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T3 Classificando Microorganismos

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CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS 
Departamento de Microbiologia e Parasitologia 
Disciplina de Microbiologia Geral 
 
 
 
1 
Prof. Daniel Roulim Stainki 
UFSM 
CLASSIFICANDO OS MICROORGANISMOS. 
 
1. NOMENCLATURA. 
 
O sistema da nomenclatura (nomeação) para organismos em uso atualmente foi 
estabelecido em 1735 pelo botânico, zoólogo e médico sueco Carolus Linnaeus (Carlos 
Lineu em português). Os nomes científicos são latinizados porque o latim era a língua 
tradicionalmente utilizada pelos estudiosos no passado. A nomenclatura científica designa 
para cada organismo dois nomes – o gênero, que é o primeiro nome, sendo sempre 
iniciado com letra maiúscula; e o segundo nome que é o epíteto específico (nome das 
espécies), escrito sempre em letra minúscula. O organismo é designado pelos dois nomes, 
o gênero e o epíteto específico, e ambos são descritos em itálico ou sublinhados. Por 
convenção, após um nome científico ter sido citado uma vez, ele pode ser abreviado com 
a inicial do gênero, seguida pelo epíteto específico. Ex.: Escherichia coli – E. coli. Os 
binômios são utilizados por pesquisadores do mundo todo, independente da sua língua 
nativa, permitindo que se compartilhem os conhecimentos de maneira eficiente e exata. 
Os nomes científicos podem, entre outras coisas, descrever um organismo, 
homenagear um pesquisador ou identificar os hábitos de uma espécie. Ex.: o 
Staphylococcus aureus, uma bactéria comumente encontrada na pele humana; Staphylo 
descreve o arranjo em cacho das células dessa bactéria; coccus indica que as células têm a 
forma semelhante a esferas. O epíteto específico, aureus, significa ouro em latim, a cor de 
muitas colônias dessa bactéria. Outros exemplos podem ser vistos no quadro 05. 
 
Quadro 05 – Exemplos de nomes microbianos encontrados comumente na 
literatura. 
 
NOME MICROBIANO FONTE DO NOME 
GENÉRICO 
FONTE DO EPÍTETO 
ESPECÍFICO 
Bactéria Salmonella 
typhimurium 
Homenagem ao 
microbiologista Daniel 
Salmon 
Typhi – provoca estupor; 
muri – em ratos 
Bactéria Streptococcus 
pyogenes 
Strepto – aparência das 
células em cadeia 
pyo – produz pus 
Levedura Saccharomyces 
cerevisiae 
myces – fungo; saccharo – 
que usa açúcar 
cerevisiae – produz cerveja 
Fungo Penicillium 
chrysogenum 
penicill – forma de tufo ou 
pincel sob o microscópio 
chryso – produz pigmento 
amarelo 
Protozoário Trypanosoma 
cruzi 
trypano – broca ou espiral; 
soma – corpo 
cruzi – homenagem ao 
epidemiologista Oswaldo 
Cruz 
 
 
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Professor
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Departamento de Microbiologia e Parasitologia 
Disciplina de Microbiologia Geral 
 
 
 
2 
Prof. Daniel Roulim Stainki 
UFSM 
2. HIERARQUIA TAXONÔMICA 
 
Todos os organismos podem ser agrupados em uma série de subdivisões que 
formam uma hierarquia taxonômica, e reagrupar os organismos de acordo com as 
propriedades comuns, implica que um grupo de organismos evolui a partir de um 
ancestral comum; e que cada espécie mantém algumas das características do ancestral. 
Linnaeus desenvolveu essa hierarquia para a classificação das plantas e animais. Uma 
espécie eucariótica é um grupo de organismos intimamente relacionados que se 
reproduzem entre si. Um gênero consiste em espécies que diferem entre si em certas 
características, mas são relacionadas pela descendência. Os gêneros relacionados formam 
uma família. Um grupo de famílias similares forma uma ordem, e um grupo de ordens 
similares forma uma classe. Por sua vez, classes relacionadas formam um filo. Portanto, 
um organismo específico (ou espécie) tem um nome de gênero e um epíteto específico e 
pertence a uma família, uma ordem, uma classe e um filo. 
Todos os filos ou divisões relacionadas entre si formam um reino, e os reinos 
relacionados são reagrupados em um domínio (Fig. 01). 
 
Fig. 01 – Hierarquia taxonômica entre um mamífero e uma bactéria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. PRINCIPAIS GRUPOS DE MICROORGANISMOS. 
 
Aqui será apresentada uma visão geral dos principais grupos de microorganismos 
encontrados. 
Bactérias: são organismos relativamente simples e de uma única célula 
DOMÍNIO 
Eukarya 
REINO 
Animalia 
FILO 
Chordata 
CLASSE 
Mammalia 
ORDEM 
Carnívora 
FAMÍLIA 
Canídea 
GÊNERO 
Canis 
ESPÉCIE 
C. familiaris 
DOMÍNIO 
Bacteria 
REINO 
Eubacteria 
FILO 
Proteobacteria 
CLASSE 
Gamma-proteobacteria 
ORDEM 
Enterobacteriales 
FAMÍLIA 
Enterobacteriaceae 
GÊNERO 
Escherichia 
ESPÉCIE 
E. coli 
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CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS 
Departamento de Microbiologia e Parasitologia 
Disciplina de Microbiologia Geral 
 
 
 
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Prof. Daniel Roulim Stainki 
UFSM 
(unicelulares). Como o material genético não é envolto por uma membrana nuclear, as 
bactérias são chamadas de procariotos, palavra grega que significa pré-núcleo. Os 
procariotos incluem bactérias e arquibactérias. As células bacterianas podem se 
apresentar de diferentes formas. Os bacilos (forma de bastão), os cocos (esféricos e 
ovóides) e os espirilos (na forma de saca-rolha ou espiralado) estão entre as formas mais 
comuns, mas algumas bactérias apresentam forma de estrela ou mesmo quadradas. As 
bactérias podem formar pares, cadeias, grupos ou outros agrupamentos; tais formações 
são geralmente características de um gênero ou uma espécie. 
As bactérias são envolvidas por uma parede celular que é praticamente composta 
por um complexo de carboidrato e proteína chamado de peptideoglicano. As bactérias 
geralmente se reproduzem por divisão em duas células iguais, chamada de fissão binária. 
Para a sua nutrição, a maioria das bactérias usa compostos orgânicos encontrados na 
natureza, derivados de organismos vivos ou mortos. Algumas bactérias podem fabricar 
seu próprio alimento por fotossíntese, e algumas obtêm seu alimento a partir de 
compostos inorgânicos. Muitas bactérias podem se deslocar (nadar) usando apêndices de 
movimento chamados de flagelos. 
Archaea: como as bactérias, as arquibactérias são células procarióticas, porém, 
quando possuem paredes celulares, estas não são compostas por peptideoglicanos. As 
arquibactérias são frequentemente encontradas em ambientes extremos, são divididas em 
três grupos principais. As metanogênicas que produzem metano como resultado da 
respiração. As halofílicas extremas (halo = sal; filo = amigo) vivem em ambientes muito 
salinos, como o “Great Salt Lake”. As termofílicas extremas (termo = calor) vivem em 
águas sulfurosas e quentes, como nas fontes termais. As arquibactérias não são 
conhecidas como causadoras de doenças no homem. 
Fungos: são organismos eucariotos (possuem um núcleo definido), que contém o 
material genético (DNA) envolto por um envelope especial chamado de membrana 
nuclear. Os fungos podem ser unicelulares ou multicelulares. Os cogumelos são os 
maiores fungos multicelulares, parecem com plantas, mas não realizam fotossíntese. Os 
fungos verdadeiros apresentam a parede celular composta, principalmente, por uma 
substância chamada de quitina. As formas unicelulares dos fungos, as leveduras, são 
microorganismos ovais maiores que as bactérias. Os fungos mais típicos são os bolores 
(fungos filamentosos), que formam massas visíveis chamados de micélios, compostas de 
longos filamentos (hifas) que se ramificam e se entrelaçam (como observado nopão 
mofado). Os fungos podem se reproduzir sexuada e assexuadamente. Obtém a 
alimentação por meio da absorção de soluções de matéria orgânica presentes no ambiente, 
como o solo, a água, um animal ou uma planta hospedeira. 
Protozoários: são micróbios unicelulares eucarióticos que se movimentam por 
meio de pseudópodes (falsos pés), flagelos, ou cílios. Apresentam uma variedade de 
formas, e vivem como entidades de vida livre ou parasitária. Podem se reproduzir de 
forma sexuada ou assexuada. 
Vírus: são muito diferentes dos outros grupos microbianos já mencionados. Os 
vírus são tão pequenos que a maioria só pode ser vista com o auxílio de um microscópio 
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eletrônico. São acelulares, isto é, não são células. A partícula viral é muito simples 
estruturalmente, contendo um núcleo formado somente por um tipo de ácido nucléico, 
DNA ou RNA. Esse núcleo é circundado por um envoltório protéico, que em alguns 
casos, encontra-se revestido por uma membrana lipídica adicional, chamada de envelope. 
Os vírus não são autossuficientes, isto é, só podem se reproduzir usando as estruturas 
celulares de outros organismos. Dessa forma, os vírus são considerados vivos quando 
estão multiplicando dentro das células hospedeiras que infectam. Nesse sentido, os vírus 
são parasitas de outras formas de vida. Por outro lado, os vírus não são considerados 
como seres vivos porque, fora dos organismos hospedeiros, ficam inertes. 
 
4. CELULAS PROCARIÓTICAS E EUCARIÓTICAS. 
 
Apesar de sua complexidade e variedade, todas as células vivas podem ser 
classificadas em dois grupos, as procarióticas e as eucarióticas, com base em certas 
características funcionais e estruturais. 
Procariotos e eucariotos são quimicamente similares, no sentido de que ambos 
contêm ácidos nucléicos, proteínas, lipídeos e carboidratos. Utilizam-se dos mesmos tipos 
de reações químicas para metabolizar o alimento, formar proteínas e armazenar energia. 
A distinção entre procariotos e eucariotos está baseada, principalmente, na estrutura das 
membranas e paredes celulares, e na ausência de organelas (estruturas celulares 
especializadas que possuem funções específicas). 
As principais características que diferenciam os procariotos dos eucariotos estão 
explicitadas no quadro 06 abaixo. 
 
 
Quadro 06 – Principais características que diferenciam as células procarióticas das 
eucarióticas. 
 
CÉLULAS PROCARIÓTICAS CÉLULAS EUCARIÓTICAS 
1 – Seu DNA não está envolvido por uma 
membrana, não possui nucléolo e 
geralmente possui um único cromossomo 
de arranjo circular. 
1 – Seu DNA é encontrado no núcleo das 
células, que é separado do citoplasma por 
uma membrana nuclear, possui nucléolo, 
apresenta múltiplos cromossomos lineares. 
2 – Seu DNA não está associado com 
histonas (proteínas cromossômicas 
especiais encontradas em eucariotos), 
outras proteínas estão associadas ao DNA. 
2 – Seu DNA é consistentemente associado 
às proteínas cromossômicas histonas. 
3 – Poucas ou sem organelas, não são 
revestidas por membranas. 
3 – Possuem diversas organelas revestidas 
por membranas, incluindo mitocôndrias, 
retículo endoplasmático, complexo de 
Golgi, lisossomos e algumas vezes 
cloroplastos. 
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4 – Suas paredes celulares quase sempre 
contêm o polissacarídeo complexo 
peptídeoglicano. 
4 – Suas paredes celulares, quando 
presentes, são quimicamente simples 
(inclui celulose e quitina). 
5 – Normalmente sofrem divisão por fissão 
binária, Durante esse processo, o DNA é 
duplicado e a célula divide-se em duas. A 
fissão binária envolve menos estruturas e 
processos que a divisão das células 
eucarióticas. 
5 – A divisão celular geralmente envolve 
mitose, na qual os cromossomos são 
duplicados e um conjunto idêntico é 
distribuído para cada um dos dois núcleos. 
A divisão do citoplasma e de outras 
organelas segue-se a esse processo, de 
modo que haverá produção de duas células 
idênticas. 
6 – Tamanho da célula: 0,2 a 2,0 µm de 
diâmetro. 
6 – Tamanho da célula: 10 a 100 µm de 
diâmetro. 
7 - Unicelular 7 – Pluricelular com diferenciação e 
divisão em tecidos. 
 
 
“Nada em biologia faz sentido, exceto sob a luz da evolução.” 
Theodosiuos Dobzhansky 
 
 SUGESTÃO DE LEITURA: 
 
TORTORA, G.J., FUNKE, B.R., CASE, C.L. Microbiologia. 10ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2012, 934P. 
 
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