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Literatura Brasileira Poesia

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Nesse canto do poema, o índio Tupi narra a trajetóriade sua vida e de sua tribo.
a) Como o índio via a si mesmo, ate o momento em que foi aprisionado? Resposta; Como um guerreiro.
b) Qual é a atual condição de sua tribo? Resposta; Uma tribo potente,que anda errante.
c) Com quem e por que o índio Tupi foge? Resposta; Com seu pai, pois tinha que cuidar dele.
2- Na 6ª estrofe do texto, o prisioneiro faz um pedido aos inimigos: “Deixai-me viver!”.a) Que motivos alega, na 10ª e na 11ª estrofes, para que o deixem vivo? Resposta; Para cuidar de seu pai, fraco e cego. Ele era seu guia, na noite sombria.
b) Destaque da ultima estrofe os versos emque o prisioneiro propõe um acordo. Qual é esse acordo? Resposta; Não vil, não ignavo, Mas forte, mas bravo, serei vosso escravo:
3- Seguindo os modelos do Romantismo Europeu e a atração peloMedievalismo, Nossos escritores encontraram no índio brasileiro o representante mais direto do nosso passado medieval – único habitante nessas terras antes do descobrimento. Além disso, vivendo distante dacivilização, nosso índio correspondia plenamente á concepção idealizada “Bom selvagem”, defendida por Rousseau. Observe o comportamento do índio Tupi e indique:
a) Uma característica dele que seassemelhe ás do cavaleiro medieval; Resposta; bravo, forte, heroico.
b) Uma atitude dele que reforce o mito “Bom selvagem”. Resposta; Luta bravamente, provando que não era covarde.
4- Os primeirosversos do poema “I-Juca Pirama” são estes:
No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos – cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva nação.
Gilberto Mendonça Teles, poeta atual numaclara relação de intertextualidade, escreveu:
Aldeia Global
No meio das tabas há menos verdores,
Não há gentes brabas nem campos de flores.
No meio das tabas cercadas de insetos,
pensando nas...
Pálida imagem Alvares Azavedo
Eu lírico: 
Ao lermos o texto, percebemos que o eu-lírico representa um jovem que sofre por amor a uma mulher, que ele idealiza de uma forma angelical. 
Tu poético: Para uma mulher que pode ser a personificação de um amor, tanto existente, quanto inexistente.
Assunto: No primeiro verso da primeira estrofe, a mulher amada é caracterizada como pálida, o que se opõe à sombria lâmpada, pois o aspecto sombrio sempre nos lembra escuridão. Abrancura expressa da amada, juntamente com a obscuridade atribuída, oferece uma visão fúnebre, e no segundo verso da primeira estrofe isso acontece novamente. 
No terceiro verso da primeira estrofe a palavra “embalsamar” pode assumir dois sentidos: sentido aromático, isto é, sentido de exalar cheiro, ou sentido de preparar o cadáver para resistir à deterioração. Porém há um sentido comum entre eles,no contexto em que o poema se expressa, o sentido apropriado seria o de perfumar-se, para relacionar-se às flores, as quais exalam aromas próprios.
Nos dois primeiros versos da segunda estrofe são descritas a calma e a harmonia da amada, que é embalada pela maré das águas. O termo “embalada” está no sentido de balançar. Mais adiante a amada tem aparência angelical da amada que se banhava emsonhos. As metáforas da segunda estrofe trazem alusão à leveza e harmonia, apontados pelo balanço das águas que embala a amada. No último verso da segunda estrofe que em sonhos se banhava e se esquecia, há certa ambiguidade entre o que é real e o que é fruto de sonhos: A amada se banhava e se esquecia nas águas do mar, em relação aos sonhos. Contudo, a perfeição com o qual a amada é descrita comprovasua existência concreta.
Após a quarta estrofe em que é descrita a amada acordando, sensualmente, e revelando a beleza através das formas nuas, o eu-lírico, diz-lhe, preocupado, para que não se ria dele, pois velou as noites chorando. O penúltimo verso da última estrofe revela, por parte do eu-lírico, uma emoção exacerbada No último verso da última estrofe há uma superficialidade nosentimentalismo empregado.
Esquema de rima:
Quanto à estrutura rítmica, o soneto é regular e apresenta dez sílabas nos versos, isto é, um soneto decassílabo. As rimas são regulares, com uma pequena alteração nas duas últimas estrofes. Os primeiros dois quartetos apresentam estruturação de rima “ABBA” (intercaladas) e os dois últimos tercetos apresentam “ABA”(misturadas). 
Estrofação: Soneto (1ª Quarteto, 2ªQuarteto, 3ª Terceto, 4ª Terceto). 
Linguagem: Simples.
Figuras de linguagem: 
Na primeira estrofe: 
No primeiro verso temos um caso de antítese, que representa a oposição entre a lâmpada, que fornece luz, e a palavra sombria, que no contexto representa escuridão de acordo com o pessimismo. No segundo verso temos um eufemismo (quando o sentido mórbido do poema é adotado), que serve parasuavizar que a mulher está enterrada, assim, o eu-lírico opta por dizer que ela está “Sobre o leito de flores reclinada”. 
Na segunda estrofe: 
No primeiro verso temos uma metáfora, que é usada para comparar a mulher amada com uma virgem do mar, também no terceiro verso temos outra metáfora semelhante, usada também para comparar, só que dessa vez ele compara a amada com um anjo.
Na terceira...
“Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim,
Quero que a estrofe cristalina,
Dobradas ao jeito
Do ouvires, saia da oficina
Sem um defeito.”
(Olavo Bilac, “Profissão de Fé”, Poesias)
Nos versos acima, a atividade poética é comparada ao lavor do ourives, porque, para o autor:
a) A poesia é preciosa como um rubi.
Pode-se inferir do texto acima que, para Olavo Bilac, o ideal de forma literária é:
b) A isometria.
Dentre as seguintes passagens, extraídas de poemas de outros autores, assinale aquela que pode ser considerada um reiteração da proposta contida no fragmento de “Profissão de Fé”: 
e) “Catar feijão se limita com escrever: / joga-se os grãos na água do alguidar / e as palavras na da folha de papel”.
4. Indique, dentre os versos abaixo, aquele que, sob o ponto de vista da métrica, tem a mesma contagem de sílabas do verso: Do ourives, saia da oficina :
c) “Dobra o sino … soluça um verso de Dirceu…”
O poema Língua portuguesa, de Olavo Bilac, apresenta características que podem ser imediatamente associadas ao:
e) Parnasianismo, pois apresenta vocabulário culto, gosto pelas descrições, rimas raras e o apreço pela métrica.
O parnasianismo, escola literária que teve Olavo Bilac como seu principal representante, apresenta uma linguagem universalizante que busca a contenção dos sentimentos e a perfeição formal. A própria poesia e o fazer poético constam como principais temas da estética parnasiana, como pudemos observar no soneto Língua portuguesa.
Sobre o poema “A um Poeta” de Olavo Bilac, é correto afirmar apenas:
É um soneto metalinguístico, pois nele o poeta trata do próprio ato de escrever poemas. Há uma preocupação excessiva com a forma e, para alcançar a perfeição, o poeta trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua, conforme o último verso do primeiro quarteto do soneto.
A poesia parnasiana de Olavo Bilac pregou a rejeição do “excesso de lágrimas” e da linguagem coloquial e declamatória do Romantismo, valorizando o cuidado formal e a expressão mais contida dos sentimentos, com um vocabulário elaborado (às vezes, incompreensível por ser tão culto) e racionalista, além de uma temática voltada para assuntos universais.
Podemos reconhecer nas estrofes acima do poema Vila Rica, de Olavo Bilac, as seguintes características do estilo de época que marcou sua poesia:
Interesse pela descrição pormenorizada da paisagem, numa linguagem que procura impressionar os sentidos.
E sobre mim, silenciosa e triste,
A Via-Láctea se desenrola
Como um jarro de lágrimas ardentes
Olavo Bilac
Sobre o fragmento poético, não é correto afirmar:
b) A cena é descrita de modo objetivo, sem interferência da subjetividade do eu poético.
Embora valorizasse a forma, a estrutura e a construção dos versos, Olavo Bilac não era um escritor frio, incapaz de escrever com sentimento. No poema Via-Láctea, o eu lírico trava um diálogoimaginário com o leitor, empregando um vocabulário diferente daquele encontrado na maioria dos poemas parnasianos, vocabulário que sugere proximidade e afetividade. Além do vocabulário, é possível observar também o emprego de sinestesias, recurso que convida o leitor a partilhar da experiência do eu lírico.
“Canção do Exílio” de Gonçalves Dias, texto-matriz, foi produzida no primeiro momento do Romantismo Brasileiro, época na qual se vivia uma forte onda de nacionalismo, que se devia ao recente rompimento do Brasil-colônia com Portugal. O poeta trata, neste sentido, de demonstrar aversão aos valores portugueses e ressaltar os valores naturais do Brasil.
Apesar de ser um texto de profunda exaltação à pátria, o poema possui total ausência de adjetivos qualificativos. São os advérbios “lá, cá, aqui” que nos localizam geograficamente no poema. Formalmente, o poema apresenta redondilhas maiores (sete sílabas em cada verso) e rimas oxítonas (lá, cá sabiá), menos na segunda estrofe.
Quando Gonçalves Dias escreveu este poema, cursava Faculdade de Direito em Coimbra, em Julho de 1843. Vivia, desta forma, um exílio físico e geográfico. Tradicionalmente, esta é a situação do exílio.
Gonçalves Dias não foi o primeiro a falar de exílio. Nos textos bíblicos, temos inúmeros relatos referentes a esse assunto. Destacamos abaixo uma passagem, cantada elo salmista Davi, que refere-se aos judeus cativos em Babilônia. O texto bíblico revela a tristeza e o choro dos judeus, que têm seus instrumentos de música pendurados nos salgueiros, à beira dos rios de Babilônia. Quando os opressores lhes pedem que cantem uma canção de sua terra, eles indagam:
“Como entoaremos o cântico do Senhor em terra estranha? (...) Apegue-se me a língua ao paladar, se me não lembrar de ti, se não preferir Jerusalém à minha maior alegria”. (Salmos 137:4-6)
A “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias inspirou vários poetas de diversas épocas. Casimiro de Abreu, poeta contemporâneo de Dias, Compôs uma “Canção do Exílio” seguindo a mesma temática do texto matriz, apenas acrescentando ao poema uma referência à sua infância, à figura materna e substituiu “palmeiras” por “laranjeiras”.
E este mundo não val um só dos beijos
Tão doce de uma mãe!
(...)
Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
O céu do meu Brasil!
Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
O poema “Canto de regresso à pátria”, de Oswald de Andrade, é uma produção realizada no início da década de 20, época que se caracterizava pelo nacionalismo crítico e por uma revisão tanto da história do Brasil como da produção literária anterior que, segundo o pensamento da época, havia uma apropriação inadequada das produções e ideais estrangeiros. Oswald foi o precursor do antropofagismo, que significa “comer o que vem de fora, desfazendo-se do que é de fora e incorporando elementos nacionais”. É nessa perspectiva que Oswald critica a forma ufanista de Gonçalves Dias ao valorizar os elementos nacionais. No “Canto de regresso à pátria”, Oswald, por trás do humor e da sátira, ainda mantém o caráter nacionalista na poesia, mas sob um olhar crítico. A Rua 15, que abriga as principais agências bancárias do país, contrapõe-se ao progresso de São Paulo, que implica em mais poluição, desapropriação da natureza para dar lugar aos arranha-céus e à desigualdade social.
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte pra São Paulo
Sem que eu veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.
Murilo Mendes, em sua “Canção do Exílio”, utiliza o mesmo humor e sátira de Oswald de Andrade, mas foi mais ousado ao apresentar uma nova perspectiva em sua releitura: denuncia a invasão cultural estrangeira no Brasil. O nacionalismo em seu poema se fundamenta numa crítica à realidade sócio-cultural brasileira. Ele não se conforma em se aceitar tudo o que vêm de fora: as frutas, os pássaros, os artistas, as ideologias... Ele tem consciência de que também temos coisas boas e que temos de valorizá-las. Ele mostra, porém, que quando isso acontece, o preço das coisas sobem: temos de comprar frutas de “quinta categoria”, que são baratas, pois as nossas frutas, que são às melhores, são exportadas e, quando comercializadas aqui, custam “o olho da cara”. Essa desigualdade sócio-cultural faz o poeta sentir-se um exilado em sua própria terra:
Eu morro sufocado
Em terra estrangeira
Nossas flores são mais bonitas
Nossas frutas são mais gostosas
Mas custam cem réis a dúzia.
Na última estrofe, o poeta propõe uma forma de “abrasileirar” o Brasil, expressa pela vontade de “chupar uma carambola de verdade” (da terra, do Brasil) e de ouvir um sabiá cantar, mas que tenha uma certidão de nascimento que comprove a nacionalidade brasileira.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
E ouvir um sabiá com certidão de idade!
Já Drummond, poeta da geração de 30, utiliza em sua releitura “Nova Canção do Exílio” a imagem do sabiá e da palmeira para idealizar um lugar indeterminado. Sugere um espaço, “onde tudo é belo e fantástico”: o longe, lugar de onde veio. Esse afastamento constitui o seu exílio.
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde tudo é belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.
O poema apresenta um jogo de construção com os vocábulos “um sabiá, na palmeira, longe”. Nota-se a indeterminação – de qual sabiá? Em que palmeira? Longe onde? No desfecho do poema, o poeta inverte a posição do sabiá/palmeira e, além de determinar “a palmeira, o sabiá”, através do uso do artigo definido, substantiva o advérbio “longe”, reforçando a idéia de exílio: o “longe” é um ser, que existe por si mesmo e não apenas uma referência à distância.
Mário Quintana, poeta modernista, em sua releitura “Uma Canção”, não apresenta um exílio geográfico, mas de uma inadaptação da realidade que o envolve: o onde e o agora. É através desse questionamento da existência que o poeta nega dois valores fundamentais do texto-mãe: “as palmeiras e o sabiá”, quando afirma que “As aves invisíveis cantam em palmeiras que não há”.
Ele se sente como Murilo Mendes, um exilado em sua própria terra:
Mas onde a palavra “onde”?
Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus de minha terra
Eu canto a Canção do Exílio!
Na música “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque, estamos diante de um “eu” que vive um exílio forçado. Apesar de reconhecer que os valores de sua terra foram destruídos, esse “eu” insiste em querer voltar, na esperança de que um novo tempo se anuncie:
Vou voltar
Vou deitar à sombra de uma palmeira
que já não há
Colher a flor que já não dá
E algum amor, talvez possa encontrar
As noites que eu não queria
E anunciar o dia
Vou voltar (...)
João Paulo Paes, poeta contemporâneo, recria uma “Canção de Exílio Facilitada” que, como o próprio nome diz, trata-se de um poema sintético ao extremo, de modo que só se pode compreender seu sentido levando em conta o poema matriz de Gonçalves Dias.
O poeta recupera a idéia de exílio em sua essência, utilizando a mesma rima oxítona da Canção de Exílio de Gonçalves Dias. É na oposição dos advérbios e interjeições que se concentra toda a carga significativa e expressiva do exílio: “lá?/ Ah!” (satisfação); “cá? Bah!” (descontentamento).
Em “Outra Canção do Exílio”, Eduardo Alves da Costa, poeta também contemporâneo, percebemos o mesmo sentimento de Mário Quintana: o poeta sente-se exilado em sua terra. O poema transpassa uma onda de amargura, já que o poeta faz profunda crítica à situação social brasileira partindo de situações do cotidiano, como o futebol.
Minha terra tem Palmeiras
Corinthians e outros times
De copas exuberant
Que ocultam muitos crimes.
Apenas nestes quatro versos o poeta denuncia o fanatismo dos torcedores e a violência nos estádios. O poeta aponta a rivalidade dos dois times, cujo número de brigas nos estádios e fora deles é freqüente. O futebol no Brasil é motivo de ufanismo, citamos o exemplo do Governo Médici, com seu lema “Brasil, ame-oou deixe-o”. Médici aproveitou o momento da Copa de 70 para fazer sua propaganda política, que girava em torno dos seus planos, como o conhecido “milagre econômico”, que se baseava na entrada de capital estrangeiro no país. Enquanto a atenção dos brasileiros estava voltada aos jogos da Copa do Mundo, aqui aconteciam repressões, exílios, censura e violência contra quem denunciava os abusos do governo.
O poeta também denuncia a poluição como conseqüência do progresso. Antes, ele era livre e feliz, cantava nos matagais, pois não havia violência. Hoje o matagal é sinônimo de assassinato. Por isso o poeta se queixa:
Em cismar, sozinho, ao relento,
sob um céu poluído, sem estrelas,
nenhum prazer encontro eu cá
O poeta chega a constatação de realidade de um país que possui muitas riquezas minerais e humanas, mas que é explorada de forma inadequada por uma situação política opressora. Assim, o seu exílio é decorrente pela falta de liberdade existente em seu próprio país; o poeta chega a temer que “lhe fechem os olhos” por ver demais:
Não permita Deus que eu morra
Pelo crime de estar atento;
E possa chegar à velhice
com os cabelos ao vento
de melhor momento.
Que eu desfrute os primores
do canto do sabiá;
Onde gorjeie a liberdade
Que não encontro por cá.
A mais contemporânea releitura da “Canção do Exílio” foi feita por Jô Soares, a “Canção do Exílio às Avessas”. Este poema trata da situação política do Brasil de 90/92, ano do impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo. Através da paródia, recheada de sátira e humor, o poeta fala das belezas, modernidade, conforto e mordomia que é o Palácio da Alvorada e, o mais interessante, é o horror que o eu-lírico (Collor) tem de voltar à sua terra, Alagoas. Ele faz referência à sua “amizade” com PC Farias, caixa-dois de sua campanha para presidente e cúmplice de suas falcatruas. O seu lema era acabar com os Marajás e até com isso o poeta brincou, ao mencionar a Ilha de Marajó. Como o próprio título do poema sugere, ao invés do eu - lírico sentir saudades de sua terra, como nos outros poemas, o que ele mais suplica é:
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió
Pois no meu jardim tem lagos
Onde canta o curió
E as aves que lá gorjeiam
São tão pobres que dão dó.
Enquanto o poema matriz de Gonçalves Dias possui rimas oxítonas em “á” (sabiá, cá, lá), a “Canção do Exílio às avessas” mantém a rima oxítona em “ó” (curió, Maceió, Marajó, cocoricó, cipó, dó, avó, xilindró, xodó). Assim, ele canta a vida boa que agora leva e as belezas da “Dinda”, desprezando suas origens, costumes e a realidade social de seu povo. O poema é cheio de imagens, o que nos permite a visualizar cada verso do poema. De um lado, a paisagem nordestina, multifacetada: cactos, meninos nus, barrigudos, pele tostada, galináceas, contrastando com outra realidade: o mundo dos poderosos, corruptos, o Palácio Presidencial, com seus lagos e jardins, formando uma paisagem afrodisíaca e, sobre seu trono, o eu - lírico, Collor, desesperado, morrendo de medo de lhe tirarem o posto, suplicando:
E depois de ser tratado
Pelo PC, com xodó,
Não permita Deus que eu tenha
De acabar no xilindró.
Este estudo foi importante, pois nos permitiu investigar, ao longo do tempo, as diversas recriações literárias em torno da mesma temática e tipologia (poemas) do texto matriz, “A Canção do Exílio” de Gonçalves Dias. Percebe-se que cada poeta procura adaptar a releitura ao seu contexto, dando ênfase a um aspecto novo e até assumindo uma postura crítica ao texto original.
Não se pode afirmar que um poema foi melhor que o outro, nem que o texto matriz é, por excelência, o melhor por ter sido o primeiro, pois provamos que a idéia de exílio é remota. O que não se pode negar é que cada poeta procurou apresentar seu propósito e deixar na sua releitura as marcas de seu contexto social, político, cultural e filosófico.
MARABÁ
1. Quais são as características físicas de Marabá?
a) A que ideal de beleza essas características correspondem?
Marabá tem traços delicados. Os olhos cor de safira, os cabelos louros e cacheados e a pele bem clara, alva como a areia da praia. 
2. Desprezada por seu povo, Marabá reproduz as falas dos homens da tribo que fogem do contato com ela. Explique, com base nessas falas, por que a índia é desprezada.
a) Que elementos, presentes nessas falas, comprovam desprezo?
A índia é desprezada por ser diferente dos outros. Ela não tem os traços dos índios. Os olhos não são negros, retintos e fulgentes; os cabelos não são lisos, corridos e compridos; a cor de jambo falta a Marabá para os índios. Por isso é desprezada. Por ser diferente de sua cultura.  Fragmentos que fazem percebermos este descontentamento dos índios com Marabá são quando eles “respondem anojado ‘mas és Marabá, quero antes isso não aquilo que és’, sempre usando a adversidade ‘mas’”.
3. Esse poema, embora relacionado ao indianismo, apresenta tom mais lírico e confessional. Que sentimento domina o eu lírico? Justifique com elementos do poema.
a) Na linguagem utilizada e no conteúdo, quais os elementos do poema que mostram que ele pertence à primeira geração da poesia romântica?
O sentimento de descontentamento por Marabá. Ela que queria ser vista pelos índios como uma pretendente, não como algo feio. Queria que vissem a sua beleza nas diferenças de seus belos traços. A Índia tem olhos azuis, como não iriam achar belos como o céu que olham todos os dias? Ela não compreende.  É o sentimentalismo dela se perguntando a quem dirá palavras bonitas, quem olhará ela, quem procurará por ela. Vive e chora mesquinha a pobre Marabá. Traços sentimentais que se evidenciam nos seguintes trechos:
“E as doces palavras que eu tinha cá dentro
A quem nas direi?
O ramo d'acácia na fronte de um homem
Jamais cingirei:
Jamais um guerreiro da minha arazóia
Me desprenderá:
Eu vivo sozinha, chorando mesquinha,
Que sou Marabá!
Eu vivo sozinha, ninguém me procura!
Acaso feitura
Não sou de Tupá!
Se algum dentre os homens de mim não se esconde:
— "Tu és", me responde,
"Tu és Marabá!"
A primeira geração romancista em que se insere o autor de Marabá, Gonçalves Dias, é remetida nas características deste texto pelos:
- Sentimentalismo, o amor sendo marcado pela melancolia, a desilusão e o desespero
- As características de Marabá, índia mestiça
- Uso de metáforas no poema exaltando a natureza.
- A “conversa” sobre a índia Marabá na voz dela e do guerreiro que desprestigia.
4. Para apresentar as características de Marabá, são usadas comparações e metáforas. A que elementos ela é comparada?
A) Desprezada por seu povo, Marabá reproduz as falas dos homens da tribo que fogem do contacto com ela. Explique, com base nessas falas, por que a índia é desprezada.
Ela é comparada à símbolos naturais, característica do romantismo de Gonçalves Dias. Os olhos de safira, os quais possuem o brilho das estrelas; os cabelos são ondas e espuma do mar agitado que os bosques se curvam à tal beleza; a cor da pele alva como os lírios. São exemplos da caracterização metafórica de Marabá.
5. O poema mostra um conflito entre duas formas de beleza feminina. Quais são elas e de que maneira cada uma é apresentada?
A). Percebe-se, no poema, a valorização de um certo padrão de beleza em função do contexto cultural em que é ambientado. Explique.
O ideal de beleza de Marabá é único entre os índios, ela é diferente da cor de jambo, e isso não agrada aos homens da tribo, pois ela é mestiça. Aqui há uma dualidade do que seria o belo. Para o índio, o belo é a cor escura os cabelos lisos, os traços nativos, mas Marabá é mestiça, tem a cor branca, os cabelos ondulados e olhos azulados. Gonçalves Dias tenta mostrar que a beleza é subjetiva neste indianismo. Quem ler o poema verá beleza em Marabá que o guerreiro de sua tribo, não consegue enxergar.

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