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OAB Damásio de Jesus
Disciplina de ECA
Prof. Denis Pigozzi (Procurador da República)
Lei 8.069/90
Twitter: @DenisPigozzi
Princípios
Princípios da Prioridade Absoluta e da proteção Integral - a proteção da criança e do adolescente é incumbência da família, da sociedade e do Estado, conformes art. 227 da CF/88 e art. 4º do ECA.
Toda sociedade (família, Estado, ONGs, Poder Público e privado) devem dá proteção integral à criança e ao adolescente. 
Criança é de 0 a 12 anos incompletos; Adolescente de 12 a 18 anos incompletos
Art. 227 da CF/88 “é dever da família, do Estado, da Sociedade assegurar à criança e ao adolescente com ABSOLUTA PRIORIDADE”.
Com a positivação da prioridade absoluta, houve também a positivação do princípio da proteção integral em relação à criança e ao adolescente, conforme art. 1º do ECA e art. 3º, 2 da Convenção sobre direitos das crianças.
Princípio da dignidade da pessoa humana - antes de tudo vale lembrar, que a dignidade da pessoa humana é fundamento do Estado Democrático de Direito, conforme art. 1º, III da CF/88.
Segundo o Prof. Guilherme Madeira (também juiz), “reconhecer a dignidade da pessoa implica em que se torne o indivíduo como centro de inúmeras potencialidades e, assim, não pode ser coisificado, tem de ser superior às coisas.” 
Princípio da participação popular - art. 227, §3º ao 7º e 204, II da CF/88 - significa que é assegurado à população, através de organizações representativas, na formulação de políticas públicas e no controle das ações em todos os níveis relacionados à infância e juventude.
* Princípio da excepcionalidade 
Princípio da brevidade
Princípio da condição peculiar da pessoa em desenvolvimento
Procedimento para apuração de ato infracional 
O menor de 18 anos para o CP é inimputável, ele não comete crime nem sofre sanção e, sim ato infracional, sendo assim, sofrerá medida de proteção (criança/adolescente) e ou medida socioeducativa (adolescente).
Ato infracional - art. 103 do ECA - considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal. 
p.ex. A tinha 17 anos e 11 meses - atirou em “B” - responde pelo ECA (momento da conduta criminosa); Se “A” pratica sequestro contra “B” que dura 3 meses, responderá pelo CP, porque está diante de crime permanente.
Antes de tudo, o âmbito de atuação do ECA recai sobre crianças e adolescentes. Por sua vez, as crianças são aquelas que têm até 12 anos de idade incompletos, ao passo que os adolescentes têm entre 12 anos e 18 anos incompletos. 
No aniversário de 18 anos já sai da proteção do ECA e vai para o CP. No entanto, de forma excepcional o ECA pode ser aplicado até quando a pessoa completar 21 anos de idade, mais precisamente quando O ADOLESCENTE ESTIVER CUMPRINDO MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DENOMINADA DE INTERNAÇÃO.
Também é válido ressaltar que NUNCA se pode converter a medida socioeducativa em medida penal, não havendo combinação entre os sistemas. Não pode considerar como antecedentes os atos praticados no ECA. 
Na verdade, as crianças e os adolescentes cometem ato infracional, E CONFORME ART. 103 DO ECA, “É TODA CONDUTA DESCRITA COMO CRIME OU CONTRAVENÇÃO PENAL”.
Importante: quando a criança comete ato infracional estará sujeita as medidas de proteção do art. 101 do ECA.
Por outro lado, quando o adolescente cometer ato infracional ser-lhe-á imposta medidas socioeducativas ou medida de proteção.
Quais são as medidas socioeducativas? São aquelas indicadas no art. 112 do ECA (rol taxativo) E SOMENTE PODEM SER APLICADAS PELO JUIZ, CONSOANTE SÚMULA 108 DO STJ, são as seguintes:
Advertência;
Obrigação de reparar o dano;
Prestação de serviços à comunidade;
Liberdade assistida;
Inserção em regime semiliberdade;
Internação em estabelecimento educacional*
Da apuração de ato infracional atribuído à adolescente
Previstos nos art. 171/190 do ECA
O adolescente será apreendido de forma excepcional, porque a regra é a liberdade de ir e vir. Será apreendido em flagrante ou por ordem judicial.
Antes de tudo é importante ressaltar que o adolescente não será privado de sua liberdade, senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
Destaca-se, conforme art. 108 do ECA, que a internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo PRAZO MÁXIMO DE 45 DIAS.
Na verdade o adolescente é APREENDIDO EM FLAGRANTE DE ATO INFRACIONAL, e a autoridade policial pode lavrar o respectivo auto OU substituí-lo por Boletim de ocorrência circunstanciado.
Atenção: concluídos todos os procedimentos, o MP tem3 opções:
Promover o arquivamento dos autos;
Conceder a remissão* (art. 126 do ECA); e
Obs.: nestas 2 opções, é indispensável a homologação por parte do magistrado.
Caso haja discordância, o juiz deverá encaminhar os autos ao PGJ que poderá concordar ou não com tais medidas. Dessa forma, caso o PGJ ratificar o arquivamento ou remissão, a autoridade judiciária estará obrigada a acatá-la (igual ao art. 128 do CPP). Caso o PGJ concorde com o magistrado, poderá oferecer representação ou designar outro membro do MP para oferecer a representação.
* A remissão concedida pelo MP, conforme art. 126 do ECA, é uma medida de natureza administrativa que significa exclusão do processo (não valerá para efeitos de antecedentes, art. 127 do ECA).
Oferecer a representação à autoridade judiciária para aplicação de medida socioeducativa
( O juiz pode conceder remissão no curso do processo? sim. A título de informação, o magistrado pode, de ofício conceder a remissão, desde que haja um processo, ou seja, que o MP tenha oferecido a representação pela pratica de ato infracional.
Na verdade a remissão concedida pelo magistrado é uma forma de EXTINÇÃO OU SUSPENSÃO DO PROCESSO, e pode ser dada a qualquer momento antes da sentença. (parágrafo único do art. 126 do ECA).
Outra informação importante, é a que a remissão concedida pelo juiz pode ser CUMULADA com medida socioeducativa, desde que haja compatibilidade (exceto semiliberdade e internação).
Internação
Previstos nos arts. 112, VI e art. 121 a 125 do ECA.
É a medida mais rigorosa que o ECA prevê, porque envolve privação da liberdade. A regra é a liberdade do adolescente. 
Qual o prazo máximo que o adolescente poderá ficar internado? 3 ANOS.
Só aplicará internação quando não for possível outra medida.
Em breves palavras, a internação é a medida de privação da liberdade do adolescente.
O ECA traz 3 princípios quanto à internação:
Princípio da excepcionalidade ( significa que a internação é uma medida excepcional, utilizada em último caso; 
Princípio da brevidade ( a internação deve durar o menor tempo possível, (vale lembrar que o limite máximo de 3 anos); e
Princípio da Proteção de condição de desenvolvimento peculiar ( o adolescente tem uma condição especial, pois está em formação
Só será aplicada nos termos do o art. 122 do ECA, descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta)
Importante: o ECA também fixa as hipóteses de internação:
Prática de ato infracional mediante violência ou grave ameaça a pessoa;
reiteração de cometimento de outras infrações graves, p.ex. tráfico de drogas. De acordo com a Jurisprudência para configurar a reiteração é necessário o cometimento de no mínimo 3 infrações graves; e
descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
Nesta última hipótese o prazo não pode ser superior a 3 meses 
Obs.: o adolescente deve ser avaliado a cada 6 meses pelo menos.
Crimes praticados contra crianças e adolescentes - Crimes de pornografia infantil
Em primeiro lugar, os crimes definidos no ECA são apurados por meio de ação penal pública Incondicionada, art. 227 do ECA.
Em segundo lugar, os crimes estão previstos nos artigos 228 ao 244-B do ECA.
Por fim, as condutas criminosas referentes à elaboração do material pornográfico foram colocadas no art. 240 do ECA, enquanto as condutas de distribuição desse material estão descritasno art. 241 do ECA.
Aula dia 24/01/2012
Prof. Guilherme Madeira (juiz)
Conceito de criança e adolescente: 
criança é a pessoa com até 12 anos incompletos 
Adolescente é a pessoa entre 12 e 18 anos
Jovem: Não tem definição legal no ECA.
Direito à vida e à saúde
Previsto nos art. 8 e 10 do ECA
Deverá haver identificação plantar (pé) e digital do bebê e digital da mãe: identificação mínima.
É obrigatório alojamento conjunto para a mãe e para o bebê (tem que ser fornecida a mãe essa possibilidade).
A gestante será atendida no parto preferencialmente pelo médico do pré-natal.
Direito à liberdade
Direito de locomoção, salvo as restrições legais (a criança e o adolescente têm direito a locomoção).
Toque de recolher/toque de acolher: 
Trata-se da restrição ou da proibição de crianças e adolescentes na rua no período noturno.
Para o STJ, isto é ilegal. 
Estado de filiação
Direito personalíssimo: É a relação entre filho e pais. É um direito personalíssimo, e como tal, é imprescritível e irrenunciável.
Ao estudar tal questão a grande dúvida que surge sobre o reconhecimento de paternidade.
O reconhecimento de paternidade é irrevogável.
Formas de reconhecimento de paternidade:
c.1. Qualquer documento público ou particular
c.2. Reconhecimento de filho por testamento. Sabe-se que pode-se fazer vários testamentos, e o posterior revoga o anterior. Todavia, ainda que se revogue o testamento, o reconhecimento continua válido.
c.3. Reconhecimento administrativo de paternidade: previsto na lei 8.560/92.
No Cartório de registro civil de pessoas naturais perguntam à mãe se quer ir ao Fórum para resolver a questão administrativamente. Se sim, o juiz marcará uma audiência com a mãe e o suposto pai. 
Nesta audiência o juiz perguntará ao suposto pai se reconhece ou quer fazer exame de DNA.
Caso o suposto pai não faça o exame de DNA, não terá presunção de paternidade, não gera consequências, porque não há processo.
Nesta audiência, não tem advogado, contestação, o juiz aqui atua como mero corregedor.
c.4. Na ação judicial de reconhecimento de paternidade, se faltar no exame terá presunção de paternidade. 
Ação negatória de paternidade
Segundo o STJ, poderá ser movida ação negatória de paternidade se o reconhecimento foi baseado em vício do consentimento, ou seja, erro, dolo, coação. Mas se reconheceu sabendo que não era o pai, não poderá ser movida a ação negatória de paternidade.
Família 
Modalidades de família
O ECA estabelece 3:
a.1. Família natural: É a comunidade formada pelos ascendentes ou qualquer deles e seus descendentes.
a.2. Família extensa ou ampliada: parente próximo + convivência + afinidade + afetividade
a.3. Família substituta: são 3 modalidades: guarda, tutela e adoção 
Obs.: Adoção é irrevogável e única para o estrangeiro
Atenção 1: curatela NÃO É MODALIDADE DE FAMÍLIA SUBSTITUTA.
Regras gerais da família substituta:
b.1. Irmãos ficam preferencialmente juntos
b.2. Consentimento do menor - - a pessoa que for adotada precisa consentir? Depende
Se for menor de 12 anos, será ouvido sempre que possível, mas se for maior de 12 anos é IMPRESCINDÍVEL O CONSENTIMENTO.
b.3. Quilombolas e índios: 
Quilombolas são comunidades existentes no Brasil, descendentes de quilombos (STF irá julgar este ano uma ação relativa aos Quilombolas).
Ficarão preferencialmente na sua comunidade. 
 ( No índio ter intervenção da FUNAI
( Precisa de um estudo antropólogo
Guarda
A guarda necessariamente exclui o contato com família biológica? Não necessariamente.
(A guarda gera direitos previdenciários.
Obs.: O ECA não proíbe guarda por procuração
Adoção
Idade e regime:
- se o adotado for menor de 18 anos, segue o ECA.
- se o adotado for maior de 18 e menor de 21 anos e tiver na guarda do adotante, segue o ECA.
- se o adotado for maior de 18 anos fora da hipótese anterior, segue o CC/02.
No CC está escrito, que a adoção segue o ECA.
Idade do adotante:
O adotante tem que ter idade mínima de 18 anos.
E 16 anos de diferença entre adotante e adotado.
Vedações:
- Irmãos não podem se adotar.
- Ascendente não pode adotar descente, p.ex. avô não pode adotar neto.
- Não pode adotar por procuração 
- O tutor e o curador SÓ PODEM ADOTAR APÓS PRESTAR CONTAS DA TUTELA OU DA CURATELA.
Modalidades de adoçao 
d.1. Adoção conjunta: Duas pessoas somente adotam conjuntamente se forem casadas OU viverem em união estável.
d.2. Adoção por casais separados: É POSSÍVEL, desde que observados 2 requisitos cumulativos: 
1º) acordo quanto à guarda e visita; e
2º) o início do estágio de convivência deve ser sido na constância do casamento.
d.3. Adoção “post mortem”: o adotante falece no curso na adoção, continuará a adoção, desde que tenha havido inequívoca demonstração da vontade de adotar.
d.4. Adoção internacional: é a adoção que ocorre quando o adotante é domiciliado ou residente fora do Brasil. (esse é o critério - domicílio)
Se a Gisele Budchen e Angelina estiverem disputando a mesma criança para adotar, terá preferência a Gisele por ser brasileira.
Escada:
 Adoção internacional por estrangeiro
 Adoção internacional feita por brasileiro
 Adoção nacional
 Família extensa
Família Natural
d.5. Adoção por casais que vivem em união homoafetiva: 
- o ECA é silente.
- o que diz a Jurisprudência? Admite a adoção, acima de moralismo, superior interesse da criança.
Consentimento dos pais biológicos:
e.1. A regra: precisa do consentimento dos pais.
O consentimento pode ser retirado ATÉ A PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA.
e.2. Exceção: não precisará do consentimento dos pais, se desconhecido dos pais e se perder o poder familiar.
Ministra do STJ Nancy Andrely (buscar seus julgados)!!!
Segundo o STJ, se houve vício do consentimento pelos pais biológicos e a criança já formou vínculos com a família substituta, não se ANULA A ADOÇÃO.
Estágio de convivência:
É o período que o adotante e o adotado passam junto, para ver ser criam vínculos.
f.1 Se for adoção nacional não há prazo mínimo.
f.2. Se for adoção internacional o PRAZO MÍNIMO É DE 30 DIAS, CUMPRIDO NO BRASIL (§3º DO ART. 46 DO ECA).
Adoção e registro civil:
Adoção de fato não existe!
g.1. O registro original é cancelado quando da adoção.
g.2. O novo registro PODERÁ ser feito no domicílio do adotante.
g.3. O Pré-nome poderá ser alterado e é imprescindível a concordância do adotado se for maior de 12 anos. 
g.4. Origem biológica: 
Se o adotado for maior de 18 anos é garantido o direito a conhecer a origem biológica.
Se menor de 18 anos, também terá esse direito, garantida a assistência jurídica e psicológica.
Não existe idade mínima para conhecer sua origem!

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