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Aula Cinética enzimática Estudo da velocidade da reação enzimática e como ela se altera em função de diferentes parâmetros Disciplina Biorreatores Profa. Annamaria Dória Catálise enzimática • Para que a vida seja possível, é necessário que as reações químicas que a sustentam se deem a uma determinada velocidade. • Muitas das reações bioquímicas não se realizariam a uma velocidade relativamente elevada se não fossem catalisadas. • Em sistemas vivos, a catálise de reações químicas é feita por enzimas. • A maioria das enzimas são proteínas, entretanto, certas moléculas de RNA também apresentam atividade catalítica. Um pequeno grupo de enzimas, as ribozimas, têm uma natureza não-proteica. As ribozimas são moléculas de RNA que possuem capacidade catalítica. ENZIMAS • São proteínas, catalisadores biológicos (aumentam a velocidade de uma determinada reação química). • Possuem extraordinária especificidade e poder catalítico, que são muito superiores aos catalisadores produzidos pelo homem. • Especificidade - ex: uma enzima como a lactase, que opera sobre a lactose, não agirá sobre a sacarose; A lipase ataca as gorduras, degradando-as em ácidos graxos e glicerol. ENZIMAS Por serem catalisadores eficientes, são aproveitadas para aplicações industriais, como na indústria farmacêutica ou na alimentar: Nomenclatura Deve identificar o substrato envolvidos na reação catalisada mais o sufixo ase: substrato + ase urease catalisa a hidrólise da uréia em amônia e CO2, arginase catalisa a hidrólise da arginina em ornitina e uréia, fosfatase catalisa a hidrólise de ésteres de fosfato. Enzyme Committee (EC) • Cada classe divide-se, por sua vez, em subclasses, também numeradas. • As subclasses definem em que tipo de grupo as enzimas atuam. Por exemplo, um determinado grupo de enzimas pode pertencer à subclasse EC 2.1, que engloba "enzimas que transferem grupos contendo um carbono". • As subclasses dividem-se ainda em sub-subclasses; continuando com o mesmo exemplo, existe a classe EC 2.1.1, que engloba as metiltransferases, ou seja, enzimas que transferem um grupo metilo. • Finalmente, cada enzima recebe um quarto dígito específico à reação que catalisa; por exemplo, a enzima histamina N-metiltransferase tem o número EC 2.1.1.8 e catalisa especificamente a transferência de um grupo metilo para a histamina Nomenclatura PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CINÉTICAS DAS ENZIMAS • Potência Catalítica Aumento da velocidade de reação sem recorrer a aumentos de temperatura • Especificidade Interação da enzima com um número limitado de compostos devido à: configuração complexa da proteína localização do sítio ativo configuração estrutural do substrato • Controle da Potência Catalítica Para atingir a máxima eficiência e economia, as células regulam suas reações metabólicas e a síntese de suas enzimas. Controladores: pH, concentração do substrato, concentração de inibidores, cofatores, enzimas. Catálise enzimática • As enzimas são catalisadores biológicos, são proteínas que, atuando como catalisadores na maioria das reações bioquímicas, baixam a energia de ativação necessária para que se dê uma reação química. Catálise enzimática • baixam a energia de ativação necessária para que se dê uma reação química • As enzimas não são consumidas durante o curso da reação; • não afetam o equilíbrio da reação química; • Fornecem uma rota alternativa para a reação ocorrer e, desse modo, requerem uma energia de ativação mais baixa. Velocidade de uma reação enzimática Reação não catalisada complexo de colisão 1 A B A reagentes + B estado de transição complexo de colisão 2 C D + C D produtos Reação catalisada por uma enzima 2) complexo E - A X Y Z A X Y Z sítio ativo 1) enzima livre E A B X Y Z B A 3) complexo E - A - B X Y Z B A 3) complexo E - A - B X Y Z 4) estado de transição E* 5) complexo E - C - D X Y Z C D Reação catalisada por uma enzima continuação Reação catalisada por uma enzima X Y Z C D 5) complexo E - C - D C X Y Z 6) complexo E - D X Y Z 1) enzima livre E D continuação PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CINÉTICAS DAS ENZIMAS • Potência Catalítica Aumento da velocidade de reação sem recorrer a aumentos de temperatura • Especificidade Interação da enzima com um número limitado de compostos devido à: configuração complexa da proteína localização do sítio ativo configuração estrutural do substrato • Controle da Potência Catalítica Para atingir a máxima eficiência e economia, as células regulam suas reações metabólicas e a síntese de suas enzimas. Controladores: pH, concentração do substrato, concentração de inibidores, cofatores, enzimas. Sítio ativo • Sítio ativo é o local da enzima que se liga aos substratos para transformar esses em produtos. • é uma cavidade com forma definida localizada na superfície da molécula da enzima. • Como qualquer catalisador, o sítio ativo retorna ao seu estado original após o desprendimento dos produtos. • O sítio ativo tem conformação tridimensional. • O substrato é ligado à enzima através de múltiplas forças fracas. • A especificidade da ligação depende do arranjo precisamente definido dos átomos do sítio ativo. substrato Resíduos não essenciais sobre a superfície da enzima Resíduos estabilizadores da estrutura terciária Centros catalíticos atuando no substrato: grupos catalíticos Especificidade - O Sítio Ativo das Enzimas Resíduos de reconhecimento e ligação do substrato Catálise enzimática • A estrutura do sítio ativo é específica à reação que a enzima catalisa. • Grupos do substrato interagem com grupos do sítio ativo da enzima por meio de interações intermoleculares. • Modelo chave-fechadura (assume que o substrato e o sítio ativo possuem estruturas tridimensionais complementares); Substrato + Enzima a b c Enzima a b c Centro ativo O sítio da enzima é sempre complementar ao substrato em tamanho, forma e natureza química. Catálise enzimática Modelo de ajuste induzido (no qual a ligação do substrato induz uma mudança no sítio ativo, somente após essa mudança, o substrato se ajusta perfeitamente ao sítio ativo). O sítio ativo tem a forma complementar ao substrato somente após a ligação. Modelo chave-fechadura e Modelo de ajuste induzido o substrato e o sítio ativo possuem estruturas tridimensionais complementares: a ligação do substrato induz uma mudança no sítio ativo, somente após essa mudança, o substrato se ajusta perfeitamente ao sítio ativo Cofatores Enzimáticos • Cofatores são componentes não proteicos que se associam à enzimas para ajudá-las a exercer seu papel catalítico. • O cofator pode ser um íon metálico ou uma molécula orgânica chamada coenzima (ex. ATP, biotina) Complexo cataliticamente ativo enzima - cofator : haloenzima . Espécie cataliticamente inativa: apoenzima . SubstratoS Complexo Enzima-substrato A C S Mecanismo para a catálise enzimática requerendo uma coenzima ou cofator Produtos + enzima livre + Apoenzima A Coenzima ou metal C Enzima A C + Fatores que alteram a velocidade de reações enzimáticas – Concentração do substrato – Concentração da enzima – Presença de inibidores – Temperatura – pH Inibição • Reações catalisadas por enzimas podem ser inibidas por moléculas que interferem na formação de produtos. • Muitas drogas utilizadas no tratamento de doenças funcionam através de inibição enzimática. • Por exemplo, uma estratégia importanteno tratamento da AIDS envolve a administração permanente de um inibidor de protease projetado especialmente para essa finalidade - Essa inibição impede que o vírus HIV se propague no organismo hospedeiro. Inibição Enzimática - Inibidor competitivo Enzima Substrato Inibidor competitivo Enzima Compete pelo sítio ativo Inibição Enzimática – Inibidor não-competitivo Enzima Substrato Inibidor não-competitivo Não compete pelo sítio ativo Efeito da temperatura Temperaturas muito elevadas provocam a perda da estrutura nativa, catalítica, alterando as ligações químicas mantêm a estrutura tridimensional da enzima (desnaturação). Efeito do pH pH ótimo -> enzima apresenta sua atividade máxima pH ótimo é frequentemente próximo ao pH neutro Velocidade da reação diminui à medida que o pH se afasta do pH ótimo • A concentração de substrato também é importante na velocidade das reações enzimáticas: A velocidade de uma reação enzimática depende da concentração desta enzima: • Este comportamento pode ser explicado em termos da formação do complexo ES. Concentração de substrato baixa → nem todas as moléculas de enzima estão combinadas com o substrato. Concentração de substrato alta → todas as moléculas de enzima estarão complexadas com o substrato (sítios ativos da enzima saturados). Modelo Michaelis-Menten (1913): 1k 2k 3k 4k PE ESSE Velocidade de uma reação enzimática Complexo enzima- substrato (ES) A enzima se complexa reversivelmente com o substrato para formar ES: A teoria de Michaelis-Menten é uma simplificação. A formação do complexo ES engloba um conjunto de intermediários: + E S ES + E P ES’ EP’ EP ES da teoria de M-M Conversão de substrato (S) em produto (P) em função do tempo A velocidade de reação diminui com o tempo, causas: • A reação inversa torna-se predominante conforme o produto se acumula (os produtos da reação podem inibir a enzima). • A enzima torna-se instável durante o curso da reação. 1k 2k 3k 4k PE ESSE
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