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Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Minas – DECIV Superestrutura de Ferrovias – CIV 259 PROJETO GEOMÉTRICO FERROVIÁRIO Projeto geométrico O projeto geométrico adequado da via férrea permite que ela direcione o tráfego ferroviário nas seguintes condições ideias: • Operação segura e confortável para passageiros e cargas • Opção de operações próxima de velocidade máxima autorizada • Operação com alta carga por eixo • Procedimento de manutenção preventivo que evite acidentes • Menor necessidade de serviços de manutenção • Boa aparência estética Projeto geométrico CLASSES DE DEFINIÇÕES DA VELOCIDADE DIRETRIZ Tráfego típico Recomendado (km/h) Mínimo (km/h) Trens de carga 100 80 Trens de passageiros Urbanos 120 100 Interurbanos, com distância de até 100 km 170 140 Interurbano, com distância entre 100 e 250 km 240 200 Interurbano, com distância superior a 250 km ≥ 300 240 Projeto geométrico Velocidade Definir a velocidade diretriz da ferrovia ou velocidade de projeto, que é a velocidade máxima que um trem tipo pode trafegar em condições normais de segurança. A definição dessa velocidade é realizada com base no volume de tráfego previsto, orçamento disponível e tipo de ferrovia a ser implantada (passageiros ou cargas, transporte urbano ou interurbano) Projeto geométrico Veículo de projeto • Constituído pelo veículo padrão que utiliza a via – Frota padrão: apenas um tipo de veículo que opera – Frota mista: composta de diferentes tipos de veículos, como locomotivas, vagões, carros de passageiros Projeto geométrico Veículo de projeto • Deve ser constituído pelo veículo que mais solicita a via em termos de: – Tamanho e tipos de veículos – Pesos dos veículos e do trem tipo – Geometria de carregamento, disposição e número de eixos me cada truque – Tipo de sistema de tração e potência de tração da unidade motriz – Capacidade de frenagem dos veículos individuais e do trem tipo – Capacidade de transporte do veículo de projeto e do trem tipo – Distribuição dos diferentes tipos de veículos e sua participação no transporte Projeto geométrico Variáveis a ser consideradas • Contato metal-metal A interação veículo-via se dá pelo contato direto das rodas metálicas do trem com os trilhos, que também são metálicos. Isto provoca um desgaste considerável dessas partes devido a grande magnitude da carga que solicita as rodas. Apesar da pequena resistência ao desgaste, esta alta solicitação faz com que este tipo de interação veículo-via seja o mais adequado. Projeto geométrico Variáveis a ser consideradas • Eixos guiados Diferentemente dos outros meios de transportes, o sistema ferroviário não possui mobilidade quanto à direção do veículo. Seu trajeto é guiado pelos trilhos. • Bitola A distância entre os trilhos é uma característica da via e é denominada bitola. Uma via, entretanto, pode ter mais de um tipo de bitola, permitindo que seja utilizada por mais de um tipo de trem. Projeto geométrico Material rodante • Roda solidária ao eixo Devido à robustez do trem, as rodas são solidárias ao eixo, não permitindo movimento relativo. Como consequência, pode ocorrer o escorregamento entre as rodas e os trilhos quando o trem descreve uma trajetória curvilínea. Além disso, os eixos são montados paralelamente numa estrutura denominada truque. Projeto Final de Engenharia Ferroviária Projeto geométrico Material rodante • Frisos nas rodas Os frisos nas rodas mantêm o trem sobre os trilhos, evitando um deslocamento lateral que provoque descarrilamento. • Conicidade das rodas Centraliza o veículo nos trilhos uma vez que, quando o mesmo se desloca mais para o lado de um trilho, a geometria cônica o faz escorregar pela gravidade de volta para o centro. Projeto geométrico Material rodante Projeto geométrico Geometria da via • Concordância em planta com curva de transição • Superelevação e velocidade limite nas curvas • Raio mínimo • Superlargura • Concordância vertical Projeto geométrico 14 PROJETO GEOMÉTRICO ELEMENTOS FÍSICOS OPERAÇÃO FRENAGEM ACELERAÇÃO SEGURANÇA CONFORTO Projeto de uma ferrovia • Projeto geométrico • Projeto de terraplenagem • Dimensionamento do lastro • Obras de arte • Drenagem • Desapropriação • Interseções • Sinalização • Impacto ambiental etc. 15 TRAÇADO DA FERROVIA Escolha do traçado 16 A B Prioridades de ligação em função de dados socioeconômicos Demanda de tráfego Escolha do traçado • Geologia / geotecnia – Estabilização de cortes e aterros em terrenos desfavoráveis (rochas, solos moles, etc.) • Topografia – Função dos movimentos de terra – Harmonia com a topografia do local 17 Tipo de região (relevo) • Plano – Topografia suave, permitindo pequenos movimentos de terra. • Ondulado – Terreno com ondulações não muito acentuadas, necessitando movimentos de terra de média proporção. • Montanhoso – Topografia com mudanças significativas nas elevações do terreno, necessitando grandes movimentos de terra. 18 Tipo de região (relevo) 19 DIFERENÇA DE NÍVEL im (m/km) RELEVO < 10 plano 10 a 35 ondulado > 35 montanhoso D hhhh i nm ...321 Exemplo Escolha do traçado • Hidrologia – Regime pluviométrico, corpos hídricos superficiais, etc. – Drenagem, obras de arte, etc. • Desapropriação – Benfeitorias na faixa de implantação • Benefício social • Impacto ao meio ambiente 21 Escolha do traçado 22 BOM TRAÇADO X CUSTO MÍNIMO Etapas para o anteprojeto • Reconhecimento da região – Possíveis locais de passagem – Levantamento de obstáculos topográficos, geológicos, hidrológicos • Coleta de dados – Mapas, cartas, fotos aéreas, topografia, dados socioeconômicos, de tráfego, estudos anteriores, etc. • Escala 1:10.000 23 24 25 Etapas para o anteprojeto • Levantamento de alternativas possíveis – Traçado da ferrovia: representa espacialmente (planta e perfil) – Diretriz do traçado: ampla faixa de terreno ao longo e ao largo da qual presume-se que possa ser lançado o traçado da rodovia 26 Etapas para o anteprojeto • Determinação de pontos de passagem obrigatórios – De condição: obrigatoriamente atingidos (ou evitados), por razões sociais, econômicas ou estratégicas • Cidades, vilas, povoados, áreas de reserva, instalações industriais, militares, etc. – De passagem: a obrigatoriedade de serem atingidos (ou evitados) é devida a razões técnicas • Condições topográficas, geotécnicas, hidrológicas • Rios, acidentes geográficos, etc. 27 28 29 30 31 Etapas para o anteprojeto • Levantamento de quantitativos e custos preliminares das alternativas • Avaliação dos traçados • Elaboração de plantas e perfis – Comparação e escolha do traçado mais conveniente 32 Desenvolvimento de traçados • Melhor solução para a ligação entre dois pontos é seguir a diretriz geral – Obstáculos, pontos de interesse? Força o desvio da estrada de seu traçado “ideal” 33 Desenvolvimento de traçados • Declividade muito íngreme – Desenvolver o traçado 34 Desenvolvimento de traçados • Traçado acompanha as curvas de nível – Há redução do volume escavado:plataforma cruzará menos com as curvas de nível 35 Desenvolvimento de traçados • Traçado cruza um espigão – Procurar pelos pontos mais baixos (gargantas) – Rampas com declividades menores – menor movimentação de terra 36 Desenvolvimento de traçados • Traçado de espigão e traçado de vale 37 Desenvolvimento de traçados • Necessidade de túnel – Se H/L < i: não é necessário desenvolver o traçado, nem cortar ou aterrar – Se H/L > i: • (H–2.h)/L < i: aterrando em B e cortando em A não será necessário desenvolver o traçado • (H–2.h)/L > i: é necessário passar em túnel ou desenvolver o traçado 38 Recomendações para projeto • Políticas para concordâncias horizontais 39 Projeto geométrico • Projeto horizontal – Retas e tangentes (sempre as mais longas possíveis) – Curvas circulares • simples • composta • reversa – Curva de transição 40 Projeto geométrico • Curva circular simples 41 Raio mínimo 300 m Projeto geométrico • Curva circular composta 42 Projeto geométrico • Curva circular reversa 43 Tangente mínima comprimento do veículo de projeto ou 50 m Tangente recomendada 450 m Projeto geométrico • Curva circular reversa 44 Tangente mínima comprimento do veículo de projeto ou 50 m Tangente recomendada 450 m Projeto geométrico • Curva de transição 45 Projeto geométrico • Superelevação 46 Projeto geométrico • Superelevação 47 Bitola hmáx Métrica Normal Larga (mm) 100 150 160 Projeto geométrico • Superelevação 48 Projeto geométrico • Superlargura 49 Projeto geométrico • Concordância vertical 50 Rampa mínima 0,25 - 0,5% (drenagem) Rampa máxima 2,5% Projeto geométrico • Concordância vertical 51 Velocidade (km/h) RV - Normal RV - Excepcional Inferior a 100 5.000 2.500 Entre 100 e 140 10.000 5.000 Entre 140 e 200 20.000 10.000 Representação gráfica do projeto • Planta – Projeção da estrada sobre um plano horizontal • Perfil longitudinal – Interseção da estrada com a superfície vertical que contém o eixo da estrada • Seções transversais – Cortes da estrada feitos por planos verticais, perpendiculares ao eixo da estrada 52 Representação gráfica do projeto O traçado de uma estrada 53 Representação gráfica do projeto 54
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