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O SONO

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“O SONO” 1937 Salvador Dalí
Salvador Dali nasceu em maio de 1904 em Catalunha, uma pequena comunidade espanhola da região de Figueres. Suas obras chamam a atenção especialmente por combinarem qualidade estética e plástica de primeira com ideias bizarras que Dalí tinha – fosse seu cotidiano, em sonhos ou em outras situações. É um dos pintores mais reconhecidos de todo o mundo por seu trabalho com arte surrealista, ou seja, fez parte movimento artístico que originou-se em reação ao racionalismo e ao materialismo da sociedade ocidental. 
Segundo Risolete Maria Hellmann em “A Trajetória da Arte Surrealista” os surrealistas também pretenderam explorar a força criativa do subconsciente, valorizaram um antirracionalismo, a livre associação de pensamentos e os ambientes oníricos. Mas o alto grau de beleza estética que os trabalhos possuíam parece produzir um paradoxo se relacionado ao princípio do automatismo psíquico puro e da expressão do acaso sem interferência do consciente.
O surrealismo propõe a valorização da fantasia, da loucura e a utilização da reação automática. Nessa perspectiva, o artista deixou-se levar pelo impulso, registrando tudo o que viesse à mente, sem se preocupar com a lógica. O maior objetivo dos artistas surrealistas foi usar o potencial so subconsciente como fonte de imagens fantásticas e de sonhos. Assim, a arte plástica e a literatura foram vistas como meio de expressar a junção dos sonhos e da realidade em um tipo de realidade absoluta, uma “surrealidade”. Entre as principais influências em Salvador Dalí, destacamos os renascentistas, que despertaram sua imaginação, criatividade e enorme talento.
Além disso, as teorias de origem psicanalíticas desenvolvidas por Sigmund Freud que também influenciaram muito suas obras. As teorias de Freud sobre os sonhos e o inconsciente, pareceu para o artista uma revelação. A obra “A Interpretação dos Sonhos” de Freud, Dalí representou uma explicação científica a seus tormentos e fantasias eróticas, que dizia ter experimentado desde a mais tenra infância. A fascinação do pintor pela psicanálise influenciou de forma profunda sua relação com a própria arte. 
Dalí pintou o quadro “O Sono”, em 1937, para Edward James, um milionário inglês. O quadro trata de um assunto que fascinava os surrealistas: o mundo dos sonhos. Eles acreditavam que a liberdade do inconsciente durante o sono poderia ser pintada e usada criativamente. O sono é uma entrega a um colapso do corpo durante o sono como se estivesse em um estado separado do ser. Em um céu azul profundo uma enorme cabeça sem corpo, com os olhos dissolvidos no sono, permanece dependurada em um quase deserto. A cabeça é mole, parecendo vulnerável e distorcida desprovidas de corpo sustenta-se em várias muletas assentes no chão, sugerindo o início do sono e simultaneamente, na dimensão do sonho; e surge um cachorro que também parece dormir. A boca e o nariz estão ligados por muletas, e a cabeça é sustentada por eles, dando a ideia de que se fossem retirados essas muletas a cabeça se desintegraria. O artista escreveu que ele imaginou o sono como um monstro pesado apoiado em muletas da realidade. Em “A Vida Secreta de Salvador Dalí, autobiografia publicada em 1942, Salvador Dalí diz imaginar o sono como um monstro pesado apoiado nas muletas da realidade.
Durante sua longa carreira, Dalí foi fascinado pela ideia da imagem dupla, aquela que sugere ou se transforma em uma segunda imagem - um acontecimento comum nos sonhos. A enorme cabeça retratada em “O Sono” é um exemplo desse estratagema, parece apenas um monstruoso rosto com formato de balão, depois de um exame mais detalhado, a imagem começa a assumir a aparência de um feto. Para o pintor, o sonho constituía um paradoxo, um monstro porque, em sonhos, o homem é livre para cometer os crimes mais hediondos; o sonho é embrionário, porque dá ao homem o abrigo trépido e a imunidade do útero (DALÍ, 1992, p.20). Dizia que as muletas desta pintura simbolizavam o que ele chamava de equilíbrio psíquico, o qual torna o sono possível. Se apenas uma delas for retirada, segundo a enigmática explicação de Dalí, o resultado será a insônia.
Mesmo com declínio so surrealismo, as marcas desse movimento de vanguarda, que buscou alcançar a essência humana em seu estado mais puro, sem contaminações externas, continuam no sono das sementes capazes de gerar...
Bibliografia:
DALÍ, S. No mundo dos sonhos. Rio de Janeiro: Abril, 1992.
FREUD, S. A interpretação dos sonhos. In: Edição standard brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 1972.
Em A Vida Secreta de Salvador Dalí, autobiografia publicada em 1942
https://www.suapesquisa.com/biografias/salvador_dali.htm
A TRAJETÓRIA DA ARTE SURREALISTA Risolete Maria Hellmann*

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