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Direito Empresarial - Patente, Desenho industrial e outros

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS 
BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 
DISCIPLINA DIREITO EMPRESARIAL 
DOCENTE DANIEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO FINAL PARA CONCLUSÃO DE DISCIPLINA 
 Propriedade Intelectual, O know-how, Patente, Transferência de Tecnologia e outros. 
 
 
 
 
ADAM SINAGA 
ESTEFÂNIA RAMON 
JOABE RIBEIRO 
LEONARDO ALENCAR 
SAMUEL THARLY 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RONDONÓPOLIS, 
18 DE AGOSTO DE 2014. 
 
 
 
Propriedade Intelectual 
Propriedade Intelectual trata-se de bem imaterial, intangível, fruto da 
criatividade humana. O criador, no uso de sua capacidade intelectual, desenvolve novos 
produtos, processos ou serviços, bem como obras literárias e artísticas. 
Assim, a propriedade intelectual refere-se ao conhecimento que o criador detém 
de como produzir a sua criação. Para assegurar o direito de exploração de propriedade 
intelectual, primeiro deve-se proceder à proteção da mesma. O direito de propriedade 
intelectual propõe modalidades de proteção separadas em três categorias: Direito 
Autoral, Propriedade Industrial e Proteção Sui Generis. 
 
Direito Autoral 
Direito autoral diz respeito a um conjunto de prerrogativas que visam a proteção 
dos direitos do autor e daqueles ligados a ele. A criação de um autor é resguardada de 
forma que lhe sejam assegurados os direitos patrimoniais e morais sobre sua obra 
intelectual. A legislação dos direitos autorais assegura ao autor, por exemplo, a proteção 
de suas obras, o direito de obter os créditos por sua criação, de não ter suas obras 
alteradas sem autorização prévia e de ser remunerado por terceiros que queiram utilizar 
as obras produzidas. 
 
 
O que é permitido? 
 
De acordo com o disposto no artigo 28 da Lei do Direito Autoral, cabe ao autor 
o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou científica. E o 
artigo 29 dispõe que depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da 
obra, por quaisquer modalidades, dentre elas a reprodução parcial ou integral. Contudo, 
essa exclusividade é limitada pelas hipóteses expressamente indicadas no artigo 46 da 
mesma Lei. 
Fora dessas exceções legais, e da permissão da cópia para uso privado do 
copista, a reprodução, sem autorização do titular de direitos autorais ou de seu 
representante, constitui contrafação passível de punição nas esperas cível e criminal. 
 
 
 
Quais as punições para quem reproduz ilegalmente obra protegida? 
Em 1º de julho de 2003 entrou em vigor a Lei 10.693, que alterou os artigos 184 
e 186 do Código Penal e acrescentou parágrafos ao artigo 525 do Código de Processo 
Penal. Considerada como uma nova arma para o combate à pirataria, essa lei representa 
um grande avanço, na medida em que eleva a pena mínima para os crimes de violação 
de direito de autor com intuito de lucro, ainda que indireto, para 2 (dois) anos de 
reclusão. 
Com isso, o crime de violação de direito de autor, com finalidade de comércio, 
deixa de ser considerado crime de menor potencial ofensivo, demonstrando a seriedade 
com que passa a ser tratado pela legislação penal. 
Além da pena de reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa e da apreensão da 
totalidade dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos, existe também a 
possibilidade de apreensão dos equipamentos, suportes e materiais que possibilitaram a 
sua existência, desde que se destinem à prática do delito. 
Na esfera cível, o infrator estará sujeito ao pagamento de indenização que será 
calculada a partir do prejuízo causado aos ofendidos. Quando esta mensuração não for 
possível, porque não se conhece o número de exemplares contrafeitos, a Lei prevê que o 
ofensor indenize os ofendidos pagando-lhes o valor de 3.000 (três mil) exemplares por 
título reproduzido ilegalmente, além dos apreendidos. 
Apenas para ilustrar, se um livro de R$ 30,00 (trinta reais) foi reproduzido 
ilegalmente, além de o copista poder ser penalmente punido com a pena de reclusão de 
2 a 4 anos de prisão, ainda poderá ser condenado a pagar indenização que facilmente 
poderá superar R$ 90.000,00 (noventa mil reais). 
Programa de computador 
Os direitos morais que se aplicam aos programas de computador são o direito do 
autor de reivindicar a paternidade do programa e o direito de se opor a alterações não 
autorizadas, quando estas impliquem em deformação, mutilação ou que prejudiquem a 
sua honra ou reputação. Desta forma, se o titular não é o criador, é aconselhável obter 
do criador autorização para modificações futuras. 
Os direitos patrimoniais que se aplicam aos programas de computador são o 
direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor de sua obra, incorrendo em ilícito quem, por 
qualquer meio, no todo ou em parte, reproduz, vende, expõe à venda, importa, adquire, 
oculta ou tem em depósito para fins de comércio, original ou cópia de programa de 
computador produzido com violação de direito autoral, ou seja, sem a autorização 
expressa do autor ou de quem o represente. 
Marcas 
A marca é um sinal de fantasia identificador de produtos e de serviços. O 
Registro de uma marca é concedido pelo Estado e garante, em todo o território nacional, 
sua prioridade e uso exclusivo ao seu detentor, nos termos da lei vigente. Esta proteção, 
que se restringe ao segmento de mercado a que se dedica a empresa, abrange a marca 
tanto em sua forma gráfica como em sua forma gramatical. 
A penetração no mercado e a distinção dos produtos e serviços de outros 
semelhantes, através da marca, permite ao seu titular manter uma parcela estável de 
mercado e a fidelidade do consumidor. Estas vantagens são alcançadas por meio de uma 
relação estabelecida entre a marca e a qualidade do produto. Assim, uma simples 
expressão pode tornar-se ativo valioso para a empresa. 
Para obter o registro de uma marca é necessário apresentar o pedido 
(preferivelmente utilizando-se dos serviços de uma empresa especializada) ao INPI, que 
o julgará com base nas normas legais estabelecidas pela Lei da Propriedade Industrial nº 
9279/96 e nas resoluções administrativas. A marca para ser registrada deve ser lícita; 
deve estar disponível, não apresentando anterioridade ou colidência com registros já 
existentes; e deve ser distintiva, não constituindo expressão genérica, de uso comum, 
necessário ou vulgar. A marca também não deve ser descritiva. Assim, por definição 
legal marca é todo sinal distintivo visualmente perceptível, que visa proteger o 
consumidor na identificação e distinção de produtos e/ou serviços idênticos ou afins. 
- Direitos sobre a marca: 
1. Ceder seu registro ou pedido de registro; 
2. Licenciar seu uso; 
3. Zelar pela sua integridade material ou reputação. A proteção abrange o uso da 
marca em papéis, impressos, propaganda ou documentos relativos à atividade do 
titular. 
 
 
- Perda dos direitos 
 O registro da marca será extinto se: 
1. Expirar o prazo de vigência; 
2. Houver renúncia, que poderá ser total ou parcial em relação aos produtos ou 
serviços assinalados pela marca; 
3. Não tiver sido iniciado o uso da marca no Brasil, após 5 (cinco) anos da 
concessão. 
4. Não houver constituído e mantido procurador, domiciliado no Brasil, com 
poderes para representá-lo administrativa e judicialmente, inclusive para receber 
citações. 
 
 Propriedade Industrial 
O que vem a ser Propriedade Industrial? É o conjunto de direitos que 
compreende as patentes de invenção, os modelos de utilidade, os desenhos ou modelos 
industriais, as marcas de fábrica ou de comércio, as marcas de serviço, o nome 
comercial e as indicações de proveniênciaou denominações de origem, bem como a 
repressão da concorrência desleal. 
Conquanto a qualificação “industrial”, este ramo do Direito não se resume às 
criações industriais propriamente ditas, mas “entende-se na mais ampla acepção e 
aplica-se não só à indústria e ao comércio propriamente dito, mas também às indústrias 
agrícolas e extrativas e a todos os produtos manufaturados ou naturais, por exemplo: 
vinhos, cereais, tabaco em folha, frutas, animais, minérios, águas minerais, cervejas, 
flores, farinhas”. 
 
Desenho Industrial 
O Desenho Industrial nada mais é do que a proteção do design de um produto. 
Difere-se da patente porque não é mérito do desenho industrial o aspecto 
construtivo/funcional de um produto, mas, apenas o aspecto estético de suas linhas. Por 
definição legal, desenho industrial é a forma plástica ornamental de um objeto ou 
conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, 
proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que 
possa servir de tipo de fabricação industrial. 
O registro da forma de Desenho Industrial se mostra interessante e bastante 
favorável para produtos tais como calçados e embalagens, além do que, seu trâmite no 
INPI é mais rápido, o que aumenta o grau de proteção. 
 
Desenho Industrial (Preço vs Valor) 
Desenho industrial é considerado o objeto ou conjunto ornamental de linhas e 
cores que possa ser aplicado a um objeto que possa identificá-lo como novo pela sua 
configuração externa e possa servir para fabricação industrial. 
O registro de desenho industrial confere a propriedade do objeto ao autor. Para 
tanto o pedido do registro deve se referir a um único objeto entre outras condições 
estabelecidas pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Intelectual). 
Segundo o dicionário Michaelis, o significado de Preço vem do Latim (pretiu): 
Valor em dinheiro de uma mercadoria ou de um trabalho; custo. Para o Direito é a 
Prestação pecuniária determinada na compra e venda expressa em moeda ou valor 
fiduciário, paga pelo comprador ao vendedor. Ou ainda, aquilo que se dá, se sacrifica ou 
se obtém em troca de alguma coisa. 
Para o mesmo dicionário, o significado de Valor, do Latim (Valore): 
O preço atribuído a uma coisa; estimação valia; Ou a relação entre a coisa apreciável e a 
moeda corrente no país, em determinada época e em determinado lugar. Ou ainda a 
qualidade que tem o ato jurídico de produzir determinado efeito. 
O taxa para depósito do pedido de registro de Desenho Industrial custa R$ 235 para 
pessoa jurídica, mas no caso de pessoa física, microempresas e universidades cai para 
R$ 95. O processo para pedido de registro do Desenho Industrial também possui outras 
taxas. Na imagem a seguir há alguns exemplos de taxas. 
 
A Lei Nº 9.279, de 14 de maio de 1996 regula direitos e obrigações relativos à 
propriedade industrial. Para os serviços previstos nesta Lei é cobrada a retribuição, cujo 
valor e processo de recolhimento são estabelecidos por ato do titular do órgão da 
administração pública federal a que estiverem vinculados ao INPI. 
Bens Não-Registráveis 
 
Segundo o artigo 18 da Lei 9279 que Regulam direitos e obrigações relativos à 
propriedade industrial, não são patenteáveis: 
 
I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à 
saúde públicas; 
 
II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer 
espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os 
respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de 
transformação do núcleo atômico; 
 
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microrganismos transgênicos 
que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade 
inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera 
descoberta. 
 
 Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microrganismos transgênicos são 
organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, 
mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica 
normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais. 
 
Invenção x Inovação 
Ao falarmos de Propriedade intelectual, devemos dar atenção dois conceitos 
importantíssimos: o de invenção e o de inovação. Mesmo que pareça, essas duas 
concepções não estão ligadas obrigatoriamente, a verdade é que esses dois conceitos 
podem andar separadamente e terem resultados totalmente diferentes. 
Uma invenção é algo totalmente novo, que tem como atributo ser algo de 
benefício coletivo. Uma invenção que leva à conquista de determinado objetivo. Como 
exemplo, a invenção do telefone, que tinha como objetivo a comunicação por voz à 
longa distância. 
O INPI reconhece como invenção o resultado de atividade inventiva que: 
 Esteja revestida do requisito de novidade; 
 Para um técnico especializado no assunto, não seja uma decorrência evidente do 
estado da técnica; 
 Não seja uma concepção puramente teórica; 
 Seja suscetível de utilização industrial. (INPI, 2009) 
Contudo, uma invenção por si só pode não representar nada, se não acompanhada de 
uma perspectiva visionaria, que faça determinada invenção ser explorada de uma forma 
útil em seu tempo e que tenha uma demanda real. 
A inovação busca aumentar a eficiência e eficácia de determinado produto, serviço 
ou processo. Ou seja, a inovação não precisa ser algo totalmente desconhecido, mas sim 
algo transformado para que a melhoria ocorra ao longo do tempo. Como exemplo, 
temos os Smartphones de hoje, que estenderam extraordinariamente as funcionalidades 
de um telefone comum. 
“Invenção envolve a concepção de uma ideia, enquanto que inovação é o uso, de 
onde a ideia ou invenção é direcionada para a economia” (ROMAN e FUETT 
JÚNIOR, 1983). 
Para registrar uma invenção ou inovação pelo INPI, as mesmas devem se 
enquadrar nas seguintes naturezas ou modalidades: 
Privilégio de Invenção (PI) - a invenção deve atender aos requisitos de atividade 
inventiva, novidade, e aplicação industrial (INPI, 2009). 
Modelo de Utilidade (MU) - nova forma ou disposição envolvendo ato inventivo que 
resulte em melhoria funcional do objeto. Existe também o Certificado de Adição de 
Invenção, para proteger um aperfeiçoamento que se tenha elaborado em matéria para a 
qual já se tenha um pedido ou mesmo a Patente de Invenção (INPI, 2009) 
Registro de Desenho Industrial - se a criação industrializável for relacionada com a 
forma plástica ornamental de um objeto ou conjunto de linhas e cores, que possa ser 
aplicada a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua 
configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação, pode-se requerer um 
Registro de Desenho Industrial, pois nesse caso ela não poderá ser considerada uma 
patente (INPI, 2009). 
 
O know-how 
Conceitua-se o termo “Know-how” por um conjunto de conhecimentos práticos 
adquiridos por uma empresa ou um profissional, que traz para si vantagens 
competitivas. O termo tem origem americana e significa “Saber como” (Tradução literal 
do Inglês). Os conhecimentos adquiridos pelo detentor do know-how podem ser de 
vários tipos: 
 Informações tecnológicas; 
 Técnicas; 
 Procedimentos; 
 Outros. 
Em um ponto de vista de mercado, possui know-how a organização ou pessoa 
que consegue dominar o mercado por apresentar conhecimento especializado sobre 
algum produto ou serviço. Está diretamente relacionado com inovação, habilidade e 
eficiência na execução de determinado serviço. Quando esse conhecimento traz uma 
vantagem competitiva para o detentor do mesmo, pode-se proteger este conhecimentopor meios jurídicos, assim como transferir, franquear entre outras práticas comuns. 
Um exemplo de comum de know-how são os conhecimentos detidos por uma 
empresa no contexto de franquia. O dono da franquia detém determinados 
conhecimentos práticos (know-how) relacionados com a venda dos produtos ou 
prestação de serviços ao cliente final que serão transmitidos ao franqueado, este paga os 
Royaltys de uso ao dono da franquia. 
O know-how se diferencia das invenções patenteadas, um dos motivos é o fato 
de que muitas vezes é adquirido através de um esforço contínuo de muitos anos. Existe 
também o fato do detentor muitas vezes preferir manter o know-how em segredo. No 
que tange a tecnologia o conceito de know-how abrange a situação da transferência de 
um grupo de conhecimentos que são essenciais para fabricar um certo produto ou para 
gerir um determinado negócio e pode estar relacionado com máquinas, sistemas 
informáticos, documentação técnica (cálculos, desenhos, fórmulas), instruções de 
fabricação, etc. 
A transferência citada a acima é aquela que ocorre a nível nacional como 
também a nível internacional para o qual é necessário contar com as habilidades e 
técnicas requeridas. Também pode estar relacionada com a correta utilização e 
organização de patentes, códigos e permissões relacionadas com a compra e venda de 
material tecnológico de acordo com as disposições dos países e dos organismos 
internacionais. O know-how neste sentido se utiliza para proteger o material e a 
propriedade privada de indivíduos ou instituições na hora de vender e comercializar 
produtos tecnológicos. 
Geralmente, a concessão de uso desse tipo de conhecimentos é celebrada em um 
contrato de Know-How. Este por sua vez pode assumir várias formas. Normalmente é 
um instrumento para transferir os meios de explorar uma oportunidade comercial e pode 
ser limitado em tempo, extensão e espaço. 
 
O que é uma Patente? 
Patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de 
utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou 
jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Em contrapartida, o inventor se obriga a 
revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela patente. 
 
 
 
Características Fundamentais das Patentes 
 Propriedade limitada temporalmente. 
Diferentemente de outros sistemas de propriedade, a validade limitada a um 
determinado período de tempo, permite que após o transcurso desse período a 
patente caia em domínio público. 
 Interesse público na divulgação da informação contida no pedido de 
patente. 
O interesse público fica preservado na divulgação da informação, permitindo à 
sociedade o livre acesso ao conhecimento da matéria objeto da patente. 
 
Território de Validade de uma Patente 
A patente é válida apenas nos países onde foi requerida e concedida a sua proteção. 
 
Patente de Invenção (PI) 
Produtos ou processos que atendam aos requisitos de atividade inventiva, novidade 
e aplicação industrial. Sua validade é de 20 anos a partir da data do depósito. 
• Certificado de Adição de Invenção 
O certificado de adição de invenção, um acessório da patente de invenção, protege 
um aperfeiçoamento ou desenvolvimento introduzido no objeto da invenção 
pleiteado em um pedido de patente (ou patente concedida, se for o caso), cuja 
matéria se inclua no mesmo conceito inventivo. 
 
Modelo de Utilidade (MU) 
Objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que 
apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria 
funcional no seu uso ou em sua fabricação. Sua validade é de 15 anos a partir da data do 
depósito. 
 
Comparação entre Patente de Invenção e Patente de Modelo de 
Utilidade e Registro de Desenho Industrial 
As patentes de invenção (PI) visam à proteção das criações de caráter técnico, 
para solucionar problemas em uma área tecnológica específica. As patentes de modelo 
de utilidade (MU) referem-se à proteção das criações de caráter técnico funcional, 
relacionadas à forma ou disposição introduzida em objeto de uso prático, ou parte deste, 
conferindo ao objeto melhoria funcional no seu uso ou na sua fabricação. 
O registro de desenho industrial (DI) visa à proteção das criações de caráter 
estético relacionadas à forma plástica ornamental de um objeto ou de um conjunto 
ornamental de linhas e cores aplicado em um produto, de modo a proporcionar resultado 
visual novo e original na sua configuração externa e que tenha utilização industrial. 
 
Requisitos de Patenteabilidade 
Uma invenção é patenteável quando atende simultaneamente aos três requisitos 
básicos: novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. 
 Novidade 
A invenção e o modelo de utilidade são considerados novos quando não 
compreendidos pelo estado da técnica, isto é, quando não são antecipados de forma 
integral por um único documento compreendido no estado da técnica. 
 
 Atividade Inventiva e Ato Inventivo 
As invenções e os modelos de utilidade são considerados patenteáveis quando 
atendem também aos requisitos de atividade inventiva e ato inventivo, 
respectivamente. 
 
 Aplicação Industrial 
Uma invenção e um modelo de utilidade são considerados suscetíveis de 
aplicação industrial quando puderem ser produzidos ou utilizados em qualquer tipo 
de indústria, aplicando-se também às indústrias agrícolas e extrativas. 
 
Transferência de Tecnologia 
É o intercâmbio de conhecimento e habilidades tecnológicas entre instituições de 
ensino superior e/ou centros de pesquisa e empresas. Essa transferência se dá na forma 
de contratos de pesquisa e desenvolvimento, serviços de consultoria, formação 
profissional, inicial e continuada, comercialização de patentes, marcas e processos 
industriais, publicação na mídia científica, apresentação em congressos, migração de 
especialistas, programas de assistência técnica, inteligência industrial e atuação de 
empresas multinacionais. 
Conceito segundo o INPI 
O INPI define transferência de tecnologia como uma negociação econômica e 
comercial que deve atender a determinados preceitos legais e promover o progresso da 
empresa receptora e o desenvolvimento econômico do país. 
Com foco em tecnologias geradas no âmbito acadêmico, a transferência de 
tecnologia trata-se de “um processo que consiste de várias etapas, que inclui a 
revelação da invenção, o patenteamento, o licenciamento, o uso comercial da 
tecnologia pelo licenciado e a percepção dos royalties pela universidade”. 
É na empresa que a inovação é convertida em ganhos financeiros, por isso é 
fundamental implementar ações para facilitar o acesso das empresas às tecnologias 
desenvolvidas nas universidades. 
A Transferência de Tecnologia pode ser feita por: 
 Contrato de Cessão ou Exploração de Patente: contratos para autorizar a 
exploração por terceiros do objeto de patente, regularmente depositada ou 
concedida no país e pedido de desenho industrial, identificando direito de 
propriedade industrial. 
 Contrato de Uso de Marca: contrato que se destina a autorizar o uso efetivo, 
por terceiros, de marca regularmente depositada ou registrada no país. 
 Franquia: envolve serviços, transferência de tecnologia e transmissão de 
padrões, além de uso de marca ou patente. 
 Contrato de Fornecimento de Tecnologia: contrato que estipula as condições 
para a aquisição de conhecimentos e de técnicas não amparados por direitos, 
incluindo conhecimentos e técnicas não amparados por propriedade industrial 
depositados ou concedidos no Brasil (Know How). 
 Serviços de Assistência Técnica e Científica: incluema obtenção de técnicas 
para elaborar projetos ou estudos e a prestação de alguns serviços 
especializados. 
Com a Transferência de tecnologia é possível negociar: 
 Patente de invenção e modelo de utilidade; 
 Registro de topografia de circuito integrado, desenho industrial, programa de 
computador, obra científica; 
 Certificado de cultivar; 
 Pedido de patente, de registro e de certificado; 
 Servidor público ou empregado pode receber percentual como participação no 
resultado. 
 
 
Do Processo de Transferência Tecnológica 
Para o National Technology Transfer Center (NTTC) (1999) existem três tipos 
principais de transferência tecnológica: 
Spin-off Technology - Neste tipo de transferência, a tecnologia é desenvolvida 
por uma organização federal e transferida ao setor privado, a outra agência federal ou a 
governos locais. Esta tecnologia é do tipo genérica. 
Spin-on Technology - Esta transferência se refere ás tecnologias viáveis 
comercialmente, desenvolvidas por organizações privadas, mas com potencial aplicação 
em organizações públicas. 
Dual-Use Technology (Dupla Utilização de Tecnologia) - Esta se refere ao coo 
desenvolvimento da tecnologia por uma organização pública e privada. Os custos são 
divididos entre as organizações, pois ambas serão beneficiadas pela nova tecnologia. 
Além dos tipos, este centro considera que a transferência de tecnologia pode ser 
feita de três formas distintas: 
Forma Passiva: Nesta transferência, o receptor da tecnologia pesquisa a 
tecnologia adequada, através do contato com as pessoas que desenvolveram a 
tecnologia, ou examinando os resultados de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). Nesta 
forma, nenhum agente de transferência de tecnologia é envolvido. 
Forma Semi-ativa: Neste mecanismo, entra em cena o agente de transferência 
tecnológica. Este tem como função auxiliar o receptor da tecnologia a identificar a 
melhor tecnologia disponível. 
Forma Ativa: Esta é a mais cara e mais efetiva forma de transferência de 
tecnologia. Neste mecanismo, uma pessoa, ou um pequeno grupo, possui a 
responsabilidade de verificar as possibilidades de utilização de uma determinada 
tecnologia e se ela é apta a atender as necessidades do mercado. Existe uma interação 
muito grande entre o setor de P&D, o mercado e as políticas regulatórias. 
Para uma Transferência de Tecnológica Efetiva deve levar em conta algumas 
dimensões externas ao processo em si. Estas dimensões são: 
Novos Sistemas de Gerenciamento: A existência de novos sistemas de 
gerenciamento - Gestão pela Qualidade Total, Planejamento Estratégico, Técnicas Just-
in-time, etc. - faz com que a organização tenha conhecimento das suas necessidades de 
mercado e tecnológicas. Além disso, ela estará preparada para gerenciar a nova 
tecnologia adquirida. 
Pesquisa de Mercado: A pesquisa de mercado é útil na compreensão do 
potencial da tecnologia que se pretende adquirir e na verificação de sua viabilidade 
comercial. que se pretende adquirir e na verificação de sua viabilidade comercial. 
Intensificação das Habilidades: A empresa receptora da tecnologia deverá ter 
um processo sistemático de treinamento e atualização das pessoas envolvidas com esta 
tecnologia. O aprendizado é uma habilidade fundamental para que a transferência 
tecnológica ocorra de forma efetiva. 
Organização do Trabalho: A escolha e a transferência da tecnologia estão 
intimamente ligadas à organização do trabalho no "chão de fábrica". Uma estrutura 
extremamente hierarquizada, onde os funcionários não possuem autonomia para 
solucionar os problemas e com uma rotatividade alta, provavelmente, terá dificuldade 
na implantação e implementação da tecnologia adquirida. 
Finanças: O gerenciamento das finanças é crítico, não só para o financiamento 
da nova tecnologia, mas também para investimentos na infraestrutura necessária. 
Cooperando entre firmas: O processo de transferência de tecnologia se torna 
mais efetiva com a cooperação entre as empresas no auxílio na difusão das novas 
tecnologias, através do compartilhamento das experiências na utilização destas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referencias Bibliográficas 
 
JUNG, Carlos Fernando. Metodologia Cientifica: Invenção e inovação. 2009. Disponível em: 
<http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor/mod6.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2014. 
BARBOSA, Denis Borges. O contrato de Know-How. 2002. Disponível em: 
<http://denisbarbosa.addr.com/111.doc>. Acesso em: 11 ago. 2014. 
FLORES, Nilton Cesar da Silva. Contratos Internacionais de Transferência de Tecnologia: 
Know-How. 2006. 342 f. TCC (Graduação) - Curso de Direito, Universidade Federal de Santa 
Catarina, Florianópolis (sc), 2006. Disponível em: 
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/89479/230880.pdf?sequence=1 Acesso 
em: 11 ago. 2014. 
Universidade Federal de Juiz de Fora – Transferência de Tecnologia - 
<http://www.ufjf.br/critt/transferencia-de-tecnologia/>. Acessado em 16.08.14. 
NIT - Núcleo de Inovação Tecnológica da UNEMAT – Transferência de Tecnologia - 
<http://nit.unemat.br/index.php/servicos/transferenciatecnologia/17-institucional.html>. 
Acessado em 16.08.14. 
SCIELO – Journal of Technology management & Inovation - 
<http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0718-27242009000100011>. 
Acessado em 16.08.14. 
Núcleo de Inovação Tecnológica UFRPE - Transferência de Tecnologia - 
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