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RESUMO DIREITO CIVIL LIVRO ROBERTO GONÇALVES ATE A PG 150

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DIREITO CIVIL
CONCEITO DE DIREITO CIVIL
Direito civil é o direito comum, o que rege as relações entre os particulares. Disciplina a vida das pessoas desde a concepção - e mesmo antes dela, quando permite que se contemple a prole eventual (CC, art. 1.799, I) e confere relevância ao embrião excedentário (CC, art. 1.597, IV) — até a morte, e ainda depois dela. No vasto campo do direito privado destaca-se o direito civil como direito comum a todos os homens, no sentido de disciplinar o modo de ser e de agir das pessoas. Código Civil, abrangendo toda a legislação civil que regula direitos e obrigações da ordem privada, inclusive a Constituição Federal.
A CODIFICAÇÃO
A realidade é que a ideia de codificação prevaleceu. Historicamente, o primeiro grande passo foi dado na França, com o Código de Napoleão, de 1804, que permanece até hoje regulando a vida jurídica de um povo altamente civilizado, tendo servido de modelo a diversos países na elaboração de seu direito positivo. Todavia, os Códigos são importantes instrumentos de unificação do direito, consolidando por esse meio a unidade política da nação. Constituem eles a estrutura fundamental do ordenamento jurídico de um país e um eficiente meio de unificação dos usos e costumes da população. A codificação tem, ademais, o grande mérito de organizar e sistematizar cientificamente o direito, possibilitando maior estabilidade nas relações jurídicas.
O CÓDIGO CIVIL DE 2002
O Código Civil de 2002 apresenta, em linhas gerais, as seguintes características: 
a) preserva, no possível, como já mencionado, a estrutura do Código de 1916, atualizando-o com novos institutos e redistribuindo a matéria de acordo com a moderna sistemática civil; 
b) mantém o Código Civil como lei básica, embora não global, do direito privado, unificando o direito das obrigações na linha de Teixeira de Freitas e Inglez de Souza, reconhecida a autonomia doutrinária do direito civil e do direito comercial; 
c) aproveita as contribuições dos trabalhos e projetos anteriores, assim como os respectivos estudos e críticas;
 d) inclui no sistema do Código, com a necessária revisão, a matéria das leis especiais posteriores a 1916, assim como as contribuições da jurisprudência; 
e) exclui matéria de ordem processual, a não ser quando profundamente material20; ligada à de natureza
 f) implementa o sistema de cláusulas gerais, de caráter significativamente genérico e abstrato, cujos valores devem ser preenchidos pelo juiz, que desfruta, assim, de certa margem de interpretação
ESTRUTURA E CONTEÚDO
O novo Código manteve, como já referido, a estrutura do Código Civil de 1916, seguindo o modelo germânico preconizado por Savigny, colocando as matérias em ordem metódica, divididas em uma Parte Geral e uma Parte Especial, num total de 2.046 artigos. A Parte Geral cuida das pessoas, dos bens e dos fatos jurídicos.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
O Código Civil de 2002 tem, como princípios básicos, os da socialidade, eticidade e operabilidade. 
O princípio da socialidade reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa humana.
O princípio da eticidade funda-se no valor da pessoa humana como fonte de todos os demais valores. Prioriza a equidade, a boa-fé, a justa causa e demais critérios éticos.
O princípio da operabilidade, por fim, leva em consideração que o direito é feito para ser efetivado, para ser executado. Por essa razão, o novo Código evitou o bizantino, o complicado, afastando as perplexidades e complexidades.
No bojo do princípio da operabilidade está implícito o da concretitude, que é a obrigação que tem o legislador de não legislar em abstrato (contrato).
DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL
A expressão direito civil-constitucional apenas realça a necessária releitura do Código Civil e das leis especiais à luz da Constituição, redefinindo as categorias jurídicas civilistas a partir dos fundamentos, e principiológicos constitucionais.
EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Ou seja, da teoria da aplicação direta dos direitos fundamentais às relações privadas, especialmente em face de atividades privadas que tenham certo “caráter público”, por exemplo, matrículas em escolas, clubes associativos, relações de trabalho etc. O entendimento é que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata (eficácia horizontal imediata).
DAS PESSOAS NATURAIS
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE ( Pag 91-93)
Personalidade jurídica
Personalidade jurídica personalidade está umbilicalmente ligado ao de pessoa, Todo aquele que nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. A personalidade é, portanto, o conceito básico da ordem jurídica, direitos constitucionais de vida, liberdade e igualdade. O direito reconhece personalidade também a certas entidades morais, denominadas pessoas jurídicas.
Capacidade jurídica
O art. 1º do novo Código entrosa o conceito de capacidade com o de personalidade ao declarar que “pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”, a capacidade é a medida da personalidade.
Capacidade de direito
A que todos têm, e adquirem ao nascer com vida, é a capacidade de direito ou de gozo, também denominada capacidade de aquisição de direitos, Estende-se aos privados de discernimento e aos infantes em geral, independentemente de seu grau de desenvolvimento mental, podem estes, assim, herdar bens deixados por seus pais, receber doações etc. privação total de capacidade implicaria a frustração da personalidade, se ao homem, como sujeito de direito, fosse negada a capacidade genérica para adquiri-lo, a consequência seria o seu jurídico aniquilamento no mundo jurídico, não há capacidade de aquisição de direitos onde falta personalidade como no caso do nascituro.
Capacidade de fato
Nem todas as pessoas têm, contudo, a capacidade de fato também capacidade de exercício ou de ação, que é a aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil, por faltarem alguns requisitos materiais como maioridade, saúde, desenvolvimento mental etc.,
Distinção entre capacidade e legitimação
Capacidade não se confunde como legitimação, esta é a aptidão para a prática de determinados atos jurídicos por exemplo, o ascendente é genericamente capaz, mas só estará legitimado a vender a um descendente se o seu cônjuge e os demais descendentes expressamente consentirem (CC, art. 496). A falta de legitimação alcança pessoas impedidas de praticar certos atos jurídicos, sem serem incapazes, exemplo, o tutor, proibido de adquirir bens do tutelado.
DAS PESSOAS COMO SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA
Os sujeitos da relação jurídica
O novo Código Civil, no Livro I da Parte Geral, dispõe sobre as pessoas como sujeitos de direitos, Relação jurídica é toda relação da vida social regulada pelo direito, Os animais não são considerados sujeitos de direitos, embora mereçam proteção. Por essa razão não têm capacidade para adquirir direitos. Não podem, por exemplo, ser beneficiados em testamento, a não ser indiretamente, sob a forma de encargo, imposto a herdeiro testamentário, de cuidar deles.
Conceito de pessoa natural
Pessoa natural é “o ser humano considerado como sujeito de direitos e obrigações Para qualquer pessoa ser assim designada, basta nascer com vida e, desse modo, adquirir personalidade. Começo da personalidade natura
O nascimento com vida; A situação jurídica do nascituro; A teoria Natalista; A teoria da personalidade condicional, A teoria concepcionista; 
Ocorre o nascimento quando a criança é separada do ventre materno, não importando tenha o parto sido natural, feito com o auxílio de recursos obstétricos ou mediante intervenção cirúrgica. O essencial é que se desfaça a unidade biológica, de forma a própria constituírem mãe e filho dois corpos, com vida orgânica umbilical mesmo que não tenha sido cortado o cordão Para se dizer que nasceu com vida, todavia, é necessário que haja respirado. Se respirou, viveu, ainda que tenha perecido em
seguida. Lavram-se, neste caso, dois assentos, o de nascimento e o de óbito (LRP, art. 53, § 2º). Não importa, também, tenha o nascimento sido a termo ou antecipado; Se o infante chegou a respirar, recebeu, ex vi legis, nos poucos segundos de vida, todo o patrimônio deixado pelo falecido pai, a título de herança, e a transmitiu, em seguida, por sua morte, à sua herdeira, que era a sua genitora, Se, no entanto, nasceu morto, não adquiriu personalidade jurídica e, portanto, não chegou a receber nem a transmitir a herança deixada por seu pai, ficando esta com os avós paternos.
A natalista afirma que a personalidade civil somente se inicia com o nascimento com vida;
Personalidade condicional sustenta que o nascituro é pessoa condicional, pois a aquisição da personalidade acha-se sob a dependência de condição suspensiva, o nascimento com vida, não se tratando propriamente de uma terceira teoria, mas de um desdobramento da teoria Natalista.
Concepcionista admite que se adquire a personalidade antes do nascimento, ou seja, desde a concepção, ressalvados apenas os direitos patrimoniais, decorrentes de herança, legado e doação, que ficam condicionados ao nascimento com vida; 
Pode o nascituro ser objeto de reconhecimento voluntário de filiação (art. 1.609, parágrafo único); pode receber doação (art. 542) e ser contemplado em testamento (art. 1.798); tem direito a uma adequada assistência pré-natal (ECA, art. 8º). O direito penal também o protege, penalizando o aborto. E a Constituição
Federal assegura a todos, sem distinção, o direito à vida (art. 5º).
Os alimentos gravídicos, veio resolver esse problema, conferindo legitimidade ativa à própria gestante para a propositura da ação de alimentos. O objetivo da referida lei, em última análise, é proporcionar um nascimento com dignidade ao ser concebido.
DAS INCAPACIDADES
Conceito e espécies
No direito brasileiro não existe incapacidade de direito, porque todos se tornam, ao nascer, capazes de adquirir direitos (CC, art. 1º). Há, portanto, somente incapacidade de fato ou de exercício. Incapacidade, destarte, é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, imposta pela lei somente aos que, excepcionalmente, regra necessitam de proteção, pois a capacidade é a Decorre aquela do reconhecimento da inexistência, numa pessoa, dos direitos requisitos indispensáveis ao exercício dos seus Somente por exceção expressamente consignada na lei é que se sonega ao indivíduo a capacidade de ação, Supre-se a incapacidade, que pode ser absoluta e relativa conforme o grau de imaturidade, deficiência física ou mental da pessoa, pelos institutos da representação e da assistência.
Incapacidade absoluta: os menores de 16 anos
A incapacidade absoluta acarreta a proibição total do exercício, por si só, do direito. O ato somente poderá ser praticado pelo representante legal do absolutamente incapaz. A inobservância dessa regra provoca a nulidade do ato, nos termos do art. 166, I, do Código Civil.O Código de 2002 também considera que o ser humano, até atingir essa idade, não tem discernimento suficiente para dirigir sua vida e seus negócios e, por essa razão, deve ser representado na vida jurídica por seus pais, tutores ou curadores.
Manifestação de vontade do incapaz. Situações especiais
Os privados do necessário discernimento por enfermidade ou
deficiência mental; A fórmula genérica empregada pelo legislador abrange todos os casos de insanidade mental, provocada por doença ou enfermidade mental congênita ou adquirida, como a oligofrenia e a esquizofrenia, por exemplo, bem como por deficiência mental decorrente de distúrbios psíquicos, desde que em grau suficiente para acarretar a
privação do necessário discernimento para a prática dos atos da vida
civil; os atos praticados pelo privado de discernimento serão nulos; Decretada a interdição será nomeado curador ao interdito;
Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade;
A expressão, também genérica, não abrange as pessoas portadoras de doença ou deficiência mental permanentes, referidas no inciso II do art. 3º do Código Civil, transitória, ou em virtude de alguma patologia (p. ex., arteriosclerose, excessiva pressão arterial, paralisia, embriaguez não habitual, uso eventual e excessivo de entorpecentes ou de substâncias alucinógenas, hipnose ou outras causas semelhantes, mesmo não permanentes); Tal não significa que se vá interditar alguém por causa transitória, pois o art. 1.767, II, do Código Civil, que trata das pessoas sujeitas a curatela, só se refere aos que, por causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; Os ébrios habituais e os viciados em tóxicos são considerados pessoas relativamente incapazes; É nulo, assim, o ato jurídico exercido pela pessoa de condição psíquica normal, mas que se encontrava completamente embriagada no momento em que o praticou e que, em virtude dessa situação transitória, não se encontrava em perfeitas condições de exprimir a sua vontade; A surdo-mudez deixou também de ser causa autônoma de incapacidade, podendo os surdos-mudos, contudo, em face das expressões genéricas empregadas no novo diploma, ser considerados relativamente incapazes, com base no art. 4º, III.
Incapacidade relativa
A incapacidade relativa permite que o incapaz pratique atos da vida civil, desde que assistido por seu representante legal, sob pena de anulabilidade (CC, art. 171, I). Certos atos, porém, pode praticar sem a assistência de seu representante legal, como ser testemunha (art. 228, I), aceitar mandato (art. 666), fazer testamento (art. 1.860, parágrafo único), exercer empregos públicos para os quais não for exigida a maioridade (art. 5º, parágrafo único, III), casar (art. 1.517), ser eleitor, celebrar contrato de trabalho etc.
Os maiores de 16 e menores de 18 anos
Já foi dito que podem praticar apenas determinados atos sem a assistência de seus representantes: aceitar mandato, ser testemunha, fazer testamento etc. Não se tratando desses casos especiais, necessitam da referida assistência, sob pena de anulabilidade do ato, se o lesado tomar providências nesse sentido e o vício não houver sido sanado A necessidade de assistência do representante legal; Os referidos menores figuram nas relações jurídicas e delas participam pessoalmente, assinando documentos, se necessário, contudo, não podem fazê-lo sozinhos, mas acompanhados, ou seja, assistidos por seu representante legal (pai, mãe ou tutor), assinando ambos os documentos concernentes ao ato ou negócio jurídico; O menor tenha necessidade de promover ação contra seu genitor, o juiz lhe dará curador especial;
Hipótese de perda da proteção legal
Quando há mentira por parte do menor, agindo de alguma forma forma de má fé.
Obrigações resultantes de atos ilícitos
Nulidade
Os ébrios habituais e os viciados em tóxico
Por efeito transitório dessas substâncias, ficarem impedidos de exprimir plenamente sua vontade estão elencados no art. 3º, III, do aludido estatuto, como absolutamente incapazes; Por outro lado, preceituam os arts. 1.772 e 1.782 que, pronunciada a interdição dos deficientes mentais, dos ébrios habituais e dos viciados em tóxicos, o juiz assinará, segundo o estado ou o desenvolvimento mental do interdito, os limites da curatela, que poderão circunscrever-se à privação do direito de, sem curador, praticar atos que possam onerar ou desfalcar o seu patrimônio.
Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade
Os que não têm desenvolvimento mental completo são considerados
relativamente incapazes; Só os que não têm desenvolvimento mental completo são considerados relativamente incapazes; Somente são considerados relativamente incapazes os surdos mudos que, por não terem recebido educação adequada e permanecerem isolados, ressentem-se de um desenvolvimento mental completo. Se a tiverem recebido, e puderem exprimir plenamente sua vontade, serão capazes. Poderão, ainda, enquadrar se como absolutamente incapazes, se a deficiência privá-los
totalmente do necessário discernimento (v. n. 7.1.3, retro). Assim também ocorre com todos os excepcionais sem desenvolvimento mental completo.
Os pródigos: Conceito; Curatela do pródigo; Efeitos da interdição do pródigo
Pródigo é o indivíduo que dissipa o seu patrimônio desvairadamente; A curatela do pródigo (CC, art. 1.767, V) pode ser promovida pelos pais ou tutores, pelo cônjuge ou companheiro (CF, art. 226, § 3º; JTJ, Lex, 235/108), por qualquer parente e pelo Ministério Público (CC, arts. 1.768 e 1.769); A interdição do pródigo só interfere em atos de disposição e oneração do seu patrimônio. Pode inclusive administrá-lo, mas ficará privado de praticar atos que possam desfalcá-lo, como “emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado” (CC, art. 1.782). Tais atos dependem da assistência do curador. Sem essa assistência, serão anuláveis (art. 171, I). Não há limitações concernentes à pessoa do pródigo, que poderá viver como lhe aprouver, podendo votar, ser jurado, testemunha, fixar o domicílio do casal, autorizar o casamento dos filhos, exercer profissão que não seja a de comerciante e até casar, exigindo-se, somente neste último caso, a assistência do curador se celebrar pacto antenupcial que acarrete alteração em seu patrimônio.
Os índios: Denominação atual; A situação jurídica dos índios; A tutela estatal
São denominados Indios;
Referida lei considera nulos os negócios celebrados entre um índio e pessoa estranha à comunidade indígena, sem a participação da Fundação Nacional do Índio (Funai), enquadrando-o, pois, como absolutamente incapaz;
A tutela dos índios constitui espécie de tutela estatal e origina se o âmbito administrativo;
A tutela do índio não integrado à comunhão nacional tem a finalidade de protegê-lo, à sua pessoa e aos seus bens. Além da assistência da Funai, o Ministério Público Federal funcionará nos processos em que haja interesse dos índios e, inclusive, proporá as medidas judiciais necessárias à proteção de seus direitos
Modos de suprimento da incapacidade
 
Representação legal e voluntária
Efeitos da incapacidade absoluta
A incapacidade absoluta acarreta a proibição total, pelo incapaz, do exercício do direito. Fica ele inibido de praticar qualquer ato jurídico ou de participar de qualquer negócio jurídico. Estes serão praticados ou celebrados pelo representante legal do absolutamente incapaz, sob pena de nulidade (art. 166, I).
Efeitos da incapacidade relativa
A incapacidade relativa permite que o incapaz pratique atos da vida civil, desde que assistido por seu representante legal, sob penade anula bilidade (art. 171, I). Certos atos, porém, pode praticar sem a assistência deste, como visto no n. 7.2, retro. Quando necessária a assistência, ambos participam do ato: o relativamente incapaz e seu representante. Se necessário for assinar algum documento, ambos o assinarão. Se faltar a assinatura de um deles, o ato será anulável.
Sistema de proteção aos incapazes: Medidas tutelares; Benefício de restituição (“restitutio in integrum”)
No direito romano, maior era a proteção jurídica concedida aos incapazes. Admitia-se o benefício de restituição (restitutio in integrum), que consiste na possibilidade de se anular o negócio válido, mas que se revelou prejudicial ao incapaz
Cessação da incapacidade
Cessa a incapacidade desaparecendo os motivos que a determinaram. Assim, no caso da loucura e da surdo-mudez, porexemplo, desaparece a incapacidade, cessando a enfermidade físico-psíquica que as determinou. Quando a causa é a menoridade, desaparece pela maioridade e pela emancipação.
Maioridade
A maioridade começa aos 18 anos completos, tornando-se a pessoa apta para as atividades da vida civil que não exigirem limite política79
especial, como as de natureza
Emancipação
Consiste, desse modo, na antecipação da aquisição da capacidade de fato ou de exercício (aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil, pode ocorrer dos pais ou de sentença do Juiz.
Espécies de emancipação
Voluntaria, quando os pais deixam;
Judicial, que depende de sentença do juiz;
As emancipações voluntária e judicial devem ser registradas em livro próprio do 1º Ofício do Registro Civil;
Legal, pelo casamento 16 anos, emprego público, faculdade, ser empresário; economia própria; 
 
EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL
Somente com a morte real termina a existência da pessoa natural, que pode ser
Também simultânea (comoriência).
Morte real
A morte real é apontada no art. 6º do Código Civil como responsável pelo término da existência da pessoa natural, ( atestado de óbito, sem declaração de ausência).
Morte simultânea ou comoriência
A comoriência é prevista no art. 8º do Código Civil. Dispõe este que, se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião (não precisa ser no mesmo lugar), não se podendo averiguar qual deles morreu primeiro, “presumir-se-ão simultaneamente mortos”.
Morte civil
A comoriência é prevista no art. 8º do Código Civil. Dispõe este que, se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião (não precisa ser no mesmo lugar), não se podendo averiguar qual deles morreu primeiro, “presumir-se-ão simultaneamente mortos”.
Morte presumida
A morte presumida pode ser com ou sem declaração de ausência. A lei autoriza a abertura de sucessão definitiva;
Pode-se, ainda, requerer a sucessão definitiva, provando se que o ausente conta 80 anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele;
DA AUSÊNCIA
Introdução
Da curadoria dos bens do ausente
Da sucessão provisória
Da sucessão definitiva
Do retorno do ausente
Ausência como causa de dissolução da sociedade conjugal
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL
Modos de individualização
Os principais elementos individualizadores da pessoa natural são: o nome, designação que a distingue das demais e a identifica no seio da sociedade; o estado, que indica a sua posição na família e na sociedade política; e o domicílio, que é a sua sede jurídica.
Nome
O vocábulo “nome”, como elemento individualizador da pessoa natural, é empregado em sentido amplo, indicando o nome completo.
Conceito
Nome é a designação ou sinal exterior pelo qual a pessoa identifica-se no seio da família e da sociedade.
Ações relativas ao uso do nome
Têm dupla finalidade as ações relativas ao uso do nome: a) a retificação, para que seja preservado o verdadeiro; b) a contestação, para que terceiro não use o nome, ou o não exponha ao desprezo público.
Dispõe, com efeito, o art. 17 do Código Civil que “o nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória”. Por sua vez, preceitua o art. 18 do mesmo diploma, tutelando também a honra objetiva: “Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial”.
O uso de pseudônimo
Um nome fictício adotado, diferente do seu nome civil verdadeiro
Natureza jurídica
A teoria mais aceita e que melhor define a natureza jurídica do nome é a que o considera um “direito da personalidade”, ao lado de outros, como o direito à vida, à honra, à liberdade etc.
Elementos do nome: Prenome; Sobrenome
Prenome é o nome próprio de cada pessoa e serve para distinguir membros da mesma família.O prenome pode ser livremente escolhido pelos pais, desde que não exponha o filho ao ridículo;
Sobrenome é sinal que identifica a procedência da pessoa, indicando a sua filiação ou estirpe;
Alcunha é apelido depreciativo que se põe a alguém, geralmente tirado de alguma particularidade física ou moral;
IMUTABILIDADE DO NOME
Retificação de prenome
A imutabilidade do prenome é salutar, devendo ser afastada somente em caso de necessidade comprovada;
A retificação do prenome em caso de evidente erro gráfico;
Por expor ao ridículo o seu portador;
Adições intermediárias
Igualmente, tem sido admitida a inclusão de alcunha ou apelidos notórios, como já referido, para melhor identificação de pessoas, populares ou não,
bem como o acréscimo de mais um prenome ou de sobrenome materno, para solucionar problemas de homonímia.
Mudanças no sobrenome
O sobrenome ou patronímico, por outro lado, em razão do princípio, que é de ordem pública, da estabilidade do nome, só deve ser alterado em casos excepcionais.
STF: “o nome pode ser modificado desde que motivadamente justificado”.
Outras hipóteses
O Nome completo pode também sofrer alterações no casamento e na separação judicial e divórcio, na adoção, no reconhecimento de filho, na união estável e no caso de transexualismo.
O transexualismo tem sido invocado, também, em pedidos de retificação de nome e de sexo no registro civil. A doutrina e a jurisprudência se orientaram, durante muitos anos, no sentido de não admitir a troca de nome e de sexo, ao fundamento de que a ablação de órgão para constituição do de sexo oposto não se mostra suficiente para a transformação, pois a conceituação de mulher decorre da existência, no interior do corpo, dos órgãos genitais femininos: dois ovários, duas trompas que conectam com o útero, glândulas mamárias e algumas glândulas acessórias etc.
Estado
A palavra “estado” provém do latim status, empregada pelos romanos para designar os vários predicados integrantes da personalidade159. Constitui, assim, a soma das qualificações da pessoa na sociedade, hábeis a produzir efeitos jurídicos. Segundo Clóvis, é o modo particular de existir. É uma situação jurídica pessoa. resultante de certas qualidades inerentes à pessoas.
Aspectos
Estado individual é o modo de ser da pessoa quanto à idade, sexo, cor, altura, saúde (são ou insano e incapaz) etc.
Estado familiar é o que indica a sua situação na família, em relação ao matrimônio (solteiro, casado, viúvo, divorciado) e ao parentesco, por consanguinidade ou afinidade (pai, filho, irmão, sogro, cunhado etc.)
Estado político é a qualidade que advém da posição do indivíduo na sociedade política, podendo ser nacional (nato ou naturalizado) e estrangeiro.
Caracteres
O estado liga-se intimamente à pessoa e, por isso, constitui a sua imagem jurídica.
Indivisibilidade — Assim como não podemos ter mais de uma personalidade, do mesmo modo não nos é possível possuir mais de um estado.
Indisponibilidade — O estado civil, como visto, é um reflexo de nossa personalidade e, por essa razão, constitui relação fora de comércio: é inalienável e irrenunciável, em consequência.
Imprescritibilidade — Não se perde nem se adquire o estado pela prescrição. O estado é elemento integrante da personalidade e, assim, nasce com a pessoa e com ela desaparece.
Domicílio
livremente escolhido ou determinado pela lei, onde possam ser encontradas para responder por suas obrigações.
Domicílio da pessoa natural
Livremente escolhido ou determinado pela lei, onde possam ser encontradas para responder por suas obrigações.
Conceito
Clóvis Beviláqua define domicílio da pessoa natural como “o lugar onde ela, de modo definitivo, estabelece a sua residência e o centro principal da sua atividade
Espécies
Domicilio de origem pode ser por querer ou estabelecido por contrato 
Voluntario 
Contrato 
Domicílio da pessoa jurídica
Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á
por domicílio da pessoa jurídica o lugar do estabelecimento situado no Brasil onde as obrigações foram contraídas, correspondente a cada agência
Atos do registro civil
Registro civil é a perpetuação, mediante anotação por agente autorizado, dos dados pessoais dos membros da coletividade e dos fatos jurídicos de maior relevância em suas vidas, para fins de autenticidade, segurança e eficácia. Tem por base a publicidade, cuja função específica é provar a situação jurídica do registrado e terceiros torná-la conhecida de terceiros
Registros Públicos, especificados no art. 1º, § 1º, e que são os seguintes:
“I - o registro civil de pessoas naturais;
II - o registro civil das pessoas jurídicas;
III - o registro de títulos e documentos;
IV - o registro de imóveis”.
O art. 9º do Código Civil, por sua vez, indica os atos sujeitos a registro público:
“I - os nascimentos, casamentos e óbitos;
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida”

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