servidores. O mesmo pode-se extrair do disposto no art. 37, II, quando determina que somente mediante “concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a complexidade do cargo ou emprego” poderá ser provido cargo público. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 25 Declara o dispositivo existirem graus de complexidade diferentes nos cargos e empregos públicos, do que sobressai a necessidade de se fazer justiça aos seus ocupantes remunerando-os consoante com a dificuldade e complexidade envolvida no desempenho de suas atividades. IV.3 – Garantias Por um lado se garante o parâmetro mínimo de fixação de remuneração que o servidor ou empregado público não terá aviltado o seu labor pela baixa retribuição por parte do Estado, de outra parte, o limite máximo – o TETO – dá segurança à sociedade (ou o contribuinte) de que, havendo limite máximo para a retribuição, esta não será uma forma de malversação dos recursos públicos, porquanto a estes trabalhadores se pagará o correspondente ao valor de seu trabalho, não lhes ensejando uma forma de enriquecimento indevido. Tais previsões constitucionais contam com instrumentos de sua concretização, seja por intermédio de ações constitucionais que restabeleçam a legalidade, em decorrência de alguma violação – como o mandado de segurança –, seja por intermédio de meios e ações infraconstitucionais, calcados em dispositivos de produção legislativa, como o Código de Processo Civil, dispositivos que regem pleitos administrativos etc. V – Servidor – O Velho e o Novo – Mudança de Perspectiva Com a nova ordem constitucional nasceu um “novo servidor”, que convive, em muitos casos, com o “velho servidor”. Por velho servidor deve-se compreender aquele trabalhador no serviço público inconsciente da dimensão pública que sua tarefa possui, qualquer que seja ela; enquanto que novo servidor é aquele conectado com o ideal público presente no texto constitucional atual. O antigo servidor era, em muitos casos, escolhido com apoio em critérios políticos, de amizade ou familiares. O novo servidor tem a ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 26 sua escolha determinada exclusivamente pelo mérito que demonstrou em concurso público de provas ou de provas e títulos. Se o antigo servidor tinha suas ações direcionadas por um sentimento de fidelidade com aquele que fora responsável pela sua nomeação, o novo servidor, por não se achar relacionado com vínculos afetivos, mas apenas vínculos legais, tem sua conduta dirigida pela consciência da busca pela realização do bem-estar coletivo em todos os seus atos. VI - Conclusão O novo servidor público, portanto, deve ser considerado como tal não apenas em relação à idade, tempo de admissão, mas levando- se em conta a sua percepção de responsabilidade pública, o que poderá ocorrer mesmo em se tratando de servidor admitido anteriormente à promulgação da Constituição de 1988, constitui verdadeiro estágio evolutivo superior do velho servidor. Não se trata de criticar um em detrimento do outro, mas de perceber a mudança dos tempos que provocada pela alteração do texto constitucional. Certamente que muito houve de vanguarda no agir de incontáveis servidores públicos ingressos antes da Constituição de 1988. Não deve haver dúvida de que o atual servidor ainda se encontra em processo evolucionário, entretanto essa evolução é determinada pelo grau de civismo do Povo que habita o Território, indicando o nível de adiantamento do Estado. A civilidade de um Povo é que irá determinar o estágio de civilização de uma cultura. Se melhora o serviço público é porque avança a sociedade, tanto porque é ela que o compõe, mediante o ingresso por concurso, como porque é esta mesma sociedade que exige melhores condições de prestação dos serviços públicos de que necessita, denotando elevada consciência de cidadania. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 27 Além de trazer boas reflexões ao nosso tema (“Responsabilidade Social no Serviço Público”) o artigo acima enriquece nossos conhecimentos acerca de outros tópicos de nosso ordenamento jurídico que dispõem sobre os servidores públicos. Ainda na citada edição da Revista do TCMRJ, encontramos entrevista com o Dr. Hermann Assis Baeta, advogado (ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB) e, à época da entrevista, Membro da Comissão de Ética Pública da Presidência da República. São 6 perguntas que nos ajudam a refletir sobre o papel do servidor público na administração pública atual e reforça tópicos estudados em nosso curso acerca da Ética na Administração Pública, além de reforçar a questão do compromisso e da responsabilidade do servidor público. Acompanhem comigo: Ética e compromisso no serviço público TCMRJ: Como membro da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, qual seria sua definição para Ética, Moral e Direito? Hermann Assis Baeta: Na minha opinião, o Direito é o conjunto de normas e regras coativamente impostas à sociedade. A Moral decorre de um comportamento correto no conjunto dos costumes prevalecentes na sociedade, tendo em vista o que é dado como certo ou errado. A Ética diz respeito a um padrão de comportamento de extrema correção. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 28 TCMRJ: Qual a importância da ética e do compromisso do servidor público para desenvolvimento do país e da administração pública? Hermann Assis Baeta: O servidor público deve pautar-se de acordo com os objetivos traçados pela Administração, podendo até mesmo ir além desse comportamento, objetivando contribuir no sentido da satisfação pessoal da clientela da administração, buscando resultados mais eficazes e satisfatórios para o desenvolvimento da instituição a que serve, contribuindo, automaticamente, para o desenvolvimento do país. TCMRJ: Como podemos avaliar o custo da falta de ética para a sociedade? Hermann Assis Baeta: Resulta na criação de comportamentos violentos e desorganizadores da estrutura social. Quem mais sente e sofre as conseqüências de tal comportamento são as classes sociais menos favorecidas, isto é, as camadas sociais mais pobres da população. TCMRJ: Considerando que é dever do servidor público “ser leal às instituições a que servir”, o que é ser leal à instituição? Hermann Assis Baeta: Ser leal à instituição é estabelecer comportamentoscondignos com o bem comum, é o indivíduo comportar-se sempre de acordo com padrões de correção e dignidade humana, não ultrapassando os limites do bem. No caso concreto do Servidor público, este deve estar permanentemente em sintonia com os objetivos da instituição a que serve, cumprindo fielmente as normas e regras baixadas para tal. O servidor público, na expressão rigorosa do termo, deve atentar para os objetivos institucionais, deles não se afastando em qualquer hipótese ou em qualquer circunstância. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 29 TCMRJ: Pode o servidor público ser punido por ter uma conduta imoral, se a lei não prevê punição para tal conduta? De que forma? Hermann Assis Baeta: O servidor público pode ser punido sim, por uma conduta imoral mesmo não estando previsto em lei, pois existem princípios orientadores dos servidores públicos que não são previstos em normas escritas, porém são inerentes e indispensáveis à Administração Pública. É preciso na hipótese, que o intérprete estabeleça uma interpretação coerente dentro da lógica dos preceitos fundamentais da Administração, podendo chegar-se até a uma censura pública, ou mesmo um afastamento temporário das atribuições do cargo. A falta de decoro também poderá caracterizar falta punível administrativamente. TCMRJ: Quais os principais pontos a serem observados no Código de Ética do Servidor Público? Hermann Assis Baeta: Os principais pontos a serem destacados poderão ser o bom relacionamento e o comportamento honesto e incorruptível do servidor no trato da coisa pública. Tal entrevista também consta do Capítulo “O Novo Servidor Público” da Revista 37 do TCMRJ, o que mostra o valor de nossa matéria (Ética) na atual configuração da Administração Pública brasileira. Principalmente como forma de atender aos anseios de nossa sociedade. O Ministro do TCU, Valmir Campelo, diante da constante e crescente exigência de eficiência e eficácia dos serviços públicos, menciona: “Atualmente, as novas práticas requeridas pela Administração Pública, em todo o mundo, com a introdução dos recentes conceitos de gerenciamento, redução da máquina administrativa e gestão por resultados, impõem o contínuo aprimoramento do contingente de cada organização estatal, aí incluídos servidores, dirigentes e autoridades.”27 27 Revista nº 37 do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, de 2008. (disponível no sítio www.tcm.rj.gov.br), páginas 17 e 18. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 30 O artigo a seguir vem, novamente, posicionar a importância da atuação responsável do servidor público na obtenção da qualidade dos serviços públicos prestados: A importância do servidor público Artigo de Augusto Dourado28 O cidadão quer um serviço público proporcionado pelo Estado que funcione, e para isso exige servidores dedicados e preparados para fazerem o melhor com o objetivo de atenderem às suas necessidades. A prestação do serviço público é das mais importantes atividades de uma comunidade, de uma sociedade ou de uma nação. Nenhum país, estado ou município funciona sem seu quadro de servidores públicos, responsáveis pelos diversos serviços colocados à disposição do cidadão. Portanto, é de suma importância exaltar quem executa o papel de prestador de serviço à sociedade. Neste contexto, prestar serviço à população com qualidade e dedicação deve ser sempre a meta dos servidores e estar entre seus objetivos. Segundo se depreende das disposições constitucionais em vigor, servidores públicos são todos aqueles que mantêm vínculo de trabalho profissional com os órgãos e entidades governamentais, integrados em cargos ou empregos de qualquer delas: União, Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. Trata-se de designação genérica e abrangente introduzida pela Carta de 1988, uma vez que, até a promulgação da Constituição Federal hoje em vigor, prevalecia a denominação de funcionário público para identificação dos titulares de cargos na administração direta, considerando-os equiparados aos ocupantes de cargos nas autarquias, aos quais se estendia o regime estatutário. 28 Augusto Dourado é especialista em Recursos Humanos. O presente artigo encontra-se disponível no sítio www.portaldoservidor.ba.gov.br, com última atualização em 22/10/2012 às 17:47:42 ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 31 A partir, portanto, da Constituição de 1988, desaparece o conceito de funcionário público, passando-se adotar a designação ampla de servidores públicos. A cada dia, o papel do servidor público não é apenas o de ser estável. É muito mais do que isso, pois a sua atuação está necessariamente voltada para os anseios da comunidade ou sociedade. A estabilidade dos servidores somente se justifica se ela assegura, de um lado, a continuidade e a eficiência da Administração e, de outro, a legalidade e impessoalidade da gestão da coisa pública. A responsabilidade do servidor público é muito grande, tornando- se um privilégio por tratar-se de um agente de transformação do Estado. O servidor deve estar sempre a serviço do público e, a partir desta lógica, listamos alguns princípios fundamentais à sua atuação: Agente de transformação a serviço da cidadania, o que se torna uma diferença marcante dos demais trabalhadores; Compromisso intransigente com a ética e com os princípios constitucionais; Atualização permanente e desenvolvimento de novas competências; Capacidade de lidar com a diferença e a diversidade; Habilidade para atuar em diferentes contextos e sob diversos comandos; Lidar com o que é de todos. O principal diferencial do servidor público é que este tem a oportunidade de servir à comunidade em que está inserido. Por isso, esta não pode ser vista como uma profissão qualquer, e sim como um desafio de se cuidar do que é de todos nós. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 32 Diante do cenário atual, podemos concluir que é preciso existir nos servidores públicos uma consciência jurídico-moral que oriente e direcione suas condutas no importante papel de servir à coletividade. Pablo Serrano assim define consciência jurídico-moral: “Definimos a consciência jurídico-moral como sendo o respeito, involuntário e desinteressado, ao conjunto de regras externas e internas conhecidas. É sentimento que define o agir distinguido o bem do mal, sentimento do dever perante um poder que se sabe prescrito pela moral e pelo direito.”29 É dever dos administradores e gerentes públicos, ao perceberem que há uma deficiência, ou, até mesmo, uma escassez na presença de tal consciência, desenvolvê-la, divulgá-la e fortalecê-la nos servidores que estiverem sob sua chefia. VAMOS NOS EXERCITAR UM POUCO! 29 SERRANO, Pablo Jiménez. Tratado de Ética Pública: Curso de Ética Administrativa. São Paulo: Ed. Átomo, 2010. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 33 QUESTÕES RESOLVIDAS Questão 1 (ESAF – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2008) – Em uma licitaçãona modalidade pregão, na forma eletrônica, o pregoeiro um dia antes da abertura constatou um vício no edital. A alteração necessária implicou alteração na formulação das propostas. Diante das circunstâncias, a autoridade superior recomendou-lhe que republicasse a licitação da mesma forma que a publicação original. A recomendação da autoridade superior se deu para que houvesse a observância do princípio da: a) vinculação ao instrumento convocatório. b) moralidade. c) imprevisão. d) economicidade. e) proporcionalidade. Resolução: Apesar do enunciado se referir ao Pregão Eletrônico, a interpretação e a resolução desta questão serve para qualquer modalidade licitatória. O candidato, inicialmente, pode achar se tratar de uma questão simples. O problema é que, muitas vezes, determinado procedimento é revestido de desdobramentos decorrentes de vários princípios que orientam a Administração. A recomendação, citada no enunciado, feita pela autoridade competente, foi embasada no §4º do art. 21 da Lei 8.666/93. Vamos recapitulá-lo: § 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.30 Colocarei alguns pontos para refletirmos e percebermos que é necessária uma análise bem detalhada e criteriosa para resolvermos esta questão. 30 Redação dada pela Lei nº 8.883 de 08/06/1994 (o artigo 21 praticamente foi reescrito por esta Lei) ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 34 1. Poderíamos dizer que tal determinação legal visa atender ao princípio da economicidade? Uma vez que a alteração do edital, que afete a formulação das propostas, sem a reposição do prazo necessário para tal revisão, impediria que melhores ofertas fossem apresentadas pelos licitantes à Administração? 2. Ou poderíamos dizer que este procedimento visa, proporcionalmente, garantir condições dos licitantes formularem suas propostas, corrigindo-as em relação à alteração do edital? 3. Ou, ainda: a mudança da regra do jogo “aos 45 minutos do segundo tempo”31, sem prazo suficiente para os concorrentes alterarem suas propostas, é moral? Estes nossos questionamentos estão relacionados, respectivamente, aos princípios da economicidade, proporcionalidade e moralidade, que aparecem como opções de resposta. Mas, por mais que possamos dizer “sim” para tais perguntas, precisamos perceber que é o princípio de vinculação ao instrumento convocatório que dita a regulamentação legal e a consequente recomendação da autoridade competente. Confiram: Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: Para revestir uma licitação de isonomia, transparência e moralidade, nada mais justo que as atuações dos agentes públicos e das empresas participantes (licitantes) estarem vinculadas ao edital licitatório (instrumento convocatório). Costuma-se dizer que o “edital é a lei interna da licitação”, como claramente nos ensina o mestre Hely Lopes Meirelles: “O edital é a lei interna da licitação, e, como tal, vincula aos seus termos tanto os licitantes quanto a Administração que o expediu. É impositivo para ambas as partes e para todos os interessados na licitação”32; 31 Expressão popular, referente ao futebol, utilizada para se referir a fatos que ocorrem no limite dos prazos, no fim do tempo disponível. 32 MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. 10ª ed. São Paulo: RT, 1991. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 35 Afinal, se o “edital é a lei interna da licitação”, como a Administração poderá exigir o atendimento a todas as exigências editalícias, se a regra foi alterada durante a licitação, sem a consequente reposição do prazo necessário (inicialmente estabelecido) para cada licitante reformular sua proposta? Desta forma, a republicação do edital visa a observância do princípio da vinculação ao instrumento convocatório. Gabarito: A Questão 2 (CESPE – TRT-17ª Região – Analista Judiciário – 2013) – Em relação aos poderes administrativos, à organização do Estado e aos atos administrativos, julgue o item seguinte. Considere que, no exercício do poder discricionário, determinada autoridade indique os motivos fáticos que justifiquem a realização do ato. Nessa situação, verificando-se posteriormente que tais motivos não existiram, o ato administrativo deverá ser invalidado. Resolução Item CERTO. Percebam a importância dos princípios em nosso ordenamento jurídico. Na situação hipotética apresentada no enunciado acima, o ato foi praticado sem motivação, já que ficou comprovado, posteriormente, que as justificativas alegadas não existiram. Desta forma, no poder de autotutela, a Administração deverá invalidar tal ato. Gabarito: C (Certo) ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 36 Questão 3 (CESPE – TRT-17ª Região – Analista Judiciário – 2013) – Em relação aos poderes administrativos, à organização do Estado e aos atos administrativos, julgue o item seguinte. Entre as entidades da administração indireta e os entes federativos que as instituíram ou que autorizaram sua criação inexiste relação de subordinação, havendo entre eles relação de vinculação que fundamenta o exercício do controle finalístico ou tutela. Resolução Outro item CERTO. Tal assertiva está coerente com o que estudamos relacionado ao Princípio do Controle e da Tutela. Gabarito: C (Certo) Questão 4 (CESPE – SERPRO – Analista – 2013) – No que concerne aos princípios constitucionais do direito administrativo, julgue o seguinte item. O princípio da isonomia pode ser invocado para a obtenção de benefício, ainda que a concessão deste a outros servidores tenha-se dado com a violação ao princípio da legalidade. Resolução Item ERRADO. Se tal situação ocorresse, diríamos que seria um “erro justificando o outro”. O que é preciso acontecer no caso acima, observadas suas condições específicas e fáticas, é a invalidação do ato praticado irregularmente, sob a luz do Princípio da Autotutela. Gabarito: E (Errado) ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 37 Questão 5 (CESPE – SERPRO – Analista – 2013) – No que concerne aos princípios constitucionais do direito administrativo, julgue o seguinte item. O princípio da publicidade vincula-se à existência do ato administrativo, mas a inobservância desse princípio não invalida o ato. Resolução Item ERRADO. Conforme já estudamos, a publicação de um ato administrativo, em diversos casos, o reveste de eficácia. Assim, “atos secretos” não terão validade (Lembram o caso do Senado, sob a presidência do Senador Sarney? É um bom exemplo para ilustrar nossa questão). Gabarito: E (Errado) Questão 6 (CESPE – INPI – Analista de Planejamento – 2013) – Acerca de princípios da administração pública, e conceitos de administração pública, órgão público e servidor, julgue o item a seguir. A supremacia do interesse público constitui um dos princípios que regem a atividade da administração pública, expressamente previsto na Constituição Federal. Resolução Por incrível que pareça, o presente item está ERRADO. E tornou-se incorreto ao afirmar queo Princípio da Supremacia do Interesse Público aparece, EXPRESSAMENTE, em nossa Constituição Federal/1988. Gabarito: E (Errado) ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 38 Questão 7 (CESPE – TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012) – Julgue o item que se segue, relativos ao direito administrativo. No âmbito da administração pública, a correlação entre meios e fins é uma expressão cujos sentido e alcance costumam ser diretamente associados ao princípio da eficiência. Resolução Item ERRADO. Tal correlação está mais ligada aos Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade. Existem, inclusive, alguns autores que utilizam a denominação Princípio da Adequação entre Meios e Fins. Gabarito: E (Errado) Questão 8 (CESPE – STM – Analista Judiciário – 2011) – Com relação à estrutura e à organização administrativa e aos princípios fundamentais da administração pública, julgue o item a seguir. O princípio da razoabilidade refere-se à obrigatoriedade da administração pública em divulgar a fundamentação de suas decisões por meio de procedimento específico. Resolução Item ERRADO. A Banca, aqui, misturou vários princípios, confiram: A fundamentação está ligada ao Princípio da Motivação; A divulgação ao Princípio da Publicidade; e O Princípio da Razoabilidade busca orientar a administração a praticar o ato mais adequado e proporcional à situação apresentada. Gabarito: E (Errado) ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 39 Questão 9 (CESPE – STM – Analista Judiciário – 2011) – Com relação à estrutura e à organização administrativa e aos princípios fundamentais da administração pública, julgue o item a seguir. Uma das manifestações do princípio da eficiência está nas rotinas de controle de resultados a que se submete o poder executivo. Resolução Item CERTO. Podemos sim vincular o Princípio da Eficiência às rotinas de controle de resultados. Existem diversas ferramentas de gestão que utilizam indicadores de qualidade, de produção, de economicidade, de rentabilidade, de correção, dentre outros, para aferir a eficiência dos respectivos processos. Gabarito: C (Certo) Questão 10 (CESPE – ABIN – Agente Técnico de Inteligência – 2010) – Julgue o item subsequente, acerca dos princípios, poderes e atos administrativos. O princípio da impessoalidade decorre, em última análise, do princípio da isonomia e da supremacia do interesse público, não podendo, por exemplo, a administração pública conceder privilégios injustificados em concursos públicos e licitações nem utilizar publicidade oficial para veicular promoção pessoal. Resolução Item CERTO. Fiz questão de trazer essa questão por conter uma afirmativa totalmente coerente com o conteúdo de nossa aula, interligando alguns princípios da administração pública brasileira. Gabarito: C (Certo) ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 40 QUESTÕES PROPOSTAS Questão 1 (ESAF – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2008) – Em uma licitação na modalidade pregão, na forma eletrônica, o pregoeiro um dia antes da abertura constatou um vício no edital. A alteração necessária implicou alteração na formulação das propostas. Diante das circunstâncias, a autoridade superior recomendou-lhe que republicasse a licitação da mesma forma que a publicação original. A recomendação da autoridade superior se deu para que houvesse a observância do princípio da: a) vinculação ao instrumento convocatório. b) moralidade. c) imprevisão. d) economicidade. e) proporcionalidade. Questão 2 (CESPE – TRT-17ª Região – Analista Judiciário – 2013) – Em relação aos poderes administrativos, à organização do Estado e aos atos administrativos, julgue o item seguinte. Considere que, no exercício do poder discricionário, determinada autoridade indique os motivos fáticos que justifiquem a realização do ato. Nessa situação, verificando-se posteriormente que tais motivos não existiram, o ato administrativo deverá ser invalidado. Questão 3 (CESPE – TRT-17ª Região – Analista Judiciário – 2013) – Em relação aos poderes administrativos, à organização do Estado e aos atos administrativos, julgue o item seguinte. Entre as entidades da administração indireta e os entes federativos que as instituíram ou que autorizaram sua criação inexiste relação de subordinação, havendo entre eles relação de vinculação que fundamenta o exercício do controle finalístico ou tutela. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 41 Questão 4 (CESPE – SERPRO – Analista – 2013) – No que concerne aos princípios constitucionais do direito administrativo, julgue o seguinte item. O princípio da isonomia pode ser invocado para a obtenção de benefício, ainda que a concessão deste a outros servidores tenha-se dado com a violação ao princípio da legalidade. Questão 5 (CESPE – SERPRO – Analista – 2013) – No que concerne aos princípios constitucionais do direito administrativo, julgue o seguinte item. O princípio da publicidade vincula-se à existência do ato administrativo, mas a inobservância desse princípio não invalida o ato. Questão 6 (CESPE – INPI – Analista de Planejamento – 2013) – Acerca de princípios da administração pública, e conceitos de administração pública, órgão público e servidor, julgue o item a seguir. A supremacia do interesse público constitui um dos princípios que regem a atividade da administração pública, expressamente previsto na Constituição Federal. Questão 7 (CESPE – TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012) – Julgue o item que se segue, relativos ao direito administrativo. No âmbito da administração pública, a correlação entre meios e fins é uma expressão cujos sentido e alcance costumam ser diretamente associados ao princípio da eficiência. Questão 8 (CESPE – STM – Analista Judiciário – 2011) – Com relação à estrutura e à organização administrativa e aos princípios fundamentais da administração pública, julgue o item a seguir. O princípio da razoabilidade refere-se à obrigatoriedade da administração pública em divulgar a fundamentação de suas decisões por meio de procedimento específico. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 42 Questão 9 (CESPE – STM – Analista Judiciário – 2011) – Com relação à estrutura e à organização administrativa e aos princípios fundamentais da administração pública, julgue o item a seguir. Uma das manifestações do princípio da eficiência está nas rotinas de controle de resultados a que se submete o poder executivo. Questão 10 (CESPE – ABIN – Agente Técnico de Inteligência – 2010) – Julgue o item subsequente, acerca dos princípios, poderes e atos administrativos. O princípio da impessoalidade decorre, em última análise, do princípio da isonomia e da supremacia do interesse público, não podendo, por exemplo, a administração pública conceder privilégios injustificados em concursos públicos e licitações nem utilizar publicidade oficial para veicular promoção pessoal. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 01 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof.
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