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O INSTITUTO DA ALIENACAO PARENTAL

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
HENRIETTE REGINA HOELLER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O INSTITUTO DA ALIENAÇÃO PARENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2016 
 
 
HENRIETTE REGINA HOELLER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O INSTITUTO DA ALIENAÇÃO PARENTAL 
 
Monografia apresentada ao Curso de Direito da 
Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade 
Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a 
obtenção do grau de Bacharel em Direito. 
 
Orientadora: Professora Adriana Coelho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2016 
 
 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 
HENRIETTE REGINA HOELLER 
 
 
 
O INSTITUTO DA ALIENAÇÃO PARENTAL 
 
 
 
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Bacharel no 
Curso de Direito da Universidade Tuiuti do Paraná 
 
Curitiba, ___ de ________ de 2016 
 
 
 
 Prof. Dr. PhD Eduardo de Oliveira Leite 
 Universidade TUIUTI do Paraná 
 Curso de Direito 
 
 
 
 
 
 
Orientadora: Professora Adriana Coelho 
 Universidade TUIUTI do Paraná 
 Curso de Direito 
 
 
 
 
Professor: Universidade TUIUTI do Paraná 
 Curso de Direito 
 
 
 
Professor: Universidade TUIUTI do Paraná 
 Curso de Direito 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus em primeiro lugar, que me deu força e saúde para superar obstáculos ao 
longo desse curso. 
 
A minha mãe que acompanhou minha luta diária para estudar e trabalhar. 
 
A minha filha Sabrina e meu genro Leandro que sempre me incentivaram quando eu 
desanimava e aos filhos Camila e Luan. 
 
Ao meu ilustre professor Eduardo Leite, que foi um exemplo de dedicação, 
sabedoria e humor. 
 
A minha orientadora, que me ajudou na elaboração do meu Trabalho de Conclusão 
de Curso. 
 
Aos meus amigos Satoshi e Nair. 
 
Aos meus irmãos Henrique e Celso. 
 
E... 
 
A minha Universidade que me proporcionou o meu título de bacharel em direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O instituto da alienação parental perfaz um instrumento que agride, sobremaneira, 
os direitos da criança e do adolescente, mormente nas questões atreladas a 
convivência familiar e ao seu desenvolvimento psicológico, posto que a sua 
instauração ocasiona confusões mentais, na medida em que a criança passa a 
acreditar em fatos que, definitivamente, não ocorreram. Tal fenômeno mostra-se 
devastador, eis que agride não apenas a prole, mas também o genitor alienado, que, 
induvidosamente, sofre com a separação do filho. Assim sendo, mostra-se 
necessário demonstrar, no presente estudo de que forma o fenômeno da alienação 
parental restará configurada nos casos concretos, mais precisamente as condutas 
do agente alienador que ensejam o surgimento de tal instituto, bem como de que 
forma o Poder Judiciário vem criando mecanismos que visem coibir, ou ao menos 
atenuar, a prática desta conduta abusiva. 
 
Palavras-chave: Alienação Parental. Família. Melhor interesse. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 6 
2 ASPECTOS GERAIS SOBRE A DISSOLUÇÃO DO VÍNCULO 
CONJUGAL........................................................................................... 
 
8 
2.1 O PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA...................... 8 
2.2 A SEPARAÇÃO DOS GENITORES....................................................... 10 
2.3 A GUARDA DA CRIANÇA...................................................................... 12 
3 A SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL........................................ 15 
4 A ALIENAÇÃO PARENTAL................................................................... 17 
4.1 CONCEITO DE ALIENAÇÃO PARENTAL.............................................. 17 
4.2 OS COMPORTAMENTOS CLÁSSICOS DO ALIENADOR.................... 18 
4.3 A IMPLANTAÇÃO DE FALSAS MEMÓRIAS E A ACUSAÇÃO DE 
ABUSO SEXUAL.................................................................................... 
 
21 
4.4 AS CONSEQUÊNCIAS DA ALIENAÇÃO PARENTAL........................... 23 
4.5 MECANISMOS PROCESSUAIS PARA A DISCUSSÃO DA 
ALIENAÇÃO PARENTAL....................................................................... 
 
25 
4.6 O PAPEL DAS EQUIPES MULTIDISCIPLINARES................................ 26 
4.7 MEDIDAS JURÍDICAS PARA COIBIR A PRÁTICA DA ALIENAÇÃO 
PARENTAL............................................................................................. 
 
28 
5 CONCLUSÃO........................................................................................ 32 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 34 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O instituto familiar mostra-se de suma importância para o desenvolvimento 
do menor, vez que por meio dele a criança e o adolescente adotam suas primeiras 
referências, e, paulatinamente, passam a se inserir na sociedade, convivendo com 
outras pessoas que lhes são estranhas. 
Assim, cabe a família, mormente os seus genitores, proporcionar 
mecanismos que visem resguardar de forma efetiva os seus direitos, observando-se, 
em todos os casos, aqueles que mais se coadune com os seus interesses. Para 
tanto, cabe aos pais corrigir as condutas que se mostram equivocadas, elogiar seu 
bom comportamento e, ainda, proceder de modo que seus atos sirvam de exemplo 
para a criança. 
Entretanto, em muitas ocasiões a entidade familiar, que até então serviu de 
substrato para o crescimento da criança, não se finda apenas com a morte dos 
genitores, eis que, ao longo dos anos, poderá subsistir a questão do rompimento do 
casamento. 
Em meio à dissolução da sociedade conjugal encontra-se inserta a criança e 
o adolescente, que, indubitavelmente, encontra-se em desenvolvimento, e, no meio 
de uma situação tão delicada, mostra-se plausível observar, in totum, o princípio do 
melhor interesse do menor. 
Diante disso, não pairam dúvidas de que a relação afetiva entre os genitores 
e seus filhos deve ser preservada, ainda que haja a dissolução do casamento. 
Contudo, em algumas hipóteses o direito a convivência entre o pai e a sua 
prole não restam resguardados na prática, eis que o alienador, imbuído por um 
sentimento de ódio e vingança, acaba não observando o contido no princípio do 
melhor interesse da criança e, assim, passa a efetivar o ato de alienação parental. 
Corriqueiramente, o alienador pratica diversos comportamentos que se 
coaduna com o fenômeno da alienação parental, que, drasticamente, ocasionam 
diversas consequências para o desenvolvimento psíquico da criança e do 
adolescente. 
Entretanto, tal conduta mostra-se repudiada pelo ordenamento jurídico 
brasileiro, assim como pelos Tribunais Pátrio, que, acertadamente, vêm criando 
mecanismos de modo a coibir, ou ao menos amenizar a incidência de tal instituto, 
consoante restará demonstrado no decorrer do presente estudo. 
7 
 
Assim sendo, faz-se necessário demonstrar no presente estudo a questão 
da alienação parental de modo mais acurado, enfatizando os principais 
comportamentos que ensejam o seu surgimento, as consequências que o aludido 
fenômeno acarretará no desenvolvimento da criança e do adolescente e, ainda, 
quais são os métodos utilizados para minimizar a incidência deste instituto.8 
 
2 ASPECTOS GERAIS SOBRE A DISSOLUÇÃO DO VÍNCULO CONJUGAL 
 
2.1 O PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA 
 
O princípio do melhor interesse da criança encontra-se atrelado ao fato de 
que os direitos das crianças e dos adolescentes devem ser tratados com absoluta 
prioridade, sobrepondo-se, inclusive, aos de seus genitores, posto que é um sujeito 
em desenvolvimento e, portanto, merece respeito e proteção integral. 
No direito brasileiro, o princípio do melhor interesse doa criança encontra 
respaldo no artigo 227, da Constituição Federal, além dos artigos 4.º e 5.º, do 
Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Passando para a análise constitucional, denota-se que o artigo 227 elenca 
um rol de direitos que devem ser resguardados, obrigatoriamente, à criança, ao 
adolescente e ao jovem, como à dignidade e à convivência familiar, além de criar 
mecanismos que visem assegurá-los de qualquer conduta negligente, 
discriminatória, afastando, ainda, atos que ensejem exploração, violência e 
crueldade. Ressalta-se, desde logo, que tais direitos mostram-se ceifados quando a 
criança sofre, reiteradamente, alienação parental. 
 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, 
ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, 
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, 
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão. 
 
Partindo-se para a análise infraconstitucional, enfatiza-se que o artigo 4.º, do 
Estatuto da Criança e do Adolescente, dispõe acerca dos direitos das crianças e dos 
adolescentes, cujo dispositivo traz em seu bojo uma redação que muito se 
assemelha ao contido na Constituição Federal de 1988. 
Difere-se do texto constitucional na medida em que estabelecem diversos 
preceitos de modo a garantir a absoluta prioridade dos direitos a eles inerente, como 
a imprescindibilidade no recebimento de proteção e socorro, pouco importando as 
circunstâncias nas quais estejam insertas a criança e o adolescente, o atendimento 
preferencial acerca da formulação das políticas sociais públicas, além dos recursos 
sociais serem destinados, prioritariamente, à proteção da juventude. 
9 
 
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do 
poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos 
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, 
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária. 
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: 
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; 
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância 
pública; 
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; 
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com 
a proteção à infância e à juventude. 
 
Da mesma forma, o artigo 5.º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, 
dispõe acerca da tutela infantil, estabelecendo que “Nenhuma criança ou 
adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer 
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”. 
A Convenção Internacional dos Direitos da Criança, mormente em seu item 
3.1, também consagrou o princípio do melhor interesse da criança, eis que 
determina, incisivamente, que "Todas as ações relativas às crianças, levadas a 
efeito por instituições públicas ou privadas de bem estar social, tribunais, 
autoridades administrativas ou órgãos legislativos, devem considerar, 
primordialmente, o interesse maior da criança". 
O Superior Tribunal de Justiça, reiteradamente, utiliza em seu arcabouço 
decisório o instituto do princípio do melhor interesse da criança, como meio de 
fundamentar seus posicionamentos. Na decisão abaixo colacionada, na qual se 
discutia a dissolução da sociedade conjugal e a guarda do filho, restou salientado a 
incidência do princípio em espeque, eis que, induvidosamente, deverá prevalecer 
sobre quaisquer outras hipóteses levantadas. 
 
PROCESSO CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO 
DERECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C 
GUARDA DE FILHO. MELHOR INTERESSE DO MENOR. PRINCÍPIO DO 
JUÍZO IMEDIATO. COMPETÊNCIADO JUÍZO SUSCITANTE. 
1. Debate relativo à possibilidade de deslocamento da competência em face 
da alteração no domicílio do menor, objeto da disputa judicial. 
2. Em se tratando de hipótese de competência relativa, o art. 87 do CPC 
institui, com a finalidade de proteger a parte, a regra da estabilização da 
competência (perpetuatio jurisdictionis),evitando-se, assim, a alteração do 
lugar do processo, toda a vez que houver modificações supervenientes do 
estado de fato ou de direito. 
3. Nos processos que envolvem menores, as medidas devem ser tomadas 
no interesse desses, o qual deve prevalecer diante de quaisquer outras 
questões. 
10 
 
4. Não havendo, na espécie, nada que indique objetivos escusos por 
qualquer uma das partes, mas apenas alterações de domicílios dos 
responsáveis pelo menor, deve a regra da perpetuatio jurisdictionis ceder 
lugar à solução que se afigure mais condizente com os interesses do infante 
e facilite o seu pleno acesso à Justiça. Precedentes. (STJ - Conflito de 
Competência 114782 RS - Relatora Nancy Andrighi - 2.ª Seção - 
Julgamento em 12/12/2012). 
 
Por conseguinte, Roberto Figueiredo e Luciano Figueiredo (2014, p. 76) 
enfatizam que "[...] o princípio do melhor interesse é fundamento para dirimir 
conflitos que envolvam crianças e adolescentes, conferindo uma proteção especial 
ao menor". 
 
2.2 A SEPARAÇÃO DOS GENITORES 
 
Induvidosamente, a dissolução da sociedade conjugal alberga diversos 
fatores, como a incompatibilidade de gênios, infidelidade, além de diversas outras 
hipóteses, que, hodiernamente, assombram a coletividade brasileira, como, por 
exemplo, as questões econômicas. 
Sabe-se que a separação conjugal, por si só, já ocasiona para as partes 
envolvidas estresse e desequilíbrio emocional, cabendo aos pais criar mecanismos 
que visem ajudar a prole a compreender a atual situação vivenciada, com o escopo 
de que os mesmos superem a separação de seus genitores, nos moldes instituídos 
por Rolf Madaleno (2013). 
No entanto, muito embora a família seja considerada a base do indivíduo, 
devendo, para tanto, albergar a criança em um ambiente imbuído de afeto e 
respeito, nota-se que em muitas ocasiões seus direitos não restam resguardados, 
eis que acabam se tornando um objeto para atingir o outro genitor. 
Sobre o tema, Caroline de Cássia Francisco Buosi (2012, p. 41) assevera 
que no caso em espeque deve-se atentar para que não ocorra a implementação da 
Síndrome da Alienação Parental, vez que as modificações ocasionadas na vida da 
criança pela separação do núcleo familiar poderá ensejar o esquecimento de um dos 
genitores. 
 
Nessa formação familiar também é preciso estar atento para que não ocorra 
o estabelecimento da Síndrome de Alienação Parental, tendo em vista que 
como ocorre à união de indivíduos que podem adquirir papéis de pai ou 
mãe na vida da criança, esse novo núcleo familiar pode predispor que o real 
genitor da criança passe a ser "esquecido". Assim, é necessário que se 
11 
 
respeitem o afeto e a relação que existem entre esses, deixando claro a 
essa criança, mediante comportamentos adequados, que a família 
recomposta não irá diminuir ou anular os indivíduos que fazem parte da real 
parentalidadedaquele filho. 
 
Diante disso, partindo-se para a análise da dissolução da sociedade 
conjugal, Paulo Lôbo (2011, p. 149) esclarece que "O divórcio é o meio voluntário de 
dissolução do casamento. O meio não voluntário é a morte de um ou de ambos os 
cônjuges". 
Aliado a isso, enfatiza-se que o artigo 1.571, do Código Civil Brasileiro, traz 
em seu bojo as hipóteses nas quais resta findada a sociedade conjugal, como, por 
exemplo, a separação judicial e o divórcio. 
 
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: 
I - pela morte de um dos cônjuges; 
II - pela nulidade ou anulação do casamento; 
III - pela separação judicial; 
IV - pelo divórcio. 
 
Com supedâneo no conteúdo inserto no artigo acima colacionado, Fernando 
Frederico de Almeida Júnior e Juliana Zacarias Fabre Tebaldi (2012, p. 34) expõem 
que “Isso quer dizer que com o divórcio, a morte de um dos cônjuges, a declaração 
de nulidade, a anulação do casamento ou a separação judicial ou extrajudicial estará 
à sociedade conjugal finalizada, desaparecendo os direitos e deveres [...]”. 
Contudo, há de se enaltecer que a separação dos cônjuges não pode servir 
de aparato para afastar os genitores de seus filhos, eis que os direitos das crianças 
e adolescentes devem prevalecer sobre os interesses dos pais que estejam em 
conflito e, portanto, não cabe um dos genitores suprimir a convivência com o outro, 
eis que perfaz direito da criança preservar seu vínculo afetivo com aquele que não 
detenha sua guarda. 
Silvio de Salvo Venosa (2013, p. 159) corrobora o entendimento acima 
mencionado. 
 
Em qualquer situação, a separação ou divórcio deve traduzir 
essencialmente um remédio ou solução para o casal e a família, e não 
propriamente uma sanção para o conflito conjugal, buscando evitar maiores 
danos não só quanto à pessoa dos cônjuges, mas principalmente no 
interesse dos filhos menores. 
 
Contudo, em pese inúmeras mulheres conseguirem alcançar sua própria 
12 
 
autonomia após o divórcio, Caroline de Cássia Francisco Buosi (2012, p. 51) 
menciona que "[...] outras mulheres continuam sentindo-se presas em sentimentos 
negativos advindos do vínculo conjugal rompido, o que dificulta criar novas 
expectativas de uma vida melhor". 
 
2.3 A GUARDA DA CRIANÇA 
 
Pontua-se que, sem sombra de dúvidas, antes do término da sociedade 
conjugal a guarda da criança mostra-se exercida por ambos os genitores, ante o 
instituto do poder familiar albergado pelo ordenamento jurídico pátrio. Contudo, após 
a dissolução do casamento, faz-se necessário proceder à implementação da guarda 
da criança, cabendo, ao outro genitor, exercer seu direito de visita, nos casos em 
que a mesma não seja compartilhada. 
Diante disso, mostra-se imperioso trazer à tona, inicialmente, a definição 
acerca do fenômeno da guarda, que, de acordo com Fábio Vieira Figueiredo e 
Georgios Alexandridis (2014, p. 35) "[...] constitui um desdobramento do direito de 
convivência mantido em relação aos filhos, consistindo na mesma atribuição de zelar 
pelo cuidado, proteção, educação e custódia dos filhos, por um dos genitores ou por 
ambos de forma simultânea". 
Seguindo a linha de raciocínio anteriormente adotada, César Fiuza (2009, p. 
997) expõe que: 
 
A guarda é relação típica do poder familiar. É, em termos grosseiros, a 
"posse direta" dos pais sobre os filhos. Apesar de grosseiros os termos, a 
ideia de posse é tão atraente e expressa com tanta clareza em que consiste 
a guarda, que o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente a utilizou no 
art. 33, § 1º, ao dispor que "a guarda destina-se a regularizar a posse de 
fato". 
 
Por conseguinte, salienta-se que o artigo 1.583, do Código Civil, é claro 
quando estabelece que "A guarda será unilateral ou compartilhada". 
Dispondo acerca do tema, Eduardo de Oliveira Leite (2011, p. 196/197) 
explica que o Código Civil é claro quando oferece duas opções de guarda (unilateral 
e compartilhada), sendo que as duas possuem a mesma importância, na medida em 
que a viabilidade acerca de sua aplicação somente poderá ser verificada diante do 
caso concreto. 
13 
 
Conforme já se informou, acima, a nova legislação sobre a guarda adotou 
um modelo dual que se esgota nas duas opções oferecidas pelo legislador: 
unilateral ou compartilhada. Ou seja, à exclusividade da guarda unilateral o 
legislador oferece o novo modelo de guarda compartilhada, sem, portanto, 
descaracterizar ou nulificar a possibilidade da guarda unilateral. 
[...] 
De qualquer maneira, a colocação das duas hipóteses no mesmo patamar, 
não mais legitima a consideração da guarda unilateral como regra e a 
guarda compartilhada como exceção. Ambas as formas de guarda passa a 
ter o mesmo status quanto à sua importância, devendo ser avaliada a 
situação concreta para escolha acerca de qual dos dois modelos melhor se 
ajusta à hipótese. 
 
Sem sombra de dúvidas, configurar-se-á a guarda unilateral quando 
conferida apenas a um dos pais, ao passo que a "Guarda conjunta ou compartilhada 
significa mais prerrogativas aos pais, fazendo com que estejam presentes de forma 
mais intensa na vida dos filhos", conforme ensina Maria Berenice Dias (2009, p. 
401). 
Sobre o tema, Paulo Lôbo (2011, p. 190) explica que “A guarda consiste na 
atribuição a um dos pais separados ou a ambos dos encargos de cuidado, proteção, 
zelo e custódia do filho. Quando é exercida por um dos pais, diz-se unilateral ou 
exclusiva: quando por ambos, compartilhada”. 
Da mesma forma, o artigo 1.583, parágrafo 1.º, do Código Civil Brasileiro, 
dispõe acerca da definição da guarda unilateral e compartilhada, senão vejamos: 
 
§ 1
o
 Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores 
ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5
o
) e, por guarda compartilhada a 
responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da 
mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos 
filhos comuns. 
 
Assim sendo, há de se mencionar que o escopo maior da guarda é regular 
os aspectos atinentes à posse da criança e do adolescente, não emancipado. 
Roberto Figueiredo e Luciano Figueiredo (2014) mencionam, inclusive, que através 
da guarda restará pactuada a questão atinente a convivência do menor em relação a 
outrem. 
Diante disso, não pairam dúvidas de que a finalidade precípua da guarda é 
resguardar a assistência material e moral das crianças, além de prover-lhe a 
educação, eis que muito embora tenha havido a dissolução da sociedade conjugal, 
ambos os genitores permanecem imbuídos, igualitariamente, em criar mecanismos 
que visem assegurar o desenvolvimento do menor de modo efetivo. 
14 
 
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal vem se posicionando no sentido de 
que a instituição da guarda deve observar, obrigatoriamente, o princípio do melhor 
interesse da criança, ou seja, deve-se atribuí-la aquele que demonstrar condições 
mais adequadas ao seu exercício, de modo a se coadunar com as necessidades do 
menor. Inclusive, restou assegurado o direito de visita, eis que o convívio com 
ambos os genitores mostra-se imprescindível para o desenvolvimento psíquico da 
criança. 
 
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO DE FAMÍLIA. 
GUARDA. DIREITO DE VISITAS. PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE 
DO MENOR. ALIENAÇÃO PARENTAL. NÃO OCORRÊNCIA. RECURSO 
CONHECIDO E NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. 
1. Em consonância com o princípio consagrado na Constituição Federal de 
proteção integral da criança e adolescente, bem assim nos termos do artigo 
1.584, caput, do Código Civil, tem-se que o instituto de guarda e 
responsabilidade destina-se à proteção do menor, de modo que a guarda 
será atribuída a quem revelar condições mais adequadas paraexercê-la, 
baseando-se em quem melhor atender os interesses da criança, nos moldes 
do artigo 1.612 do Código Civil. 
2. O direito de visita envolve direito basilar no contexto das relações 
familiares. Trata-se de direito da personalidade inerente ao exercício do 
próprio poder familiar, propiciando aos genitores o convívio necessário apto 
a possibilitar aos filhos o desenvolvimento do afeto parental e da própria 
saúde psíquica e psicológica do infante, de modo que este cresça como 
pessoa plena nos atributos que o tornem mais propenso ao ajuste familiar e 
social. (TJ/DF - Apelação Cível 20130910142300 - Relator Rômulo de 
Araujo Mendes - 1.ª Turma Cível - Julgamento em 21/10/2015). 
 
Hodiernamente, com o escopo de minorar os efeitos negativos que a 
separação dos pais pode proporcionar aos filhos, bem como manter os laços de 
afetividade, o ordenamento jurídico pátrio passou a albergar, via de regra, a guarda 
compartilhada, somente sendo possível a implementação da guarda unilateral nos 
casos em haja consenso entre os genitores, ou quando seja determinada pelo 
magistrado. 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
3 A SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL 
 
A Síndrome da Alienação Parental perfaz um fenômeno destruidor na vida 
do indivíduo, eis que o indivíduo programa a prole a acreditar em fatos 
supostamente vivenciados, ocasião em que o agente alienador passa a figurar no 
papel de vítima, ao passo que o genitor alienado passa a ser conceituado como uma 
pessoa má, um agressor, que, na íntima convicção do menor, ocasionou danos para 
si, assim como para a sua genitora. 
Jorge Trindade (2007, p. 102) trouxe a conceituação acerca de tal 
fenômeno, mencionando, basicamente, que se trata de um transtorno psicológico, o 
qual tem o condão de impedir, ou até mesmo destruir, os vínculos da criança com o 
agente alienado, sem que haja quaisquer motivos que, efetivamente, justifique tais 
condutas. Assim sendo, o escopo maior do aludido instituto é desmoralizar a figura 
parental. 
 
A Síndrome da Alienação Parental é um transtorno psicológico que se 
caracteriza por um conjunto de sintomas pelos quais um genitor, 
denominado cônjuge alienador, transforma a consciência de seus filhos, 
mediante diferentes formas e estratégias de atuação, com o objetivo de 
impedir, obstaculizar ou destruir seus vínculos com o outro genitor, 
denominado cônjuge alienado, sem que existam motivos reais que 
justifiquem essa condição. Em outras palavras, consiste num processo de 
programar uma criança para odeie um de seus genitores sem justificativa, 
de modo que a própria criança ingressa na trajetória de desmoralização 
desse mesmo genitor. 
 
Por oportuno, Caroline de Cássia Francisco Buosi (2012, p. 54) menciona, 
basicamente, o momento em que resta instaurada a Síndrome da Alienação 
Parental, a qual “[...] ocorre exatamente no momento em que a mãe percebe o 
interesse do pai em preservar a convivência afetiva com a criança, e a usa de forma 
vingativa perante ressentimentos advindos da época do relacionamento ou da 
separação [...]”. 
Rolf Madaleno (2013), com supedâneo nos estudos provenientes de Richard 
A. Gardner, menciona que a Síndrome da Alienação Parental encontra-se atrelada 
em três estágios, quais sejam: leve, médio e severo. No primeiro, o comportamento 
do agente alienador inicia-se de modo involuntário, ao passo que no nível médio, 
embora um pouco mais avançado, subsiste, ainda, uma relação saudável entre a 
criança e o seu genitor, alvo da alienação. Contudo, na terceira fase o menor passa 
16 
 
a demonstrar preferência ao genitor alienador, momento em que o Poder Judiciário, 
de modo célere, deverá intervir no caso concreto. 
De modo a melhor elucidar os estágios da alienação parental colaciona-se, 
na íntegra, o entendimento exposto pelo autor Rolf Madaleno (2013, p. 462/463). 
Veja-se: 
 
Ela foi percebida pelo psiquiatra americano Richard A. Gardner em 
processos de guarda, quando o cônjuge na posse do filho desencadeia uma 
alienação obsessiva e está empenhado em desaprovar a aproximação do 
genitor visitante, reconhecendo esse autor a existência de três diferentes 
níveis de alienadores, que ficam divididos entre as categorias leves, médias 
e severas. Esses comportamentos alienadores podem iniciar de forma 
inconsciente e involuntária, para logo se transformarem em uma clara 
estratégia de lealdade. No nível médio, a criança tem ainda uma razoável 
relação saudável com seu progenitor não guardião, porém, em 
determinadas ocasiões a criança participa de uma campanha contra o outro, 
manifestando sua preferência pelo alienador e essa preferência vai 
aumentando gradativamente, convencendo-se a criança de que seu genitor 
não convivente não tem valor algum, entendendo Richard Gardner ser esse 
o momento de intervenção judicial, inclusive com a troca de guarda, antes 
de colocar a criança em risco de desenvolver uma SAP mais severa, com 
todos os componentes de rejeição, podendo ressentir-se o vínculo de níveis 
patológicos. 
 
O autor Roberto Palermo (2012, p. 27) corrobora o mesmo entendimento: 
 
A síndrome da alienação parental pode ser medida em estágios: leve, 
moderado e grave. No estágio leve, a criança se sente constrangida 
somente no momento em que os pais se encontram; afastada do guardião, 
a criança mantém um relacionamento normal com o outro genitor. 
Já no estágio moderado, a criança apresenta atitudes indecisas e 
conflituosas. Em certos momentos, já mostra sensivelmente o desapego ao 
não guardião. 
Quando a SAP atinge o estágio grave, é hora de se preocupar. A criança 
apresenta-se doente, perturbada a ponto de compartilhar todos os 
sentimentos do guardião, não só ouvindo as agressividades dirigidas ao não 
guardião como contribuindo com o processo de desmoralização do genitor. 
 
Por derradeiro, menciona-se que, atualmente, a Síndrome da Alienação 
Parental não se encontra inserta nos códigos internacionais de doenças, aliado ao 
fato de não ser possível mensurar o número de demandas que contemplam o 
aludido instituto, eis que conforme assevera Caroline de Cássia Francisco Buosi 
(2012), tais processos tramitam perante as varas de infância e de família, sendo, 
portanto, acobertadas pelo segredo de justiça. 
 
 
17 
 
4 A ALIENAÇÃO PARENTAL 
 
4.1 CONCEITO DE ALIENAÇÃO PARENTAL 
 
Ressalta-se que o fenômeno da alienação parental possui delimitação 
conceitual na Legislação Regente, eis que o artigo 2.º, caput, da Lei n.º 12.318, de 
26 de agosto de 2010, dispõe, acertadamente, acerca da definição do aludido 
fenômeno, senão vejamos: 
 
Art. 2
o
 Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação 
psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos 
genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a 
sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause 
prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. 
 
Denota-se, assim, que a alienação parental encontra-se intrinsecamente 
ligado ao fato do alienador, imbuído por um ressentimento infindável, atuar de forma 
depreciativa, com o escopo de prejudicar o vínculo existente entre o genitor e o filho, 
cuja consequência, além do afastamento de ambos, consubstancia na interferência 
psicológica da criança, o que acaba acarretando diversos danos em seu 
desenvolvimento psíquico. 
Por outro lado, Caroline de Cássia Francisco Buosi (2012, p. 116) assevera 
que a alienação parental perfaz “[...] uma tentativa formal de coibir familiares a 
restringir o convívio adequado entre a criança e algum ente querido, mediante 
interesses pessoais desse adulto, fazendo assim vigorar com mais efetividade o 
direito fundamentaldos envolvidos [...]”. 
O autor Jesualdo Almeida Júnior (2010, p. 8) também dispõe de valiosos 
ensinamentos acerca da definição do instituto da alienação parental, enfatizando, 
basicamente, que a mesma consiste na campanha de desmoralização efetuada por 
um genitor em relação ao outro, vez que, mediante a instauração de tortura 
psicológica na criança, a mesma passa a repudiar seu genitor, o que ensejará 
consequências drásticas, como, por exemplo, o afastamento definitivo de sua prole. 
 
A Alienação Parental é a campanha de desmoralização feita por um genitor 
em relação ao outro, geralmente a mulher (uma vez que esta normalmente 
detém a guarda do filho) ou por alguém que possua a guarda da criança. É 
utilizada uma verdadeira técnica de tortura psicológica no filho, para que 
esse passe a odiar e desprezar o pai e, dessa maneira, afaste-se do 
18 
 
mesmo. 
 
Nota-se que a alienação parental perfaz ato arbitrário do agente alienador, o 
qual se denota mediante a instauração de diversos comportamentos, conforme será 
demonstrado a seguir. 
 
4.2 OS COMPORTAMENTOS CLÁSSICOS DO ALIENADOR 
 
Registre-se, inicialmente, que as condutas ensejadoras da alienação 
parental, em muitas ocasiões, advêm de situações que não foram resolvidas pelos 
ex-companheiros, que acabam alimentando um desejo de vingança e, assim, 
utilizam para a sua concretude os próprios filhos 
Maria Berenice Dias (2009, p. 418) pontua diversas atitudes consideradas 
como clássicas do alienador, como, por exemplo, a narração de fatos que não 
ocorreram, o que acaba ensejando uma contradição nos sentimentos da criança, eis 
que, paulatinamente, passa a se convencer dos fatos articulados pelo agente 
alienador. 
 
[...] desencadeia um processo de destruição, de desmoralização, de 
descrédito do ex-parceiro. 
Nada mais do que uma "lavagem cerebral" feita pelo genitor alienador no 
filho, de modo a denegrir a imagem do outro genitor, narrando 
maliciosamente fatos que não ocorreram ou que não aconteceram conforme 
a descrição dada pelo alienador. Assim, o infante passa aos poucos a se 
convencer da versão que lhe foi implantada, gerando a nítida sensação de 
que essas lembranças de fato aconteceram. 
 
No mesmo sentido, o artigo 2.º, parágrafo único, da Lei n.º 12.318, de 26 de 
agosto de 2010, traz em seu bojo algumas condutas que muito se assemelham a 
prática da alienação parental, como, por exemplo, a realização de campanha 
desqualificada do genitor alienado, o fato de dificultar o contato da criança com o 
genitor, a impossibilidade de se exercer a autoridade parental, a omissão de 
informações relevantes da criança, como, por exemplo, aquelas advindas da escola, 
assim como a mudança de domicílio, de modo injustificado. 
 
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além 
dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados 
diretamente ou com auxílio de terceiros: 
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício 
da paternidade ou maternidade; 
19 
 
II - dificultar o exercício da autoridade parental; 
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; 
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre 
a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de 
endereço; 
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou 
contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou 
adolescente; 
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a 
dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com 
familiares deste ou com avós. 
 
De acordo com Eduardo de Oliveira Leite (2015, p. 267), as condutas acima 
descritas são exemplificativas, agindo a legislação em vigor "[...] com cautela ao se 
jungir a meros exemplos, logo, o rol apresentado não é numerus clausus, mas, ao 
contrário, numerus apertus, como tem demonstrado, de forma irrefutável, a dinâmica 
familiar". 
Aliado a isso, há de se mencionar que subsistem diversas outras condutas 
que ensejam a configuração da alienação parental, como deixar de passar os 
recados que tenham sido deixados para a criança, desvalorizar as condutas 
provenientes do genitor alienado e, ainda, culpar o genitor pelo mau comportamento 
do filho. 
Caroline de Cássia Francisco Buosi (2012) pontua que mudanças drásticas 
na fisionomia da genitora também servem de aparato para a concretude de tal 
fenômeno, enfatizando, inclusive, que em muitas audiências denotam-se as 
transformações aparentes nas genitoras, como a perda ou o aumento excessivo de 
peso, a falta de cuidado com unhas, cabelos e roupas, além de aparentar um grande 
sofrimento ocasionado pelo rompimento do vínculo conjugal. 
Da mesma forma, Silvio de Salvo Venosa (2013, p. 332) traz à tona atitudes 
comportamentais típicas do agente alienador, como, por exemplo, denegrir a 
personalidade do genitor, manipulando a criança de modo que o mesmo passe a 
repudiar seu pai. 
 
O guardião em geral, seja ele divorciado ou fruto de união estável desfeita, 
passa a afligir a criança com ausência de desvelo com relação ao outro 
genitor, imputando-lhe má conduta e denegrindo sua personalidade sob as 
mais variadas formas. Nisso o alienador utiliza todo tipo de estratagemas. 
Trata-se de abuso emocional de consequências graves sobre a pessoa dos 
filhos. Esse abuso traduz o lado sombrio da separação dos pais. O filho é 
manipulado para desgostar ou odiar o outro genitor. 
 
20 
 
Já Roberto Palermo (2012, p. 20) traz à baila um fato exemplificativo de 
modo a melhor elucidar as condutas emanadas do agente alienador, que, 
corriqueiramente, são utilizadas na prática. Ressalta, ainda, que um dos recursos 
mais comumente é distorcer o contexto vivenciado, forjando situações que sequer 
existiram. 
 
Um exemplo: o genitor que detém a guarda, geralmente a mãe, avisa à 
criança que o pai virá buscá-la para passar o fim de semana com ele. Tudo 
está pronto e ambas ficam esperando o pai chegar. As horas passam e o 
pai não chega. A mãe demonstra tristeza, compaixão e, para salvar a 
criança de tamanha frustração, resolve que o melhor a ser feito é sair para 
tomar um sorvete. 
Nos casos de alienação, tudo isso pode ser forjado. O que a criança 
desconhece é que em momento nenhum o pai soube que ela o estava 
esperando. A intenção é mostrar até que ponto o pai é mau e como ela, 
abnegadamente, ama a criança, protege-a e está presente até em seus 
piores momentos. Cria-se cumplicidade por meio da manipulação. 
 
Oportuno mencionar que a prática da alienação parental não decorre apenas 
dos pais, mas também pode se originar de atos emanados pelos avôs, ou, inclusive, 
daqueles que detenham a guarda da criança, e, de certa forma, possua repulsa na 
relação entre o genitor e a criança. 
O Tribunal Pátrio já se posicionou nesse sentido: 
 
APELAÇÃO CÍVEL. ALTERAÇÃO DE GUARDA. GUARDA INICIALMENTE 
CONCEDIDA À AVÓ MATERNA. ALIENAÇÃO PARENTAL. PERDA DA 
GUARDA DE OUTRA NETA EM RAZÃO DE MAUS-TRATOS. GENITOR 
QUE DETÉM PLENAS CONDIÇÕES DE DESEMPENHÁ-LA. 
Inexistindo nos autos qualquer evidência de que o genitor não esteja 
habilitado a exercer satisfatoriamente a guarda de seu filho, e tendo a prova 
técnica evidenciado que o infante estaria sendo vítima de alienação parental 
por parte da avó-guardiã, que, inclusive, perdeu a guarda de outra neta em 
razão de maus-tratos, imperiosa a alteração da guarda do menino. (TJ/RS - 
Apelação Cível 70043037902 - Relator Ricardo Moreira Lins Pastl - 8.ª 
Câmara Cível - Julgamento em: 29/09/2011). 
 
Sendo assim, mostra-seimperioso mencionar que "A conduta é vedada 
também a terceiro como avôs, tios, tutores, padrinhos e todos que busquem se valer 
do convívio com a criança ou da autoridade parental que detém para prejudicar os 
genitores", conforme entendimento corroborado por Caroline de Cássia Francisco 
Buosi (2012, p. 120). 
 
 
21 
 
4.3 A IMPLANTAÇÃO DE FALSAS MEMÓRIAS E A ACUSAÇÃO DE ABUSO 
SEXUAL 
 
Acerca da implantação de falsas memórias, Caroline de Cássia Francisco 
Buosi (2012) explica que tal instituto perfaz o fato do indivíduo se lembrar de 
determinado acontecimento de modo distorcido, ou até mesmo que sequer ocorreu, 
restando à criança apenas o sentimento de repulsa quanto ao genitor alienado. 
Seguindo esta linha, Maria Berenice Dias (2009, p. 418) salienta que na 
implantação de falsas memórias a criança e o adolescente mostram-se convencidos 
da existência de determinado que não ocorreu, mas que devido a sua afirmação 
reiterada, passa a se convencer acerca de seu acontecimento. Mostra-se, portanto, 
manipulado, servindo de mero objeto para aquele que deseja afastá-lo de seu 
genitor alienado. 
 
O filho é convencido da existência de determinados fatos e levado a repetir 
o que lhe é afirmado como tendo realmente acontecido. Nem sempre 
consegue discernir que está sendo manipulado e acaba acreditando naquilo 
que lhe foi dito de forma insistente e repetida. Com o tempo, nem o 
alienador distingue mais a diferença entre verdade e mentira. A sua verdade 
passa a ser verdade para o filho, que vive com falsas personagens de uma 
falsa existência, implantando-se, assim, as falsas memórias. 
 
O autor Jorge Trindade (2007, p. 203) dispõe acerca do tema, mencionando 
que “A Síndrome das Falsas Memórias traz em si a conotação das memórias 
fabricadas ou forjadas, no todo ou em parte, na qual ocorrem relatos de fatos 
inverídicos, supostamente esquecidos por muito tempo e posteriormente 
relembrados”. 
Além do mais, não se deve olvidar que a implantação de falsas memórias 
poderá advir de forma espontânea, mediantes atos não intencionais e, ainda, serem 
sugeridas de modo proposital. Caroline de Cássia Francisco Buosi (2012, p. 70/71) 
corrobora os fatos articulados precedentemente: 
 
Diante disso, as falsas memórias podem surgir espontaneamente, por meio 
de confusões não intencionais sobre a situação vivenciada, ou até mesmo 
serem implantadas e sugeridas. Enquanto essas são alheias ao indivíduo, 
externas à percepção própria dele e internalizada por relatos de outrem, 
propositais ou não, muitas vezes tendo características que são coerentes 
com o evento, aquelas ocorrem a todo momento e fazem parte do processo 
de compreensão de uma situação qualquer. 
 
22 
 
Diante disso, é salutar mencionar que "A construção de falsas memórias 
advém de lembranças implantadas por pessoas que tenha o escuso interesse em 
prolongar uma estratégia de persuasão que nem sempre é percebida num primeiro 
momento", conforme ensina Rolf Madaleno (2013, p. 468). 
Os casos em que se vislumbram a implantação de falsas memórias ensejam 
maiores repulsas quando o agente alienador passa a acusar a vítima de suposta 
prática de abuso sexual. Caroline de Cássia Francisco Buosi (2012, p. 59) delimita 
de forma pontual o tema, mencionando que “Nesse processo de manipulação das 
crianças, a imagem do ex-parceiro passa a ser destruída e desmoralizada perante o 
filho, que é utilizado como instrumento de raiva e agressividade para com o pai”. 
Inclusive, a questão da falsa acusação de abuso sexual já vem sendo 
debatida, reiteradamente, nos Tribunais Pátrio. Vejam-se os julgados abaixo 
colacionados, que, sucintamente, tratam sobre a falsa acusação de abuso sexual, da 
alienação parental, além da regulamentação de visitas e da penalidade de 
advertência imposta a genitora: 
 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS. 
FALSA NOTÍCIA DE ABUSO SEXUAL. ATOS DE ALIENAÇÃO PARENTAL. 
1. Decisão agravada que indeferiu o pedido de suspensão das visitas do 
genitor à filha do casal por considerar temerária e sem fundamento as 
alegações de abuso do genitor. 
2. O resultado do segundo exame pericial, concluído durante o 
processamento do recurso, também resultou negativo e as circunstâncias 
dos autos indicam a prática de atos de alienação parental por parte da 
genitora, em prejuízo à criança. 
3. O processo de alienação parental, quando desmotivado, e caso 
detectado em sua fase inicial e reversível, deve ser obstado a fim de se 
evitar as graves consequências da instalação da síndrome de alienação 
parental na criança e/ou adolescente, as quais tendem a se perpetuar por 
toda a sua vida futura. 
4. Se por um lado a prática processual revela a dificuldade de se identificar 
e neutralizar os atos de alienação parental, por outro lado, não pode o Juiz 
condescender com os atos de desmotivada e evidente alienação parental, 
para fins de auxiliar o agente alienador a alcançar o seu intento, de forma 
rápida [e ainda mais drástica], em evidente prejuízo à criança. 
5. Deve-se restabelecer a regular convivência entre a criança e o genitor, a 
qual, diante das circunstâncias que se revelam nos autos, sequer deveria 
ter sido interrompida, não fosse a temerária e insubsistente acusação da 
genitora. Deve ser ressaltado que, no caso, não há falta de provas, e sim 
provas de que os fatos relatados pela genitora são inverídicos. (TJ/SP - 
Agravo de Instrumento 20707345420148260000 - Relator Carlos Alberto 
Garbi - 10.ª Câmara de Direito Privado - Julgamento em 14/10/2014). 
 
DIREITO DE VISITAS. PAI. ACUSAÇÃO DE ABUSO SEXUAL. PEDIDO DE 
SUSPENSÃO. SUSPEITA DE ALIENAÇÃO PARENTAL. INTENSA 
BELIGERÂNCIA. 
1. Como decorrência do poder familiar, o pai não-guardião tem o direito de 
23 
 
conviver com o filho, acompanhando-lhe a educação, de forma a 
estabelecer com ele um vínculo afetivo saudável. 
2. A criança está vitimizada, no centro de um conflito quase insano, onde a 
mãe acusa o pai de abuso sexual, e este acusa a mãe de promover 
alienação parental. 
3. As visitas foram restabelecidas e ficam mantidas sem a necessidade de 
supervisão, pois a acusação de abuso sexual não encontra nenhum 
respaldo na prova coligida. 
4. A mãe da criança deverá ser severamente advertida acerca da gravidade 
da conduta de promover alienação parental e das graves conseqüências 
jurídicas decorrentes, que poderão implicar na aplicação de multa ou, até 
mesmo, de reversão da guarda. Recurso desprovido. (TJ/RS - Agravo de 
Instrumento 70060325677 - Relator Sérgio Fernando de Vasconcellos 
Chaves - 7.ª Câmara Cível - Julgamento em 25/07/2014). 
 
Caroline de Cássia Francisco Buosi (2012) ressalta que nos casos em que a 
vítima sofre o abuso sexual, a mesma tem vergonha de narrar tal situação, ao passo 
que nas hipóteses em que se coaduna a falsa acusação de abuso sexual, a criança 
fica repetindo reiteradamente os fatos articulados, destruindo, definitivamente, os 
vínculos com o genitor alienado. 
 
4.4 AS CONSEQUÊNCIAS DA ALIENAÇÃO PARENTAL 
 
Indubitavelmente, a alienação parental perfaz um ato que causa tortura 
psicológica na criança, eis que denigre demasiadamente a figura paterna, fazendo 
com que o filho passe a demonstrar resistência com o genitor alienado, por razões 
que de fato não ocorreram. 
Acertadamente, Eduardo de Oliveira Leite (2015, p. 40) explica que: 
 
O cônjuge alienador anula (“mata”) a figura dos filhos para que o cônjuge 
alienado sofra o vazio da distância e do isolamento (embora os mesmos 
estejam vivos). Duplo sacrifício. Mudam os meios empregados de morte, 
mas o resultado do luto desejado é sempre igual. 
Os mesmos ingredientes que se visualizam na alienação parental atual. O 
cônjuge alienador precisa se vingar do cônjuge que passa a ser alienado,de forma que ele não possa mais encontrar um só instante de paz sobre a 
terra. E para isso usa os filhos como instrumento de sua vingança. 
 
De acordo com Caroline de Cássia Francisco Buosi (2012), os menores 
acometidos pela alienação parental apresentam diversos comportamentos que não 
se mostram comumente em outras crianças, como, por exemplo, baixa estima, 
insegurança, medo, depressão, culpa, além de transtornos atrelados a sua 
personalidade. 
24 
 
Por sua vez, Maria Berenice Dias (2009, p. 418) menciona que a alienação 
parental acarreta uma "[...] contradição de sentimentos e destruição do vínculo entre 
o genitor e o filho. Restando órfão do genitor alienado, acaba se identificando com o 
genitor patológico, passando a aceitar como verdadeiro tudo que lhe é informado". 
Além do mais, não se deve olvidar que a prática da alienação parental 
prejudica a convivência familiar saudável, constituindo abuso moral em face da 
criança. O artigo 3.º, da Lei n.º 12.318, de 26 de agosto de 2010, dispõe acerca da 
matéria: 
 
Art. 3
o
 A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da 
criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a 
realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, 
constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento 
dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou 
guarda. 
 
Enfatizando o tema, Caroline de Cássia Francisco Buosi (2012,) explica que 
o objetivo da Legislação Regente é resguardar o princípio da dignidade da pessoa 
humana, eis que é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, ora 
inserto no artigo 1.º, inciso III, da Constituição Federal, na medida em que o menor 
encontra-se em situação de desenvolvimento, e, portanto, o afastamento de seu 
genitor pode ensejar diversos danos na formação psicossocial do menor. 
Diante disso, nota-se a grandiosidade do instituto da dignidade da pessoa 
humana, vez que é considerado um dos fundamentos da República Federativa do 
Brasil, razão pela qual os aspectos que lhes são inerentes devem ser observados e 
respeitados, obrigatoriamente, na prática. 
O artigo 1.º, inciso III, da Carta Republicana, dispõe acerca do tema. 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
Rolf Madaleno (2013, p. 467) dispõe que "[...] nos casos severos de 
alienação parental, os menores encontram-se extremamente perturbados e as 
25 
 
visitas são muito difíceis ou sequer ocorrem e o vínculo é totalmente cortado entre o 
filho e o genitor alienado [...]". 
Por fim, oportuno demonstrar os ensinamentos insertos na obra de Roberto 
Palermo (2012), que, dentre outras circunstâncias ali elencadas, ressalta que a 
prática reiterada da alienação parental ceifa o direito fundamental da criança em 
conviver em um ambiente familiar saudável, na medida em que prejudica a relação 
afetiva entre os seus genitores, constituindo, inclusive, abuso moral em face da 
criança. 
 
4.5 MECANISMOS PROCESSUAIS PARA A DISCUSSÃO DA ALIENAÇÃO 
PARENTAL 
 
Ressalta-se, inicialmente, que caberá ao magistrado, de ofício ou a 
requerimento, ouvido o Ministério Público, instituir determinadas medidas que se 
coadune com a urgência do caso, com o desiderato de resguardar a integridade 
psicológica da criança e do adolescente, conforme ensina Silvio de Salvo Venosa 
(2013). 
Sendo assim, é salutar mencionar que a discussão em torno da alienação 
parental poderá se instituir mediante ação autônoma, nos casos em que, por 
exemplo, a guarda da criança já tenha sido definida, ou, ainda, mediante discussão 
incidental, nas hipóteses em que a mesma mostrar-se notória no decorrer de 
determinada tramitação processual. 
Acerca do tema, Fábio Vieira Figueiredo e Georgios Alexandridis (2014) 
ensinam que o instituto da alienação parental perfaz um fenômeno complexo, razão 
pela qual se faz necessário a ingerência de um estudo multidisciplinar de modo a 
analisar qual a melhor forma de tratamento. Inclusive, a constatação da alienação 
parental pode se efetivar em diversas ocasiões, como, por exemplo, na ocasião em 
reste definida a guarda da criança, ou, ainda, durante o trâmite legal, decorrente de 
ação de guarda, regulamentação de visitas, separação ou divórcio. 
Com o escopo de dar mais efetividade ao repúdio do instituto da alienação 
parental, o artigo 4.º, da Lei n.º 12.318, de 26 de agosto de 2010, dispõe acerca da 
tramitação prioritária, assim como da garantia mínima de visitação assistida, nos 
casos em se vislumbrar a incidência da alienação parental. 
 
26 
 
Art. 4
o
 Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de 
ofício, em qualquer momento processual, em ação autônoma ou 
incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o juiz determinará, 
com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias 
necessárias para preservação da integridade psicológica da criança ou do 
adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou 
viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso. 
Parágrafo único. Assegurar-se-á à criança ou adolescente e ao genitor 
garantia mínima de visitação assistida, ressalvados os casos em que há 
iminente risco de prejuízo à integridade física ou psicológica da criança ou 
do adolescente, atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz 
para acompanhamento das visitas. 
 
Corroborando o contido na legislação vigente, Caroline de Cássia Francisco 
Buosi (2012, p. 125) assevera que o artigo acima colacionado faz alusão a 
procedimentos “[...] nas quais a ação de julgamento de alienação parental pode ser 
uma ação ordinária autônoma, em vias próprias, ou pode ser requerida a 
averiguação dessa prática quando algum outro processo interligado já esteja em 
curso [...]”. 
Nota-se, assim, que o caráter de urgência contido na Lei de Regência se 
mostra necessário na medida em que visa "[...] impedir o agravamento do 
impedimento da convivência entre pais e filhos e garantir sua integridade psíquica e 
moral", de acordo com o entendimento de Caio Mário da Silva Pereira (2013, p. 
334). 
Sendo assim, não pairam dúvidas de que a prática da alienação parental, 
por se tratar de matéria de ordem pública, pode ser arguida de ofício pelo 
magistrado, ou mediante manifestação do Ministério Público, na medida em que 
atua como fiscal da lei. 
Ademais, Fábio Vieira Figueiredo e Georgios Alexandridis (2014) dispõem 
que uma vez constatados indícios acerca da alienação parental, o aludido instituto 
poderá ser levantado em qualquer fase processual, pouco importando o grau de 
jurisdição no qual se encontre. 
 
4.6 O PAPEL DAS EQUIPES MULTIDISCIPLINARES 
 
Não se deve olvidar que, havendo indícios acerca da prática da alienação 
parental, o magistrado determinará a realização de perícia psicológica ou 
biopsicossocial, que será realizada por equipes multidisciplinares. O artigo 5.º, da Lei 
n.º 12.318, de 26 de agosto de 2010, dispõe acerca do tema: 
27 
 
Art. 5
o
 Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação 
autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, determinará perícia 
psicológica ou biopsicossocial. 
§ 1
o
 O laudo pericial terá base em amplaavaliação psicológica ou 
biopsicossocial, conforme o caso, compreendendo, inclusive, entrevista 
pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, histórico do 
relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, 
avaliação da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a 
criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra 
genitor. 
§ 2
o
 A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar 
habilitados, exigido, em qualquer caso, aptidão comprovada por histórico 
profissional ou acadêmico para diagnosticar atos de alienação parental. 
§ 3
o
 O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a ocorrência 
de alienação parental terá prazo de 90 (noventa) dias para apresentação do 
laudo, prorrogável exclusivamente por autorização judicial baseada em 
justificativa circunstanciada. 
 
Acerca do contido no dispositivo acima colacionado, Fábio Vieira Figueiredo 
e Georgios Alexandridis (2014, p. 65) ressaltam a necessidade da atuação das 
equipes multidisciplinares, eis que o magistrado não poderá deixar de proceder à 
colheita de “[...] subsídios técnicos por intermédio de profissionais de diferentes 
áreas, como psicólogos, assistentes sociais e psiquiatras, para que, por seus laudos, 
estudos e testes, promovam a análise cuidadosa do caso [...]”. 
Salienta-se, assim, que a escolha do profissional que irá atuar no caso 
concreto se mostra de suma importância para a análise psicológica e 
biopsicossocial. Silvio de Salvo Venosa (2013) menciona que o papel da equipe 
multidisciplinar é tão grandioso que se admite a participação de psiquiatras, 
pedagogos e assistentes sociais. 
Nesse sentido, Caroline de Cássia Francisco Buosi (2012, p. 91/98) explica 
que: 
 
O trabalho do psicólogo tem seu fundamento em compromisso social e a 
melhoria da qualidade de vida dos seres humanos. Nesses casos 
envolvendo a Síndrome da Alienação Parental, uma das punições 
estabelecidas pela justiça é o acompanhamento regular para tratamento 
psicológico dos membros da família que foram atingidos pela situação. 
[...] 
Dessa forma, em vista do que foi apresentado, os profissionais do direito, da 
psicologia, da assistência social dentre outros envolvidos estariam 
cumprindo o ápice de seus preceitos éticos, sendo agentes de mudanças 
para o desenvolvimento social, promovendo o bem-estar e saúde mental e 
não somente focando seus trabalhos em um tratamento singular de casos 
concretos. 
 
Seguindo o mesmo enfoque, Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo 
(2014) enfatizam que a perícia biopsicossocial mostra-se imprescindível para o 
28 
 
deslinde do feito, a qual será feita pela equipe multidisciplinar, mediante entrevistas 
e exames documentais, por exemplo, no prazo de noventa dias, sendo possível a 
prorrogação do aludido prazo pelo magistrado. 
 
4.7 MEDIDAS JURÍDICAS PARA COIBIR A PRÁTICA DA ALIENAÇÃO PARENTAL 
 
Sendo a prática da alienação parental um instrumento que afeta 
sobremaneira os aspectos psicológicos da criança, algumas medidas devem ser 
tomadas com o escopo de coibir, ou ao menos amenizar a incidência do aludido 
instituto. 
Salienta-se, assim, que "Diante da prioridade do interesse do menor, deve 
ser preservada não só a sua integridade física, mas também a mental, sendo coibida 
a imputação de falsas memórias acerca de um dos genitores", conforme asseveram 
Roberto Figueiredo e Luciano Figueiredo (2014, p. 59). 
Nesse passo, considerando-se que o Poder Judiciário tem o dever de intervir 
nos casos em que haja manifesta configuração do instituto da alienação parental, 
Maria Berenice Dias (2009, p. 419) cita como medidas assecuratórias a reversão da 
guarda, ou, ainda, a suspensão das visitas, determinando, inclusive, o 
acompanhamento psicológico da criança ou adolescente. 
 
Essa notícia, levada ao Poder Judiciário, gera situação das mais delicadas. 
[...] 
Mas como o juiz tem a obrigação de assegurar proteção integral, reverte a 
guarda ou suspende as visitas e determina a realização de estudos sociais 
e psicológicos. Como esses procedimentos são demorados - aliás, fruto da 
responsabilidade dos profissionais envolvidos -, durante todo este período 
cessa a convivência entre ambos. 
 
Além do mais, o artigo 6.º, da Lei n.º 12.318, de 26 de agosto de 2010, traz 
em seu bojo um rol de medidas que visam atenuar ou até mesmo inibir a prática da 
alienação parental, como, por exemplo, a advertência, a ampliação do regime de 
convivência familiar, a aplicação de multa, a alteração da guarda e, ainda, a 
suspensão da autoridade parental, senão vejamos: 
 
Art. 6
o
 Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer 
conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, 
em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, 
sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla 
utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus 
29 
 
efeitos, segundo a gravidade do caso: 
I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; 
II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; 
III - estipular multa ao alienador; 
IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; 
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua 
inversão; 
VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; 
VII - declarar a suspensão da autoridade parental. 
Parágrafo único. Caracterizado mudança abusiva de endereço, 
inviabilização ou obstrução à convivência familiar, o juiz também poderá 
inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou adolescente da 
residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de 
convivência familiar. 
 
Importante esclarecer que o rol de medidas acima insertas são meramente 
exemplificativas, eis que outras providências que se mostrem necessárias para a 
solução das controvérsias podem ser utilizadas na prática. 
Silvio de Salvo Venosa (2013, p. 333/334) confirma o entendimento 
supramencionado, esclarecendo que se trata de um rol meramente exemplificativo, 
eis que, induvidosamente, “[...] o juiz deverá verificar qual a solução mais plausível 
no caso concreto. Nada impede que algumas dessas medidas sejam aplicadas 
cumulativamente”. 
Aliado a isso, vale trazer à tona de que forma o Tribunal de Justiça de Minas 
Gerais se posicionou acerca do tema, que, no caso em comento, a guarda da 
criança era disputada entre as avós maternas e o genitor. Na hipótese em apreço, 
restou enfatizado que o menor sofria agressões pelo seu genitor, mas que não 
restou comprovado nos autos, ocasião em que se vislumbrou a prática da alienação 
parental. 
 
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE GUARDA - MEDIDA CAUTELAR 
INOMINADA - DISPUTA ENTRE AVÓS MATERNOS E GENITOR - 
AGRESSÕES PRATICADAS CONTRA O MENOR - ALEGAÇÕES 
INSUBSISTENTES - ATOS TÍPICOS DE ALIENAÇÃO PARENTAL - 
CONSTATAÇÃO - MEDIDAS TENDENTES À OBSTAR A INSTALAÇÃO DA 
SÍNDROME - ARTIGO 6º DA LEI 12.318/10 - OBSERVÂNCIA - 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - MANUTENÇÃO - RECURSOS 
DESPROVIDOS. 
Demonstrada a insubsistência das agressões imputadas ao genitor que, 
contrariamente ao argumentado, reúne condições morais, psicológicas e 
financeiras para exercer a guarda do filho menor, deve ser mantida a 
sentença que julga procedente o pedido por ele formulado, rejeitando a 
pretensão de idêntica natureza apresentada pelos avós maternos. 
Caracterizados atos típicos de alienação parental, cumpre ao magistrado 
determinar a adoção de medidas necessárias para obstar a instalação da 
síndrome, na forma estabelecida no artigo 6º da Lei n. 12.318/10. Incabível 
a minoração dos honorários sucumbenciais fixadosem patamar condizente 
com os critérios delineados pelo § 3º, do artigo 20 do CPC. (TJ/MG - 
30 
 
Apelação Cível 10395110003872003 - Relator Afrânio Vilela - 2.ª Câmara 
Cível - Julgamento em 06/05/2014). 
 
Ademais, oportuno mencionar que "A alteração da guarda dar-se-á por 
preferência ao genitor que viabiliza a efetiva convivência da criança ou adolescente 
com o outro genitor nas hipóteses em que seja inviável a guarda compartilhada", 
conforme estabelece o artigo 7.º, da Lei n.º 12.318, de 26 de agosto de 2010. 
Com supedâneo no regramento inserto no artigo 7.º, da Lei n.º 12.318, de 26 
de agosto de 2010, Fábio Vieira Figueiredo e Georgios Alexandridis (2014) explicam 
que uma vez vislumbrado no caso concreto o ato de alienação parental, haverá a 
possibilidade de se instaurar a perda da guarda da criança, em prol da vítima. 
Sendo assim, levando-se em consideração que aquele que pratica o 
fenômeno da alienação parental não possui condições psíquicas para conduzir a 
guarda da criança, proceder-se-á a sua destituição, conforme ensinam Fábio Vieira 
Figueiredo e Georgios Alexandridis (2014, p. 77). 
 
Assim, o genitor que detém a guarda do menor, mas que promova atos de 
alienação parental para com o outro genitor, ou qualquer parente, não 
demonstra ter a melhor aptidão para o exercício da guarda do menor, 
podendo, assim, ser destituído da guarda, ou nem sequer chegar a exercê-
la, quando perceptível o processo de alienação quando da própria fixação 
da guarda, ou mesmo posteriormente à sua fixação, possibilitando a 
qualquer momento, enquanto a menoridade do filho perdurar, a modificação 
da guarda. 
 
Sobre a possibilidade em se implementar a alteração da guarda, o Tribunal 
de Justiça do Rio Grande do Sul assim decidiu: 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO DE 
MENOR CONVERTIDA EM AÇÃO DE GUARDA. ALTERAÇÃO DE 
GUARDA. POSSIBILIDADE. 
No caso de guarda exercida por um dos pais, é dever do guardião incentivar 
o convívio do menor com o outro genitor. No caso, por se tratar de guarda 
na família extensa, sem histórico de abandono ou maus tratos pela genitora, 
tal regra também se aplicaria, sendo dever do guardião estimular a 
aproximação entre o infante e os genitores. A tarefa que competia à 
agravante não foi observada, pelo contrário, há fortes indícios de 
configuração de alienação parental, alteração da guarda que se mostra 
adequada. Manutenção da decisão agravada. (TJ/RS - Agravo de 
Instrumento 70061381042 - Relator Rui Portanova - 8.ª Câmara Cível - 
Julgamento em 30/10/2014). 
 
Nessa toada, consoante entendimento firmado pela autora Caroline de 
Cássia Francisco Buosi (2012), um método de se prevenir a alienação parental é por 
31 
 
meio do instituto da guarda compartilhada, na medida em que ambos os genitores, 
efetivamente, participarão do desenvolvimento da criança. 
A questão da reparação de danos também perfaz um método eficaz para se 
coibir a prática da alienação parental, eis que, induvidosamente, atingir a agente 
alienador financeiramente é um método eficaz para se compensar o desgaste 
sofrido pela vítima. 
Roberto Palermo (2012, p. 76) dispõe acerca do tema: 
 
Concluído o processo de separação em que foi caracterizada a alienação 
parental, a lei garante que aquele que não tem a guarda da criança tenha 
direito a reparação. Nesse caso, abre-se um novo processo contra o 
alienador. 
É nesse momento que o pai tende a relaxar. Depois de tanto desgaste com 
os processos judiciais da separação e da guarda, que podem se arrastar 
por anos, é compreensível que o pai fique satisfeito por voltar a conviver 
com a criança e não queira mais enfrentar processos. 
Não levar o processo até o fim, no entanto, é um grande erro. É 
fundamental que a mãe seja punida de forma que, quem sabe, não tente 
fazer o mesmo depois de alguns meses. 
Atingir o alienador financeiramente ainda é uma maneira de compensação 
pelo desgaste de lutar por um direito. 
 
Diante do exposto, percebe-se claramente que o Poder Judiciário poderá se 
valer de diversas medidas que visam coibir a prática da alienação parental, instituto 
tão perverso e destruidor do desenvolvimento psicológico da criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Sem sombra de dúvidas, a criança e o adolescente, que se encontra em um 
estágio de desenvolvimento, deve ter seus direitos preservados de modo prioritário, 
dentre os quais se elenca o direito de conviver com os seus genitores, ainda que 
tenha havido a dissolução da sociedade conjugal. 
Entretanto, na prática, o aludido direito não se mostra resguardado, eis que 
em algumas ocasiões subsiste o fenômeno da alienação parental, o qual consiste, 
basicamente, no fato do agente alienador, imbuído por um sentimento de ódio, 
utilizar a criança como objeto, com o desiderato de atingir a vítima alienada. 
Configura-se tal instituto ante a prática de diversos atos, como, por exemplo, 
o fato de proceder de forma que desqualifique as condutas provenientes do genitor 
e/ou a forma de como exerce seu exercício paternal, além das hipóteses nas quais 
se vislumbram obstáculos para manter contato com a criança, assim como o 
exercício do direito de visita. 
Em algumas ocasiões, quiçá, as mais perversas, o alienador atua de modo a 
implementar falsas memórias, de modo que a criança e o adolescente passem a 
acreditar em fatos que nunca ocorreram, sendo que em diversos casos, argúi, 
inclusive, a falsa acusação de abuso sexual, cuja conduta causa repulsa, e, 
induvidosamente, deve ser reprimida pelo ordenamento jurídico pátrio. 
Diante disso, não pairam dúvidas de que a prática da alienação parental 
ocasiona diversas consequências para a criança, eis que o mesmo perde o direito 
de conviver com o genitor alienado, passando a rejeitá-lo por fatos que não 
ocorreram. 
Além disso, a criança que sofre com a prática da alienação parental 
apresenta baixa estima, insegurança, medo e transtornos intrinsecamente ligados a 
sua personalidade. 
Sendo assim, tendo em vista a amplitude do instituto da alienação parental, 
cabe ao Poder Judiciário intervir nos casos em que se constatar a presença do 
aludido fenômeno, ocasião em que o papel das equipes multidisciplinares mostrar-
se-ão de suma importância para o deslinde do caso em espeque, eis que por meio 
de psiquiatras, pedagogos e assistentes sociais, mostra-se mais eficaz a sua 
constatação. 
Assim, após a análise das equipes multidisciplinares caberá ao Poder 
33 
 
Judiciário instituir as medidas que entender cabíveis para atenuar a prática da 
alienação parental, que, dentre outras hipóteses, poderá advertir o alienador, além 
de aplicar multa que se coadune com a realidade fática. Nos casos que se 
mostrarem mais gravosos, o magistrado poderá, inclusive, determinar a perda da 
guarda da criança, em prol do agente alienado. 
A questão da guarda compartilhada como forma de elidir a possibilidade de 
se instaurar a alienação parental, além da condenação por danos morais, também 
são medidas que se mostram interessantes para a sua coibição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
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