Buscar

Resumo do cap 1 e 2 Edward Carr Vinte Anos de Crise

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

1 
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” – 
 FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
DISCENTES: Angelo Rocha Paschoaleto 
DISCENTES: Elias V. de Souza 
DISCENTES: Thiago Vicino Fernandes 
DOCENTE: Prof. Me. Matías Ferreyra 
DISCIPLINA: Teoria das Relações Internacionais I 
CURSO: Relações Internacionais - 2° ano 
 
 
 Resumo de Leitura: Edward Carr - “Vinte Anos de Crise” 
 
 
 Edward Hallet Carr (1892-1982) foi um diplomata, historiador e jornalista britânico, 
em cuja obra máxima, “Vinte Anos de Crise”, demonstra a divisão na análise das relações 
internacionais entre a linha de pensamento idealista e a vertente realista, de maneira a 
contribuir para a ascensão do Realismo (GRIFFITHS, ROACH e SOLOMON, 2009, p. 9). 
Nesse sentido, dada a crítica do autor ao fracionamento do pensamento político, pode-se 
afirmar que Carr busca responder: como é possível pensar a política internacional em um 
meio no qual a utopia e a realidade são tratadas como dois extremos? 
 Carr defende que utopia e realidade são indissociáveis para o exercício do pensamento 
político, enfatizando que uma ciência política madura tem por dever equilibrar a observação 
empírica e os fins esperados. O autor parte da premissa de que “a teleologia precede a análise” 
(CARR, 2001, p. 11), isto é, de que a utopia, ou objetivo, é o estágio prévio e complementar 
do exame científico; porém, a ciência pautada somente no ideal tende a concentrar a atenção 
“quase que exclusivamente no fim a ser alcançado” ( idem , ibidem ), de modo a se tornar quase 
unicamente mais importante que a análise crítica. Todavia, a política imersa inteiramente no 
Realismo e na análise de fatos concretos “pode facilmente ser levada a esterilização do 
pensamento e a negação da ação” ( idem , p. 14). Segundo o autor, o pensamento político 
sensato conjuga o fim a ser alcançado com observação analítica. 
Outro argumento que reforça essa tese é que, para Carr, o utópico tende a impor 
decisões sem debatê-las, rejeitando a realidade e substituindo-a por sua utopia expressa em 
um ato de vontade. Contudo, o outro extremo, realista, examina o objeto - a realidade 
internacional - de forma predeterminada a partir de seu desenvolvimento, o qual para ele não é 
possível modificar. Segundo o autor, a ação humana de forma geral “deve estabelecer um 
equilíbrio entre utopia e realidade, entre livre arbítrio e determinismo”( idem , p. 18), assim 
como as demais díades expressas no texto tais como: o intelectual e o burocrata, a esquerda e 
a direita, a ética e a política; elas precisam, para o autor, atingir a proporção. 
 Nessa ótica, pode-se depreender que, para Carr, o liberalismo internacional por si só 
conduz à utopia demasiada; por outro, o realismo desprendido da teoria tende a ser não só 
cínico a respeito da realidade, como também imóvel no âmbito da ação. Desse modo, para se 
atingir uma forma sólida de interpretar as relações internacionais, torna-se necessária a análise 
da realidade reconhecendo-se o potencial de mudança, pois, “a teoria, por desenvolver-se da 
 
 
 
2 
prática e na prática, tem seu próprio papel transformador no processo” ( idem , p. 20). Logo, o 
autor expõe a essencialidade de se buscar o equilíbrio entre as partes, pois ação é fundamental 
para dar continuidade ao pensar tal como a utopia é relevante para edificar o saber. Segundo 
Carr, esse seria o seu propósito de ciência ideal. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CARR, E. H. A Ciência da Política Internacional. In : Vinte anos de crise – 1919-1939 . 
Brasília: Editora da UNB, 2002. pp. 3-29. 
 
EDITORS OF ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA, THE. E.H. Carr. Encyclopaedia 
Britannica . Encyclopaedia Britannica inc., 2014. Disponível em: 
<https://www.britannica.com/biography/E-H-Carr>. Acesso em: 02 de abril de 2018. 
 
GRITTITHS, M., ROACH, S., SALOMON, S. Edward Hallet Carr. In : Fifty Key-Thinkers in 
International Relations . London/New York: Routledge, 2009, pp. 9-15.

Outros materiais