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As primeiras leis escritas e o código de Hammurabi RESUMO

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CASTRO, Flavia Lages
História do Direito Geral e Brasil
As primeiras leis escritas e o código de Hammurabi
	As primeiras leis escritas surgiram na Mesopotâmia. O conjunto de leis mais antigo que se tem conhecimento é o de Ur-Nammu (rei sumeriano), no entanto, infelizmente, chegaram até nós somente dois fragmentos de um tablete de argila. Em 1948, outro corpo de leis foi encontrado, na mesma região: as leis de Eshunna. Entre o fim de 1901 e o início de 1902, tomou-se conhecimento de um conjunto de leis com 282 artigos, postos de maneira organizada, ao qual chamamos de Código de Hammurabi, por ter sido feito a mando do Rei Hammurabi, rei da Babilônia entre 1792 e 1750 a.C. A influência que Ur-Nammu exerceu sobre as leis de Eshunna é tão grande quanto a que estas duas legislações provocaram no Código de Hammurabi. A justiça era uma questão importantíssima para os sumerianos. Suas leis penais muitas vezes substituíam a Pena de Talião (“olho por olho, dente por dente”) por multas ou por indenizações legais.
	O Rei Hammurabi não foi somente um grande conquistador e estrategista; ele foi, também, um excelente administrador. Em seu território havia vários povos diferentes, de línguas, raças e culturas diversas. Com isso, para exercer seu poder era preciso unificar de alguma forma esses povos; e Hammurabi fez isso por meio da língua, da religião e do direito. A língua oficial tornou-se o acádio, o panteão dos deuses fixou-se. O Código de Hammurabi foi feito fazendo uso de toda legislação precedente. E foi tão eficaz que permaneceu em uso por mil anos após sua criação. 
	Além de ordenar a feitura do conjunto de leis, Hammurabi também reorganizou a justiça em prol de uma melhor utilização do Direito como ferramenta de controle. Foi conferida à justiça a supremacia sobre a justiça sacerdotal e foi uniformizado e regulamentado cuidadosamente o processamento das ações, compreendendo nessa regulamentação a propositura, o recebimento ou não pelo juiz, a instrução completada pelo depoimento de testemunhas e diligencias ‘in loco’ e, finalmente, a sentença. A organização judiciária estabelecida incluía até um ministério público e um direito processual.
	A sociedade da Babilônia Hammurabiana era dividida em três camadas sociais: os awilum, que eram homens livres, com todos os direitos de cidadão (era a maioria da população e era composta de ricos e pobres); os muskênum, que se acredita que eram uma camada intermediária entre os awilum e os escravos, formada por funcionários públicos com direitos e deveres específicos; e, por fim, os escravos, geralmente prisioneiros de guerras (a minoria da população). A economia girava em torno da agricultura, com suas maiores terras sendo pertencentes ao Palácio (governo). Entretanto, havia um comércio bem forte, tendo o comércio externo em evidência; havia até mesmo banqueiros que financiavam as expedições. Já o pequeno comércio varejista era responsabilidade das mulheres, as chamadas “taberneiras”, e a moeda, ou veículo de pagamento, era a cevada ou a prata. 
	Entre os 282 artigos do Código de Hammurabi, temos como principal ponto a Pena de Talião. No entanto, há previsão legal para diversas situações, como leis sobre o trabalho, sobre o divórcio, a escravidão, a família e muitos outros temas.

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