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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DISCIPLINA DIREITO EMPRESARIAL DOCENTE DANIEL TRABALHO FINAL PARA CONCLUSÃO DE DISCIPLINA Propriedade Intelectual, O know-how, Patente, Transferência de Tecnologia e outros. ADAM SINAGA ESTEFÂNIA RAMON JOABE RIBEIRO LEONARDO ALENCAR SAMUEL THARLY RONDONÓPOLIS, 18 DE AGOSTO DE 2014. Propriedade Intelectual Propriedade Intelectual trata-se de bem imaterial, intangível, fruto da criatividade humana. O criador, no uso de sua capacidade intelectual, desenvolve novos produtos, processos ou serviços, bem como obras literárias e artísticas. Assim, a propriedade intelectual refere-se ao conhecimento que o criador detém de como produzir a sua criação. Para assegurar o direito de exploração de propriedade intelectual, primeiro deve-se proceder à proteção da mesma. O direito de propriedade intelectual propõe modalidades de proteção separadas em três categorias: Direito Autoral, Propriedade Industrial e Proteção Sui Generis. Direito Autoral Direito autoral diz respeito a um conjunto de prerrogativas que visam a proteção dos direitos do autor e daqueles ligados a ele. A criação de um autor é resguardada de forma que lhe sejam assegurados os direitos patrimoniais e morais sobre sua obra intelectual. A legislação dos direitos autorais assegura ao autor, por exemplo, a proteção de suas obras, o direito de obter os créditos por sua criação, de não ter suas obras alteradas sem autorização prévia e de ser remunerado por terceiros que queiram utilizar as obras produzidas. O que é permitido? De acordo com o disposto no artigo 28 da Lei do Direito Autoral, cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou científica. E o artigo 29 dispõe que depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por quaisquer modalidades, dentre elas a reprodução parcial ou integral. Contudo, essa exclusividade é limitada pelas hipóteses expressamente indicadas no artigo 46 da mesma Lei. Fora dessas exceções legais, e da permissão da cópia para uso privado do copista, a reprodução, sem autorização do titular de direitos autorais ou de seu representante, constitui contrafação passível de punição nas esperas cível e criminal. Quais as punições para quem reproduz ilegalmente obra protegida? Em 1º de julho de 2003 entrou em vigor a Lei 10.693, que alterou os artigos 184 e 186 do Código Penal e acrescentou parágrafos ao artigo 525 do Código de Processo Penal. Considerada como uma nova arma para o combate à pirataria, essa lei representa um grande avanço, na medida em que eleva a pena mínima para os crimes de violação de direito de autor com intuito de lucro, ainda que indireto, para 2 (dois) anos de reclusão. Com isso, o crime de violação de direito de autor, com finalidade de comércio, deixa de ser considerado crime de menor potencial ofensivo, demonstrando a seriedade com que passa a ser tratado pela legislação penal. Além da pena de reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa e da apreensão da totalidade dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos, existe também a possibilidade de apreensão dos equipamentos, suportes e materiais que possibilitaram a sua existência, desde que se destinem à prática do delito. Na esfera cível, o infrator estará sujeito ao pagamento de indenização que será calculada a partir do prejuízo causado aos ofendidos. Quando esta mensuração não for possível, porque não se conhece o número de exemplares contrafeitos, a Lei prevê que o ofensor indenize os ofendidos pagando-lhes o valor de 3.000 (três mil) exemplares por título reproduzido ilegalmente, além dos apreendidos. Apenas para ilustrar, se um livro de R$ 30,00 (trinta reais) foi reproduzido ilegalmente, além de o copista poder ser penalmente punido com a pena de reclusão de 2 a 4 anos de prisão, ainda poderá ser condenado a pagar indenização que facilmente poderá superar R$ 90.000,00 (noventa mil reais). Programa de computador Os direitos morais que se aplicam aos programas de computador são o direito do autor de reivindicar a paternidade do programa e o direito de se opor a alterações não autorizadas, quando estas impliquem em deformação, mutilação ou que prejudiquem a sua honra ou reputação. Desta forma, se o titular não é o criador, é aconselhável obter do criador autorização para modificações futuras. Os direitos patrimoniais que se aplicam aos programas de computador são o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor de sua obra, incorrendo em ilícito quem, por qualquer meio, no todo ou em parte, reproduz, vende, expõe à venda, importa, adquire, oculta ou tem em depósito para fins de comércio, original ou cópia de programa de computador produzido com violação de direito autoral, ou seja, sem a autorização expressa do autor ou de quem o represente. Marcas A marca é um sinal de fantasia identificador de produtos e de serviços. O Registro de uma marca é concedido pelo Estado e garante, em todo o território nacional, sua prioridade e uso exclusivo ao seu detentor, nos termos da lei vigente. Esta proteção, que se restringe ao segmento de mercado a que se dedica a empresa, abrange a marca tanto em sua forma gráfica como em sua forma gramatical. A penetração no mercado e a distinção dos produtos e serviços de outros semelhantes, através da marca, permite ao seu titular manter uma parcela estável de mercado e a fidelidade do consumidor. Estas vantagens são alcançadas por meio de uma relação estabelecida entre a marca e a qualidade do produto. Assim, uma simples expressão pode tornar-se ativo valioso para a empresa. Para obter o registro de uma marca é necessário apresentar o pedido (preferivelmente utilizando-se dos serviços de uma empresa especializada) ao INPI, que o julgará com base nas normas legais estabelecidas pela Lei da Propriedade Industrial nº 9279/96 e nas resoluções administrativas. A marca para ser registrada deve ser lícita; deve estar disponível, não apresentando anterioridade ou colidência com registros já existentes; e deve ser distintiva, não constituindo expressão genérica, de uso comum, necessário ou vulgar. A marca também não deve ser descritiva. Assim, por definição legal marca é todo sinal distintivo visualmente perceptível, que visa proteger o consumidor na identificação e distinção de produtos e/ou serviços idênticos ou afins. - Direitos sobre a marca: 1. Ceder seu registro ou pedido de registro; 2. Licenciar seu uso; 3. Zelar pela sua integridade material ou reputação. A proteção abrange o uso da marca em papéis, impressos, propaganda ou documentos relativos à atividade do titular. - Perda dos direitos O registro da marca será extinto se: 1. Expirar o prazo de vigência; 2. Houver renúncia, que poderá ser total ou parcial em relação aos produtos ou serviços assinalados pela marca; 3. Não tiver sido iniciado o uso da marca no Brasil, após 5 (cinco) anos da concessão. 4. Não houver constituído e mantido procurador, domiciliado no Brasil, com poderes para representá-lo administrativa e judicialmente, inclusive para receber citações. Propriedade Industrial O que vem a ser Propriedade Industrial? É o conjunto de direitos que compreende as patentes de invenção, os modelos de utilidade, os desenhos ou modelos industriais, as marcas de fábrica ou de comércio, as marcas de serviço, o nome comercial e as indicações de proveniênciaou denominações de origem, bem como a repressão da concorrência desleal. Conquanto a qualificação “industrial”, este ramo do Direito não se resume às criações industriais propriamente ditas, mas “entende-se na mais ampla acepção e aplica-se não só à indústria e ao comércio propriamente dito, mas também às indústrias agrícolas e extrativas e a todos os produtos manufaturados ou naturais, por exemplo: vinhos, cereais, tabaco em folha, frutas, animais, minérios, águas minerais, cervejas, flores, farinhas”. Desenho Industrial O Desenho Industrial nada mais é do que a proteção do design de um produto. Difere-se da patente porque não é mérito do desenho industrial o aspecto construtivo/funcional de um produto, mas, apenas o aspecto estético de suas linhas. Por definição legal, desenho industrial é a forma plástica ornamental de um objeto ou conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial. O registro da forma de Desenho Industrial se mostra interessante e bastante favorável para produtos tais como calçados e embalagens, além do que, seu trâmite no INPI é mais rápido, o que aumenta o grau de proteção. Desenho Industrial (Preço vs Valor) Desenho industrial é considerado o objeto ou conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um objeto que possa identificá-lo como novo pela sua configuração externa e possa servir para fabricação industrial. O registro de desenho industrial confere a propriedade do objeto ao autor. Para tanto o pedido do registro deve se referir a um único objeto entre outras condições estabelecidas pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Intelectual). Segundo o dicionário Michaelis, o significado de Preço vem do Latim (pretiu): Valor em dinheiro de uma mercadoria ou de um trabalho; custo. Para o Direito é a Prestação pecuniária determinada na compra e venda expressa em moeda ou valor fiduciário, paga pelo comprador ao vendedor. Ou ainda, aquilo que se dá, se sacrifica ou se obtém em troca de alguma coisa. Para o mesmo dicionário, o significado de Valor, do Latim (Valore): O preço atribuído a uma coisa; estimação valia; Ou a relação entre a coisa apreciável e a moeda corrente no país, em determinada época e em determinado lugar. Ou ainda a qualidade que tem o ato jurídico de produzir determinado efeito. O taxa para depósito do pedido de registro de Desenho Industrial custa R$ 235 para pessoa jurídica, mas no caso de pessoa física, microempresas e universidades cai para R$ 95. O processo para pedido de registro do Desenho Industrial também possui outras taxas. Na imagem a seguir há alguns exemplos de taxas. A Lei Nº 9.279, de 14 de maio de 1996 regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Para os serviços previstos nesta Lei é cobrada a retribuição, cujo valor e processo de recolhimento são estabelecidos por ato do titular do órgão da administração pública federal a que estiverem vinculados ao INPI. Bens Não-Registráveis Segundo o artigo 18 da Lei 9279 que Regulam direitos e obrigações relativos à propriedade industrial, não são patenteáveis: I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas; II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico; III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microrganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microrganismos transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais. Invenção x Inovação Ao falarmos de Propriedade intelectual, devemos dar atenção dois conceitos importantíssimos: o de invenção e o de inovação. Mesmo que pareça, essas duas concepções não estão ligadas obrigatoriamente, a verdade é que esses dois conceitos podem andar separadamente e terem resultados totalmente diferentes. Uma invenção é algo totalmente novo, que tem como atributo ser algo de benefício coletivo. Uma invenção que leva à conquista de determinado objetivo. Como exemplo, a invenção do telefone, que tinha como objetivo a comunicação por voz à longa distância. O INPI reconhece como invenção o resultado de atividade inventiva que: Esteja revestida do requisito de novidade; Para um técnico especializado no assunto, não seja uma decorrência evidente do estado da técnica; Não seja uma concepção puramente teórica; Seja suscetível de utilização industrial. (INPI, 2009) Contudo, uma invenção por si só pode não representar nada, se não acompanhada de uma perspectiva visionaria, que faça determinada invenção ser explorada de uma forma útil em seu tempo e que tenha uma demanda real. A inovação busca aumentar a eficiência e eficácia de determinado produto, serviço ou processo. Ou seja, a inovação não precisa ser algo totalmente desconhecido, mas sim algo transformado para que a melhoria ocorra ao longo do tempo. Como exemplo, temos os Smartphones de hoje, que estenderam extraordinariamente as funcionalidades de um telefone comum. “Invenção envolve a concepção de uma ideia, enquanto que inovação é o uso, de onde a ideia ou invenção é direcionada para a economia” (ROMAN e FUETT JÚNIOR, 1983). Para registrar uma invenção ou inovação pelo INPI, as mesmas devem se enquadrar nas seguintes naturezas ou modalidades: Privilégio de Invenção (PI) - a invenção deve atender aos requisitos de atividade inventiva, novidade, e aplicação industrial (INPI, 2009). Modelo de Utilidade (MU) - nova forma ou disposição envolvendo ato inventivo que resulte em melhoria funcional do objeto. Existe também o Certificado de Adição de Invenção, para proteger um aperfeiçoamento que se tenha elaborado em matéria para a qual já se tenha um pedido ou mesmo a Patente de Invenção (INPI, 2009) Registro de Desenho Industrial - se a criação industrializável for relacionada com a forma plástica ornamental de um objeto ou conjunto de linhas e cores, que possa ser aplicada a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação, pode-se requerer um Registro de Desenho Industrial, pois nesse caso ela não poderá ser considerada uma patente (INPI, 2009). O know-how Conceitua-se o termo “Know-how” por um conjunto de conhecimentos práticos adquiridos por uma empresa ou um profissional, que traz para si vantagens competitivas. O termo tem origem americana e significa “Saber como” (Tradução literal do Inglês). Os conhecimentos adquiridos pelo detentor do know-how podem ser de vários tipos: Informações tecnológicas; Técnicas; Procedimentos; Outros. Em um ponto de vista de mercado, possui know-how a organização ou pessoa que consegue dominar o mercado por apresentar conhecimento especializado sobre algum produto ou serviço. Está diretamente relacionado com inovação, habilidade e eficiência na execução de determinado serviço. Quando esse conhecimento traz uma vantagem competitiva para o detentor do mesmo, pode-se proteger este conhecimentopor meios jurídicos, assim como transferir, franquear entre outras práticas comuns. Um exemplo de comum de know-how são os conhecimentos detidos por uma empresa no contexto de franquia. O dono da franquia detém determinados conhecimentos práticos (know-how) relacionados com a venda dos produtos ou prestação de serviços ao cliente final que serão transmitidos ao franqueado, este paga os Royaltys de uso ao dono da franquia. O know-how se diferencia das invenções patenteadas, um dos motivos é o fato de que muitas vezes é adquirido através de um esforço contínuo de muitos anos. Existe também o fato do detentor muitas vezes preferir manter o know-how em segredo. No que tange a tecnologia o conceito de know-how abrange a situação da transferência de um grupo de conhecimentos que são essenciais para fabricar um certo produto ou para gerir um determinado negócio e pode estar relacionado com máquinas, sistemas informáticos, documentação técnica (cálculos, desenhos, fórmulas), instruções de fabricação, etc. A transferência citada a acima é aquela que ocorre a nível nacional como também a nível internacional para o qual é necessário contar com as habilidades e técnicas requeridas. Também pode estar relacionada com a correta utilização e organização de patentes, códigos e permissões relacionadas com a compra e venda de material tecnológico de acordo com as disposições dos países e dos organismos internacionais. O know-how neste sentido se utiliza para proteger o material e a propriedade privada de indivíduos ou instituições na hora de vender e comercializar produtos tecnológicos. Geralmente, a concessão de uso desse tipo de conhecimentos é celebrada em um contrato de Know-How. Este por sua vez pode assumir várias formas. Normalmente é um instrumento para transferir os meios de explorar uma oportunidade comercial e pode ser limitado em tempo, extensão e espaço. O que é uma Patente? Patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Em contrapartida, o inventor se obriga a revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela patente. Características Fundamentais das Patentes Propriedade limitada temporalmente. Diferentemente de outros sistemas de propriedade, a validade limitada a um determinado período de tempo, permite que após o transcurso desse período a patente caia em domínio público. Interesse público na divulgação da informação contida no pedido de patente. O interesse público fica preservado na divulgação da informação, permitindo à sociedade o livre acesso ao conhecimento da matéria objeto da patente. Território de Validade de uma Patente A patente é válida apenas nos países onde foi requerida e concedida a sua proteção. Patente de Invenção (PI) Produtos ou processos que atendam aos requisitos de atividade inventiva, novidade e aplicação industrial. Sua validade é de 20 anos a partir da data do depósito. • Certificado de Adição de Invenção O certificado de adição de invenção, um acessório da patente de invenção, protege um aperfeiçoamento ou desenvolvimento introduzido no objeto da invenção pleiteado em um pedido de patente (ou patente concedida, se for o caso), cuja matéria se inclua no mesmo conceito inventivo. Modelo de Utilidade (MU) Objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. Sua validade é de 15 anos a partir da data do depósito. Comparação entre Patente de Invenção e Patente de Modelo de Utilidade e Registro de Desenho Industrial As patentes de invenção (PI) visam à proteção das criações de caráter técnico, para solucionar problemas em uma área tecnológica específica. As patentes de modelo de utilidade (MU) referem-se à proteção das criações de caráter técnico funcional, relacionadas à forma ou disposição introduzida em objeto de uso prático, ou parte deste, conferindo ao objeto melhoria funcional no seu uso ou na sua fabricação. O registro de desenho industrial (DI) visa à proteção das criações de caráter estético relacionadas à forma plástica ornamental de um objeto ou de um conjunto ornamental de linhas e cores aplicado em um produto, de modo a proporcionar resultado visual novo e original na sua configuração externa e que tenha utilização industrial. Requisitos de Patenteabilidade Uma invenção é patenteável quando atende simultaneamente aos três requisitos básicos: novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. Novidade A invenção e o modelo de utilidade são considerados novos quando não compreendidos pelo estado da técnica, isto é, quando não são antecipados de forma integral por um único documento compreendido no estado da técnica. Atividade Inventiva e Ato Inventivo As invenções e os modelos de utilidade são considerados patenteáveis quando atendem também aos requisitos de atividade inventiva e ato inventivo, respectivamente. Aplicação Industrial Uma invenção e um modelo de utilidade são considerados suscetíveis de aplicação industrial quando puderem ser produzidos ou utilizados em qualquer tipo de indústria, aplicando-se também às indústrias agrícolas e extrativas. Transferência de Tecnologia É o intercâmbio de conhecimento e habilidades tecnológicas entre instituições de ensino superior e/ou centros de pesquisa e empresas. Essa transferência se dá na forma de contratos de pesquisa e desenvolvimento, serviços de consultoria, formação profissional, inicial e continuada, comercialização de patentes, marcas e processos industriais, publicação na mídia científica, apresentação em congressos, migração de especialistas, programas de assistência técnica, inteligência industrial e atuação de empresas multinacionais. Conceito segundo o INPI O INPI define transferência de tecnologia como uma negociação econômica e comercial que deve atender a determinados preceitos legais e promover o progresso da empresa receptora e o desenvolvimento econômico do país. Com foco em tecnologias geradas no âmbito acadêmico, a transferência de tecnologia trata-se de “um processo que consiste de várias etapas, que inclui a revelação da invenção, o patenteamento, o licenciamento, o uso comercial da tecnologia pelo licenciado e a percepção dos royalties pela universidade”. É na empresa que a inovação é convertida em ganhos financeiros, por isso é fundamental implementar ações para facilitar o acesso das empresas às tecnologias desenvolvidas nas universidades. A Transferência de Tecnologia pode ser feita por: Contrato de Cessão ou Exploração de Patente: contratos para autorizar a exploração por terceiros do objeto de patente, regularmente depositada ou concedida no país e pedido de desenho industrial, identificando direito de propriedade industrial. Contrato de Uso de Marca: contrato que se destina a autorizar o uso efetivo, por terceiros, de marca regularmente depositada ou registrada no país. Franquia: envolve serviços, transferência de tecnologia e transmissão de padrões, além de uso de marca ou patente. Contrato de Fornecimento de Tecnologia: contrato que estipula as condições para a aquisição de conhecimentos e de técnicas não amparados por direitos, incluindo conhecimentos e técnicas não amparados por propriedade industrial depositados ou concedidos no Brasil (Know How). Serviços de Assistência Técnica e Científica: incluema obtenção de técnicas para elaborar projetos ou estudos e a prestação de alguns serviços especializados. Com a Transferência de tecnologia é possível negociar: Patente de invenção e modelo de utilidade; Registro de topografia de circuito integrado, desenho industrial, programa de computador, obra científica; Certificado de cultivar; Pedido de patente, de registro e de certificado; Servidor público ou empregado pode receber percentual como participação no resultado. Do Processo de Transferência Tecnológica Para o National Technology Transfer Center (NTTC) (1999) existem três tipos principais de transferência tecnológica: Spin-off Technology - Neste tipo de transferência, a tecnologia é desenvolvida por uma organização federal e transferida ao setor privado, a outra agência federal ou a governos locais. Esta tecnologia é do tipo genérica. Spin-on Technology - Esta transferência se refere ás tecnologias viáveis comercialmente, desenvolvidas por organizações privadas, mas com potencial aplicação em organizações públicas. Dual-Use Technology (Dupla Utilização de Tecnologia) - Esta se refere ao coo desenvolvimento da tecnologia por uma organização pública e privada. Os custos são divididos entre as organizações, pois ambas serão beneficiadas pela nova tecnologia. Além dos tipos, este centro considera que a transferência de tecnologia pode ser feita de três formas distintas: Forma Passiva: Nesta transferência, o receptor da tecnologia pesquisa a tecnologia adequada, através do contato com as pessoas que desenvolveram a tecnologia, ou examinando os resultados de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). Nesta forma, nenhum agente de transferência de tecnologia é envolvido. Forma Semi-ativa: Neste mecanismo, entra em cena o agente de transferência tecnológica. Este tem como função auxiliar o receptor da tecnologia a identificar a melhor tecnologia disponível. Forma Ativa: Esta é a mais cara e mais efetiva forma de transferência de tecnologia. Neste mecanismo, uma pessoa, ou um pequeno grupo, possui a responsabilidade de verificar as possibilidades de utilização de uma determinada tecnologia e se ela é apta a atender as necessidades do mercado. Existe uma interação muito grande entre o setor de P&D, o mercado e as políticas regulatórias. Para uma Transferência de Tecnológica Efetiva deve levar em conta algumas dimensões externas ao processo em si. Estas dimensões são: Novos Sistemas de Gerenciamento: A existência de novos sistemas de gerenciamento - Gestão pela Qualidade Total, Planejamento Estratégico, Técnicas Just- in-time, etc. - faz com que a organização tenha conhecimento das suas necessidades de mercado e tecnológicas. Além disso, ela estará preparada para gerenciar a nova tecnologia adquirida. Pesquisa de Mercado: A pesquisa de mercado é útil na compreensão do potencial da tecnologia que se pretende adquirir e na verificação de sua viabilidade comercial. que se pretende adquirir e na verificação de sua viabilidade comercial. Intensificação das Habilidades: A empresa receptora da tecnologia deverá ter um processo sistemático de treinamento e atualização das pessoas envolvidas com esta tecnologia. O aprendizado é uma habilidade fundamental para que a transferência tecnológica ocorra de forma efetiva. Organização do Trabalho: A escolha e a transferência da tecnologia estão intimamente ligadas à organização do trabalho no "chão de fábrica". Uma estrutura extremamente hierarquizada, onde os funcionários não possuem autonomia para solucionar os problemas e com uma rotatividade alta, provavelmente, terá dificuldade na implantação e implementação da tecnologia adquirida. Finanças: O gerenciamento das finanças é crítico, não só para o financiamento da nova tecnologia, mas também para investimentos na infraestrutura necessária. Cooperando entre firmas: O processo de transferência de tecnologia se torna mais efetiva com a cooperação entre as empresas no auxílio na difusão das novas tecnologias, através do compartilhamento das experiências na utilização destas. Referencias Bibliográficas JUNG, Carlos Fernando. Metodologia Cientifica: Invenção e inovação. 2009. Disponível em: <http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor/mod6.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2014. BARBOSA, Denis Borges. O contrato de Know-How. 2002. Disponível em: <http://denisbarbosa.addr.com/111.doc>. Acesso em: 11 ago. 2014. FLORES, Nilton Cesar da Silva. Contratos Internacionais de Transferência de Tecnologia: Know-How. 2006. 342 f. TCC (Graduação) - Curso de Direito, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis (sc), 2006. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/89479/230880.pdf?sequence=1 Acesso em: 11 ago. 2014. Universidade Federal de Juiz de Fora – Transferência de Tecnologia - <http://www.ufjf.br/critt/transferencia-de-tecnologia/>. Acessado em 16.08.14. NIT - Núcleo de Inovação Tecnológica da UNEMAT – Transferência de Tecnologia - <http://nit.unemat.br/index.php/servicos/transferenciatecnologia/17-institucional.html>. Acessado em 16.08.14. SCIELO – Journal of Technology management & Inovation - <http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0718-27242009000100011>. Acessado em 16.08.14. Núcleo de Inovação Tecnológica UFRPE - Transferência de Tecnologia - <http://www.inovatec.ufrpe.br/index.php/transferencia-de-tecnologia>. Acessado em 13.08.14. UNESP – Curso Básico em Propriedade Industrial, Nível Básico em Transferência de Tecnologia – <http://unesp.br/nit/mostra_arq_multi.php?arquivo=5520>. Acessado em 14.08.14. 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