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RESUMO REIS

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ICP – ELISA P. REIS 
PERCEPÇÕES DA ELITE SOBRE POBREZA E DESIGUALDADE
- É reconhecível que grupos mais desprivilegiados tem, sim, sido objeto de muita atenção nas ciências sociais brasileiras. Contudo, tem faltado maior empenho nos estudos de caráter mais sistemático entre os cientistas socais. Tem sido também negligenciada a análise da formulação e implementação de políticas sociais, assim como a análise de como grupos e setores particulares vivenciam e interpretam a pobreza e a desigualdade.
- A questão da visão das elites não pode ser subestimada, pois o papel delas na formulação e implementação de políticas sociais é incontestável. A menos que – por questões interesseiras ou altruístas – elas percebam uma política como necessária ou desejável, essa não terá chance de ser implementada. É evidente que não se pode negar que as elites ocupam posições estratégicas em processos decisórios.
- Reconhecer a importância das elites não significa negar a importância dos demais atores sociais. O comportamento das elites é, em grande parte, reativo às pressões e ações vindas de baixo.
- Somente quando as elites viram vantagens na coletivização de soluções e problemas sociais é que o poder público se tornou o agente natural na provisão de “bens de cidadania” como educação, saúde e previdência.
- Quando as elites acreditam que conseguem se proteger individualmente, nenhum incentivo existe para resolver os problemas, quando se sentem ameaçados eles descobrem as vantagens ou a necessidade de soluções coletivas (como é o caso de epidemias de cólera).
A VISÃO DAS ELITES BRASILEIRAS
- As elites brasileiras dão grande importância a questão da pobreza e da desigualdade, sendo quase unânime a resposta que os problemas sociais são os principais problemas do brasil. E também conferem à problemas sociais o título de maior ameaçador da democracia brasileira, principalmente pelo baixo nível de educação da população, da pobreza e da desigualdade e destinam ao investimento em educação como a melhor saída para dotar os desprivilegiados de recursos. 
- A prioridade conferida à educação expressa a crença amplamente difundida segundo a qual a escola cria oportunidades de mobilidade social. A educação traria a ascendência das classes mais baixas sem custos para as classes não pobres.
- No elenco de soluções privilegiadas para equacionar o problema das desigualdades merece destaque questões como a reforma agrária e aumentar a eficiência dos serviços públicos. Ainda revelam que as explicações para o fracasso das políticas sociais se devem ao mal planejamento e execução do estado, falta de vontade política, baixa prioridade, corrupção e etc.
- Um fato para ser levado em conta é o de que as indicações das elites aos problemas sociais como problema do estado é uma maneira de transferir toda a responsabilidade para o Estado.
- A visão das elites brasileiras é meio paradoxal. Eles consideram os problemas sociais como de grande relevância e nessa situação deveria aparecer dentro dessa classe uma notável consciência social. Outro fato é o de que julgando a falta de vontade do Estado nas questões sociais que também deve ser creditado a eles na mesma proporção. Eles não se integram como parte de um todo tentando se eximirem da responsabilidade jogando a culpa no estado a qual eles próprios fazem parte.
COMPARANDO ELITES NACIONAIS
- As elites do brasil e da África do Sul tendem a acreditar que a melhor forma de combater a pobreza é prover condições necessárias para que o setor privado gere mais riquezas, o que naturalmente criaria mais oportunidades e melhorias para os setores mais pobres da população, como maior índice de empregos.
- Tanto no Brasil como na África do Sul, as elites atribuem ao Estado a responsabilidade das tarefas de combate à pobreza e desigualdade e apresentam descrédito nas atividades voluntarias e filantrópicas diferentemente de Bangladesh que situa essas como mais eficientes.

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