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Direito Grego RESUMO

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A Grécia, na Antiguidade, significava uma região, graças às suas condições geográficas e econômicas. Quando se fala em Grécia, pode-se também falar até certo ponto de uma unidade cultural, com deuses, dialetos e alguns hábitos em comum, independentemente dos regimes políticos a que se submetiam. Nos séculos XVIII e VII a.C., as cidades gregas passaram por um grande desenvolvimento urbano, que se explicava pelo crescimento populacional somado a uma retomada do processo tecnológico, artesanal e comercial. Com isso, houve a queda das monarquias e o início de turbulências sociais que produziram legislações e legisladores. Entre numerosas Cidades-Estado gregas e seus legisladores, duas cidades se destacam como as mais intrigantes em relação ao Direito: Esparta e Atenas.
	Esparta foi umas das primeiras Cidades-Estado a surgir na Grécia, fundada por invasores dórios nas margens do rio Eurotas, em IX a.C. A partir do século VII, por obra de um legislador, Licurgo, Esparta iniciou um processo que culminou em um quase total refreamento de qualquer tipo de evolução. Sua sociedade se dividia entre três camadas sociais: os espartíatas (eram os dórios, guerreiros que recebiam educação militar especial), os periecos (eram os aqueus, tinham boas condições materiais de vida, mas nenhum direito político) e os hilotas (escravos de propriedade do Estado, não tinham proteção da lei e sua condição humana era uma das mais insuportáveis de todo o mundo antigo). Embora fique subentendido, à primeira vista, que os espartíatas tinham uma vida tranquila por estarem em posição privilegiada, não era bem assim; graças ao formato extremamente militarista do Estado, eles passavam por um duro treinamento dos sete aos sessenta anos, não podendo casar-se até os trinta. A economia espartana, a partir do século VII a.C., era composta de uma vasta propriedade estatal dividida entre 8 mil e 9 mil lotes, chamados cleros. Distribuídas entre guerreiros dórios, as terras não podiam ser cedidas ou vendidas. Para trabalho nessas terras o Estado emprestava seis escravos por lote, já que eram, também, propriedade dele. Os periecos também possuíam terras, apesar de serem sempre as da periferia, não as melhores; eles se dedicavam à agricultura, à criação de pequenos animais, ao artesanato, à mineração de ferro e ao comércio. Em Esparta, a política era extremamente conservadora, pois o poder era monopolizado pelo Conselho de Anciãos (os Gerontes, cidadãos acima de sessenta anos), que tinham cargo vitalício e eram escolhidos por aclamação na Assembleia (composta por espartíatas), um órgão somente consultivo. A Gerúsia escolhia o poder executivo: os éforos, cinco magistrados com mandato de um ano que tinham como função cuidar da educação das crianças espartiatas, fiscalizar a vida pública e julgar os processos civis. Os espartanos geraram, por séculos, a sociedade mais imóvel da história. Eles atingiram esse feito através de três princípios: a xenofobia (aversão por tudo que venha de outro lugar, que é estrangeiro), a xenelasia (banimento da estadia de estrangeiros, não entrando em contato com ideias estrangeiras) e o laconismo (quando se fala o mínimo necessário, utilizando do menor número de palavras possível). 
	No século VIII a.C., a economia de Atenas era, ainda, basicamente rural. Entretanto, as atividades artesanais e comerciais já cresciam e ultrapassavam os limites da região. Com o desenvolvimento comercial, iniciou-se uma crise caracterizada por um intenso endividamento dos georgoi (agricultores que possuíam terras pouco férteis junto às montanhas) com os eupátridas (que tinham o monopólio do poder e das melhores terras) e, consequentemente, pelo aumento da escravidão por dívidas. Com o tempo, o empobrecimento dos georgoi aumentou e gerou insatisfação nos comerciantes e artesãos, que estavam enriquecendo e desejavam participar da vida política, que lhes era vedada. Os pobres também começaram a reivindicar o fim da escravidão por dividas e a repartição das grandes propriedades. Assim, se formaram o Partido Popular e o Partido Aristocrático. No meio desta luta entre os dois partidos, um aristocrata tentou tomar – sem sucesso- o poder a força e, como a resposta do Partido Popular foi imediata, a oligarquia se viu obrigada a lhes oferecer, para acalma-los, reformas. Surgiram, dessa forma, os primeiros legisladores. Drácon foi excessivamente rigoroso em sua legislação, o que se compreende pelo fato de ele ser um eupátrida. Ele apenas reproduziu o direito antigo, ditado por uma religião implacável que via em todo erro uma ofensa às divindades e essa ofensa como um crime odioso. Assim, quase todos os crimes eram passíveis de morte. Já o segundo legislador, Sólon, buscou suavizar a legislação draconiana e suas leis correspondem a uma grande Revolução Social. A eunomia – igualdade de todos perante a lei – está presente em todos os artigos escritos por ele. Sólon preparou Atenas para ser uma potência econômico-comercial, indicando um incentivo ao desenvolvimento comercial e industrial. Para atingir o problema principal que gerava a revolta do povo, ele decretou a seisachtéia, que consistia na suspensão dos marcos de hipoteca, na devolução das terras aos antigos donos e na proibição da escravidão por dividas em Atenas. No comando do Estado ateniense, Sólon determinou que no comando efetivo ficariam aqueles com mais riquezas e, abaixo deles, com menos poder e sucessivamente, os que tivessem menos dinheiro.

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