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ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT 
– TEORIA E EXERCÍCIOS
Aula 01 
Professor: HENRIQUE CAMPOLINA 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 1 
Olá, Futuro Auditor do Estado do Mato Grosso! 
É com grande satisfação que o recebo para, juntos, percorremos todo o nosso 
conteúdo programático do Curso de Ética para Auditor da CGE/MT – Teoria 
e Exercícios. 
Hoje abordaremos: 
 Princípios constitucionais de natureza ética: Moralidade, Impessoalidade,
Probidade (vou trazer, também, considerações sobre os princípios da
Motivação e da Publicidade);
 EXTRA: Responsabilidade social no serviço público (inclui esse tópico em
nosso curso, que basicamente traz recortes de publicações, como
preparação para nossa aula 2, por serem assuntos muito interligados).
Críticas e sugestões poderão ser enviadas para: 
henriquecampolina@pontodosconcursos.com.br 
Prof. Henrique Campolina 
Janeiro/2015 
SUMÁRIO 
Princípios constitucionais de natureza ética: Moralidade, Impessoalidade, 
Probidade, Motivação e Publicidade ........................................................... 2 
Responsabilidade social no serviço público ................................................. 20 
Questões Resolvidas ............................................................................... 33 
Questões Propostas................................................................................. 40 
Gabarito ................................................................................................ 43 
Bibliografia ............................................................................................ 44 
Aula 01 
ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT 
– TEORIA E EXERCÍCIOS
Aula 01 
Professor: HENRIQUE CAMPOLINA 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 2 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA ÉTICA: 
Moralidade, Impessoalidade, Probidade, Motivação e Publicidade 
Começarei nossos estudos com os princípios fundamentais da República 
Federativa Brasileira (Título I da CF/1988). 
Em seguida, traremos os princípios da Administração Pública. 
Antes de transcrevermos o artigo 1º do Título I de nossa Constituição 
Federal/1988, vamos relembrar o conceito de princípio jurídico do prof. Antônio 
Carraza: 
“princípio jurídico é um enunciado lógico, implícito ou 
explícito, que, por sua grande generalidade, ocupa 
posição de preeminência1 nos vastos quadrantes do 
Direito e, por isso mesmo, vincula, de modo inexorável, o 
entendimento e a aplicação das normas jurídicas que 
com ele se conectam.”2 
Podemos dizer que os princípios, como a própria tradução literal do vocábulo 
traz, são o início das direções que o legislador busca ao elaborar as normas. 
São os norteadores de um ordenamento jurídico. 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos 
desta Constituição. 
1 Preeminência: Superioridade em hierarquia ou categoria (fonte: Dicionário Online Michaelis UOL) 
2 CARRAZA, Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 7ª ed. São Paulo: Malheiros 
Editores, 1995, p. 29. 
ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT 
– TEORIA E EXERCÍCIOS
Aula 01 
Professor: HENRIQUE CAMPOLINA 
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Antes de elencarmos os fundamentos constantes neste artigo 1º, é bom 
memorizarmos as primeiras definições constitucionais acerca da organização 
política do nosso país: 
 República = Forma de Governo;
 Federação = Forma de Estado (união indissolúvel de Estados, Municípios e
do Distrito Federal);
 Estado Democrático de Direito = Regime Político.
Também o parágrafo único traz outra importante disposição constitucional, ao 
confirmar que o poder emana do povo de forma INDIRETA (por meio de seus 
eleitos representantes) ou DIRETA (através de eleições diretas, plebiscitos, 
referendos e iniciativas populares, dentre outras formas). 
A Doutrina costuma dizer que o Povo detém a Titularidade do Poder no Regime 
Democrático Brasileiro. 
Vamos, então, trazer novamente a listagem dos fundamentos da República 
Federativa Brasileira: 
 Soberania;
 Cidadania;
 Dignidade da pessoa humana;
 Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
 Pluralismo político.
Para aqueles que gostam de gravar 
mnemônicos: So-Ci-Di-Va-Plu. 
Para memorizar a correlação entre este mnemônico e seu conteúdo 
(fundamentos), lembrem-se que a última sílaba dele e a primeira sílaba de seus 
significados possuem a mesma vogal “U”: So-Ci-Di-Va-Plu e Fundamentos da 
República Federativa Brasileira. 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos 
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
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– TEORIA E EXERCÍCIOS
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Professor: HENRIQUE CAMPOLINA 
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Interessante como um pequeno dispositivo constitucional traz enormes 
desdobramentos no dia-a-dia da administração pública de nosso país. 
É o que ocorre com o art. 2º, que trata da SEPARAÇÃO DOS PODERES. 
Importante gravarmos que são INDEPENDENTES, mas HARMÔNICOS entre si. 
Em linhas gerais, sem entrar no complicado mérito do que acontece no 
cotidiano dos órgãos e entidades públicas brasileiras, podemos dizer as funções 
típicas de cada um dos poderes são: 
 Poder Legislativo: Legislar e fiscalizar;
 Poder Judiciário: Julgar (jurisdição);
 Poder Executivo: Administrar e executar as leis.
Na prática, cada Poder também possui, de forma complementar, as funções 
típicas dos outros 2 Poderes, que, nestes casos, são denominadas funções 
atípicas. 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, 
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação. 
Agora encontramos os OBJETIVOS FUNDAMENTAIS, que visam assegurar a 
igualdade material aos brasileiros, possibilitando as mesmas condições e 
oportunidades a cada um. 
O Estado Brasileiro deve, em todas as suas esferas, poderes e escalas, sempre 
visar o atendimento a estes objetivos, perseguindo o pleno atingimento de suas 
premissas. 
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Podemos memorizar estes objetivos de 2 formas: 
1º: Todos os objetivos começam com um verbo: CONSTRUIR, GARANTIR, 
ERRADICAR e PROMOVER. 
2º: Para os adeptos dos mnemônicos: CON-GA-E-PRÓ (Para os mais vividos, 
lembrem-se que “CONGA” é um antigo sapato, para quem nunca viu tal 
calçado, é só lembrar que “CONGA” é um gênero musical de Cuba). Assim, os 
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, podem começar a ser 
memorizados a partir de um tênis ou de uma música. (risos) 
Voltando ao texto constitucional, percebam como também é fácil memorizar os 
objetivos em função de seu caráter democrático, humano, geral, impessoal, 
justo e isonômico em relação aos brasileiros: 
 CONSTRUIR uma sociedade livre, justa e solidária;
 GARANTIR o desenvolvimento nacional;
 ERRADICAR a pobreza e a marginalizaçãoe reduzir as desigualdades
sociais e regionais;
 PROMOVER o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas 
relações internacionais pelos seguintes princípios: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da 
humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
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Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a 
integração econômica, política, social e cultural dos povos da 
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações. 
Finalizando este primeiro Título de nossa Magna Carta, aparecem 10 princípios 
que regem as relações internacionais das quais a República Federativa do Brasil 
participa. 
Vou desdobrar o inciso VIII em 2 princípios: 
 Repúdio ao terrorismo e;
 Repúdio ao racismo.
Agora ficamos com 11 princípios. Apesar de ter acrescido mais um, ao dividi-los 
por tema, verão que ficará mais fácil de memorizarmos. Então, vamos agrupar 
os princípios da seguinte forma: 
 Princípios relacionados à PAZ: 
 Defesa da paz;
 Solução pacífica dos conflitos;
 Repúdio ao terrorismo.
 Princípios relacionados à PESSOA HUMANA: 
 Prevalência dos direitos humanos;
 Repúdio ao racismo;
 Concessão de asilo político.
 Princípios relacionados à INDEPENDÊNCIA NACIONAL: 
 Independência nacional;
 Autodeterminação dos povos;
 Não-intervenção;
 Igualdade entre os Estados;
 Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade.
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Vamos, então, abordar os princípios da administração pública, com foco 
especial nos princípios constitucionais de natureza ética: 
 Impessoalidade,
 Moralidade,
 Publicidade,
 Probidade, e
 Motivação.
O art. 37 de nossa Lei Maior/1988 traz o famoso L.I.M.P.E. (Legalidade, 
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência), no qual já identificamos 
3 dos 5 princípios expressamente citados em nosso edital: 
 Princípio da Legalidade;
 Princípio da Impessoalidade;
 Princípio da Moralidade; Famoso L.I.M.P.E. (art. 37 da CF/1988) 
 Princípio da Publicidade;
 Princípio da Eficiência;
Temos também: 
 Princípio da Motivação; e
 Princípio da Probidade Administrativa.
E, ainda, podemos trazer para enriquecimento de nossos estudos: 
 Princípio da Isonomia;
 Princípio da Economicidade;
 Princípio da Supremacia do Interesse Público;
 Princípio da Presunção de Legitimidade ou de Veracidade;
 Princípio da Especialidade;
 Princípio do Controle ou Tutela;
 Princípio da Autotutela;
 Princípio da Hierarquia;
 Princípio da Continuidade do Serviço Público;
 Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade; e
 Princípio da Segurança Jurídica.
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Não gosto de segregar ou dissociar os princípios presentes no caput do art. 37 
de nossa Constituição Federal, que dispõe: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer 
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, 
também, ao seguinte: 
Vamos, então, tecer comentários acerca de cada um desses princípios 
(continuarei identificando os princípios expressamente citados em nosso edital 
em vermelho): 
 Princípio da Legalidade: Este princípio constitucional é uma condição
fundamental à estrutura do Estado de Direito, isto é, a obrigatoriedade
que a Administração Pública deve obedecer à Lei: “ninguém será obrigado
a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”3.
O prof. Jacoby Fernandes nos ensina que “a legalidade para os agentes da
Administração é ao mesmo tempo uma garantia de proteção e um dever”.
E explica: “Proteção frente aos interesses menores que, por vezes, certos
setores tentam impingir; proteção, também, frente aos órgãos de controle
interno e externo, pois o afastamento da norma implica sempre um
julgamento discricionário-valorativo das circunstâncias envolvidas. Dever,
porque a vontade do administrador não pode colocar-se acima da vontade
do povo, cristalizada na norma. Antes disso, é escravo e curador da lei.”4.
 Princípio da Impessoalidade: Este princípio, também constitucional,
exige que a Administração Pública deva proceder de maneira impessoal,
sem qualquer marca do administrador, pois seus atos são praticados pela
Administração a que ele pertence e não por ele próprio.
Uma definição simples e fácil de memorizar é trazida pela Profa. Cármen
Lúcia Antunes Rocha, confiram: “De um lado, o princípio da
3 Inciso II do artigo 5º da Constituição Federal de 1988 
4 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de Registro de Preços e Pregão. Belo Horizonte: Fórum, 
2003, p. 52 
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impessoalidade traz o sentido de ausência do rosto do administrador; de 
outro, significa a ausência de nome do administrado”5. 
Nas licitações, por exemplo, a impessoalidade pode ser vista, inclusive, na 
aplicação do princípio do julgamento objetivo. 
 Princípio da Moralidade (Administrativa): O princípio da moralidade,
também pertencente ao famoso “L.I.M.P.E.”, está relacionado a uma
administração “honesta”, isto é, um gerenciamento do dinheiro e do
patrimônio públicos embasado nos valores éticos e morais da sociedade,
nos bons costumes, na equidade6 e na justiça.
Assim, podemos dizer que princípio jurídico da moralidade administrativa
direciona a Administração Pública para uma conduta regida pela
transparência, boa-fé, lealdade e respeitando aos interesses de seus
administrados.
Precisamos ter em mente que nem tudo que é legal é moral, da mesma
forma que existem coisas morais que não são legais.
A profª. Di Pietro nos ensina: “Em resumo, sempre que em matéria
administrativa se verificar que o comportamento da Administração ou do
administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em
consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de
boa administração, os princípios de justiça e equidade, a ideia comum de
honestidade, estará havendo ofensa ao princípio da moralidade
administrativa”7.
O Decreto nº 1.171/1994, que aprovou o Código de Ética Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, traz as seguintes regras
deontológicas:
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento 
ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o 
legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, 
o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o
desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, 
da Constituição Federal. 
5 Rocha, Cármen Lúcia Antunes. O Princípio Constitucional da Igualdade. Belo Horizonte: Lê, 1991, p.85 
6 Equidade: Justiça natural. Disposição para reconhecer imparcialmente o direito de cada qual. Igualdade, 
justiça,retidão. (fonte: Dicionário Online Michaelis UOL) 
7 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 14ª ed. São Paulo: Atlas, 2002, p. 79
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III - A moralidade da Administração Pública não se limita à 
distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de 
que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e 
a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar 
a moralidade do ato administrativo. 
Mas o que significa “deontologia”? 
Quando buscamos conceitos e verbetes para ética, encontramos: 
Ética8: 
1. Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios
ideais da conduta humana. É ciência normativa que serve de base à 
filosofia prática. 
2. Deontologia.
Mas o que é deontologia, que aparece no verbete de ‘Ética’? Vamos lá: 
Deontologia9: 
Parte da Filosofia que trata dos princípios, fundamentos e sistemas 
de moral; estudo dos deveres. (“Teoria dos Deveres”) 
Deontologia Jurídica10: 
Ciência que cuida dos deveres e dos direitos dos operadores do 
direito, bem como de seus fundamentos éticos e legais. “Ciência dos 
Deveres”. 
 Princípio da Publicidade: O “P” do “L.I.M.P.E.” obriga o agente público
a publicar seus atos, visando o conhecimento e controle por parte da
sociedade.
Podemos dizer que existem duas interpretações possíveis e pertinentes
sobre o princípio da publicidade: a primeira se relaciona ao dever do
agente público em comunicar e divulgar os seus atos e a segunda no
sentido de permitir aos administrados tomar conhecimento sobre tais
procedimentos.
Novamente recorrendo aos ensinamentos do mestre Hely Lopes Meirelles,
encontramos:
“A publicidade, como princípio de administração pública (CF, art. 37, 
caput), abrange toda atuação estatal, não só sob o aspecto de 
divulgação oficial de seus atos como, também, de propiciação de 
conhecimento da conduta interna de seus agentes. Essa publicidade 
atinge, assim, os atos concluídos e em formação, os processos em 
andamento, os pareceres dos órgãos técnicos e jurídicos, os 
despachos intermediários e finais, as atas de julgamentos das 
8 Fonte: www.michaelis.uol.com.br 
9 Fonte: www.michaelis.uol.com.br 
10 Fonte: pt.wikipedia.org 
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– TEORIA E EXERCÍCIOS
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licitações e os contratos com quaisquer interessados, bem como os 
comprovantes de despesas e as prestações de contas submetidas 
aos órgãos competentes. Tudo isto é papel ou documento público 
que pode ser examinado na repartição por qualquer interessado e 
dele pode obter certidão ou fotocópia autenticada para os fins 
constitucionais.”11 
Se, novamente, aplicarmos tal princípio a um processo licitatório, 
podemos dizer que ele permitirá que licitantes, empresas do ramo que 
não participaram da licitação e a sociedade em geral acompanhem o 
desenrolar de todo procedimento. 
Atualmente, em nosso ordenamento jurídico, temos a Lei nº 
12.527/2011, também conhecida como “Lei de Acesso à Informação”, que 
dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, 
DF e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto na 
Constituição Federal e traz a seguinte disposição em seu art. 5º: 
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à 
informação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos 
e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil 
compreensão. 
 Princípio da Eficiência: Este princípio, que foi expressamente inserido
em nossa Lei Maior12 pela Emenda Constitucional nº 19/1998 (antes desta
emenda, o famoso “L.I.M.P.E.” se resumia a “L.I.M.P.”), pode ser
abordado como o principal norteador das condutas dos agentes públicos e
vem sendo adotado para quebrar antigas e ineficazes rotinas e infrutíferas
burocracias dos diversos órgãos da Administração Pública Brasileira.
A sociedade exige eficiência da Administração, ou seja, exige que seus
atos sejam praticados com presteza, rendimento funcional e perfeição.
José dos Santos Carvalho Filho, em seu Manual de Direito Administrativo,
ensina acerca desse princípio:
O núcleo do princípio é a procura de produtividade e economicidade 
e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os desperdícios 
de dinheiro público, o que impõe a execução dos serviços públicos 
com presteza, perfeição e rendimento funcional.13 
11 MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. 10ª ed. São Paulo: RT, 1991, p. 86 
12 Lei Maior e Carta Magna são expressões utilizadas para se referir à Constituição Federal 
13 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 20. ed. Rio de Janeiro: Lumen 
Juris, 2008. p.27 
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Podemos aproveitar a oportunidade para diferenciar, embasado no 
entendimento atual e majoritária da Doutrina Brasileira, eficácia, 
eficiência e efetividade. 
Para isso, recorrerei aos ensinamentos de Marcelo Douglas de Figueiredo 
Torres: 
Eficácia: basicamente, a preocupação maior que o conceito revela 
se relaciona simplesmente com o atingimento dos objetivos 
desejados por determinada ação estatal, pouco se importando com 
os meios e mecanismos utilizados para atingir tais objetivos. 
Eficiência: aqui, mais importante que o simples alcance dos 
objetivos estabelecidos é deixar explícito como esses foram 
conseguidos. Existe claramente a preocupação com os mecanismos 
utilizados para obtenção do êxito da ação estatal, ou seja, é preciso 
buscar os meios mais econômicos e viáveis, utilizando a 
racionalidade econômica que busca maximizar os resultados e 
minimizar os custos, ou seja, fazer o melhor com menores custos, 
gastando com inteligência os recursos pagos pelo contribuinte. 
Efetividade: é o mais complexo dos três conceitos, em que a 
preocupação central é averiguar a real necessidade e oportunidade 
de determinadas ações estatais, deixando claro que setores são 
beneficiados e em detrimento de que outros atores sociais. Essa 
averiguação da necessidade e oportunidade deve ser a mais 
democrática, transparente e responsável possível, buscando 
sintonizar e sensibilizar a população para a implementação das 
políticas públicas. Este conceito não se relaciona estritamente com a 
idéia de eficiência, que tem uma conotação econômica muito forte, 
haja vista que nada mais impróprio para a administração pública do 
que fazer com eficiência o que simplesmente não precisa ser feito.14 
Percebam que a efetividade, na área pública, é mais abrangente que a 
eficácia, já que, além do atingimento aos objetivos traçados, ela se 
preocupa com os reflexos desses resultados em prol de melhorias para a 
coletividade. 
14 TORRES, Marcelo Douglas de Figueiredo. Estado, democracia e administração pública no Brasil. Rio de 
Janeiro: Editora FGV, 2004, p. 175. 
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Também quero trazer para nossos estudos: 
 Princípio da Motivação: Durante qualquer estudo de legislação, nos
deparamos, constantemente, com dispositivos ditados pelo princípio da
motivação.
Se vocês puxarem na memória se lembrarão de expressões do tipo:
“justificadamente”, “motivadamente”, “a adoção da opção ‘X’ deverá ser
justificada”, etc.
Ou seja, qualquer ato, vinculado ou discricionário, deve ser praticado
motivadamente.Assim, o princípio da motivação determina que a Administração justifique
seus atos, apresentando as razões que a levaram a tal decisão.
Caio Tácito nos ensina:
Os atos administrativos são nulos quando o motivo invocado é falso 
ou inidôneo. Ou o antecedente é inexistente, ou a autoridade lhe 
deu uma apreciação indevida, sob o ponto de vista legal. São as 
duas formas que, na doutrina francesa, se qualificam de inexistência 
material e inexistência jurídica dos motivos.15 
É possível que a legislação não exija a formalização ou exteriorização do 
motivo nos autos processuais, mas isso não significa que o ato foi 
praticado sem um motivo. 
A Doutrina majoritária entende que a inexistência do motivo alegado 
como fundamento para a prática de qualquer ato administrativo acarreta 
a sua nulidade. 
O prof. Celso Antônio Bandeira de Mello também nos ensina: 
Dito princípio implica para a Administração o dever de justificar seus 
atos, apontando-lhes os fundamentos de direito e de fato, assim 
como a correlação lógica entre os eventos e situações que deu por 
existentes e a providência tomada, nos casos em que este último 
aclaramento seja necessário para aferir-se a consonância da 
conduta administrativa com a lei que lhe serviu de arrimo.16 
Apesar de não aparecer, expressamente, em nossa Constituição Federal, 
na parte voltada à administração pública, diversos doutrinadores 
entendem que o princípio da motivação consta, implicitamente em nossa 
15 TÁCITO. Caio. Controle dos motivos do ato administrativo. Temas de direito público: estudos e 
pareceres. Rio de Janeiro: Renovar, 1997, p. 333
16 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 17ª ed. São Paulo: Malheiros, 2004, 
p. 102.
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Lei Maior, seja como desdobramento do devido processo legal ou do 
direito de cidadania, dentre outros. 
A Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal traz, expressamente, o princípio da 
motivação no caput de seu art. 2: 
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos 
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, 
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, 
segurança jurídica, interesse público e eficiência. (destaquei) 
 Princípio da Probidade Administrativa: Pode-se dizer que o princípio
da probidade administrativa decorre ou é equivalente ao da moralidade.
Probidade advém de probo17. Desta forma, a probidade exige a retidão e
a integridade de caráter dos agentes públicos.
O Prof. José Afonso da Silva conceitua:
A probidade administrativa consiste no dever de o ‘funcionário servir 
a Administração com honestidade, procedendo no exercício das suas 
funções, sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes 
em proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer”18. 
A Lei nº 9.784/1999, no inciso IV do parágrafo único de seu art. 2º 
dispõe: 
Art. 2º [...] 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, 
entre outros, os critérios de: 
[...] 
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e 
boa-fé; (destaquei) 
Podemos dizer que a probidade administrativa é uma forma qualificada da 
moralidade. Vejam como tal afirmação aparece cristalina nos 
ensinamentos de José Afonso da Silva: 
A improbidade administrativa é uma imoralidade qualificada pelo 
dano ao erário e correspondente vantagem ao ímprobo ou a 
outrem.19 
Improbidade administrativa é crime. 
17 Probo: De caráter íntegro; honesto, justo, reto. Antônimo: ímprobo, desonesto. 
18 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 24ª ed., São Paulo: Malheiros Editores, 
2005, p. 669. 
19
 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros Editores, 24ª ed., 
2005, p. 669 
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A Lei nº 8.429/1992, também chamada de Lei da Improbidade 
Administrativa, dispõe: 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam 
Enriquecimento Ilícito: Constitui ato de improbidade 
administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer 
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de 
cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades 
mencionadas no art. 1° desta lei ... (art. 9º) 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo 
ao Erário: Constitui ato de improbidade administrativa que causa 
lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que 
enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou 
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º 
desta lei, e ... (art. 10) 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra 
os Princípios da Administração Pública: Constitui ato de 
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da 
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os 
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às 
instituições, e ... (art. 11) 
Para melhor ilustrar as definições acima, vamos trazer, também, o citado 
art. 1º: 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente 
público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou 
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa 
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação 
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% do 
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei 
os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade 
que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de 
órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o 
erário haja concorrido ou concorra com menos de 50% do 
patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção 
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres 
públicos. 
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Aproveitando a oportunidade, vamos, sinteticamente, tecer comentários sobre 
os demais princípios da administração pública que citamos no início dessa 
seção. 
Afinal de contas, podemos identificar uma natureza ética em cada um deles. 
Confiram comigo: 
 Princípio da Isonomia: O princípio constitucional da isonomia é
conhecido pelo conceito de: tratar igualmente os iguais e desigualmente
os desiguais. O saudoso Ruy Barbosa defendia:
A regra da igualdade não consiste senão em tratar desigualmente os 
desiguais na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade 
social, proporcional e desigualdade natural, é que se acha a 
verdadeira lei da igualdade. Os mais são desvarios da inveja, do 
orgulho ou da loucura. Tratar com desigualdade os iguais, ou os 
desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não 
igualdade real. Os apetites humanos conceberam inverter a norma 
universal da criação, pretendendo, não dar a cada um, na razão do 
que vale, mas atribuir os mesmos a todos, como se todos se 
equivalessem.20 
 Princípio da Economicidade: Muito ligado aos procedimentos de
aquisição e contratação do poder público (licitações), o princípio da
economicidade determina que a administração sempre escolha a proposta
mais vantajosa.
Também podemos desdobrar tal economicidade para os ritosprocessuais:
economicidade processual. O TJ-SE ensina e orienta:
Outra grande inovação que caminha lado a lado com o princípio da 
celeridade é a economia processual, cuja finalidade é atingir um 
objetivo prático e seguro com o mínimo de atos processuais 
possíveis. 
A percepção do princípio em análise é demonstrada com maior vigor 
em alguns atos processuais concentrados, como na audiência de 
instrução e julgamento, onde a apresentação de documentos, a 
contestação, a análise das preliminares, as oitivas das partes e de 
todas as testemunhas, a apreciação de incidentes e, acima de tudo, 
o julgamento, são (ou podem ser) resolvidos nessa audiência.21
20 BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. 3 ed. Saraiva: São Paulo, 2009, p. 420 
21 Fonte: www.tjse.jus.br 
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 Princípio da Supremacia do Interesse Público: “Esse princípio, também
chamado de princípio da finalidade pública, está presente tanto no
momento da elaboração da lei como no momento da sua execução em
concreto pela Administração Pública. Ele inspira o legislador e vincula a
autoridade administrativa em toda a sua execução.”22
Alguns autores gostam da expressão Princípio da Indisponibilidade do
Interesse Público, demonstrando que não há a alternativa, por parte dos
agentes públicos, de agirem no sentido que não seja em prol da satisfação do
interesse público.
 Princípio da Presunção de Legitimidade ou de Veracidade: “Esse
princípio, que alguns chamam de princípio da presunção da legalidade,
abrange dois aspectos: de um lado, a presunção de verdade, que diz respeito
à certeza dos fatos; de outro lado, a presunção da legalidade, pois, se a
Administração Pública se submete à lei, presume-se, até prova em contrário,
que todos os seus atos sejam verdadeiros e praticados com a observância das
normas legais pertinentes.”23
 Princípio da Especialidade: Esse princípio nos submete à ideia de
descentralização administrativa. Suas diretrizes são encontradas, com
facilidade, na criação, por parte do Estado, de pessoas jurídicas
administrativas com finalidades específicas próprias.
 Princípio do Controle ou Tutela: Princípio que permite à Administração
Pública direta fiscalizar e controlar as atividades desenvolvidas pelas
diversas entidades da Administração Indireta, “visando garantir a
observância de suas finalidades”. Precisamos entender que o controle
e/ou a fiscalização não comprometem a independência de tais entidades,
já que tal autonomia está vinculada à atuação em conformidade com suas
respectivas finalidades institucionais.
22 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 61 a 80 
23 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 61 a 80 
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 Princípio da Autotutela: Ao entendermos o Princípio da Tutela, fica fácil
imaginarmos e compreendermos o da Autotutela. “Enquanto pela tutela a
Administração exerce o controle sobre outra pessoa jurídica por ela mesma
instituída, pela autotutela o controle se exerce sobre os próprios atos, com
possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos,
independentemente de recurso ao Poder Judiciário.”24
 Princípio da Hierarquia: Como toda organização, a Administração
Pública necessita de uma organização hierárquica, com relações de
coordenação e subordinação entre seus órgãos e, também, internamente,
em relação a seus agentes públicos.
Di Pietro nos ensina que tal princípio “só existe relativamente às funções
administrativas, não em relação às legislativas e judiciais”25.
Podemos citar, entre as prerrogativas decorrentes de tal princípio para a
Administração:
 Obedecer (os subordinados em relação a seus superiores),
 Rever os atos dos subordinados,
 Delegar atribuições e competências (quando não vedado em lei),
 Avocar atribuições e competências (que delega atribuições e
competências pode, a qualquer tempo, avocá-las novamente), e
 Punir.
 Princípio da Continuidade do Serviço Público: Não é admissível que o
serviço público (“Estado desempenha funções essenciais ou necessárias à
coletividade”) seja interrompido ou paralisado. Como bem nos ensina Di
Pietro, podemos, a partir daqui, encontrar importantes consequências:
 Proibição de greve em serviços públicos (tais segmentos, ao se
manifestarem e protestarem por melhores condições de trabalho,
devem manter, minimamente, conforme previamente definido, a
prestação de seus serviços públicos),
 Suplência,
 Delegação, Preenchimento provisório de vagas em funções públicas 
 Substituição,
 Possibilidade de encampação de concessão de serviço público,
24 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 61 a 80 
25 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 61 a 80 
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 Possibilidade de a Administração utilizar a estrutura da empresa
contratada (equipamentos, instalações, pessoal, etc.) para assegurar a
continuidade da prestação do serviço público.
 Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade: Princípio muito
ligado às limitações à discricionariedade administrativa presente em
algumas decisões dos agentes públicos. Desta forma, quando a legislação
permite uma ‘certa liberdade’ de atuação dos agentes públicos, esses
deverão fazê-lo em estrita observância aos princípios da razoabilidade e
da proporcionalidade. Alguns autores defendem, inclusive, que atos
discricionários legais (isto é, dentro dos limites estabelecidos na lei)
podem ser ilegítimos, caso sejam desproporcionais ou não razoáveis.
 Princípio da Segurança Jurídica: O caput do art. 2º da Lei nº
9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal, traz menção a esse princípio. Confiram:
“Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos 
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, 
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, 
segurança jurídica, interesse público e eficiência. [...] 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que 
melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, 
vedada aplicação retroativa de nova interpretação.” (Lei nº 
9.784/1999) - destaquei 
Transcrevi, também, o inciso XIII, por se tratar de um importante 
desdobramento do Princípio da Segurança Jurídica, que objetiva impedir a 
alteração de situação já resolvida e decidida em conformidade com a 
legislação vigente à época de tal ato. 
Entendimentos e posicionamentos jurídicos no Direito Administrativo sofrem 
constantes alterações. Sobre isso, Di Pietro nos ensina: 
“Isto não significa que a interpretação da lei não possa mudar; 
ela frequentemente muda como decorrência e imposição da 
própria evolução do direito. O que não é possível é fazê-la 
retroagir a casos já decididos com base em interpretação anterior, 
considerada válida diante das circunstâncias do momento em que 
foi adotada.”26 
26 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 61 a 80 
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RESPONSABILIDADE SOCIAL NO SERVIÇO PÚBLICOQuero começar este tópico com o texto “O Servidor Público e a Nova Ordem 
Constitucional” constante do capítulo “O Novo Servidor Público” da Revista nº 
37 do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCMRJ), de 2008. 
O presente artigo é de autoria do Dr. Antônio Flávio de Oliveira, Procurador do 
Estado de Goiás e professor da Escola Superior da Magistratura - ESMEG 
O Servidor Público e a Nova Ordem Constitucional 
O novo servidor público constitui verdadeiro estágio 
evolutivo do velho servidor. Deve ser considerado 
levando-se em conta a sua percepção de 
responsabilidade pública, o que poderá ocorrer mesmo 
em se tratando de servidor admitido anteriormente à 
promulgação da Constituição de 1988. 
I. Introdução 
Houve tempo e ordens constitucionais em que se admitia o 
ingresso de servidores efetivos no serviço público sem a 
fundamental submissão ao concurso público. 
Evolui-se com o curso do tempo e com o desenrolar da história. O 
senhor do tempo e da história nos Estados é o povo que rege este 
mesmo Estado, o titular do Poder supremo – aceitando-se a 
concepção de soberania popular, logicamente, para isto, evitando-
se toda a discussão a respeito destes temas, que por si só são 
objeto de grandes controvérsias doutrinárias. 
Não poderia ser de outro modo no Brasil. Apesar de demorada, a 
alteração constitucional estabelecendo o critério meritório para o 
provimento de cargos públicos veio em momento propício, pois, 
estabelecida uma nova ordem constitucional cria-se um novo 
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Estado – um novo pacto social, ante a disposição do povo 
constituinte de firmar entre si ajuste em termos justos. 
Neste contexto do novo Estado brasileiro, que por ocasião da 
elaboração da Constituição de 1988 estava sendo refundado; por 
força do disposto no art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias, não poderiam sobreviver privilégios conferidos a 
alguns por razões de nascimento ou de amizade. 
Assim, pode-se afirmar, surgiu o concurso público no ordenamento 
Constitucional de 1988 como um dos meios de que se vale a 
Constituição para a construção de uma idéia de justiça centrada na 
isonomia de oportunidades, algo até então desconhecido da Nação 
Brasileira. 
Seria insuficiente a realização de concursos públicos se estes não 
primassem pela lisura de sua avaliação, de molde que os 
aprovados em tais certames fossem exatamente aqueles melhor 
qualificados para o desempenho das funções do cargo público para 
que se candidataram. 
Portanto, além de fazer do concurso “público”, era fundamental 
que lho iluminasse com a luz da legalidade, da moralidade, da 
publicidade, da impessoalidade e da eficiência, não obstante este 
último princípio ainda não constasse de maneira explícita no texto 
constitucional. 
Com tais desafios encara-se a tarefa de construir um País inserido 
na vanguarda civilizatória da ordem mundial, mas não é possível 
que se pretenda estabelecer serviço público de qualidade sem as 
garantias necessárias, e apenas estas, aos exercentes das funções 
dos cargos públicos. 
II. Servidor do Povo
A noção de servidor público está diretamente relacionada com a 
idéia de soberania popular, porquanto a própria designação 
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endereça o dever de respeito destes para com a vontade daqueles 
que comandam o Estado. 
Servidor público é, antes de qualquer coisa, o servo do soberano 
que assumiu o poder estatal após a Revolução Francesa. 
No entanto, é equivocada a percepção de servidor como “servo”, 
com a conotação de propriedade que tal expressão possuía no 
império romano e durante a Idade Média. 
Está muito mais relacionado o termo com a compreensão de que 
tais indivíduos têm como tarefa a execução de “serviços” 
endereçados ao público, de modo indistinto, sem qualquer 
preferência. 
Por isso, os deslizes praticados por estes serviçais não lhes 
ocasionarão castigos, como aqueles outrora endereçados aos 
escravos, mas penalidades, caracterizadas estas como punições 
aos homens livres transgressores das regras da sociedade. 
III. Cargos Públicos
Tanto o preenchimento de cargos públicos quanto a criação destes 
devem estar vinculados à existência de interesse geral (interesse 
coletivo primário) na sua criação. Não se criam cargos públicos ou 
provêem estes, em que pese tenham sido regularmente criados, se 
não há supedâneo para estas atividades no interesse geral, 
motivado por uma necessidade pública. 
É fundamental, pois, o adjetivo “público”, talvez até mais 
importante do que o substantivo “cargo”, pois na Administração 
jamais poderá existir qualquer “cargo” que não seja “público”, isto 
é, que esteja relacionado com a execução de alguma tarefa 
conducente à realização do bem-comum. 
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Caso venha ocorrer de se criar algum cargo estatal desprovido de 
interesse público que norteie suas ações, estar-se-á diante de lei 
inconstitucional por violação de vários dos princípios que regem a 
Administração Pública. Do mesmo modo, o provimento de cargo 
sem o correspondente interesse público na prática dessa ação 
ocasiona a invalidade de tais atos, por desvio de finalidade. 
É evidente que o interesse público orienta de modo determinante 
não apenas a ação estatal executiva, mas também aquela de 
ordem legislativa, o que significa que não apenas a execução de 
atos públicos é predeterminada pelo interesse público, mas até 
mesmo sua concepção, porquanto esta é a característica marcante 
dos atos legislativos. 
IV. A Remuneração do Servidor
O tema remuneração, não apenas de servidores públicos, mas de 
quaisquer trabalhadores, encontra atualmente disciplina 
constitucional, sendo este mais um fator determinante na 
constatação do fato de se tratar a Constituição de 1988 de um 
texto constitucional formal, posto que contém em seu interior 
normas não estruturantes do Estado brasileiro. 
Com a intenção de dar segurança a tais disciplinas, o legislador 
constituinte entendeu por bem inseri-las no bojo da Carta 
Constitucional, em razão da maior dificuldade de alteração de tais 
diplomas. 
Todavia, tal inserção não tem constituído obstáculo a reformas em 
períodos relativamente curtos. 
IV.1 – Parâmetros Constitucionais 
É importante anotar que a CF/88 cuida do estabelecimento de 
limites mínimos e máximos, em se tratando de trabalhador no 
serviço público. 
O limite mínimo encontra-se previsto no art. 7°, inciso IV, aplicável 
aos servidores públicos por expressa determinação do § 3°, do art. 
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39, ambos da Constituição Federal de 1988, ao passo que o limite 
máximo, comumente conhecido como “teto”, acha-se respaldado 
no disposto no art. 37, inciso XI. 
A transgressão de tais limites provoca a invalidade do ato violador, 
por configuração de inconstitucionalidade, sendo cristalino, em 
razão do princípio federativo, que cada ente federado deverá 
produzir sua própria legislação de organização de servidores, 
inclusive o estabelecimento de remuneração, conquanto que 
respeitados os parâmetros constitucionais. 
IV.2 – Critérios de Fixação 
Aparentemente não estaria estabelecidono texto constitucional 
qualquer critério para a fixação da remuneração de servidores 
públicos, especialmente porque não se cuidou ali de expedir 
orientações quanto a isto. 
Entretanto, tal impressão não corresponde à realidade, pois 
contém a Constituição princípios e preceitos que indicam a 
necessidade de que se dê tratamento equitativo aos servidores 
também no aspecto retributivo. 
Deve-se concluir neste sentido pela existência de um Princípio da 
Igualdade, que exige que se confira tratamento desigual aos 
desiguais, na medida de suas desigualdades, impondo a igualdade 
material, ao invés daquela simplesmente formal. 
Assim, quanto maior a complexidade da tarefa a ser 
desempenhada maior, conseqüentemente, deverá ser a retribuição 
por sua execução, sob pena de injustiça entre os servidores. 
O mesmo pode-se extrair do disposto no art. 37, II, quando 
determina que somente mediante “concurso público de provas ou 
de provas e títulos, de acordo com a complexidade do cargo ou 
emprego” poderá ser provido cargo público. 
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Declara o dispositivo existirem graus de complexidade diferentes 
nos cargos e empregos públicos, do que sobressai a necessidade 
de se fazer justiça aos seus ocupantes remunerando-os consoante 
com a dificuldade e complexidade envolvida no desempenho de 
suas atividades. 
IV.3 – Garantias 
Por um lado se garante o parâmetro mínimo de fixação de 
remuneração que o servidor ou empregado público não terá 
aviltado o seu labor pela baixa retribuição por parte do Estado, de 
outra parte, o limite máximo – o TETO – dá segurança à sociedade 
(ou o contribuinte) de que, havendo limite máximo para a 
retribuição, esta não será uma forma de malversação dos recursos 
públicos, porquanto a estes trabalhadores se pagará o 
correspondente ao valor de seu trabalho, não lhes ensejando uma 
forma de enriquecimento indevido. 
Tais previsões constitucionais contam com instrumentos de sua 
concretização, seja por intermédio de ações constitucionais que 
restabeleçam a legalidade, em decorrência de alguma violação – 
como o mandado de segurança –, seja por intermédio de meios e 
ações infraconstitucionais, calcados em dispositivos de produção 
legislativa, como o Código de Processo Civil, dispositivos que 
regem pleitos administrativos etc. 
V – Servidor – O Velho e o Novo – Mudança de Perspectiva 
Com a nova ordem constitucional nasceu um “novo servidor”, que 
convive, em muitos casos, com o “velho servidor”. 
Por velho servidor deve-se compreender aquele trabalhador no 
serviço público inconsciente da dimensão pública que sua tarefa 
possui, qualquer que seja ela; enquanto que novo servidor é 
aquele conectado com o ideal público presente no texto 
constitucional atual. 
O antigo servidor era, em muitos casos, escolhido com apoio em 
critérios políticos, de amizade ou familiares. O novo servidor tem a 
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sua escolha determinada exclusivamente pelo mérito que 
demonstrou em concurso público de provas ou de provas e títulos. 
Se o antigo servidor tinha suas ações direcionadas por um 
sentimento de fidelidade com aquele que fora responsável pela sua 
nomeação, o novo servidor, por não se achar relacionado com 
vínculos afetivos, mas apenas vínculos legais, tem sua conduta 
dirigida pela consciência da busca pela realização do bem-estar 
coletivo em todos os seus atos. 
VI - Conclusão 
O novo servidor público, portanto, deve ser considerado como tal 
não apenas em relação à idade, tempo de admissão, mas levando-
se em conta a sua percepção de responsabilidade pública, o que 
poderá ocorrer mesmo em se tratando de servidor admitido 
anteriormente à promulgação da Constituição de 1988, constitui 
verdadeiro estágio evolutivo superior do velho servidor. 
Não se trata de criticar um em detrimento do outro, mas de 
perceber a mudança dos tempos que provocada pela alteração do 
texto constitucional. 
Certamente que muito houve de vanguarda no agir de incontáveis 
servidores públicos ingressos antes da Constituição de 1988. Não 
deve haver dúvida de que o atual servidor ainda se encontra em 
processo evolucionário, entretanto essa evolução é determinada 
pelo grau de civismo do Povo que habita o Território, indicando o 
nível de adiantamento do Estado. 
A civilidade de um Povo é que irá determinar o estágio de 
civilização de uma cultura. Se melhora o serviço público é porque 
avança a sociedade, tanto porque é ela que o compõe, mediante o 
ingresso por concurso, como porque é esta mesma sociedade que 
exige melhores condições de prestação dos serviços públicos de 
que necessita, denotando elevada consciência de cidadania. 
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Além de trazer boas reflexões ao nosso tema (“Responsabilidade Social no 
Serviço Público”) o artigo acima enriquece nossos conhecimentos acerca de 
outros tópicos de nosso ordenamento jurídico que dispõem sobre os servidores 
públicos. 
Ainda na citada edição da Revista do TCMRJ, encontramos entrevista com o Dr. 
Hermann Assis Baeta, advogado (ex-presidente nacional da Ordem dos 
Advogados do Brasil – OAB) e, à época da entrevista, Membro da Comissão de 
Ética Pública da Presidência da República. 
São 6 perguntas que nos ajudam a refletir sobre o papel do servidor público na 
administração pública atual e reforça tópicos estudados em nosso curso acerca 
da Ética na Administração Pública, além de reforçar a questão do compromisso 
e da responsabilidade do servidor público. 
Acompanhem comigo: 
Ética e compromisso no serviço público 
TCMRJ: Como membro da Comissão de Ética Pública da 
Presidência da República, qual seria sua definição para Ética, Moral 
e Direito? 
Hermann Assis Baeta: Na minha opinião, o Direito é o conjunto 
de normas e regras coativamente impostas à sociedade. A Moral 
decorre de um comportamento correto no conjunto dos costumes 
prevalecentes na sociedade, tendo em vista o que é dado como 
certo ou errado. A Ética diz respeito a um padrão de 
comportamento de extrema correção. 
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TCMRJ: Qual a importância da ética e do compromisso do servidor 
público para desenvolvimento do país e da administração pública? 
Hermann Assis Baeta: O servidor público deve pautar-se de 
acordo com os objetivos traçados pela Administração, podendo até 
mesmo ir além desse comportamento, objetivando contribuir no 
sentido da satisfação pessoal da clientela da administração, 
buscando resultados mais eficazes e satisfatórios para o 
desenvolvimento da instituição a que serve, contribuindo, 
automaticamente, para o desenvolvimento do país. 
TCMRJ: Como podemos avaliar o custo da falta de ética para a 
sociedade? 
Hermann Assis Baeta: Resulta na criação de comportamentos 
violentos e desorganizadores da estrutura social. Quem mais sente 
e sofre as conseqüências de tal comportamento são as classes 
sociais menos favorecidas, isto é, as camadas sociais mais pobres 
da população. 
TCMRJ: Considerando que é dever do servidor público “ser leal às 
instituições a que servir”, o que é ser leal à instituição? 
Hermann Assis Baeta: Ser leal à instituição é estabelecer 
comportamentoscondignos com o bem comum, é o indivíduo 
comportar-se sempre de acordo com padrões de correção e 
dignidade humana, não ultrapassando os limites do bem. No caso 
concreto do Servidor público, este deve estar permanentemente 
em sintonia com os objetivos da instituição a que serve, cumprindo 
fielmente as normas e regras baixadas para tal. O servidor público, 
na expressão rigorosa do termo, deve atentar para os objetivos 
institucionais, deles não se afastando em qualquer hipótese ou em 
qualquer circunstância. 
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TCMRJ: Pode o servidor público ser punido por ter uma conduta 
imoral, se a lei não prevê punição para tal conduta? De que forma? 
Hermann Assis Baeta: O servidor público pode ser punido sim, 
por uma conduta imoral mesmo não estando previsto em lei, pois 
existem princípios orientadores dos servidores públicos que não 
são previstos em normas escritas, porém são inerentes e 
indispensáveis à Administração Pública. É preciso na hipótese, que 
o intérprete estabeleça uma interpretação coerente dentro da
lógica dos preceitos fundamentais da Administração, podendo 
chegar-se até a uma censura pública, ou mesmo um afastamento 
temporário das atribuições do cargo. A falta de decoro também 
poderá caracterizar falta punível administrativamente. 
TCMRJ: Quais os principais pontos a serem observados no Código 
de Ética do Servidor Público? 
Hermann Assis Baeta: Os principais pontos a serem destacados 
poderão ser o bom relacionamento e o comportamento honesto e 
incorruptível do servidor no trato da coisa pública. 
Tal entrevista também consta do Capítulo “O Novo Servidor Público” da Revista 
37 do TCMRJ, o que mostra o valor de nossa matéria (Ética) na atual 
configuração da Administração Pública brasileira. Principalmente como forma de 
atender aos anseios de nossa sociedade. 
O Ministro do TCU, Valmir Campelo, diante da constante e crescente exigência 
de eficiência e eficácia dos serviços públicos, menciona: 
“Atualmente, as novas práticas requeridas pela Administração 
Pública, em todo o mundo, com a introdução dos recentes 
conceitos de gerenciamento, redução da máquina administrativa e 
gestão por resultados, impõem o contínuo aprimoramento do 
contingente de cada organização estatal, aí incluídos servidores, 
dirigentes e autoridades.”27 
27 Revista nº 37 do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, de 2008. (disponível no sítio 
www.tcm.rj.gov.br), páginas 17 e 18. 
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O artigo a seguir vem, novamente, posicionar a importância da atuação 
responsável do servidor público na obtenção da qualidade dos serviços públicos 
prestados: 
A importância do servidor público 
Artigo de Augusto Dourado28 
O cidadão quer um serviço público proporcionado pelo Estado que 
funcione, e para isso exige servidores dedicados e preparados para 
fazerem o melhor com o objetivo de atenderem às suas 
necessidades. 
A prestação do serviço público é das mais importantes atividades 
de uma comunidade, de uma sociedade ou de uma nação. 
Nenhum país, estado ou município funciona sem seu quadro de 
servidores públicos, responsáveis pelos diversos serviços colocados 
à disposição do cidadão. 
Portanto, é de suma importância exaltar quem executa o papel de 
prestador de serviço à sociedade. Neste contexto, prestar serviço à 
população com qualidade e dedicação deve ser sempre a meta dos 
servidores e estar entre seus objetivos. 
Segundo se depreende das disposições constitucionais em vigor, 
servidores públicos são todos aqueles que mantêm vínculo de 
trabalho profissional com os órgãos e entidades governamentais, 
integrados em cargos ou empregos de qualquer delas: União, 
Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias, 
fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. 
Trata-se de designação genérica e abrangente introduzida pela 
Carta de 1988, uma vez que, até a promulgação da Constituição 
Federal hoje em vigor, prevalecia a denominação de funcionário 
público para identificação dos titulares de cargos na administração 
direta, considerando-os equiparados aos ocupantes de cargos nas 
autarquias, aos quais se estendia o regime estatutário. 
28 Augusto Dourado é especialista em Recursos Humanos. O presente artigo encontra-se disponível no sítio 
www.portaldoservidor.ba.gov.br, com última atualização em 22/10/2012 às 17:47:42 
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A partir, portanto, da Constituição de 1988, desaparece o conceito 
de funcionário público, passando-se adotar a designação ampla de 
servidores públicos. 
A cada dia, o papel do servidor público não é apenas o de ser 
estável. É muito mais do que isso, pois a sua atuação está 
necessariamente voltada para os anseios da comunidade ou 
sociedade. 
A estabilidade dos servidores somente se justifica se ela assegura, 
de um lado, a continuidade e a eficiência da Administração e, de 
outro, a legalidade e impessoalidade da gestão da coisa pública. 
A responsabilidade do servidor público é muito grande, tornando-
se um privilégio por tratar-se de um agente de transformação do 
Estado. 
O servidor deve estar sempre a serviço do público e, a partir desta 
lógica, listamos alguns princípios fundamentais à sua atuação: 
 Agente de transformação a serviço da cidadania, o que se
torna uma diferença marcante dos demais trabalhadores;
 Compromisso intransigente com a ética e com os princípios
constitucionais;
 Atualização permanente e desenvolvimento de novas
competências;
 Capacidade de lidar com a diferença e a diversidade;
 Habilidade para atuar em diferentes contextos e sob diversos
comandos;
 Lidar com o que é de todos.
O principal diferencial do servidor público é que este tem a 
oportunidade de servir à comunidade em que está inserido. Por 
isso, esta não pode ser vista como uma profissão qualquer, e sim 
como um desafio de se cuidar do que é de todos nós. 
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Diante do cenário atual, podemos concluir que é preciso existir nos servidores 
públicos uma consciência jurídico-moral que oriente e direcione suas condutas 
no importante papel de servir à coletividade. 
Pablo Serrano assim define consciência jurídico-moral: 
“Definimos a consciência jurídico-moral como sendo o respeito, 
involuntário e desinteressado, ao conjunto de regras externas e 
internas conhecidas. É sentimento que define o agir distinguido o 
bem do mal, sentimento do dever perante um poder que se sabe 
prescrito pela moral e pelo direito.”29 
É dever dos administradores e gerentes públicos, ao perceberem que há uma 
deficiência, ou, até mesmo, uma escassez na presença de tal consciência, 
desenvolvê-la, divulgá-la e fortalecê-la nos servidores que estiverem sob sua 
chefia. 
VAMOS NOS EXERCITAR UM POUCO! 
29 SERRANO, Pablo Jiménez. Tratado de Ética Pública: Curso de Ética Administrativa. São Paulo: Ed. 
Átomo, 2010. 
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QUESTÕES RESOLVIDAS 
Questão 1 
(ESAF – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2008) – Em uma licitaçãona 
modalidade pregão, na forma eletrônica, o pregoeiro um dia antes da abertura 
constatou um vício no edital. A alteração necessária implicou alteração na 
formulação das propostas. Diante das circunstâncias, a autoridade superior 
recomendou-lhe que republicasse a licitação da mesma forma que a publicação 
original. A recomendação da autoridade superior se deu para que houvesse a 
observância do princípio da: 
a) vinculação ao instrumento convocatório.
b) moralidade.
c) imprevisão.
d) economicidade.
e) proporcionalidade.
Resolução: 
Apesar do enunciado se referir ao Pregão Eletrônico, a interpretação e a 
resolução desta questão serve para qualquer modalidade licitatória. 
O candidato, inicialmente, pode achar se tratar de uma questão simples. O 
problema é que, muitas vezes, determinado procedimento é revestido de 
desdobramentos decorrentes de vários princípios que orientam a Administração. 
A recomendação, citada no enunciado, feita pela autoridade competente, foi 
embasada no §4º do art. 21 da Lei 8.666/93. Vamos recapitulá-lo: 
§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela
mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo 
inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, 
a alteração não afetar a formulação das propostas.30 
Colocarei alguns pontos para refletirmos e percebermos que é necessária uma 
análise bem detalhada e criteriosa para resolvermos esta questão. 
30 Redação dada pela Lei nº 8.883 de 08/06/1994 (o artigo 21 praticamente foi reescrito por esta Lei) 
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1. Poderíamos dizer que tal determinação legal visa atender ao princípio da
economicidade? Uma vez que a alteração do edital, que afete a formulação
das propostas, sem a reposição do prazo necessário para tal revisão,
impediria que melhores ofertas fossem apresentadas pelos licitantes à
Administração?
2. Ou poderíamos dizer que este procedimento visa, proporcionalmente,
garantir condições dos licitantes formularem suas propostas, corrigindo-as
em relação à alteração do edital?
3. Ou, ainda: a mudança da regra do jogo “aos 45 minutos do segundo
tempo”31, sem prazo suficiente para os concorrentes alterarem suas
propostas, é moral?
Estes nossos questionamentos estão relacionados, respectivamente, aos 
princípios da economicidade, proporcionalidade e moralidade, que aparecem 
como opções de resposta. 
Mas, por mais que possamos dizer “sim” para tais perguntas, precisamos 
perceber que é o princípio de vinculação ao instrumento convocatório que dita a 
regulamentação legal e a consequente recomendação da autoridade 
competente. Confiram: 
 Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: Para revestir
uma licitação de isonomia, transparência e moralidade, nada mais justo
que as atuações dos agentes públicos e das empresas participantes
(licitantes) estarem vinculadas ao edital licitatório (instrumento
convocatório).
Costuma-se dizer que o “edital é a lei interna da licitação”, como
claramente nos ensina o mestre Hely Lopes Meirelles:
“O edital é a lei interna da licitação, e, como tal, vincula aos seus 
termos tanto os licitantes quanto a Administração que o expediu. 
É impositivo para ambas as partes e para todos os interessados 
na licitação”32; 
31 Expressão popular, referente ao futebol, utilizada para se referir a fatos que ocorrem no limite dos 
prazos, no fim do tempo disponível. 
32 MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. 10ª ed. São Paulo: RT, 1991. 
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Afinal, se o “edital é a lei interna da licitação”, como a Administração poderá 
exigir o atendimento a todas as exigências editalícias, se a regra foi alterada 
durante a licitação, sem a consequente reposição do prazo necessário 
(inicialmente estabelecido) para cada licitante reformular sua proposta? 
Desta forma, a republicação do edital visa a observância do princípio da 
vinculação ao instrumento convocatório. 
Gabarito: A 
Questão 2 
(CESPE – TRT-17ª Região – Analista Judiciário – 2013) – Em relação aos 
poderes administrativos, à organização do Estado e aos atos administrativos, 
julgue o item seguinte. 
Considere que, no exercício do poder discricionário, determinada autoridade 
indique os motivos fáticos que justifiquem a realização do ato. Nessa situação, 
verificando-se posteriormente que tais motivos não existiram, o ato 
administrativo deverá ser invalidado. 
Resolução 
Item CERTO. 
Percebam a importância dos princípios em nosso ordenamento jurídico. 
Na situação hipotética apresentada no enunciado acima, o ato foi praticado sem 
motivação, já que ficou comprovado, posteriormente, que as justificativas 
alegadas não existiram. 
Desta forma, no poder de autotutela, a Administração deverá invalidar tal ato. 
Gabarito: C (Certo) 
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Questão 3 
(CESPE – TRT-17ª Região – Analista Judiciário – 2013) – Em relação aos 
poderes administrativos, à organização do Estado e aos atos administrativos, 
julgue o item seguinte. 
Entre as entidades da administração indireta e os entes federativos que as 
instituíram ou que autorizaram sua criação inexiste relação de subordinação, 
havendo entre eles relação de vinculação que fundamenta o exercício do 
controle finalístico ou tutela. 
Resolução 
Outro item CERTO. Tal assertiva está coerente com o que estudamos 
relacionado ao Princípio do Controle e da Tutela. 
Gabarito: C (Certo) 
Questão 4 
(CESPE – SERPRO – Analista – 2013) – No que concerne aos princípios 
constitucionais do direito administrativo, julgue o seguinte item. 
O princípio da isonomia pode ser invocado para a obtenção de benefício, ainda 
que a concessão deste a outros servidores tenha-se dado com a violação ao 
princípio da legalidade. 
Resolução 
Item ERRADO. 
Se tal situação ocorresse, diríamos que seria um “erro justificando o outro”. O 
que é preciso acontecer no caso acima, observadas suas condições específicas e 
fáticas, é a invalidação do ato praticado irregularmente, sob a luz do Princípio 
da Autotutela. 
Gabarito: E (Errado) 
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Questão 5 
(CESPE – SERPRO – Analista – 2013) – No que concerne aos princípios 
constitucionais do direito administrativo, julgue o seguinte item. 
O princípio da publicidade vincula-se à existência do ato administrativo, mas a 
inobservância desse princípio não invalida o ato. 
Resolução 
Item ERRADO. 
Conforme já estudamos, a publicação de um ato administrativo, em diversos 
casos, o reveste de eficácia. 
Assim, “atos secretos” não terão validade (Lembram o caso do Senado, sob a 
presidência do Senador Sarney? É um bom exemplo para ilustrar nossa 
questão). 
Gabarito: E (Errado) 
Questão 6 
(CESPE – INPI – Analista de Planejamento – 2013) – Acerca de princípios da 
administração pública, e conceitos de administração pública, órgão público e 
servidor, julgue o item a seguir. 
A supremacia do interesse público constitui um dos princípios que regem a 
atividade da administração pública, expressamente previsto na Constituição 
Federal. 
Resolução 
Por incrível que pareça, o presente item está ERRADO. E tornou-se incorreto ao 
afirmar queo Princípio da Supremacia do Interesse Público aparece, 
EXPRESSAMENTE, em nossa Constituição Federal/1988. 
Gabarito: E (Errado) 
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Questão 7 
(CESPE – TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012) – Julgue o item que se segue, 
relativos ao direito administrativo. 
No âmbito da administração pública, a correlação entre meios e fins é uma 
expressão cujos sentido e alcance costumam ser diretamente associados ao 
princípio da eficiência. 
Resolução 
Item ERRADO. 
Tal correlação está mais ligada aos Princípios da Razoabilidade e da 
Proporcionalidade. Existem, inclusive, alguns autores que utilizam a 
denominação Princípio da Adequação entre Meios e Fins. 
Gabarito: E (Errado) 
Questão 8 
(CESPE – STM – Analista Judiciário – 2011) – Com relação à estrutura e à 
organização administrativa e aos princípios fundamentais da administração 
pública, julgue o item a seguir. 
O princípio da razoabilidade refere-se à obrigatoriedade da administração 
pública em divulgar a fundamentação de suas decisões por meio de 
procedimento específico. 
Resolução 
Item ERRADO. A Banca, aqui, misturou vários princípios, confiram: 
 A fundamentação está ligada ao Princípio da Motivação;
 A divulgação ao Princípio da Publicidade; e
 O Princípio da Razoabilidade busca orientar a administração a praticar o
ato mais adequado e proporcional à situação apresentada.
Gabarito: E (Errado) 
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Questão 9 
(CESPE – STM – Analista Judiciário – 2011) – Com relação à estrutura e à 
organização administrativa e aos princípios fundamentais da administração 
pública, julgue o item a seguir. 
Uma das manifestações do princípio da eficiência está nas rotinas de controle de 
resultados a que se submete o poder executivo. 
Resolução 
Item CERTO. 
Podemos sim vincular o Princípio da Eficiência às rotinas de controle de 
resultados. Existem diversas ferramentas de gestão que utilizam indicadores de 
qualidade, de produção, de economicidade, de rentabilidade, de correção, 
dentre outros, para aferir a eficiência dos respectivos processos. 
Gabarito: C (Certo) 
Questão 10 
(CESPE – ABIN – Agente Técnico de Inteligência – 2010) – Julgue o item 
subsequente, acerca dos princípios, poderes e atos administrativos. 
O princípio da impessoalidade decorre, em última análise, do princípio da 
isonomia e da supremacia do interesse público, não podendo, por exemplo, a 
administração pública conceder privilégios injustificados em concursos públicos 
e licitações nem utilizar publicidade oficial para veicular promoção pessoal. 
Resolução 
Item CERTO. 
Fiz questão de trazer essa questão por conter uma afirmativa totalmente 
coerente com o conteúdo de nossa aula, interligando alguns princípios da 
administração pública brasileira. 
Gabarito: C (Certo) 
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QUESTÕES PROPOSTAS 
Questão 1 
(ESAF – CGU – Analista de Finanças e Controle – 2008) – Em uma licitação na 
modalidade pregão, na forma eletrônica, o pregoeiro um dia antes da abertura 
constatou um vício no edital. A alteração necessária implicou alteração na 
formulação das propostas. Diante das circunstâncias, a autoridade superior 
recomendou-lhe que republicasse a licitação da mesma forma que a publicação 
original. A recomendação da autoridade superior se deu para que houvesse a 
observância do princípio da: 
a) vinculação ao instrumento convocatório.
b) moralidade.
c) imprevisão.
d) economicidade.
e) proporcionalidade.
Questão 2 
(CESPE – TRT-17ª Região – Analista Judiciário – 2013) – Em relação aos 
poderes administrativos, à organização do Estado e aos atos administrativos, 
julgue o item seguinte. 
Considere que, no exercício do poder discricionário, determinada autoridade 
indique os motivos fáticos que justifiquem a realização do ato. Nessa situação, 
verificando-se posteriormente que tais motivos não existiram, o ato 
administrativo deverá ser invalidado. 
Questão 3 
(CESPE – TRT-17ª Região – Analista Judiciário – 2013) – Em relação aos 
poderes administrativos, à organização do Estado e aos atos administrativos, 
julgue o item seguinte. 
Entre as entidades da administração indireta e os entes federativos que as 
instituíram ou que autorizaram sua criação inexiste relação de subordinação, 
havendo entre eles relação de vinculação que fundamenta o exercício do 
controle finalístico ou tutela. 
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Questão 4 
(CESPE – SERPRO – Analista – 2013) – No que concerne aos princípios 
constitucionais do direito administrativo, julgue o seguinte item. 
O princípio da isonomia pode ser invocado para a obtenção de benefício, ainda 
que a concessão deste a outros servidores tenha-se dado com a violação ao 
princípio da legalidade. 
Questão 5 
(CESPE – SERPRO – Analista – 2013) – No que concerne aos princípios 
constitucionais do direito administrativo, julgue o seguinte item. 
O princípio da publicidade vincula-se à existência do ato administrativo, mas a 
inobservância desse princípio não invalida o ato. 
Questão 6 
(CESPE – INPI – Analista de Planejamento – 2013) – Acerca de princípios da 
administração pública, e conceitos de administração pública, órgão público e 
servidor, julgue o item a seguir. 
A supremacia do interesse público constitui um dos princípios que regem a 
atividade da administração pública, expressamente previsto na Constituição 
Federal. 
Questão 7 
(CESPE – TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012) – Julgue o item que se segue, 
relativos ao direito administrativo. 
No âmbito da administração pública, a correlação entre meios e fins é uma 
expressão cujos sentido e alcance costumam ser diretamente associados ao 
princípio da eficiência. 
Questão 8 
(CESPE – STM – Analista Judiciário – 2011) – Com relação à estrutura e à 
organização administrativa e aos princípios fundamentais da administração 
pública, julgue o item a seguir. 
O princípio da razoabilidade refere-se à obrigatoriedade da administração 
pública em divulgar a fundamentação de suas decisões por meio de 
procedimento específico. 
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Questão 9 
(CESPE – STM – Analista Judiciário – 2011) – Com relação à estrutura e à 
organização administrativa e aos princípios fundamentais da administração 
pública, julgue o item a seguir. 
Uma das manifestações do princípio da eficiência está nas rotinas de controle de 
resultados a que se submete o poder executivo. 
Questão 10 
(CESPE – ABIN – Agente Técnico de Inteligência – 2010) – Julgue o item 
subsequente, acerca dos princípios, poderes e atos administrativos. 
O princípio da impessoalidade decorre, em última análise, do princípio da 
isonomia e da supremacia do interesse público, não podendo, por exemplo, a 
administração pública conceder privilégios injustificados em concursos públicos 
e licitações nem utilizar publicidade oficial para veicular promoção pessoal. 
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