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Lingua Portuguesa Guia do Tutor 3Ano Vol2

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GUIA DO TUTOR
Volume 2
Língua Portuguesa
3ª série do Ensino Médio
Entre Jovens 3ª série do Ensino Médio: guia do tutor língua portuguesa.
– São Paulo: Instituto Unibanco/CAEd, 2013.
354 p.; Vol II
Coordenação do material
Juliana Irani do Amaral
Pesquisa e conteúdo
CAEd – Centro de Políticas Públicas e Avaliação 
da Educação
Consultoria responsável
CAEd – Centro de Políticas Públicas e Avaliação 
da Educação
Agradecimentos especiais
Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, 
Secretarias de Estado de Educação do Rio de Janeiro, 
São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais e escolas 
parceiras que contribuíram para a testagem e validação 
da Metodologia Entre Jovens.
Realização
Instituto Unibanco
Presidência
Pedro Moreira Salles
Vice-Presidência
Pedro Sampaio Malan
Conselho
Antonio Matias
Cláudio de Moura Castro
Cláudio Luiz da Silva Haddad
Marcos de Barros Lisboa
Ricardo Paes de Barros
Tomas Tomislav Antonin Zinner
Thomaz Souto Corrêa Netto
Wanda Engel
Diretoria Executiva
Fernando Marsella Chacon Ruiz
Gabriel Amado de Moura
Jânio Gomes
José Castro Araujo Rudge
Leila Cristiane B. B. de Melo
Luis Antônio Rodrigues
Marcelo Luis Orticelli
Superintendência Executiva
Ricardo Henriques
Gerência de Implementação de Projetos
Tiago Borba
Gerência de Desenvolvimento e Conteúdo
Marta Grosbaum
Gerência de Gestão do Conhecimento
Mirela de Carvalho
Gerência de Administração e Finanças
Fábio Santiago
Assessoria de Assuntos Estratégicos
Christina Fontainha
Assessoria de Comunicação
Marina Rosenfeld
Assessoria de Voluntariado
Fabiana Mussato
SUMÁRIO
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
OFICINA 1
O DISCURSO ARGUMENTATIVO: artigo de opinião, resenha e debate oral
OFICINA 2
O DISCURSO ARGUMENTATIVO: artigo de opinião, anúncio publicitário 
e debate oral
OFICINA 3
CONHECENDO A LITERATURA BRASILEIRA DO SÉCULO XVII: o Barroco e 
Gregório de Matos
OFICINA 4
CONHECENDO A LITERATURA BRASILEIRA DO SÉCULO XVIII: o poeta 
árcade Tomás Antônio Gonzaga
OFICINA 5
O RELATO E SUA REALIZAÇÃO EM GÊNEROS TEXTUAIS: a notícia
OFICINA 6
O RELATO E SUA REALIZAÇÃO EM GÊNEROS TEXTUAIS: a reportagem
OFICINA 7
CONHECENDO A LITERATURA BRASILEIRA DO SÉCULO XIX: Romantismo 
e Realismo
OFICINA 8
O BRASIL NA LITERATURA BRASILEIRA: a prosa de José de Alencar e 
Graciliano Ramos
OFICINA 9
O TEXTO PUBLICITÁRIO
OFICINA 10
USO DA LÍNGUA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
OFICINA 11
LITERATURA E PARTICIPAÇÃO
OFICINA 12
A LEITURA EM HIPERTEXTO
ANEXOS
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311
341
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Caro tutor,
O Guia 2 de Língua Portuguesa do “Entre Jovens” dá continuidade ao trabalho que vimos 
desenvolvendo com o Guia 1. Nossa tarefa central é a formação de leitores. Às leituras e 
atividades de leitura propostas, articula-se o trabalho de produção de texto e reflexão sobre a 
linguagem e sobre a literatura brasileira. 
Neste segundo volume retomamos, inicialmente, o estudo da argumentação, propondo a 
leitura de novos gêneros do argumentar. O trabalho com esses textos deve permitir aperfeiçoar 
a habilidade de ler e, ao mesmo tempo, desenvolver a habilidade de produzir argumentações, 
competências importantes para o estudante e para o cidadão. Além dos gêneros do 
argumentar, as oficinas propõem a leitura de outros gêneros, como a notícia, a reportagem e 
o hipertexto. 
Estamos propondo também um conjunto de oficinas para a leitura do texto literário. Partindo 
da leitura de autores representativos de períodos distintos da literatura brasileira, os alunos 
devem ser auxiliados a sistematizar e organizar seu conhecimento sobre nossa literatura. A 
respeito desse espaço para leitura e estudo de literatura, gostaríamos de salientar a importância 
de sua atuação como tutor, para que as atividades de leitura não se transformem em exercícios 
áridos, mas consigam promover o aprendizado e a experiência de fruição tão importante no 
contato com o texto literário. 
Para auxiliar seu trabalho como mediador nas oficinas de Língua Portuguesa, é importante que 
você atente para os objetivos das oficinas propostas e para as demais orientações presentes nas 
seções 2 e 3 do Guia, bem como nos comentários dirigidos ao tutor na seção 4. Há também 
no Guia 2, um anexo com artigos teóricos que você deve ler para fundamentar o trabalho com 
alguns dos gêneros propostos. 
Além dessas orientações, estamos disponibilizando material para consulta e estudo na 
Plataforma “Entre Jovens”. Ali, você encontrará textos teóricos, exercícios complementares, 
vídeos ilustrativos, discussões em fóruns, enfim, recursos importantes para sua atuação nas 
oficinas e para sua preparação profissional. 
Desejamos a você um bom trabalho.
OFICINA 1
artigo de opinião, resenha e debate oral
OFICINA 1
Terezinha Barroso
O DISCURSO
ARGUMENTATIVO:
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1. OBJETIVOS
 
1. Ler e compreender textos dos gêneros: resenha crítica de livro, artigo de 
opinião, debate oral. 
2. Reconhecer a estrutura composicional desses gêneros textuais.
3. Identificar tipos de argumentos e compreender a função discursiva de sua 
escolha na defesa de uma posição. 
4. Saber comparar posicionamentos diferentes frente a uma questão polêmica.
5. Reconhecer estratégias linguísticas e discursivas usadas pelo autor na 
composição de argumentos e contra-argumentos. 
2. TEXTOS PROPOSTOS PARA LEITURA
Para o estudo sobre o tema proposto para a Oficina - O discurso argumentativo e sua realização 
em gêneros textuais - dois gêneros de texto são oferecidos para leitura e análise: uma resenha 
crítica de um livro e um artigo de opinião - disponíveis no site da Folhaonline. Um outro gênero, 
este na modalidade oral, também será proposto: o debate oral, para que os alunos, a partir de 
uma atividade de escrita ativa, possam compreender a dinâmica da produção desse gênero, 
assim como fazer anotações que levem-nos a compreender sua organização composicional. A 
escolha por esses gêneros de texto se justifica por representarem usos sociais da linguagem e 
por permitirem aos alunos acesso a diferentes fontes de informação e à formação de opinião. A 
temática, de natureza polêmica, escolhida para o estudo desses gêneros, pode ser resumida em 
uma questão problema: O uso constante da internet pode emburrecer os adolescentes? 
Em nossa cultura, dominada pela escrita, quando um livro ou um filme são lançados, quando 
uma peça de teatro ou um show são postos em cartaz, a imprensa se encarrega logo de 
publicar um texto que apresente a obra, acompanhada de uma avaliação crítica, apreciativa. 
Textos produzidos com esse objetivo são normalmente publicados em revistas, jornais ou em 
sites especializados, e são assinados por críticos de cinema, literatura ou de teatro, a princípio, 
gente entendida no assunto. Em função da autoridade de quem as escreve, e da opinião e 
avaliação que apresentam sobre a obra, as resenhas críticas servem, por exemplo, como dicas 
de leitura e entretenimento para leitores interessados. Dependendo do suporte em que circula, 
esse gênero de texto assume configurações relativamente diferentes, sem, no entanto, deixar 
de ser uma resenha crítica. 
O artigo de opinião é um gênero de texto escrito, que circula usualmente na esfera jornalística: 
jornal, revista, e também na internet. É um texto assinado, por meio do qual o autor apresenta 
e defende uma opinião sobre determinada questão polêmica, buscando sustentá-la, não só 
combase em impressões pessoais, mas em argumentos consistentes. O produtor de um artigo 
de opinião pode ser uma pessoa publicamente reconhecida, que tem autoridade para opinar 
sobre o tema, um repórter, um articulista, ou o editor de um jornal. Em razão dessa autoridade, 
os leitores se interessam pela leitura de seus textos, como meio de formação de opinião. 
Para o estudo desses três gêneros textuais, serão focados: o contexto de produção dos 
gêneros, sua organização composicional, os tipos de argumentos usados para a 
sustentação de uma tese/posição.
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Para fundamentar-se teoricamente, e orientar a condução das oficinas sobre O discurso 
argumentativo e sua realização em gêneros textuais, sugerimos ao tutor a leitura do texto 
expositivo em anexo neste caderno, que também poderá ser acessado pela plataforma Moodle. 
3. ROTEIRO PARA O TRABALHO NAS OFICINAS
As atividades de leitura e compreensão dos textos propostas nesta oficina estão orientadas 
pela perspectiva teórica apresentada no texto introdutório: O discurso argumentativo e sua 
realização através dos gêneros textuais escritos em anexo.
Vão a seguir alguns passos para o tutor orientar o trabalho com os alunos. Esses passos 
poderão, certamente, ser alterados, para atenderem às especificidades da turma e ao tempo 
disponível:
1. Iniciar o trabalho com uma discussão oral que antecipe o conteúdo dos 
textos a serem lidos. Conferir a seção: Antecipando sentidos do texto, 
cujo objetivo é o de promover uma conversa com os alunos, a respeito 
de ideias e informações posteriormente apresentadas no texto, de modo 
a acionarem conhecimentos prévios, que os ajudarão a construírem 
sentidos para o(s) texto(s).
2. Destacar, com os alunos, o suporte no qual os textos foram veiculados, 
antes mesmo de se iniciar a leitura dos mesmos, como estratégia de se 
antecipar o conteúdo dos textos e suas possíveis intenções.
3. Propor que o primeiro contato com os textos (1 e 2) seja através de leitura 
silenciosa.
4. Verificar possíveis dificuldades de compreensão na leitura. 
5. Iniciar as Atividades de leitura, que poderão ser feitas individualmente, 
ou em duplas.
6. Corrigir as atividades, orientando-se pelo gabarito e pelos destaques, que 
costumam acompanhar as respostas.
4. TEXTOS E ATIVIDADES DE LEITURA
Antecipando sentidos para os textos I e II
Você vai ler dois textos, em gêneros textuais diferentes, que tratam do uso da internet nos dias 
de hoje. Antes de iniciar a leitura desses textos, vamos conversar um pouco sobre o tema:
Você costuma acessar a internet? Com que frequência?
Resposta individual 
Que uso você faz desse recurso? E em que local? 
Resposta individual 
Você acha que a internet traz benefícios? Quais? E malefícios? Quais? Por quê?
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O tutor deve aproveitar essa questão polêmica para organizar um debate oral, 
gênero textual pouco usado nas práticas sistematizadas de ensino da língua. 
Importante destacar que nessa situação específica, a aula não deve ser tomada 
como uma simples “aula de falação”, mas como uma aula com planejamento, de 
modo que sejam assegurados nessa atividade: 
•	o respeito ao turno do outro (a hora de falar); 
•	o respeito à opinião divergente: saber argumentar a favor de uma 
posição, sendo, também, capaz de reconhecer outras formas possíveis 
de angular o problema (uso de contraposição e contra-argumentos);
•	o desenvolvimento da capacidade de reconhecer e classificar 
argumentos contrários e a favor.
Como mediador do debate, o tutor poderá fazer anotações no quadro de giz, 
de modo a organizar as discussões, à medida que os alunos participam do 
debate. Essa atividade serve de antecipação de discussões, ao longo das leituras 
propostas nesta oficina. Sugerimos que as anotações feitas em sala, pelos alunos, 
sejam guardadas, para serem, posteriormente, retomadas e ampliadas com as 
informações novas construídas com a leitura do material oferecido na Oficina. 
A ideia é a de que os alunos, no final, possam produzir um pequeno artigo de 
opinião sobre o tema polêmico: O uso da internet emburrece?
Para fundamentar as discussões desta oficina, o tutor poderá acessar o site 
http://www.youtube.com/watch?v=xbMcShNOWb0, para assistir a um debate 
promovido pela Rede Minas sobre o tema O impacto da internet na formação 
das novas gerações, motivado pela publicação do livro “The Dumbest 
Generation” (A geração mais estúpida), do autor Mark Bauerlein. Caso haja à 
disposição um laboratório de informática, é proveitoso que os alunos também 
assistam ao vídeo, como atividade de encerramento dos trabalhos sobre esse 
tema. Mais à frente, as orientações para o aproveitamento didático desse vídeo 
em sala de aula serão repassadas ao tutor. 
Você vai ler, a seguir, a resenha crítica de um livro, publicada no site da Folha de S.Paulo. Antes 
de iniciar a leitura, confira na caixa de texto, a definição do gênero resenha crítica. 
Em nossa cultura, dominada pela escrita, quando um livro ou um filme são lançados, 
quando uma peça de teatro ou um show são postos em cartaz, a imprensa se encarrega 
logo de publicar um texto que apresente a obra, acompanhada de uma avaliação crítica, 
apreciativa. Textos produzidos com esse objetivo são, normalmente, publicados em 
revistas, jornais ou em sites especializados, e são assinados por críticos de cinema, literatura 
ou de teatro, a princípio, gente entendida do assunto. Em função da autoridade de quem 
as escreve, e da opinião e avaliação que apresentam sobre a obra, as resenhas críticas 
servem, por exemplo, como dicas de leitura e entretenimento para leitores interessados. 
Dependendo do suporte em que circulam, as resenhas críticas assumem configurações 
relativamente diferentes, sem, no entanto, deixarem de ser resenhas críticas. 
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1. O texto inserido no balão oferece informações relevantes sobre o gênero resenha 
crítica de livro. Responda às questões abaixo, usando, também, sua experiência de 
leitor:
1.1. Como você orienta sua escolha por um livro para ler?
Resposta pessoal.
O tutor, tomando como referência as respostas dos alunos, 
deverá solicitar-lhes outras estratégias de busca, presentes em 
nossa sociedade: por indicação de um amigo, por solicitação do 
professor, por busca em fontes especializadas, como seções de 
jornais, revistas, sites de editoras, por exemplo. Com isso, o aluno 
tem o seu conhecimento ampliado sobre a variedade de suportes 
que comportam o gênero em estudo. Outra estratégia é a de se 
considerar o caráter chamativo da capa e do título do livro, ou 
mesmo, o nome do autor, como uma das formas de escolha. 
1.2. Quem são os possíveis produtores de uma resenha crítica de livro?
Resenhas críticas de livro, publicadas na mídia, normalmente são produzidas 
por um crítico literário, repórter/jornalista, pessoas que têm autoridade para se 
pronunciarem sobre o assunto. Também editoras encomendam resenhas dos livros 
que publicam, para divulgarem o produto em seus catálogos.
Importante que, nessa resposta, o tutor destaque para o aluno que, 
em função dos diferentes emissores e dos diferentes suportes em que 
circulam, as resenhas críticas, assim como qualquer outro gênero 
de texto, não têm formatação fixa, sem deixarem, no entanto, de 
atenderem às características definidas acima. 
1.3. Quem é o leitor preferencial de uma resenha crítica de livro? 
Uma resenha crítica de livro é escrita para um leitor que tem hábito de ler e quer 
atualizar suas leituras a partir das sugestões e opinião de alguém com autoridade. 
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TEXTO I
29 de maio de 2008.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/i’111nformatica/ult124u406630.shtml
Autor diz que prevalecem na web linguagem pobre e “recreações 
adolescentes”
RAQUEL COZER
da Folha de S.Paulo 
O ataque começa já no título. É a “geração mais estúpida”, 
anuncia “The Dumbest Generation” (Tarcher, 272 págs.), 
lançado nos EUA há duas semanas, em referência a quem 
nasceu em algum momento das últimas três décadas. 
A razão para tal epíteto, ainda mais controversa, é explicitada 
no subtítulo: “Como a era digital embasbaca os jovens 
americanos e põe em risco nosso futuro. Ou, nunca confie em 
ninguém com menos de 30”. 
Às já bastante vilanizadas telas de TV e de videogames, o autor 
Mark Bauerlein junta as telas de computadores e de celulares 
como as responsáveis por jovens “superficiais”, incapazes de 
lembrar (e de dar importância) a fatos históricos. 
“Eles praticamente não leem. Com toda a informação disponível on-line, como nunca antes 
na história, eles preferem dedicar uma quantidade inacreditável de tempo a vasculhar vidas 
alheias e a expor as suas próprias em redes de relacionamento como o Facebook e o MySpace”, 
diz Bauerlein, 49, à Folha, por telefone, de Atlanta, onde dá aulas de inglês na Universidade 
de Emory. 
Bauerlein, ex-diretor de pesquisa e análise da Fundação para as Artes nos EUA, acredita que 
o excesso de informações a que as crianças e os adolescentes têm acesso na rede faz com 
que eles percam a capacidade de diferenciar “o significativo do insignificante” e, com isso, de 
embasar argumentos. 
“Nossa memória cultural está morrendo”, diz o autor. É uma opinião similar à do filósofo italiano 
Umberto Eco, que, em entrevista ao jornal espanhol “El País”, afirmou que “a abundância de 
informações sobre o presente não permite refletir sobre o passado”. 
“Recreações adolescentes” 
“The Dumbest Generation” se levanta contra as “vozes pró-tecnologia”, que defendem que 
a navegação na internet seja benéfica à cognição. “A realidade das práticas na web”, escreve 
Bauerlein, “é só o que poderíamos esperar: expressões adolescentes e recreações adolescentes”. 
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O que ele enxerga como uma dificuldade de absorção de informações entre os jovens resultaria, 
também, da leitura não-linear que os sites estimulam. No livro, Bauerlein fundamenta tal 
opinião com estudos do instituto de pesquisas Nielsen, segundo os quais os usuários mais 
“escaneiam” com os olhos, do que, propriamente, leem as páginas à sua frente. 
“Além disso, sabe-se que, na internet, quanto mais simples a linguagem, mais os leitores 
acessam as páginas. O que os jovens leem na rede não lhes acrescenta nada em termos de 
gramática, nem de capacidade de elaborar textos”, diz. 
Reações 
Nos últimos dias, Bauerlein vem passando mais tempo que de costume em frente ao computador, 
para responder, um por um, aos e-mails “raivosos” que têm abarrotado a caixa de entrada do 
seu Outlook. 
“Li recentemente um artigo no jornal “Boston Globe” sobre seu último livro e escrevo para 
lhe dizer que você é um imbecil. Você deve saber disso. Ninguém, que escreva um livro inteiro 
baseado na ideia de que uma geração esteja se tornando idiota por causa da tecnologia, pode 
ter noção da realidade.” 
A experiência de ignorar os adjetivos e discutir as “questões substantivas” com os alvos de sua 
tese não tem surtido muito efeito. O autor aprova o debate mesmo assim. “É sinal de que os 
jovens se importam, de que têm valores a defender.” 
O diálogo que a internet permite rendeu também páginas de comentários de leitores em sites 
como o da revista americana “Newsweek”. No último fim de semana, a publicação esquentou 
o debate ao lembrar que os mais velhos têm o costume de lamentar a ignorância dos mais 
novos, ao menos desde os tempos em que, na Grécia Antiga, “os admiradores de Sófocles e 
Ésquilo questionaram a popularidade de Aristófanes”. 
As críticas mais frequentes ao livro de Bauerlein citam os testes de Quociente de Inteligência. 
Desde o começo século 20, o QI de crianças e adolescentes aumenta a cada geração. O conceito 
de “estúpido” de Bauerlein, afirma a “Newsweek”, não faz sentido, se forem levados em conta 
aspectos como a habilidade de pensar criticamente e de fazer analogias. 
“Eles [os críticos] não entenderam o ponto central da discussão”, defende-se o autor, renegando 
o viés anacrônico do debate. “[A discussão] não é sobre as ferramentas da internet em si, mas 
sobre seu uso. Quando um cientista diz que a tecnologia desafia as mentes e torna as pessoas 
mais espertas, ele está falando do MySpace? Ele sabe que os adolescentes passam muito mais 
horas em redes sociais do que estudando?” 
Aos detratores, Bauerlein costuma responder com dados oficiais, de órgãos como o 
Departamento de Educação americano e o Census Bureau. 
Em sites, em resposta aos críticos, despeja uma porção de números da realidade norte-
americana, às vezes aleatoriamente: uma pesquisa de 2006 contabilizou nove horas 
semanais de adolescentes conectados a redes sociais; outra constatou que 55% deles 
dedicam menos de uma hora semanal aos estudos em casa; uma terceira dá conta de que 
apenas 6% dos estudantes são considerados “muito bem preparados para a escrita”... 
Quanto ao “estúpido” do título, esclarece Bauerlein, é pura provocação. “Eu sou professor. Sei 
que são discussões como essa que fazem os jovens pensarem...” 
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ATIVIDADES DE LEITURA
1. A respeito da resenha crítica que você acabou de ler, responda:
1.1. Tomando o título (A geração mais estúpida) e o subtítulo do livro (Como a 
era digital embasbaca os jovens americanos e põe em risco nosso futuro), que 
informações esses elementos antecipam para o leitor? 
Pode-se prever que o autor irá apresentar uma discussão sobre os efeitos negativos 
do uso da tecnologia digital na vida dos adolescentes, especificamente, adolescentes 
americanos. 
1.2. Quem é o autor da obra?
Mark Bauerlein
1.3. Quem é o autor da resenha crítica?
Raquel Cozer
1.4. Qual o título da resenha crítica?
‘Autor diz que prevalecem na web linguagem pobre e “recreações adolescentes”’
D1
2. Observe que o corpo do texto está dividido em seções. 
2.1. Identifique-as.
“Recreações adolescentes” e “Reações”
D5
2.2. Qual a razão de se dividir um texto em seções? 
O uso de seções no texto serve para indicar para o leitor demarcações de temas, que 
compõem o texto, conforme a abordagem dada pelo autor. Em um texto longo, essa 
estratégia funciona, também, como uma forma de atenuar a leitura, de modo que o 
leitor perceba o texto como menos longo do que verdadeiramente é. 
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3. Após a leitura da resenha crítica sobre o livro, você se sentiu atraído pela leitura 
da obra? Que comentários feitos pela repórter Raquel Cozer influenciaram seu 
(des)interesse?
Resposta pessoal 
D6
Os comentários tomados da resenha crítica para justificarem o (des)
interesse pela leitura do livro podem ser retirados diretamente do 
texto, através de uso de aspas, ou podem ser parafraseados. 
4. A repórter constrói sua resenha crítica a partir das seguintes informações:
a) apresentação de informações bibliográficas (nome do livro, autor, número de 
páginas, nome, local de lançamento);
b) referências à temática do livro (qual o tema desenvolvido);
c) dados sobre o autor;
d) relato de diferentes reações ao livro do autor.
Encontre exemplos no texto das informações listadas acima. Marque ao lado dos 
parágrafos as letras correspondentes a cada tipo de informação. 
Letra a: 1º parágrafo
Letra b: 3º, 5º parágrafoLetra c: final do 4º parágrafo e início do 5º 
Letra d: toda a seção denominada de “Reações”
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5. Raquel Cozer apresenta, em sua resenha crítica, a TESE/POSIÇÃO defendida por 
Mark Bauerlein em seu livro, seguida de JUSTIFICATIVA. Volte ao texto e complete 
o quadro abaixo, com os dois componentes básicos da argumentação: TESE e 
JUSTIFICATIVA. 
TESE do autor sobre o uso de tecnologias digitais por 
adolescentes americanos
O acesso frequente dos jovens às tecnologias digitais, como internet e celulares, 
interfere negativamente na formação dessas gerações.
JUSTIFICATIVA - Argumentos 
1. os jovens não são capazes de lembrar e dar importância a fatos históricos
2. os jovens praticamente não leem
3. usam a internet para bisbilhotar a vida alheia e expor a sua em redes de 
relacionamento
4. perderam a capacidade de distinguir insignificante de significativo
5. 55% dos jovens dedicam menos de uma hora semanal aos estudos em casa 
D8
Outros argumentos podem ser retirados da resenha para completarem 
o quadro. 
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6. Na composição da JUSTIFICATIVA para a defesa de uma TESE/POSIÇÃO, vários 
tipos de argumentos podem ser utilizados pelo emissor. Confira, no quadro a 
seguir, alguns tipos de argumentos. Posteriormente, você irá associá-los aos 
argumentos usados por Bauerlein, na defesa de sua tese sobre o uso de tecnologias 
digitais por adolescentes americanos. 
Argumento por citação: faz referência a depoimentos, citações de pessoas 
respeitadas no assunto, retiradas de outras fontes.
Argumento por comprovação: faz referência a dados estatísticos; percentuais 
acompanham o argumento.
Argumentação por exemplificação: baseia-se em fatos concretos, não em 
impressões pessoais.
Preencha o quadro abaixo com exemplos para cada tipo de argumento citado 
acima: 
EXEMPLOS DOS TIPOS DE ARGUMENTOS
a. Argumento por citação: “É uma opinião similar à do filósofo italiano 
Umberto Eco, que, em entrevista ao jornal espanhol “El País”, afirmou que 
“a abundância de informações sobre o presente não permite refletir sobre o 
passado”. 
b. Argumento por comprovação: “...uma pesquisa de 2006 contabilizou 
nove horas semanais de adolescentes conectados a redes sociais; outra constatou 
que 55% deles dedicam menos de uma hora semanal aos estudos em casa; uma 
terceira dá conta de que apenas 6% dos estudantes são considerados “muito 
bem preparados para a escrita... “
c. Argumentação por exemplificação: “...acredita que o excesso de 
informações a que as crianças e os adolescentes têm acesso na rede faz com 
que eles percam a capacidade de diferenciar “o significativo do insignificante” e, 
com isso, de embasar argumentos.” 
D8
Outros exemplos poderão compor o quadro de tipos de argumentos 
acima, desde que observados os tipos enumerados.
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7. Na resenha, a repórter cita uma contraposição à tese de Mark Bauerlein.
A contraposição coloca-se na argumentação como uma oposição à 
uma posição/tese. Representa uma outra forma de visualizar a questão 
problema posta para o debate. 
7.1. Identifique essa contraposição. 
A navegação na internet é benéfica à cognição. 
D21
7.2. Identique a expressão linguística usada para introduzir essa contraposição 
“.... se levanta contra ... “
D15
8. Leia: 
“A realidade das práticas na web”, escreve Bauerlein, “é só o que poderíamos 
esperar: expressões adolescentes e recreações adolescentes”.
A que as expressões em negrito se referem? 
Expressões adolescentes: refere às dificuldades que, segundo o autor, os 
adolescentes apresentam para se expressar, como usarem mal a gramática da língua, 
serem incapazes de elaborar textos, terem dificuldades de embasar argumentos;
Recreações adolescentes: refere-se ao uso das redes de relacionamento, como My 
Space e Facebook.
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9. Leia no 2º parágrafo:
Palavra, expressão ou frase usada para qualificar pessoas, divindades, objetos. 
“A razão para tal epíteto, ainda mais controversa, é explicitada no subtítulo: 
‘Como a era digital embasbaca os jovens americanos e põe em risco o futuro.’”
Responda:
9.1. A que epíteto a repórter se refere?
A repórter se refere à expressão: “geração mais estúpida”,que intitula o livro.
D1
9.2. A frase: “A razão para tal epíteto, ainda mais controversa, é explicitada 
no subtítulo (...)” poderia ter recebido uma outra ordenação das palavras na sua 
construção. Qual?
“A razão ainda mais controversa para tal epíteto é explicitada no subtítulo...”
D19
O tutor deve ressaltar com os alunos que tal alteração na ordem das 
palavras acarreta uma mudança de tópico, ou seja, se na primeira 
versão a repórter topicaliza, foca, primeiramente, epíteto, na 
segunda é ressaltada, primeiramente, a informação sobre a polêmica 
provocada pelo epíteto. Destacar essa diferença com os alunos tem 
como objetivo reforçar a ideia de que as escolhas linguísticas e sua 
ordem de apresentação no enunciado têm motivação discursiva.
9.3. O adjetivo em negrito – controversa – está flexionado no feminino, singular. 
Explique essa flexão, considerando a relação de concordância nominal. 
O adjetivo ‘controversa’ apresenta tal flexão, por estar concordando com o 
substantivo razão (feminino, singular), que determina a flexão do adjetivo. 
10. Mark Bauerlein procura se defender contra as reações à sua tese sobre o uso da 
internet pelos jovens americanos. Marque a letra que NÃO corresponde a defesas 
apresentadas pelo autor: 
a) “Quanto ao “estúpido” do título, (...) é pura provocação.”
b) “A discussão não é sobre as ferramentas da internet em si, mas sobre seu uso.”
c) “O conceito de estúpido (...) não faz sentido se forem levados em conta aspectos 
como habilidade de pensar criticamente e de fazer analogias.” (X)
d) “É sinal de que os jovens se importam, de que têm valores a defender.” 
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11. Leia:
“Aos detratores, Bauerlein costuma responder com dados oficiais de órgãos 
como o Departamento de Educação americano e o Census Bureau.”
“Em resposta aos críticos, despeja uma porção de números da realidade norte-
americana...”
As palavras destacadas acima apresentam sentido próximo, mas não podem ser 
substituídas uma pela outra, se quisermos manter a intenção de quem as escolheu. 
Que diferença de sentido a escolha de cada uma delas provoca? 
Ao escolher o substantivo detratores, a repórter quer reforçar o tom negativo, 
depreciativo da crítica ao livro (detratar: dizer mal, difamar). Já com o uso do 
substantivo críticos a ideia restringe-se à de fazer julgamento, sem reforçar a 
intenção negativa da crítica.
D18
TEXTO II
Você vai ler um artigo de opinião “Internet emburrece?”, de Gilberto Dimenstein, articulista 
da Folha de S.Paulo. Antes de iniciar a leitura, confira na caixa de texto, a definição do gênero 
artigo de opinião. 
O artigo de opinião é um gênero de texto escrito, que circula usualmente 
na esfera jornalística: jornal, revista, e também na internet. É um texto 
assinado, por meio do qual o autor apresenta e defende uma opinião sobre 
determinada questão polêmica, buscando, sustentá-la, não só com base 
em impressões pessoais, mas em argumentos consistentes. O produtor de 
um artigo de opinião pode ser uma pessoa publicamente reconhecida, que 
tem autoridade para opinar sobre o tema, um repórter, um articulista, ou 
o editor de um jornal. Em razão dessa autoridade, os leitores interessam-se 
pela leitura de seus textos, como meio de formação de opinião.G
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Internet emburrece?
Gilberto Dimenstein 
Disponível em: 
http://aprendiz.uol.com.br/content/nemijeueue.mmp
16 de junho de 2008.
Gilberto Dimenstein, colunista e membro do Conselho 
Editorial da Folha de S.Paulo e comentarista da rádio CBN, 
é fundador da Associação Cidade Escola Aprendiz
Imagine 687 mil universitários ou recém-formados disputando 2.500 vagas de estágio e de 
programas de trainee. No caso das grandes empresas 3.000 candidatos disputam uma única 
vaga. Só para dar uma medida de comparação: é uma proporção 25 vezes maior do que a dos 
vestibulares das mais disputadas faculdades brasileiras. 
O que você acha que ocorreu com tanta gente disputando tão poucos empregos? Pergunte a 
algumas das 57 empresas, entre as quais a Microsoft, a Natura, a Unilever, a Braskem e o ABN-
Amro, que participaram da seleção. Não ocorreu o óbvio. 
Responsável pela aplicação dos testes em 2007, a psicóloga Sofia Esteves constatou que 
algumas das empresas não preencheram vagas ou tiveram de se contentar com a repescagem, 
obrigadas a diminuir o nível de exigência. “Há uma distância crescente entre o perfil desejado 
pelas empresas e a qualidade dos universitários”, afirma. 
Além das óbvias questões educacionais, relembradas na semana passada, com a divulgação de 
um índice de qualidade do ensino (Ideb), a psicóloga levanta mais uma hipótese: excesso de 
internet. Seria essa mais uma das retrógradas reações típicas de quem tem fobia tecnológica? 
Sofia conta que alguns exames foram abrandados ou até eliminados. Numa prova de língua 
portuguesa, apenas um entre 1.800 candidatos foi aprovado. Decidiu-se, então, abolir esse 
requisito - o candidato passou a ser eliminado apenas quando comete, na redação, um erro do 
tipo escrever experiência com “ç”. 
Na seleção, porém, a dificuldade tem sido menos a de escrever segundo as normas gramaticais 
(o que já é grave) do que a de expor criativamente uma ideia - um critério relevante porque as 
empresas querem funcionários capazes de enfrentar desafios com autonomia. E aí, na visão da 
psicóloga, entraria a ação nociva da internet. 
É verdade que as redes digitais facilitaram, como nunca, o acesso a qualquer tipo de informação, 
mas também é fato que facilitaram a apropriação de reflexões dos outros. É sabido que muitos 
alunos, na hora de fazer as lições, montam uma colagem de textos encontrados na internet. 
“Estão perdendo o hábito de ler um livro inteiro e fazer um resumo.” 
Pula-se velozmente de galho em galho digital, numa interatividade hiperativa. A hipótese é 
que, por isso, sairia prejudicada a busca de profundidade. 
A combinação de excesso de informação com hiperatividade foi um dos fatores que motivaram 
Mark Bauerlein, professor da Universidade Emory, em Atlanta (EUA), a escrever um livro 
intitulado “A Mais Burra das Gerações: Como a Era Digital Está Emburrecendo os Jovens 
Americanos e Ameaçando Nosso Futuro”. Burrice seria, na sua visão, 52% dos adolescentes 
americanos terem respondido em uma prova que a Alemanha foi aliada dos Estados Unidos na 
Segunda Guerra Mundial. 
Sua tese central é a de que as tecnologias digitais permitiram que os jovens passassem ainda 
mais horas do dia trocando informações com seus pares, mas, ao mesmo tempo, diminuiu o 
tempo de intermediação dos adultos nos processos de aprendizado. 
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Diante daquela avalanche de dados em tempo real, ficaria então mais difícil para os jovens 
aprender a selecionar e expor o que é relevante no conhecimento; tudo isso acaba prejudicando 
a liderança e a capacidade de trabalhar em grupo. 
A avalanche digital não teria maiores problemas se o jovem não fosse obrigado a buscar 
um emprego que exigisse criatividade e autonomia para solucionar desafios, o que requer, 
necessariamente, a capacidade de síntese e a habilidade de selecionar uma informação 
relevante. Justamente uma das razões, entre várias, para que aqueles 687 mil universitários 
brasileiros não conseguissem preencher 2.500 vagas. 
PS: Como trabalho simultaneamente com comunicação e educação, tenho observado que, 
embora adore a abundância de informação, reverencie a possibilidade de escolhas e aprecie 
ainda mais a possibilidade de interagir - coisas que vieram mesmo para ficar (e é bom que 
fiquem) - o jovem se sente confuso e demanda cada vez mais a intermediação de gente em 
quem possa confiar para ajudar na seleção das informações. Ele vê com desconfiança os meios 
de comunicação tradicionais como a escola, por suspeitar que eles não conseguem traduzir 
o que é relevante para sua vida. Por esse ângulo, nós é que somos emburrecidos. Tanto a 
escola como o jornal do futuro vão estar assentados na solução desse desafio, ou vão ficar 
estacionados no passado. 
ATIVIDADES DE LEITURA
1. De que forma o título do texto 1 se relaciona com o título do texto 2?
Os títulos se relacionam pela temática, ao fazerem referência à web (T1) e à 
internet (T2). No texto 1, o título já traz diretamente a informação sobre os efeitos 
negativos do uso dessa tecnologia, enquanto que no texto 2, o título coloca o 
tema em forma de questionamento. 
1.1. Ao longo do artigo de opinião, Gilberto Dimenstein aposta na capacidade 
do leitor de processar inferências com apoio em conhecimento de mundo, 
para construir sentido para o texto. Que inferências o leitor deverá produzir para 
construir sentido para as seguintes informações:
a) “Não ocorreu o óbvio”. 
Em concurso onde há um número muito grande de candidatos disputando um 
número menor de vagas, o esperado é que se selecionem candidatos de alta 
qualidade. No entanto, o esperado (óbvio) não ocorreu. Nenhum candidato foi 
selecionado. 
b) “Além das óbvias questões educacionais, relembradas na semana passada, com 
a divulgação de um índice de qualidade do ensino (Ideb), (...)” 
A educação vai mal, portanto, os índices da qualidade de ensino são baixos.
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Raciocínio, dedução, conclusão. 
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2. Leia: 
“Sofia conta que alguns exames foram abrandados ou até eliminados.”
Que mudanças foram feitas pelas empresas, para a repescagem dos candidatos às 
vagas de estágio e de programa de trainee? 
•	 Eliminar a prova de Língua Portuguesa.
•	 Eliminar candidatos que cometam apenas erros sérios de ortografia 
na redação. 
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4. Leia o 6º parágrafo abaixo:
“Na seleção, porém, a dificuldade tem sido menos a de escrever, segundo as 
normas gramaticais (o que já é grave), do que a de expor uma ideia (...) E aí, na 
visão da psicóloga, entraria a ação nociva da internet.” 
 Reescreva a informação do parágrafo acima, mantendo a relação de comparação 
entre as informações, sem alterar-lhe o sentido original.
A psicóloga acredita que a ação nociva da internet é percebida mais na dificuldade 
dos candidatos em se expressarem criativamente do que em escreverem segundo 
as normas gramaticais, o que já é grave.
5. Nenhum dos 687 mil candidatos (universitários ou recém formados) que 
disputaram 2500 vagas para estágios e programas de trainee obtiveram aprovação 
no exame. Responda:
5.1. Que hipóteses são apresentadas pela psicóloga Sofia Esteves para explicar tal 
resultado?
(1) A baixa qualidade do ensino e (2) o excesso de internet.
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5.2. Qual dessas hipóteses é aproveitada para se transformar na TESE/POSIÇÃO a 
ser defendida no artigo?
A segunda hipótese – o excesso de internet será usado no texto para a formulação 
da POSIÇÃO defendida: O uso excessivo de internet provoca efeitos negativos nos 
jovens.
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6. O artigo de opinião que você leu apresenta umaorganização composicional 
diferente da resenha crítica de livro (Texto 1), embora ambos sejam de natureza 
argumentativa. Gilberto Dimenstein usa os seguintes componentes para organizar 
seu artigo:
ARTIGO DE OPINIÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO
 (contexto no qual emerge a questão polêmica) 
QUESTÃO POLÊMICA
(possível de ser traduzida em forma de 
pergunta e dá origem ao debate)
POSIÇÃO/TESE
(posição adotada frente à questão polêmica)
JUSTIFICATIVA 
(argumentos e contra-argumentos)
CONCLUSÃO
(síntese ou convite à reflexão) 
Complete o quadro a seguir com cada um desses elementos, retirados do texto: 
INTERNET EMBURRECE? 
CONTEXTUALIZAÇÃO
As vagas oferecidas por empresas para seleção de estagiários e trainees não 
foram preenchidas, mesmo havendo um grande número de candidatos.
QUESTÃO POLÊMICA
O excesso de internet emburrece os jovens?
POSIÇÃO/TESE
O uso excessivo de internet traz efeitos negativos aos jovens 
JUSTIFICATIVA 
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ARGUMENTOS
•	 pouca criatividade;
•	 dificuldade de expressão;
•	 apropriação de reflexões dos 
outros/colagem de textos da 
internet;
•	 perda do hábito de leitura de 
livros etc...
CONTRA-ARGUMENTO
•	 as redes digitais facilitam o 
acesso a qualquer tipo de 
informação.
CONCLUSÃO
O jovem está confuso e demanda cada vez mais a intermediação de gente em 
que possa confiar para ajudá-lo na seleção de informações. A escola e a mídia 
têm esse desafio pela frente.
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A questão 6 deve ser feita coletivamente, sob a orientação do tutor. 
Para explicar e dirigir essa questão, o tutor deve se fundamentar 
na leitura do texto expositivo oferecido para estudo, no início desta 
Oficina: O discurso argumentativo e sua realização através 
dos gêneros textuais escritos.
7. Esta atividade tem como objetivo fechar as discussões sobre o tema: uso da 
internet pelos jovens e seus efeitos, a partir de duas produções textuais: uma oral 
e/ou uma escrita.
A atividade a seguir tem como objetivo fechar as discussões sobre 
o tema: uso da internet pelos jovens e seus efeitos, a partir de duas 
produções textuais: uma oral e/ou uma escrita. A realização da 
primeira proposta – Produção oral - depende da existência de um 
laboratório de informática disponível aos alunos, para que possam ter 
acesso ao site: http://www.youtube.com/watch?v=xbMcShNOWb0. 
Outra sugestão é a de o tutor gravar o debate para ser assistido 
com os alunos pela televisão, caso seja possível. No site, o Tutor 
encontrará um debate promovido pela Rede Minas sobre o tema 
O impacto da internet na formação das novas gerações, 
motivado pela publicação do livro “The Dumbest Generation” (A 
geração mais estúpida), do autor Mark Bauerlein. 
Para a produção oral, propõe-se uma atividade de escuta ativa. O 
objetivo dessa atividade é o de promover uma escuta com objetivos pré-
definidos, ou seja, controlar a postura do expectador frente à informação 
fornecida, diferentemente daquela assumida por ele, quando assiste a 
uma programação de TV, em contexto doméstico, por exemplo. Nessa 
atividade, os seguintes procedimentos devem ser seguidos:
•	 os alunos recebem, previamente, um roteiro para 
acompanhamento do debate, contendo os itens mais 
relevantes;
•	 os alunos leem o roteiro, e, antes de assistirem ao 
vídeo, esclarecem dúvidas sobre seu preenchimento;
•	 enquanto assistem ao debate, os alunos fazem as 
anotações no roteiro;
•	 atendendo à demanda da turma, o tutor poderá repetir 
a exibição mais de uma vez;
•	 os alunos checam suas anotações com as do colega ao 
lado, trocando ideias, para uma revisão das respostas;
•	 finalmente, o tutor orienta a apresentação das respostas 
de duplas de alunos, checando sua capacidade de 
compreender e acompanhar o gênero oral debate.
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a) PRODUÇÃO ORAL: escuta ativa 
Você vai assistir a um vídeo, disponível no site http://www.youtube.com/
watch?v=xbMcShNOWb0, que apresenta um debate promovido pela Rede Minas 
sobre o tema O impacto da internet na formação das novas gerações, 
motivado pela publicação do livro “The Dumbest Generation” (A geração mais 
estúpida), do autor Mark Bauerlein. Para acompanhar o vídeo:
•	 leia, com atenção, o roteiro do debate;
•	 esclareça suas dúvidas com o tutor, sobre o preenchimento do 
roteiro;
•	 durante a exibição do debate, vá preenchendo os itens do roteiro;
•	 solicite nova exibição, caso seja necessário; 
•	 cheque suas anotações com as do colega ao lado, trocando ideias, 
para uma revisão das respostas.
•	 apresente, oralmente, com seu colega de dupla, o resultado de 
suas anotações.
 
Roteiro para a escuta ativa do debate:
Nome do debate: Impacto da Internet nas novas gerações.
Participantes convidados: Professores Daniela Serra, da PUC Minas, e Juarez Dayrel, 
Coordenador do Observatório da Juventude da UFMG.
O que motivou o debate: A publicação do livro de Mark Bauerlein: A geração mais 
estúpida.
Questão polêmica apresentada pelo repórter aos participantes: A internet pode 
estar provocando estrago na formação da juventude?
Posição do Professor: Não acredita que a internet tenha esse poder, mas 
reconhece que existe maior acesso à informação e pouca postura reflexiva, pouca 
profundidade nas informações. Pais e educadores devem estimular a reflexão. Mas 
não há geração mais estúpida. 
Posição da Professora: Concorda com o Prof. Juarez. Devemos usar a mídia a nosso 
favor. O problema é o que fazemos com a tecnologia. A internet potencializa o que 
podemos fazer de bom ou de ruim.
Conclusão: O problema não está na tecnologia; o problema está em saber usá-
la. Os pais, escola e professores e os meios de comunicação devem repensar sua 
forma de atuação a partir do uso da tecnologia digital. 
b) PRODUÇÃO ESCRITA: artigo de opinião
No início desta Oficina, antes mesmo da leitura do Texto 1, você e seus colegas 
participaram de um debate dirigido pelo tutor, sobre o tema polêmico: Internet 
emburrece? Unindo suas anotações com as informações dos Textos 1 e 2, você 
irá produzir, juntamente com seu colega, um pequeno artigo de opinião 
sobre esse tema polêmico.
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Para orientar sua produção, alguns pontos já estudados por você devem ser 
observados:
•	 imagine que o artigo de opinião será publicado em um jornal, que 
circula em seu bairro ou na sua comunidade;
•	 considere quem serão os seus leitores, no momento da produção 
do artigo;
•	 dê ao artigo uma organização própria do discurso argumentativo:
•	 faça uma rápida contextualização que situe de onde surge a 
questão problema; 
•	 apresente sua posição frente à questão polêmica;
•	 encontre argumentos e contra-argumentos para a defesa de sua 
posição;
•	 conclua seu artigo retomando os pontos mais importantes, ou 
deixando uma reflexão para os leitores.
Esta atividade de produção textual escrita poderá ser feita em dupla. 
Terminada a atividade, é importante que as duplas leiam seus artigos 
para a turma e recebam dos colegas comentários avaliativos. O 
tutor deve ainda recolher as produções para correção e orientação 
aos alunos acerca dos problemas de escrita que possam surgir. Na 
plataforma, o tutor encontrará orientações para a correção dos 
textos dos alunos.
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Anotações
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OFICINA 2
artigo de opinião, anúncio publicitário e 
debate oral
OFICINA 2
Terezinha Barroso
O DISCURSO
ARGUMENTATIVO
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1. OBJETIVOS1. Ler/ouvir e compreender textos dos gêneros: artigo de opinião, anúncio 
publicitário e debate oral. 
2. Distinguir a perspectiva enunciativa de convencimento e de persuasão, 
tomando para isso o reconhecimento de pistas linguístico-discursivas. 
3. Reconhecer a estrutura composicional desses gêneros textuais.
4. Fazer anotações a partir de roteiro. 
5. Compreender o caráter dialógico da construção do texto.
6. Saber comparar posicionamentos diferentes frente a uma questão polêmica.
2. TEXTOS PROPOSTOS PARA LEITURA
Esta oficina dá continuidade ao estudo do discurso argumentativo, iniciado na oficina anterior. 
Três gêneros de texto são oferecidos para leitura e análise: um artigo de opinião, um anúncio 
publicitário e um debate oral. A temática de natureza polêmica, escolhida para o estudo desses 
gêneros, pode ser resumida em uma questão: Pichação é crime ou arte? 
Como visto no texto expositivo em anexo, O discurso argumentativo e sua realização através 
dos gêneros textuais escritos (Terezinha Barroso), a argumentação está ligada às ações de 
linguagem, em situação de interação social, que buscam o convencimento, a persuasão. 
Esses dois aspectos que caracterizam fortemente o discurso argumentativo serão abordados 
durante as leituras dos textos. 
Embora estejam estreitamente relacionadas e possam co-ocorrer na construção de um único 
gênero textual, essas duas ações, próprias do discurso argumentativo, revelam formas distintas 
de se conseguir a adesão do outro, a mudança de atitude. Essa distinção, na verdade, remonta 
à antiga Grécia de Aristóteles e, em linhas gerais, as formas diferem pela oposição entre a 
demonstração – convencimento através de raciocínio lógico, provas evidentes, e a retórica – 
persuasão através de provas que se apoiam na subjetividade, na emoção, e estão ligadas ao 
que pode vir a ser. Assim, enquanto na ação de convencer buscamos reforçar nosso ponto 
de vista com base em argumentos por citação, por comprovação, na ação de persuadir pela 
linguagem, nos apoiamos mais em argumentos por experiência pessoal, de senso comum. 
Fatores vão interferir, certamente, no apoio a uma e/ou a outra ação de linguagem, como, por 
exemplo, o conteúdo temático, o suporte, os interlocutores envolvidos na interação, etc. Caso 
a intenção seja a de demonstrar, através de um relatório, o efeito das políticas do governo 
para combater a mortalidade infantil, tal tese deverá ser demonstrada por dados estatísticos, 
tabelas e não por considerações pessoais, subjetivas, inapropriadas às condições de produção 
específicas desse gênero de texto. 
Também nesta oficina será focado o uso de recursos linguísticos e discursivos, tomados como 
pistas relevantes para o leitor identificar a perspectiva enunciativa do autor, frente à questão 
polêmica: como a força argumentativa das escolhas lexicais e verbais, o uso da 1ª pessoa do 
discurso, assim como dos operadores argumentativos.
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Três gêneros textuais da ordem do argumentar são propostos nesta oficina: o artigo de opinião, 
o anúncio publicitário e um gênero oral – o debate.
O anúncio publicitário, ou propaganda, é um gênero de texto de natureza argumentativa, 
cujo objetivo é o de vender um produto ou serviço, uma ideia ou a imagem de uma empresa 
ou instituição. Tendo como suporte de circulação diferentes mídias, o anúncio é usualmente 
produzido por agências publicitárias, contratadas por empresas, governos e/ou instituições. 
Uma característica desse gênero de texto é a interação e a sintonia existentes entre a linguagem 
verbal e não-verbal, tomadas como formas de potencializar o efeito dos argumentos. Embora 
flexível, a organização composicional de um anúncio pode apresentar: texto, imagem, título, 
logotipo e slogan. 
3. ROTEIRO PARA O TRABALHO NAS OFICINAS
As atividades de leitura e compreensão dos textos propostos nesta Oficina estão orientadas 
pela perspectiva teórica apresentada no artigo “O discurso argumentativo e sua realização 
através dos gêneros textuais escritos”, em anexo neste caderno. A seguir, alguns passos para 
o tutor orientar o trabalho com os alunos. Esses passos poderão, certamente, ser alterados, 
para atenderem às especificidades da turma e ao tempo disponível:
1. Iniciar o trabalho com uma discussão oral, que antecipe o conteúdo dos 
textos a serem lidos. Conferir a seção: Antecipando sentidos do texto, 
cujo objetivo é o de promover uma conversa com os alunos, a respeito 
de ideias e informações posteriormente apresentadas no texto, de modo 
a acionarem conhecimentos prévios, que os ajudarão a construírem 
sentidos para o(s) texto(s).
2. Destacar, com os alunos, o suporte no qual os textos foram veiculados, 
antes mesmo de se iniciar a leitura dos mesmos, como estratégia de se 
antecipar o conteúdo dos textos e suas possíveis intenções. 
3. Propor que o primeiro contato com os textos seja através de leitura 
silenciosa.
4. Verificar possíveis dificuldades de compreensão na leitura. 
5. Iniciar Atividades de leitura, que poderão ser feitas individualmente, 
ou em duplas.
6. Corrigir as atividades, orientando-se pelo gabarito e pelos destaques, que 
costumam acompanhar as respostas.
4. TEXTOS E ATIVIDADES DE LEITURA
Antecipando sentidos para os textos 
Abaixo você lê apenas a manchete de uma notícia, retirada do site http://g1.globo.com/rio-de-
janeiro/noticia/2010/04/estatua-do-cristo-amanhece-pichada.html. Vamos começar a aquecer 
nossas discussões, tomando essa manchete como foco.
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•	 Na cidade ou bairro onde você mora também há casos de pichações? 
Em que espaços essa manifestação mais ocorre?
•	 Você já teve contato com alguém que tenha sido alvo desse tipo de 
manifestação? Qual foi a reação dessa pessoa? 
•	 Segundo o subtítulo da notícia, o fato foi tratado como crime – 
Polícias Civil e Federal investigam o caso. Você concorda com esse 
tratamento? Pichação é arte ou crime? 
O objetivo dessa discussão é o de aquecer os alunos para se envolverem com 
tema tão presente na sociedade moderna. É possível que, durante as discussões, 
os alunos mencionem a diferença entre pichação e grafitagem, manifestações 
urbanas distintas, que têm receptividade e aceitação diferentes por parte da 
sociedade. Sugerimos ao tutor a leitura de um texto didático – O grafite e a 
pichação - A diferença entre os dois - disponível no site: http://www.klickescolas.
com.br/KEP/Ciber/Revista/KEP_Revista_Final/0,4761,542-9874,00.html, que 
explica, de forma bastante clara, essa diferença. 
O tutor deve aproveitar essa questão polêmica para organizar um debate oral, 
gênero textual pouco usado nas práticas sistematizadas de ensino da língua. 
Importante destacar que, nessa situação específica, a aula não deve ser tomada 
como uma simples “aula de falação”, mas como uma aula com planejamento, de 
modo que sejam assegurados nessa atividade: 
•	 o respeito ao turno do outro (a hora de falar); 
•	 o respeito à opinião divergente: saber argumentar a favor de uma 
posição, sendo, também, capaz de reconhecendo outras formas 
possíveis de angular o problema (uso de contraposição e contra-
argumentos) ;
•	 o desenvolvimento da capacidade de reconhecer e classificar 
argumentos contrários e a favor.
Como mediador, o tutor deverá fazer anotações no quadro de giz, de modo 
a organizar as discussões, à medida que os alunos participam do debate. Essa 
atividade serve para sistematizar posicionamentos e justificativas da turma sobre 
a questão – Pichação é arte ou crime?, que posteriormente será aprofundada 
com as leituras.
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TEXTO I
O texto que você vai ler é um artigode opinião, disponível no site http://www.skyscrapercity.
com/showthread.php?t=526591&page=3. Foi escrito por Edson Busch Machado, presidente 
da Fundação Cultural de Joinville (Santa Catarina).
Artigos 
 
Manifestações desordenadas
Edson Busch Machado
 
Continuo o obstinado defensor das intervenções 
artísticas urbanas, sonhando com uma Joinville 
repleta de gigantescas esculturas ao ar livre, em 
praças, ruas, parques e monumentos, com murais 
pintados ou gravados nas paredes nuas de minha 
cidade. Seria, no meu entender, a mais grata 
tradução da nossa vitalidade contemporânea e 
perenidade no campo das artes.
Ao mesmo tempo em que procuro configurar uma nova cartografia poética e artística com 
harmonia e equilíbrio para Joinville, as paisagens metropolitanas nos impõem uma visualidade 
às vezes ingrata, tirando das rupturas, dos conflitos, das contradições, a matéria-prima para as 
manifestações desordenadas do homem urbano.
O maior (e pior) exemplo é a pichação, este gesto pobre, insano, covarde, anônimo, chulo, 
invasor, infrator, violento. Não tem resultados estéticos, nunca teve, nem terá nada com a arte.
Não confundir com grafite, esta arte autêntica, jovem, libertária, transgressora, marginal, 
efêmera, cujo principal suporte - o muro - evoca as condições socioculturais deste fenômeno 
artístico vindo dos bas fond da América dos anos 80, através dos símbolos gráficos, elementos 
pictóricos e transcrições textuais. 
Apaixonado pelo tema de que a arte pode estabelecer uma relação muito mais rica e direta com 
a cidade e com o caráter passageiro das multidões que sucumbem à velocidade do crescimento 
urbano, registrei muitos grafites - verdadeiros painéis do imaginário popular nas paredes cegas 
e estações de metrô de Nova York, Paris, Barcelona e Amsterdã.
Alguns desses artistas grafiteiros, distanciados da “arte culta” e que rejeitavam o sistema 
comercial, foram “descobertos” pelo mercado de arte e, hoje, o valor de suas obras chega a 
milhões de dólares. Paredes grafitadas de Jean-Michel Basquiat, Keith Häring, Kenny Scharf 
ilustram as coleções dos principais museus do mundo.
No Brasil, o etíope naturalizado Alex Vallauri é o mais conhecido. Na ilha de Cuba, o governo 
institucionalizou um estilo panfletário de grafite nada criativo com frases de efeito do tipo 
“Vivo em um país livre”, “Venceremos”, “Não há felicidade sem honra, sem pátria”.
Munido dessas reflexões, posso estabelecer a arte grafiteira como um dos mais expressivos 
espaços das experiências vividas nas cidades, sobretudo nas metrópoles, capaz de nos fazer 
reconhecer diante de uma realidade ainda um tanto enigmática.
(Imagens:http://www.google.com.br/images?q=grafitagem&oe=utf-8&rls=org.mozilla:pt-
BR:official&client=firefox-a&um=1&ie=UTF-8&source=univ&ei=zWUWTODrF8H68AbJl-ydDA&sa=X&oi=image_
result_group&ct=title&resnum=1&ved=0CCsQsAQwAA)
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ATIVIDADES DE LEITURA
1. O artigo de opinião acima foi postado em site aberto a leitores, em geral, 
para a discussão de temas polêmicos. Uma pergunta é lançada aos leitores, que 
passam, então, a postar pequenos artigos, expressando sua opinião. Nesse caso, 
a seguinte questão polêmica foi postada: Qual deveria ser a punição para os 
pichadores? Considerando essas informações, responda:
1.1. A pergunta, da forma como foi formulada, já traz embutida uma tese sobre 
a questão polêmica. Qual?
Pela forma como a pergunta foi feita, pode-se inferir a tese: Pichadores devem 
ser punidos. É partindo dessa posição que a pergunta é feita: Qual deveria ser 
a punição...? 
D7
1.2. Que alterações poderiam ser feitas na formulação da pergunta, caso 
quiséssemos apagar esse posicionamento? 
Pichadores devem ou não ser punidos? ou Que atitude tomar contra pichadores?
D19
Nessa atividade, o que se pretende reforçar, mais uma vez, é que 
as escolhas linguísticas são também escolhas discursivas, revelando, 
assim, a postura enunciativa do emissor. 
1.3. O autor do artigo Edson Bush Machado responde exatamente à pergunta 
feita no site? 
Não, embora partindo do tema pichação, o autor não responde à pergunta, 
deixando, assim, de sugerir em seu texto o tipo de punição a ser aplicada a 
pichadores. 
D4
2. O título do artigo é Manifestações desordenadas. O parágrafo que melhor 
se relaciona com o título é o: 
a) 1º §. 
b) 2º §. (X)
c) 3º §.
d) 8º §.
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3. Para reforçar sua posição contrária às atitudes dos pichadores, o autor usa de 
argumento por comparação. 
Pelo uso do argumento de comparação, o emissor avalia um objeto 
por meio de outro, pondo em confronto realidades diferentes para avaliar 
uma em relação à outra.
Explique o uso desse tipo de argumento no texto:
O argumento por comparação é usado nos 3º e 4º parágrafos do artigo. O autor 
faz uma comparação entre pichação e grafite, caracterizando a primeira como 
manifestação desordenada, que nada tem de arte ou de valor estético, exaltando, 
em seguida, a qualidade artística do último. 
D8
4. Observe o 3º e 4º parágrafos, que reproduzimos abaixo: 
“O maior (e pior) exemplo é a pichação, este gesto pobre, insano, covarde, 
anônimo, chulo, invasor, infrator, violento. Não tem resultados estéticos, 
nunca teve, nem terá nada com a arte.
Não confundir com grafite, esta arte autêntica, jovem, libertária, 
transgressora, marginal, efêmera, cujo principal suporte - o muro - evoca 
as condições socioculturais deste fenômeno artístico vindo dos bas fond da 
América dos anos 80, através dos símbolos gráficos, elementos pictóricos e 
transcrições textuais.” 
O autor faz uma comparação entre pichação e grafite, caracterizando a primeira 
como manifestação desordenada, que nada têm de arte ou de valor estético, 
e exaltando, em seguida, a qualidade artística do último. O argumento por 
comparação, usado pelo autor nesse caso, é reforçado, ainda, pelo uso específico 
de um recurso linguístico e discursivo. 
4.1. Preste atenção aos negritos nos parágrafos acima, para descobrir qual recurso 
foi usado pelo autor.
O autor, com o intuito de reforçar a diferença entre grafite e pichação, e de sobrepor 
uma manifestação à outra, faz uso abundante de adjetivação, a partir de escolhas 
intencionais. Adjetivos que denotam atributos negativos são selecionados para a 
caracterização de pichação, enquanto adjetivos que denotam atributos positivos 
são escolhidos para a caracterização de grafite. 
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4.2. Outra estratégia linguística e discursiva presente no artigo, para marcar a força 
argumentativa, é o uso reiterado, numa mesma frase, do verbo ter, flexionado em 
tempos verbais diferentes, e do advérbio de negação. Procure no texto essa 
ocorrência. 
“Não tem resultados estéticos, nunca teve, nem terá nada com a arte.”
D18
4.3. Que efeito de sentido o uso do verbo ter, flexionado nos três tempos 
verbais do indicativo pode provocar no leitor? 
O autor parte do tempo presente para apresentar sua primeira posição: “Não 
tem resultados estéticos”, e, partindo dessa constatação, faz uma retrospecção 
(pretérito): “... nunca teve”, e em seguida uma prospecção (futuro): “...nem 
terá nada com a arte.” Com isso o autor, anula qualquer possibilidade de contra-
argumentação. 
D18
 
5. Veja como o autor organizou seu texto para apresentar ao leitor sua opinião. 
Preencha as colunas 2 e 3, de acordo com a 1ª coluna: 
Síntese do conteúdo 
informacional dos 
componentes da 
argumentação
Componentes da 
argumentação
Localização dos 
componentes no texto 
(parágrafos)
Partindo de sua 
experiência como 
morador de Joinville, o 
autor se diz defensor 
das intervenções 
artísticas urbanas, e

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