Buscar

Caderno Filosofia do Direito 18042015

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FILOSOFIA DO DIREITO – Ricardo Waldman 
04/03/2015
Conceito, objeto e método da Filosofia do Direito.
O problema ontológico do Direito
O problema epistemológico do Direito
O problema axiológico do Direito
Conceito: é a disciplina jurídica que discute as questões do direito que as demais disciplinas pressupõem.
A filosofia do direito preocupa-se com questões acerca da natureza do direito e dos conceitos que estruturam a sua prática. Alguns dos seus tópicos são: a definição de direito ou, se uma definição estrita se mostrar improdutiva, descrições ou modelos do direito que lancem luz sobre os casos difíceis e marginais, como o direito internacional, o direito primitivo e a lei imoral ou injusta.
Questões Jurídicas discutidas segundo “Bobbio”:
- Teoria Geral do Direito: O que é norma jurídica? O que é sistema jurídico? direito e moral.
- Sociologia Jurídica: Trata o direito como fato social.
- Metodologia do Direito: Hermenêutica.
- Teoria da Justiça.
JUSTIÇA É CONCEITO OBJETIVO OU SUBJETIVO?
Depende.
Diferença entre DOGMÁTICA E ZETÉTICA
DOGMÁTICA – áreas do direito que tem a norma como ponto de partida inquestionável. Não exclui a discussão, mas o limite é a norma. Ex: Direito Civil, Tributário, etc. Não é de simples análise.
ZETÉTICA – questiona a própria norma. Não tem limites, não para na própria norma. Considera as mudanças da sociedade. Ex: Lei que proíbe o aborto, casamento homoafetivo e pena de morte. Há questionamentos sobre essas leis. Ex: Filosofia, história do direito, antropologia jurídica. 
São questionamentos feitos quanto ao contexto social e as normas aplicadas. Deve-se ver a importância da visão filosófica aprendendo a questionar as normas. Pergunta-se o porquê das coisas e se não poderiam ser diferentes.
OS PROBLEMAS DA FILOSOFIA DO DIREITO
E AS VISÕES DO POSITIVISMO, PÓSPOSITIVISMO E JUSNATURALISMO
ONTOLÓGICO – O QUE É?
Discute o ser do direito, a essência do direito. Quem faz o direito é o operador do Direito. O direito sai da cabeça do juiz, o resto é previsão. Muitas vezes essas decisões surpreendem. Ex: União estável homoafetiva não é interpretação da CF, mas do operador do direito diante do caso concreto.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
11/03/2015
Quanto ao problema ONTOLÓGICO que discute: 
O que é do Direito?
De que se trata o Direito?
De que é feito o Direito?
Temos, quanto a esse problema respostas diferentes do:
POSITIVISMO (final do séc. XIX e início do séc. XX): é o sistema de normas criadas pelos seres humanos, segundo procedimentos específicos que servem para justificar o uso da violência. Baseia-se na norma jurídica lícita, se for contra ela é crime.
Ex: costumes, tratados internacionais, além da lei.
No juspositivismo não existe direito natural, pois se esse houvesse seria reconhecido entre todos os povos. E sabe-se que cada povo tem ideias diferentes.
PÓSPOSITIVISMO: é uma crítica ao positivismo, pois o positivismo ao negar o direito natural acaba separando o direito da moral totalmente. As normas seriam sem fundamento moral. Também, porque o pós-positivismo mostra que nem toda norma jurídica entra no sistema judiciário por critérios formais. O direito está sempre em mudança contínua.
Além das normas, há os princípios que são atividades interpretativas das normas jurídicas. O princípio pode mudar a prática jurídica através de uma nova visão, nova interpretação ou nova posição (transformação) social.
Ex: Decisão que reconhece a união homoafetiva.
Os princípios + regras positivas é que justificam a violência.
Com base nos princípios poder-se-ia criticar as normas jurídicas e até mesmo a CF.
Os princípios independem de positivação, são regras supra-positivas que servem de base.
JUSNATURALISMO: o jusnaturalismo pode ser:
Natural: é justo conforme a natureza das coisas, não depende da intervenção do homem. Cabem em todos os lugares e em qualquer época. Muda da mesma forma que os efeitos naturais. Muda nosso entendimento sobre determinada situação, de acordo com o nosso ponto de vista.
Convencional: São condutas que não são justas nem injustas, mas que passam a ser por convenção humana.
Ex: Manter sua direita (regra de trânsito), o valor da moeda.
OBS: Não se pode convencionar que é justo, o que por natureza não o é. Ex: Aborto.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
18/03/2015
Quanto ao problema EPISTOMOLÓGICO que discute o conhecimento do direito:
É possível conhecer o direito e se é possível, como?
Todas as teorias dizem que é possível conhecer o direito, mas discordam sobre como isso acontece.
POSITIVISMO: acredita que o direito é uma ciência. È visto como um objeto empiricamente justificável é possível estabelecer generalizações sobre o fenômeno jurídico como um todo. Resume-se que as normas jurídicas positivas, pois são essa normas positivas é que podem ser empiricamente justificadas, assim fazemos algumas ponderações. A ciência do direito tem por finalidade explicar essas normas. O positivismo defende que para se legitimar como ciência ela tem que ter um objeto próprio, e esse objeto será a norma juridicamente positiva naquilo que ela tem de especificamente jurídica (validade, aplicabilidade, no sentido de incidência da norma). Desconsiderando qualquer aspectos de qualquer área de outra natureza, por exemplo: filosofia, história, economia (no sentido de mudar a realidade).
Ao cientista do direito cabe dizer como o Direito é, e não como ele deve ser.
	Ex: Aborto é proibido. Mas em alguns casos ele é permitido.
	Juízo de fato: é punível e ponto.
	Juízo de valor: deveria ser punível??? Esse juízo não se presta à ciência, pois não podem ser verificados empiricamente.
KELSEN – TEORIA PURA DO DIREITO 
Só direito, só positivismo.
PÓSPOSITIVISMO: o modelo positivista está insuficiente, assim devemos ir além dele. Aqui o Direito não é mais ciência, e sim retórica.
Retórica é organizar um discurso coerente, convincente sobre temas polêmicos do ponto de vista lógico e empírico, assim, o Direito é uma técnica de organização do discurso que busca o justo (correta, aceitável) no caso concreto. Reabilita o juízo de valor, dizendo que toda a sociedade tem um conjunto de pressupostos valorativos e com base nisso, é possível estabelecer uma linha coerente e racional de argumentação. Cada indivíduo tem um comportamento conforme um determinado contexto.
Ex: Forma de encarar o mundo – de forma individual.
O direito positivo deve respeitar esses pressupostos na nossa sociedade, sob pena de perder a eficácia. Os princípios valem para um contexto social e cultural, não valendo para outros.
	Aqui o Direito poderá se relacionar com outras áreas de conhecimentos, especialmente com a moral, e não somente dizer como o Direito é, mas também como deve ser. Não existe o justo natural, assim como não existe o positivismo.
JUSNATURALISMO: o Direito é prudência. Direito é o conhecimento do justo no caso concreto, conhecimento esse que depende de experiência, mas tem seu conteúdo na realidade, não é mero discurso. São suposições e não dados concretas.
Há relações objetivas entre as pessoas que são justas conhecer. Não decorrem da cultura e sim da natureza, realidade. As relações da natureza não mudam, ex, respeito ao ser humano, se for diferente é injusto. O jurista diz como o direito é e também como deve ser. A realidade é uma só, o conhecimento da realidade é que muda. Só com a diferença de que o padrão de julgamento é o objetivo, o justo natural, e não àquele construído historicamente pela sociedade. Através da retórica debatemos o justo natural.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
25/03/2015
AXIOLÓGICO: Diz respeito ou não a existência de fundamentos morais para o Direito, ou seja; o sistema jurídico precisa atender a determinados requisitos morais para serlegítimo?
POSITIVISMO: NÃO. Não precisa atender nenhum requisito moral, pois se legitima a si mesmo, se impondo de maneira eficaz, assim não carece de nenhum requisito moral, pois produz seus próprios mecanismos jurídicos. Mesmo porque não existe esse requisito moral (objetivo) capaz de validar ou não o sistema jurídico. A moral é produto da cultura, assim não valida o sistema jurídico. A valoração moral pode, e normalmente ela exerce um efeito sobre o sistema jurídico, pois de um modo geral o sistema jurídico vai refletir esses efeitos morais. Não é requisito de validade e legitimidade do sistema atender a moral.
POSPOSITIVISMO: SIM. Entende que o sistema jurídico positivo deve atender a um conjunto de princípios morais para ser legítimo. Esses princípios morais vem da história, tradições, da cultura de um povo. 
Não confundir princípios com costumes, esse se refere uma prática concreta que se repete ao longo do tempo e acaba tendo significado, enquanto que o princípio é um valor objetivo que por sua vez pode levar a alteração dos costumes. Ex: dignidade da pessoa humana (princípios da CF).
Esses princípios não são de aplicação universal, e sim pertencentes a uma cultura. O valor de um ocidental é diferente do valor de um oriental. Ex: homem-bomba no ocidente não existe, mas no oriente é prática comum.
	Apesar de o pospositivismo apresentar uma reaproximação entre Direito e Moral, isso não significa o retorno ao Jusnaturalismo; pois os princípios morais não decorrem da natureza das coisas, mas sim da cultura, tradição e da história. Ex: O tribunal contra os crimes de guerra.
JUSNATURALISMO: Afirma que existe um direito natural que decorre da natureza das coisas que estipula então limites morais para o direito positivo. Existe certo padrão de conduta correta que já está determinado pela natureza das coisas. O direito positivo precisa estar adequado a esses padrões. Não é fácil conhecer o DN (o seu conteúdo) a questão é que ele existe e pode ser conhecido. Ex: o ser humano agride a natureza quando consome mais do que a natureza consegue processar. Isso traz consequências para a bioadversidade e ao fim, o nosso prejuízo. Agimos de forma injusta com a ordem natural da coisas, que por fim, também nos causa certa sanção. A natureza se equilibra com ou sem nós.
ATIVIDADE: FAZER QUADRO COMPARATIVO.
01/04/2015 - Correção da Tabela
08/04/2015
Positivismo Jurídico: O Direito como sistema de regras – HART
A crítica de Hart ao modelo do direito como ordem do soberano.
Hart critica o modelo utilizado na Inglaterra de que o Direito seria um conjunto de ordens dadas pelo soberano de forma coercitiva. Haveria um hábito da população de obedecer ao soberano através de ameaça. Estão habituados a obedecer. Essa definição de Direito é inadequada, pois não explica a diferença entre o Direito e ordens dadas por uma organização criminosa. O soberano se impõe por ameaça e violência. Ele diz que essa não é a visão que os cidadãos tem do Direito, mas sim porque consideramos isso como uma ordem legítima, ou seja, o Estado dita normas que deverão ser seguidas por nós pela sua legitimidade.
Ponto de Vista Interno e Externo
Ponto de Vista Interno: é o de quem examina um fenômeno social aderindo aos seus valores. Aqui se consegue diferenciar o Estado da ordem criminosa. Aqui as normas são seguidas, pois o cidadão entende que a ordens são legítimas, são criadas por órgãos com competência para isso.
Ponto de Vista Externo: é o de quem examina um fenômeno social não aderindo aos seus valores. Somente obedecem. Não considera o critério de validade. Trata de uma regra a ser seguida.
A moral não afeta o sistema normativo jurídico.
O Direito como sistema de regras Primárias e Secundárias
Primárias: regras de conduta estabelecem deveres. Ex: Matar alguém. Pena: 6-20anos.
Secundárias: regras de competência repartem o poder. Ex: Regras de competência da União de legislar sobre normas penais, constitucionais, etc.
Regras criadas para atender algumas necessidades sociais.
Reconhecimento: Estabelecem os critérios de validade. Servem para verificar se uma determinada regra é ou não válida. Quanto mais complexo for o sistema jurídico da sociedade mais complexa é a regra de reconhecimento. Todo sistema jurídico tem uma regra de reconhecimento básica, dizer que uma regra é válida é dizer que ela foi criada pelos procedimentos previstos na regra de reconhecimento. Ela não é uma norma positiva. Então o que ela é? Ela não é válida nem inválida. Há consenso através de uma prática. Não é fruto da vontade de ninguém, mas é utilizada por todos, pois parte da legitimidade das normas.
Do ponto de vista externo: como fato. Ex: de que os funcionários e os órgãos públicos encarregados de aplicar o direito utilizam-se de determinados critérios para identificar as regras válidas. No Brasil deve-se reconhecer o poder constituinte originário que fez a CF. É valida se está ou não obedecendo a constituição.
Do ponto de vista interno ela é o próprio critério de validade. É o que as pessoas reconhecem e utilizam com critério de validade, ou seja, eu devo obedecer a CF. Em conformidade com a constituição, ou seja, talvez concorde, pois a CF tem a legitimidade do povo.
Alteração: forma segura de alterar as regras vigentes. Ex: Art. 60 CF.
Julgamento: estabelecem como serão julgados os conflitos dos indivíduos a respeito do direito positivo.
Próxima aula: exercícios para a prova (mentiu deu matéria que cai na prova).
15/04/2015
DIREITO E MORAL PARA HART.
Semelhanças
Diferenças
Interferências
Direito Natural Mínimo
Para Hart, DIREITO E MORAL são duas ordens sociais distintas em que as normas jurídicas são diferenciadas das normas morais na medida em que são identificáveis por um testes de origem conforme a regra de reconhecimento. São sistemas normativos separados. 
Assim, o sistema jurídico não depende para a sua validade do cumprimento de requisitos morais.
Eles tem relações entre si, mesmo porque o sistema jurídico pode ter os mesmos conteúdos que as normas morais. Então, assim como a moral veda o homicídio, as normas jurídicas também o fazem. O conteúdo é o mesmo, mas a forma é diferente. A moralidade é uma construção informal, enquanto que a norma jurídica passa por um processo específico de formulação.
Dito isso, falaremos de algumas semelhanças entre direito e moral para Hart.
Semelhanças: 
Em ambos, há uma obrigatoriedade não consensual. Há uma norma que devemos cumprir independente de querermos ou não. Eu tenho o dever de cumprir, não tenho escolha.
Por pressão social: tanto uma como outra (moral e sistema jurídico), são sustentadas por uma pressão social no sentido do seu cumprimento. A sociedade cobra das pessoas a atuação conforme o direito e a moral. 
O cumprimento não é digno de elogio: Não faço mais do que a minha obrigação, em cumprir as regras, pois a lei tanto jurídica quanto moral deve ser cumprida. Isto é o que todos devem fazer. É uma contribuição mínima ao bem da sociedade. Ex: devolver algo que não é seu é um dever, não um favor.
Regem condutas habituais: Tanto o direito como a moral, regram práticas que costumam se repetir, realizadas com frequência. Tanto as regras jurídicas, como as morais, se ocupam mais das condutas habituais da sociedade do que de situações especiais.
Diferenças
Importância atribuída à observância e a transgressão: Em determinado contexto onde as pessoas discordam da norma jurídica isso pode ser considerado irrelevante para a sociedade. As pessoas não se importam de não cumprir a regra, mas isso não faz sentido quando se trata de moral. Ex: adultério. A sociedade não considerava isso uma transgressão penal, mas tinha uma significância social. 
Essa sanção penal não era cabível para essa prática. Mas, com o dever moral de “não praticar adultério”, aí importa se eu cumpro ou não cumpro. E para a sociedade, se isso não é relevante, não importa à moral. Tanto importa fazer ou deixar defazer. 
O direito admite que em alguns casos possa não ter relevância, mas para a moral isso não é admitido.
I) Importância: as regras morais se revestem de um sentimento de maior importância para a sociedade do que as demais regras sociais. Esta característica decorre da aceitação social de que, embora exijam sacrifícios de interesses privados, a sua observância garante interesses vitais partilhados por toda a comunidade. Ao contrário de uma regra jurídica, que mesmo tendo a importância negada pela sociedade ostenta a mesma condição até ser revogada, a existência das regras morais, enquanto tal, está atrelada à importância social que lhe é reconhecida, pois é contraditório falar-se na vigência de determinada regra moral diante de uma sociedade que a repudia, uma vez que é a aceitação desta sociedade que a sustenta.
Imunidade a mudanças deliberadas: O direito admite mudanças relativamente frequentes. As leis, a toda hora mudam. O mesmo não acontece com a moral, ela é alterada de forma mais lenta. 
Obs: Mas, atualmente isso está mudando em termos de moral. Cada vez mais, nós fazemos nossas próprias escolhas, sem preocupação com outras coisas. Mas essa regra ainda vale.
II) Imunidade à alteração deliberada: as regras morais não podem ser diretamente criadas, alteradas ou eliminadas por ato legislativo deliberado, ao contrário do que ocorre com as regras jurídicas. Como aduz Hart, “a moral é algo que existe para ser reconhecido e não feito por uma opção humana intencional”[6]. É preciso ressaltar que apesar do fato de não estarem sujeitas à alteração diretamente por ato legislativo deliberado, as regras morais não estão imunes à alteração por outros meios, dentre os quais se incluem o próprio efeito indireto de promulgação e obediência reiterada e contínua de uma lei, que pode criar ou modificar um padrão moral. Esta impossibilidade de criação/alteração das regras morais diretamente por ato legislativo deliberado não se confunde com a imunidade conferida a certas leis em determinado sistema jurídico; esta imunidade é meramente contingente, não sendo característica essencial das normas jurídicas, ao contrário do que ocorre com as normas morais, que são incompatíveis com toda e qualquer alteração deliberada imediata.
Relevância da vontade: A transgressão moral necessariamente deve ser voluntária, enquanto que a jurídica não. Ex: dano ambiental. Sou empresário, e mesmo que eu cumpra a lei com todas suas exigências, caso aconteça algum dano ao meio ambiente (que não é da minha vontade), mesmo assim, serei julgado (crime culposo).
III) Caráter voluntário dos delitos morais: para que se configure a responsabilidade moral de um indivíduo é condição necessária que tenha o domínio de seus pensamentos e ações, em outras palavras, voluntariedade. A prova da não-intencionalidade e da diligência necessária afastam a reprovação moral, sendo mesmo moralmente ilegítimo reprovar indivíduo nestas circunstâncias. Com relação as regras jurídicas, em que pese esta ser uma característica desejável, não é inerente a sua natureza, constatando-se exemplos de responsabilização sem culpa, como a responsabilidade objetiva, cada vez mais difundida nos ordenamentos jurídicos modernos.
Na moral a transgressão é feita por minha vontade, só assim serei sancionado. No direito eu serei sancionado, mesmo que não tenha tido vontade (crime culposo). 
Forma de Pressão: Enquanto que as normas jurídicas podem ser impostas à força, isso não acontece, normalmente, ao menos, com as normas morais. Ou seja, ninguém poderá perder patrimônio, liberdade, a vida se for contrário a uma norma moral, o que acontecerá com certeza, quando transgredir uma norma jurídica.
IV) Forma de pressão moral: ao contrário das regras jurídicas, que baseiam tipicamente a pressão social para seu cumprimento na ameaça de castigo físico, a pressão pela observância das regras morais fundamenta-se na conscientização de sua importância, partilhada pelos membros da sociedade, ou seja, seus destinatários. Ao lado deste apelo à consciência, a observância das normas morais é garantida, em regra, pelos sentimentos de culpa e remorso esperados do indivíduo que as inobserva.
Interferências
Representam constatações de fatos a respeito de ocorrências comuns. Não representam nenhuma forma de necessidade jurídica. 
São sistemas separados que podem tratar dos mesmos temas, e pode, às vezes, haver alguma interferência, sem que haja necessidade jurídica. Ex: A moral estabelecer o conteúdo do Direito, isso não acontece. Depende dos grupos sociais. Imagine que atualmente vive-se um momento democrático, mas supondo que um grupo minoritário tome o poder e estabeleça o apartheid no Brasil. Pois bem, esse estado do apartheid vai ser contra o sistema moral, mas legítimo do ponto de vista jurídico.
Poder e autoridade: Dificilmente um sistema jurídico se sustenta no poder apenas pela força, o Estado, deve ter alguma legitimidade moral, pois se não houver, as pessoas, com certeza, não irão cooperar com o sistema.
Influência Moral sobre o Direito: Normalmente o direito positivo reflete a moralidade social compartilhada e até mesmo alguns critérios morais mais exigentes. Ex: o RACISMO no Brasil; no estádio contra o jogador Aranha; é juridicamente proibido, mas moralmente aceitável.
Tendência à interpretação: Os conceitos podem ser interpretados de mais de uma forma e a moralidade interfere nisso.
Ex: a CF veda a crueldade contra os animais. Mas o que é crueldade???? 
Depende de nossos valores morais. Para nós, matar um boi para comer é aceitável, mas não aceitamos comer cachorros. Tudo isso depende na nossa moral, valores e crenças. Na Índia a vaca é sagrada, portanto não é abatida.
Crítica do Direito: A moral é uma instância crítica do direito sempre buscando melhoras. Ex: leis injustas.
Legalidade e justiça: o fato de haver regras claras e de casos iguais sejam tratados de maneira igual, com pessoas na mesma situação já representa o mínimo de moralidade. Luta de classes, padrão mínimo de conduta e respeito. Ex: Extermínio dos judeus – são regras claras, para a pessoas na mesma situação. Mas é justo?
Resistência contra o Direito: a moral pode ser justificativa para a oposição ao direito positivo vigente. Ex: Revolução.
Há a regra, e as pessoas quando veem que é injusta, se rebelam. Não há espaço para críticas.
Direito Natural Mínimo
Representa alguns “truímos”, ou seja, algumas verdades obvias a respeito do funcionamento da sociedade e do direito. Não se trata de deveres morais e justiça, mas, de padrões que estão quase sempre presentes nas sociedades humanas e no sistema jurídico.
Diante da finalidade humana última, qual seja, a sobrevivência, pode-se concluir que existem regras de conduta exigíveis para a viabilidade de qualquer organização social, sendo estas regras um núcleo comum do direito e da moral de qualquer sociedade em que haja a distinção entre estas diversas formas de controle social. Hart chama a este núcleo comum, ou seja, aos princípios de conduta reconhecidos universalmente, de conteúdo mínimo do Direito Natural.
Vulnerabilidade humana: o ser humano é suscetível aos danos físicos, à atuação de seu semelhante. Então, o sistema jurídico irá estabelecer algumas proibições no sentido de não matar e causar danos aos demais.
Igualdade aproximada: ninguém e tão mais forte e nem tão mais inteligente que os outros, que possa se impor sozinho aos demais. E mesmo se essa pessoa existisse, precisaria dormir, o que o colocaria em situação de vulnerabilidade. 
Assim, para que a sociedade funcione, é preciso um compromisso mútuo e um mínimo de cooperação. Ninguém pode se colocar acima da lei totalmente, ele precisa de alguém para se sustentar no poder, senão não conseguirá.
Esta igualdade aproximada entre os homens exige, para o funcionamento e manutenção da sociedade, um sistema de abstenções mútuas e de compromissos, que está na base das obrigações jurídicas e morais, sem o qual a vida seria demasiado penosa.
Altruísmo limitado:Seres humanos não são anjos, mas também não são demônios.
 Por não seres “anjos”, nem “demônios” é que se torna necessário, e possível, um sistema de abstenções recíprocas, sem o qual a vida social estaria seriamente ameaçada. Podem assumir compromissos e agir de acordo com esses. Eu consigo minimamente, me colocar no lugar do outro. Isso é que permite a cooperação necessária e possível. É necessária, pois as pessoas precisam assumir compromissos, senão passarão por cima dos outros. Assim, pensam nos outros, e aí cumprem as regras.
Recursos limitados: os recursos que precisamos para viver existem numa quantidade tal que não é possível que todos possam acessá-los sem limites, mas podem ser distribuídos com base nos critérios de cooperação. Pelos recursos serem limitados aí se faz necessária a justiça, as regras. Ex: Crise da água – deve ter seu uso normatizado, senão uns usarão de forma abusiva.
Força de vontade limitada: embora a maioria das pessoas esteja disposta a cumprir as regras, pois entendem que isso é para o benefício de todos sempre existirão aqueles que não estão dispostos voluntariamente a cooperar, daí a necessidade de sanções coercitivas.
Em que pese a maioria dos homens vislumbrar as vantagens da obediência às regras sociais básicas, sacrificando seus interesses pessoais imediatos em prol da convivência social pacífica, este comportamento não é uniforme. A tentação em optar por seus próprios interesses é real e a forma encontrada para garantir ou estimular a obediência às regras é por meio da sanção. Na visão de Hart, a sanção não deve ser o motivo normal de obediência (vez que a maioria da sociedade obedeceria independente de sua existência), mas uma garantia de que aqueles que obedeceriam voluntariamente não serão sacrificados pelos que não obedeceriam. Assim, o esperado e recomendável em uma sociedade sadia é o cumprimento voluntário das regras, sendo prevista (e aplicada) sanção apenas em caso de descumprimento.
P1 até aqui. Prova dissertativa com 5 questões, escolhe 2.
 
angemarin2002@gmail.com	Página 8

Outros materiais