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1 Ergonomia

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ERGONOMIA
1.1 Origens, Definições e Desenvolvimento.
1.1.1 Introdução
Desde civilizações antigas, o homem sempre buscou melhorar as ferramentas, os instrumentos e os utensílios que usa na sua vida cotidiana.
Enquanto a produção se dava de modo artesanal, era possível obter formas úteis, funcionais e ergonômicas sem excessivos requisitos projetuais. No entanto, a produção em série – em larga escala ou mesmo, em poucas unidades – impossibilita, técnica e economicamente, a compatibilização e a adequação de produtos a partir do uso e de adaptações sucessivas.
Paradoxalmente, a evolução tecnológica, com suas maravilhosas máquinas voadoras, informacionais e inteligentes, exigiu e enfatizou a necessidade de conhecer o homem.
Depois de contínuos avanços em engenharia, onde o homem se adaptou, mal ou bem, às condições impostas pelos maquinismos, evidenciou-se que os fatores humanos são primordiais. Mais ainda, em sistemas complexos, onde parte das funções classicamente executadas pelos homens pode ser alocada às máquinas, uma incorreta adequação às capacidades humanas pode invalidar a confiabilidade de todo o sistema. Assim, faz-se necessário conhecer a priori os fatores determinantes da melhor adaptação de produtos, máquinas, equipamentos, trabalhos e ambientes, aos usuários, operadores, operários e indivíduos.
A Ergonomia se constituiu a partir da reunião de psicólogos, fisiólogos e engenheiros. A psicologia e a fisiologia são as duas principais ciências que fornecem aos ergonomistas referências sobre o funcionamento físico, psíquico e cognitivo do homem.
O desempenho do homem no trabalho é cada vez mais complexo e a Ergonomia ampliou progressivamente o campo de seus fundamentos científicos. A inteligência artificial, a semiótica, a antropologia e a sociologia passaram a fazer parte do acervo de conhecimentos do ergonomista.
A Ergonomia também se expandiu horizontalmente, abarcando quase todos os tipos de atividades humanas. Hoje, essa expansão se processa principalmente no setor de serviços (saúde, educação, transporte, lazer e outros) e até no estudo de trabalhos domésticos. Houve também uma importante mudança qualitativa. Antes, o trabalho exigia muito esforço físico repetitivo. Hoje, depende principalmente dos aspectos cognitivos, ou seja, da aquisição e processamento de informações.
1.2 Origens da Ergonomia
Durante a II Guerra Mundial, o impulso acelerativo das mudanças tecnológicas – aviões cada vez mais velozes e radares para detectar aviões inimigos, submarinos e sonares – colocam o homem em situações de extrema pressão ambiental, física e psicológica.
A partir desse cenário, evidencia-se a incompatibilidade entre o humano e o tecnológico, tendo em vista as falhas ocorridas na interface entre o homem e máquina. 
A Ergonomia nasce com os objetivos práticos de segurança, satisfação e bem-estar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos. Ao contrário do Taylorismo, que buscava a eficiência e o aumento da produção, na Ergonomia, a eficiência vem como resultado, pois visa, em primeiro lugar, o bem-estar do trabalhador e parte do conhecimento do homem para fazer o projeto do trabalho, ajustando-o às suas capacidades e limitações humanas.
Como diz CHAPANIS (1959):
“Uma importante lição de engenharia, proveniente da Segunda Guerra Mundial, é que as máquinas não lutam sozinhas. A guerra solicitou e produziu maquinismos novos e complexos, porém, geralmente, essas inovações não faziam o que se esperava delas. Tal ocorria porque excediam ou não se adaptavam às características e capacidades humanas. Por exemplo, o radar foi chamado “olho da armada”, mas o radar não vê. Por mais rápido e preciso que seja, será quase inútil, se o operador não puder interpretar as informações apresentadas na tela e decidir a tempo. Similarmente, um avião de caça, por mais veloz e eficaz que seja, será um fracasso se o piloto não puder  voá-lo com rapidez, segurança e eficiência.”
Assim, cabe ao homem avaliar a informação, decidir e agir. Ao se desconsiderar os fatores humanos, têm-se como resultado as falhas dos sistemas. O projeto de engenharia é eficaz, mas o desempenho não é eficiente. Buscam-se explicações e a solução mais fácil é afirmar que a culpa é do homem – o erro humano, a falha humana, o ato inseguro. No entanto, acusar o homem de negligência, descaso, desobediência ou ignorância, não resolve o problema.
 A “falha humana” propicia perdas para o sistema: aviões atingidos pelos inimigos e que não cumprem a sua missão de bombardear os alvos programados, ou cidades inteiras expostas a ataques por não se detectarem nos radares, a tempo, as informações sobre violações do espaço aéreo. Difícil selecionar o homem que não erre, principalmente quando se necessitam mais e mais pilotos para conduzir os modernos bombardeiros. A urgência e a precisão de renovar os efetivos - pilotos de guerra morrem em combate e há de se renovar a frota e a equipe - também impossibilitam intensificar e prolongar o treinamento para corrigir as deficiências da seleção. Aviões custam caro. Conquistar a confiança da população civil é fundamental para o esforço de guerra. Existe uma interface no sistema humano-máquina, cujos aspectos técnicos devem-se considerar no momento do projeto: há de se adaptar as máquinas às características físicas, cognitivas e psíquicas do homem.
Tendo em vista tais acontecimentos, surge a Ergonomia. Em 12 de julho de 1949, na Inglaterra, reuniram-se cientistas e pesquisadores interessados pela primeira vez, em discutir e formalizar a existência deste novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência. 
O termo Ergonomia é derivado das palavras gregas ergon (trabalho) e nomos (regras, normas). 
Este termo foi adotado nos principais países europeus, onde se fundou a Associação Internacional de Ergonomia (IEA), que atualmente representa as associações de 40 países, com um total de 19 mil sócios.
A IEA realizou o seu primeiro congresso em Estocolmo, em 1961. Nos Estados Unidos, porém, foi criada a Human Factors Society em 1957 e, até hoje, o termo mais usual naquele país continua sendo human factors (fatores humanos), embora Ergonomia já seja aceito como sinônimo. No Brasil, existe a Associação Brasileira de Ergonomia – ABERGO, fundada em 1983, sendo filiada a IEA.
O interesse nesse novo ramo de conhecimento cresceu rapidamente, em especial nos Estados Unidos e na Europa, principalmente, na Inglaterra.
A Ergonomia estuda vários aspectos: a postura e os movimentos corporais (sentado, de pé, empurrando, puxando e levantando pesos), fatores ambientais (ruídos, vibrações, iluminação, clima, agentes químicos), informação (informações captadas pela visão, audição e outros sentidos), controles, relações entre mostradores e controles, bem como cargos e tarefas (tarefas adequadas, cargos interessantes). A conjugação adequada desses fatores permite projetar ambientes seguros, saudáveis, confortáveis e eficientes, tanto no trabalho quanto na vida cotidiana.
Vale ressaltar que, a ergonomia baseia-se em conhecimentos de outras áreas científicas, como antropometria, biomecânica, fisiologia, psicologia, toxicologia, engenharia, desenho industrial, eletrônica, informática e gerência industrial. Ela reuniu, selecionou e integrou os conhecimentos relevantes dessas áreas, desenvolvendo métodos e técnicas específicas para aplicar esses conhecimentos na melhoria do trabalho e das condições de vida, tanto dos trabalhadores, como da população em geral.
Por isso, tem uma visão ampla, abrangendo atividades de planejamento e projeto, que ocorrem antes do trabalho ser realizado, e aqueles de controle e avaliação, que acorrem durante e após esse trabalho.
Sendo tudo isso necessário para que o trabalho possa atingir os resultados desejados.
1.3 Definições da Ergonomia
Existem diversas definições de Ergonomia. Todas procuram ressaltar o caráter interdisciplinar e o objeto de seu estudo, que é a interação entre o homem e o trabalho no sistema homem – máquina – ambiente. Ou, mais precisamente,as interfaces desse sistema, onde ocorrem trocas de informações e energias entre o homem, máquina e ambiente, resultando na realização do trabalho.
Diversas associações nacionais de ergonomia apresentam as suas próprias definições. Vejamos algumas:
Ergonomics Society (www.ergonomics.org.uk), da Inglaterra:
“Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento, ambiente e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas que surgem desse relacionamento.”
Associação Brasileira de Ergonomia (www.abergo.org.br) adota a seguinte definição:
“Entende-se por Ergonomia, o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não-dissociada, a segurança, o conforto, o bem estar e a eficácia das atividades humanas.”
No âmbito internacional, a International Ergonomics Association (www.iea.cc) aprovou uma definição, em 2000, conceituando a Ergonomia e suas especializações:
“Ergonomia (ou Fatores Humanos) é a disciplina científica, que estuda as interações entre os seres humanos e outros elementos do sistema, e a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos, a projetos que visem otimizar o bem estar humano e o desempenho global de sistemas.”
Os praticantes da Ergonomia são chamados de ergonomistas e realizam o planejamento, projeto e avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas, tornando-os compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas. Os ergonomistas devem analisar o trabalho de forma global, incluindo os aspectos físicos, cognitivos, sociais, organizacionais, ambientais e outros.
Frequentemente, os ergonomistas trabalham em domínios especializados, abordando certas características específicas do sistema, tais como:
Ergonomia Física – ocupa-se das características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica, relacionados com a atividade física. Os tópicos relevantes incluem a postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de postos de trabalho, segurança e saúde do trabalhador.
Ergonomia Cognitiva – ocupa-se dos processos mentais, como a percepção, memória, raciocínio e resposta motora, relacionados com as interações entre as pessoas e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem a carga mental, tomada de decisões, interação homem-computador, estresse e treinamento.
Ergonomia Organizacional – ocupa-se da otimização dos sistemas sócio-técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, projetos de trabalho, programação do trabalho em grupo, projeto participativo, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, teletrabalho e gestão de qualidade.
Portanto, a ergonomia estuda tanto as condições prévias como as consequências do trabalho e as interações que ocorrem entre o homem, máquina e ambiente durante a realização desse trabalho. Tudo isso é analisado de acordo com a conceituação de sistema, onde os elementos interagem continuamente entre si. Modernamente, a ergonomia ampliou o escopo de sua atuação, incluindo os fatores organizacionais, pois muitas decisões que afetam o trabalho são tomadas em nível gerencial.
1.4 Abrangências ergonômicas
A Ergonomia pode dar diversas contribuições para melhorar as condições de trabalho. Em empresas, estas podem variar, conforme a etapa em que ocorrem. Em alguns casos, são bastante abrangentes, envolvendo a participação dos diversos escalões administrativos e vários profissionais dessas empresas.
No Brasil não existem cursos superiores para a formação de ergonomistas, mas, há vários cursos de pós-graduação. Nas empresas, mesmo não existindo departamentos especializados em Ergonomia, há diversos profissionais ligados à saúde do trabalhador, à organização do trabalho e ao projeto de máquinas e equipamentos.
Eles podem colaborar, fornecendo conhecimentos úteis, que poderão ser aproveitados na solução de problemas ergonômicos. Entre esses profissionais, destacam-se:
Médicos do trabalho – podem ajudar na identificação dos locais que provocam acidentes ou doenças ocupacionais e realizar acompanhamento de saúde.
Engenheiros de projeto – podem ajudar, sobretudo, nos aspectos técnicos, modificando as máquinas e ambiente de trabalho.
Engenheiros de produção – contribuem na organização do trabalho, estabelecendo um fluxo racional de materiais e postos de trabalho sem sobrecargas.
Engenheiros de segurança e manutenção – identificam áreas e máquinas potencialmente perigosas e que devem ser modificadas.
Desenhistas industriais – ajudam na adaptação de máquinas e equipamentos, projetos de postos de trabalho e sistemas de comunicação.
Analistas de trabalho – ajudam, sobretudo, no estudo de métodos, tempos e postos de trabalho.
Psicólogos – geralmente envolvidos na análise dos processos cognitivos, relacionamentos humanos, seleção e treinamento de pessoal, podem ajudar na implantação de novos métodos.
Enfermeiros e fisioterapeutas – podem contribuir na recuperação de trabalhadores com dores e lesões e podem também atuar preventivamente.
Programadores de produção – podem contribuir para criar um fluxo mais adaptado de trabalho, evitando atrasos, estresses, sobrecargas ou trabalhos noturnos.
Administradores – contribuem no estabelecimento de plano de cargos e salários mais justos, que ajudam a reduzir os sentimentos de injustiças entre os trabalhadores.
Compradores – ajudam na aquisição de máquinas, equipamentos e materiais mais seguros, confortáveis, menos tóxicos e mais limpos.

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