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Caso Concreto 2 – Penal IV Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os Crimes contra a Administração Pública, responda às questões formuladas: a) Diferencie as condutas de desacato, resistência e desobediência. Responda de forma objetiva e fundamentada. Resp.: O crime de resistência configura-se quando alguém se opõe à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio (art. 329, CP). Destaque-se que, para haver o crime, é necessário tratar-se de “execução de ato legal”. Logo, sendo o ato ilegal, não há que se falar em crime de resistência. O crime de desobediência ocorre quando a pessoa desobedece uma ordem legal de funcionário público (art. 330, CP). Citado na literatura, o tipo de desobediência é um tipo aberto e transfere para as mãos da autoridade administrativa a tarefa de determinar seu conteúdo, para incômodo do princípio da legalidade (nulun crimen, nulla poena sine lege – Anselm Feuerbach) O crime de desacato consiste no fato de o agente "desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela" (art. 331, CP). São dois os elementos que integram o delito: (1) a conduta de desacatar funcionário público; (2) no exercício da função ou em razão dela. b) Qual a correta capitulação da conduta de Flaviano Bom de Tinta? Responda de forma objetiva e fundamentada. Resp.: Incorreu no crime de resistência, conforme definido no art. 329 do CP. No caso analisado configurou-se o crime pelo ato de violência, a partir da conduta de proferir chutes na canela do guarda para empreender sua fuga, não sendo assim alcançado. Artigo 329 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio. Segundo Nucci: “Núcleo do tipo - opor-se significa colocar obstáculo ou dar combate. O objeto ê a execução de ato legal”. Código Penal Comentado, Nucci, Guilherme de Souza. Aparentemente, não falta clareza para este dispositivo legal: mas vejamos o que seria uma real resistência? Apenas o fato de se agarrar a um portão não querendo ser levado preso? Ou, não dar as mãos para não ser algemado? Como não enredar para o abuso de autoridade? Em hipótese alguma, pode-se deixar tal artigo sem uma ótica certa para que não se cometa neste liame excessos. Para Luiz Regis Prado: “consuma-se o delito com a prática da violência ou ameaça. A tentativa é admitida”. Extrai-se deste comentário que tentar não ser preso, sem o uso da “violência” ou “ameaça”, não constitui Resistência a prisão, pelo contrário, sem a instrumentalização destes atos incabíveis em qualquer situação, não há de se falar de resistência. Completa o Professor Prado, trazendo sucinta moldura: “É admissível a resistência quando o ato emanado da autoridade pública é manifestamente ilegal, sendo que, em caso de dúvida, privilegia-se o princípio da autoridade”. Na jurisprudência encontra-se no TJRS – AC 70011527678 - 4ª C. Crim. – Rel. Gaspar Marques Batista – j. 02.06.2005, para apreciação. Temos ainda pelo Superior Tribunal de Justiça STJ - HABEAS CORPUS: HC 275064 SP 2013/0257789-0 Ementa: PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 157, § 2.º, I E II, C.C. ART. 29, CAPUT, E ART. 329 C.C. ART. 29, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL. (1) WRIT SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. VIA INADEQUADA. (2) PENA-BASE. ACRÉSCIMO. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. CRIME DE ROUBO. ARGUMENTOS INADEQUADOS. FLAGRANTE ILEGALIDADE. CRIME DE RESISTÊNCIA. INCREMENTO JUSTIFICADO. (3) MAJORANTES. QUANTUM DE ACRÉSCIMO. SÚMULA Nº 443 DESTA CORTE. ILEGALIDADE MANIFESTA. (4) NÃO CONHECIMENTO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. Questão objetiva. Em relação aos crimes praticados por particulares e funcionários públicos contra a Administração Pública, analise as assertivas e assinale a alternativa correta: I – Pode-se afirmar que o crime de prevaricação tipifica-se por retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. II – O descumprimento, por autoridade administrativa, de sentença proferida em Mandado de Segurança, pode configurar, em tese, o crime de prevaricação. III – Para configuração do crime de corrupção passiva, na modalidade solicitar vantagem indevida, é necessário que a solicitação do funcionário seja correspondida pelo particular. IV – Se o funcionário deixa de praticar ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem, comete o delito de condescendência criminosa. V – No crime de concussão, como o particular é ameaçado, caso ceda à exigência do funcionário, não incorre em corrupção ativa. a) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras. b) Apenas as assertivas I, II e V são verdadeiras. c) Apenas as assertivas II, IV e V são verdadeiras. d) Apenas as assertivas II, III e IV são verdadeiras. e) Apenas as alternativas II, III e V são verdadeiras. Resp.: B
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