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RESUMO COSTA

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ICP – VALERIANO COSTA
FEDERALISMO
- Federalismo apresenta dois significados, o primeiro se remete a ideologia política, isto é, um conjunto de ideias sobre como se deve governar um Estado
Dois tipos de ideologia federalista:
Para os norte-americanos, o federalismo significa uma forma de organização política que centraliza, em parte, o poder num Estado resultante da união de unidades políticas preexistentes, que não aceitam ser dissolvidas num Estafo unitário.
A segunda, hoje predominante, vê no federalismo uma forma de descentralizar o poder em estados centralizados (unitários), como a Alemanha, Argentina e o Brasil.
- O federalismo também pode designar arranjos institucionais, isto é, o conjunto de leis, normas e práticas que definem como um estado federal é concretamente governado.
- O estado unitário significa uma grande concentração de poder na mão dos governantes, por sua vez, as confederações representavam uma falsa alternativa de organização política, pois as unidades territoriais originais preservavam sua soberania e, portanto, tinham o direito de romper o pacto a qualquer momento.
- O modelo federalista buscou como princípio uma dupla divisão de poder, de um lado dividiram o poder em três órgãos independentes, executivo, legislativo e judiciário. Essa divisão valia tanto para a união como para os estados. E foi assim que nasceu o regime presidencialista. De outro lado, distribuíram as responsabilidades de governo entre a união e os estados de forma que nenhum deles pudesse interferir nas tarefas do outro sem autorização política ou judicial.
- No regime federalista, não existe dupla soberania, nenhum estado membro da federação tem o direito de renunciar unilateralmente ao pacto político ou rejeitar uma lei emitida pelo congresso e legalizada pela suprema corte.
- Por sua vez, o governo federal não pode obrigar nenhum estado ou município a fazer ou permitir que a união realize qualquer ação em seu território sem autorização legal do legislativo e confirmação de legalidade do ato pelo judiciário.
- Uma federação se distingue dos estados unitários por incorporarem em bases constitucionais, unidades regionais em seu processo decisório.
- O grau de centralização ou descentralização do poder num estado federal depende, portanto, da forma como é composto e funciona o poder central.
HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO DO FEDERALISMO NO BRASIL
- Por ser um pais de dimensões continentais, a descentralização política de alguma forma é necessária. Essa descentralização é evidenciada desde a divisão do território em capitanias hereditárias.
AS BASES CONSTITUCIONAIS NO FEDERALISMO BRASILEIRO
- Um dos elementos mais importantes para se entender como funciona o federalismo são os princípios constitucionais e a legislação complementar e ordinária vigentes no pais.
- A partir das últimas constituições e principalmente a de 1988, a centralização do poder tem se evidenciado principalmente pela sobreposição de funções de diversas áreas de atuação do poder público como educação, saúde, transportes.
- A constituição de 1988 define minuciosamente a organização da federação. O artigo 18 estabelece que o Brasil é uma república federativa composta, obrigatoriamente, pela união, pelos 26 estados, pelo distrito federal e pelos mais de 5500 municípios.
- O Brasil é um dos únicos estados federativos a incluir os municípios como membros permanentes com autonomia legislativa e tributária. O Brasil ainda permite a ampliação por criação de estados e municípios mediante aprovação por plebiscito popular e confirmação das assembleias legislativas.
- Os estados estão autorizados a legislar sobre qualquer assunto que não tenha sido reservado exclusivamente à união ou aos municípios. O problema é que a constituição limita bastante o espaço de atuação dos estados detalhando as áreas exclusivas de competência da união, as áreas comuns que todos os membros da federação podem exercer e as áreas concorrentes sobre as quais tanto a união como estados podem legislar.
- As questões de competência em áreas concorrentes e comuns deveriam desenvolver oportunidade de cooperação entre as entidades, porém a constituição também prevê que em caso de conflito as leis federais sempre prevalecerão.
- A constituição da força aos estados e municípios no funcionamento do sistema tributário, ao qual prevê quais e a que segmentos da federação os impostos são destinados e aqueles que devem ser compartilhados. Além de levar em consideração a redistribuição dos recursos da união proporcional à população e inversamente proporcional à renda dos estados e municípios para evitar distribuição distorcida dos recursos da união.
- A constituição apresenta duas tendências, quanto à distribuição das competências ele favorece claramente a União; do ponto de vista tributário e fiscal, a vantagem dos estados e municípios é evidente.
AS BASES POLÍTICAS DO FEDERALISMO NO BRASIL
- O regime republicano do Brasil combina duas características principais:
1-Um presidencialismo forte, com um presidente eleito diretamente com milhões de votos, tendo que governar com o apoio de um poder legislativo bicameral, câmara e senado, composto por uma dezena de partidos fortemente vinculados e interesses regionais e um poder judiciário independente.
2-Um sistema federativo que reproduz a separação de poderes nos níveis estadual, municipal e aos quais a constituição garantem plena autonomia política frente a União.
- Federalismo brasileiro é o resultado da combinação entre poderes executivos fortes e legislativos multipartidários, o que evidencia a necessidade de alianças partidárias, configurando o que chamamos de “presidencialismo de coalizão”
- O problema do presidencialismo de coalizão é que ele dificulta a atuação dos partidos nos níveis nacionais já que dificilmente o mesmo partido ganhará a presidência da república, maioria no legislativo e governos estaduais importantes. Desse modo é bastante difícil implementar projetos de forma ampla.
- A distribuição de cadeiras não segue uma lógica de proporcionalidade de população, cada estado deve ter pelo menos 8 eleitos sendo assim, o norte e nordeste por ter muitos estados e menor população acabam tendo maior poder de decisão do que o sul e sudeste com maior população e menor número de estados. 
- Nesse caso, o federalismo brasileiro se monta com presidente e governadores fortes, legislativo fraco e congresso bastante fragmentado e instável no apoio aos programas de governo o que implica confrontação de interesses regionais.
AS RELAÇÕES INTERGOVERNAMENTAIS
- As relações intergovernamentais funcionam como um “sistema circulatório” do federalismo, por exemplo o SUS funciona a partir dos interesses intergovernamentais com o Ministério da saúde realocando recursos aos estados e municípios em vez de executar diretamente os serviços.
- As relações intergovernamentais não pode ser imposta, mas tem de ser muito discutida, negociada e implantada de forma gradual, de acordo com a capacidade de cada governo.
A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
- A lei fiscaliza se os governos municipais, estaduais e federal apresentam receitas anuais suficientes para cobrir o seu planejamento para refrear as dívidas da União.
PROBLEMAS ATUAIS NO FEDERALISMO BRASILEIRO
- A fragmentação do sistema partidário é um dos obstáculos à formação de coalizões reformistas consistentes e solidas o suficiente para implementar reformas mais profundas em áreas sensíveis como a previdência social, o sistema tributário, a legislação trabalhista etc.
- Isso não significa que o país seja ingovernável, mas sim que o sistema político dificulta a concentração de forças em torno de programas de mudança consistentes e de longo prazo, como os que são necessários para tirar o Brasil da complicada situação em que se encontra atualmente.

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