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HORIZONTES DIAGNÓSTICOS Adélia Aziz Alexandre Pozza Dentre as características usadas para classificação de solos brasileiros, existem os horizontes que são extremamente importantes, não só sob o ponto de vista de sistematização dos nossos conhecimentos, mas também de fundamental interesse prático. O solo que classificamos é uma coleção de corpos naturais,constituído por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos, contém matéria viva e pode ser modificado por atividade humana. - Resultante da ação combinada de processos (adição, remoção, lixiviação e percolação) e fatores (clima, relevo, tempo, mat. origem e organismos) UNIDADE BÁSICA DE ESTUDO DO SBCS Limites: * Superior atmosfera * Laterais outros solos, rochas, detritos e corpos d’água * Inferior difícil de ser definido O que são horizontes??? → Solo é uma variável em três dimensões → Corte de estrada → perfil, Isto é, a face de um conjunto de seções, zonas ou faixas , mais ou menos paralelas à superfície → Quando essas camadas evidenciam a diferenciação do perfil (por efeito dos processos de formação do solo), são chamadas de horizontes, caso contrário, são apenas camadas. → O perfil do solo é formado por esse conjunto de horizontes, desde a superfície até o material semelhante ao que deu origem ao solo. HORIZONTES DIAGNÓSTICO X GENÉTICO Genético → Reflete a presumível gênese daquele solo. Da maneira que o examinador observa. Observação de campo Diagnóstico → usado na classificação; obedece uma série de regras e é rigidamente definido dentro de um sistema de classificação. → O horizonte diagnóstico é identificado no campo e posteriormente confirmado com ajuda de análises laboratoriais. → O nome de determinado solo é dado pela presença, ausência ou combinação de um ou mais horizontes DIAGNÓSTICOS. Horizonte diagnóstico – é uma ferramenta para auxiliar o pedólogo a enquadrar um solo em uma classe (dar nome). Horizontes diagnósticos superficiais: - Hístico, A proeminente, A moderado, A fraco, A chernozêmico, A antrópico e A húmico. Horizontes diagnósticos de subsuperfície: - B textural, B latossólico, B nítico, B plânico, B vértico, Glei, B incipiente, B espódico / ortstein, E álbico, Plíntico, Litoplíntico, Sulfúrico, Fragipã, Duripã, Cálcico, Petrocálcico. Horizontes Diagnósticos Superficiais Horizonte Hístico (O ou H) -Não é horizonte A, por ser orgânico, é superficial, ele é O ou H -Constituição orgânica, resultante de acumulação de resíduos vegetais depositados superficialmente -Coloração escura -Espessura 20 cm quando sobrejacente a material mineral -Mesmo após revolvimento os teores de MO mantêm-se elevados -Excesso de água por longos períodos durante todo ano -Má drenagem do perfil - Alta CTC, muito ácidos, baixo V% - Mal drenados (acúmulo de água) - Diagnóstico para ORGANOSSOLOS Horizonte A chernozêmico -Mineral, superficial, relativamente espesso, de cor escura, ALTA SATURAÇÃO POR BASES, mesmo após revolvimento atende as seguintes características: -estrutura do solo bem desenvolvida, macio, bem agregado -Escuro, croma 3 ,saturação por bases (V%) 65% -C org > 0,6% em todo horizonte - Pouco intemperizados (Ki de 3 a 5) - Ótimo do ponto de vista químico (2:1), Limitações físicas - C-org > 0,6%, >10 cm - diagnóstico para CHERNOSSOLOS Horizonte A proeminente - semelhante ao anterior, porém V% < 65% Horizonte A húmico -mineral, superficial -Escuro, croma e valor inferiores a 4,0 -V% < 65% -C org alto em profundidade -Teor de C org variável em função do teor de argila e profundidade do solo - C-org > 1% em profundidade e até o limite inferior para caracterizar horizonte hístico Horizonte A antrópico -formado ou modificado pelo uso contínuo do solo, pelo homem, como lugar de residência ou cultivo por períodos prolongados, com adição de material orgânico em mistura ou não com material mineral -fragmentos de cerâmica, restos de ossos e conchas -Semelhante ao A chernozêmico e A húmico -Alto teor de P2O5 -Solos formados de antigas aldeias, tendem a estar na beira de rios e lagos - terra preta de índio, áreas pequenas Horizonte A fraco -fracamente desenvolvido -Cores claras: 4 úmido e 6 seco -Estrutura em grãos simples, maciça ou fraco grau de desenvolvimento - C org < 0,6% -< 5 cm quando não satisfazer os itens anteriores (raso) - Constituídos p/ mat. minerais - Presente em LUVISSOLOS -Típico de zonas semi-áridas A moderado -Não se enquadram no conjunto das definições anteriores dos 6 horizonte diagnósticos superficiais. Horizontes Diagnósticos subsuperficiais E álbico - subdivisão do horizonte A - mais próximo do horizonte A que do B - Mineral, comumente subsuperficial - remoção ou segregação ou eluviação de matéria orgânica e argila - cores claras (cor das partículas primárias de areia e silte) - tende a ser de textura mais grosseira - Presente, por exemplo, em Espodossolos - Usualmente precede um B espódico ou textural. - Espessura mínima de 1 cm B textural - mineral, subsuperficial (+ 15% de argila) - incremento de argila no horizonte B - o conteúdo de argila do B é > A e pode ou não ser maior que no horizonte C - cerosidade -Transição A Bt é abrupta, clara ou gradual, teor de argila aumenta com nitidez suficiente para que a parte limítrofe não ultrapasse 30 cm - > 7,5 cm - GT (B/A) > 1,5 - estrutura em blocos e caulinítico, na maioria das vezes - Diagnóstico para ARGISSOLOS, LUVISSOLOS e ALISSOLOS B nítico -não hidromórfico, textura argilosa ou muito argilosa -Sem incremento de argila do A B ou pequeno incremento que não satisfaça para ser Bt. GT < 1,2 - estrutura em blocos - cerosidade moderada ou forte - Cores de vermelho a brunadas, Tb ou Ta - Espessura mínima de 30 cm - Diagnóstico para NITOSSOLOS, ALISSOLOS E LUVISSOLOS B plânico -tipo especial de Bt - mudança textural abrupta - permeabilidade - cores acinzentadas ou escuras - teores de ADA - retenção de lençol de água suspenso de existência temporária -Constituídos p/ mat. Minerais - Relevo plano ou suave ondulado - Diagnóstico para PLANOSSOLOS B latossólico - intemperizado - minerais primários facilmente intemperizáveis (< 4%) - > 50 cm, franco-arenoso ou mais fino, silte - CTC argila < 17 cmolc/ kg - homogêneo, sem gleização - Ki < 2,2 - não deve ter mais do que 5% do volume da massa do horizonte Bw que mostra estrutura da rocha original B espódico -apresenta acumulação iluvial de mat.org. e compostos de Al com presença ou não de Fe iluvial -fraco grau de desenvolvimento de estrutura - limite superior geralmente abrupto - > 2,5 cm - Textura arenosa - Diagnóstico para ESPODOSSOLOS Ortstein Na realidade é um B espódico cimentado por MO e Al, com ou sem Fe, ocupando 50% ou mais da área do horizonte e com no mínimo 2,5 cm. Horizonte Plíntico - presença de plintita 15% e > 15 cm de espessura - coloração variegada- textura franco arenosa ou mais fina - predominantemente Tb e Ki 1,20 a 2,2 - lençol freático alto ou restrição temporária a percolação - Ambiente: clima quente e úmido, relevo plano/s.ond., baixadas, depressões, terços inferiores de encostas, áreas de surgência - regiões que permitam que o terreno fique saturado boa parte do ano - diagnósticos para PLINTOSSOLOS Horizonte Litoplíntico - camada consolidada, contínua endurecida por Fe ou Fe e Al, na qual o C org esta ausente ou presente em pequenas quantidades - > 10 cm - camada endurecida sério impedimento para penetração de raízes e água - B espódico (Ortstein) Litoplíntico Horizonte Glei -mineral, subsuperficial (podendo ser superficial) - > 15 cm espessura - cores cinzas redução do Fe - fortemente influenciado pelo lençol freático - < 15% de plintita - Teores médios a altos de C-org - Comum em ambiente de várzea - diagnóstico para GLEISSOLOS Fragipã -mineral, subsuperficial - > 10 cm - matéria orgânica - densidade do solo em relação aos horizontes sobrejacentes - cimentado quando seco consistência dura, muito dura, extremamente dura - deve ocupar 50% ou mais do volume do horiz para ser diagnóstico - visualmente mosqueado, dificulta ou impede a penetração de raízes - imerso em água se esborroa - Constituídos p/ mat. minerais - Acúmulo de sílica Duripã -mineral, subsuperficial - > 10 cm - variável grau de cimentação por sílica, podendo conter óxidos de Fe e carbonato de cálcio - consistência quando úmido, muito firme ou extremamente firme - deve ocupar 50% ou mais do volume do horiz para ser diagnóstico - pouco comum em solos brasileiros Horizonte Cálcico -acumulação de CaCO3 secundário - > 15 cm - > 15% de CaCO3 e no mínimo 5% a mais de CaCO3 que o horizonte subjacente ou material de origem - Normalmente no horizonte C Horizonte Petrocálcico -evidenciação de avanço evolutivo - > 10 cm - enriquecimento com CaCO3, o horizonte cálcico tende progressivamente a se tornar obturado com carbonatos e cimentado. - forma um horizonte contínuo, endurecido, maciço que passa a ser reconhecido como horizonte Petrocálcico - Penetração de raízes só ao longo de fraturas - Não é comum em nossas condições Horizonte Sulfúrico - formado por sulfurização - > 15 cm - pode ser mineral ou orgânico - pH 3,5, causado por ácido sulfúrico - presença de jaroisita sulfato de ferro mineral alaranjado - > 0,05% de SO4 2- solúvel em água Horizonte Vértico - mineral, subsuperficial - minerais 2:1 (esmectitas, montmorilonitas...) Ta - expansão e contração das argilas - feições pedológicas típicas, superfícies de fricção “slickensides” - > 20 cm - ótimo do ponto de vista químico - limitações físicas - mal a imperfeitamente drenado - diagnóstico para VERTISSOLOS B incipiente - > 10 cm - pouco desenvolvido em relação a cor e/ou estrutura - mineral, alterações químicas e físicas não muito avançadas - textura franco-arenosa ou mais fina - Minerais facilmente intemperizáveis > 4% - Relação Ki > 2,2 - CTC > 17 cmolc kg -1 - muitas vezes classificado por exclusão - diagnóstico para CAMBISSOLOS
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