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APLICAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PROCESSOS PARA AUMENTO DA CONFIABILIDADE DO MÉTODO DE TAGUCHI Marcelo Henrique Sestren Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas Campus Universitário, Caixa Postal 476, CEP 88010-970, Florianópolis, SC, Brazil Miguel Fiod Neto Orientador (E-mail: fiodneto@eps.ufsc.br) The concept of Process Management has been used by managers and consultants that search for industrial process improvement, either operational or managerial ones. Its virtue is to focus the external customer and optimize the internal process in order to fulfill their needs. By the time the needs of internal customers are being sought, a set of improvements takes place. The Taguchi method, because of its claim for knowledge share between design engineers and people engaged in the process, is a candidate for process management implementation. The objective of this paper is to propose that kind of application aiming for improvements related with reliability of results revealed by the robust design of Taguchi method. Key words: Quality, Management, Taguchi. 1. Introdução O projeto de experimentos (DOE) tem uma importante função estratégica nas empresas que buscam a liderança de mercado. Ele tem por objetivo identificar os fatores, sejam técnicos ou não, que afetam de maneira mais significativa o desempenho de determinado produto ou serviço. Assim, podem-se compor metas relacionadas com os pontos fortes e fracos dentro do processo. É, sem dúvida, parte fundamental do controle da qualidade off-line. O método de Taguchi veio acrescentar uma nova abordagem àquela puramente estatística, que foi usada durante décadas pelos projetistas de experimentos. Genichi Taguchi propôs a utilização do conhecimento acumulado pelos engenheiros e técnicos das companhias, como ponto de partida para os estudos. Com isso, propôs uma significativa redução do número de experimentos ao aplicar as matrizes ortogonais e tabelas triangulares, também por ele criadas. O método é complementado com o conceito de função perda, projeto por parâmetros e tolerâncias e relação sinal/ruído. Porém, o método de Taguchi é fortemente combatido por estatísticos que o consideram sem consistência científica e mostram casos onde a sua aplicação leva a resultados claramente errados. Há uma grande divergência sobre a validade da utilização do conhecimento sobre o processo acumulado pelas pessoas envolvidas, e sobre a forma como essas informações são obtidas e utilizadas no método. Discussões à parte, o fato é que muitas empresas têm obtido grande vantagem competitiva ao executarem melhorias nos produtos/processos/serviços baseando-se nos métodos de Taguchi, especialmente as sempre idolatradas companhias japonesas. Talvez a origem dos muitos dos fracassos enfrentados pelos ocidentais, ao aplicarem metodologias difundidas no Japão, seja o fato de os orientais terem uma consciência filosófica mais profunda sobre aquilo que estão aplicando e, quando o mesmo conceito é aplicado no ocidente, busca-se apenas a sua execução metódica e racional. Têm-se muitos exemplos disso relacionados com o Controle Total da Qualidade e metodologias como o 5S e os Círculos de Controle da Qualidade, onde a aplicação se dá geralmente dentro da empresa e é estabelecida com o mero preenchimento de tabelas e quadros expositivos, sem a real mudança de atitude dos indivíduos. Exemplo da conseqüência deste tipo de falha são os dados estatísticos registrados em vários Estados brasileiros, que apontam o alto índice de fracassos na introdução de tais programas nas empresas. Um conceito que vem sendo utilizado para assegurar o atendimento pelas empresas das necessidades dos clientes é o gerenciamento de processos. Nele, a empresa é determinada como um macro-processo, tendo como entrada insumos provenientes de determinados fornecedores e como saída o bem e/ou serviço colocado à disposição dos cliente. O processo macro é dividido em sub-processos e estes em atividades. Forma-se então uma cadeia de clientes e fornecedores (cadeia do valor) internos e externos. Busca-se o eficiente atendimento de todos os clientes e fornecedores, o que leva a excelentes resultados relacionados com aumento de qualidade e produtividade. Eliminam-se muitas atividades e sub-processos desnecessários, além de ruídos que atuavam distorcendo o objetivo do macro-processo. Este artigo trata da utilização do gerenciamento de processos como forma de estabelecer uma seqüência de atividades para colocar em prática o método de Taguchi. O objetivo é determinar as atividades e estabelecer um procedimento bem definido pela equipe de projetos, de forma a eliminar distorções que levem a conclusões erradas, ou pelo menos reduzir as chances de isso acontecer. Provavelmente, a aplicação do gerenciamento de processos para reduzir ruídos ao se aplicar o método de Taguchi não irá apaziguar os críticos do método, mas trará sem dúvida uma maior confiança aos que dele se utilizam e incentivará as pessoas das diversas áreas da empresa a colaborarem com a equipe de projetos. O gerenciamento de processos seguirá algumas seqüências de procedimentos citadas por estudiosos do método de Taguchi, mas deve-se salientar que não existe regra rígida com relação à sua aplicação. 2. Princípio do Gerenciamento de Processos Muitos pesquisadores de assuntos relacionados com aumento de qualidade e produtividade, gerenciamento estratégico de custos, reengenharia, etc., têm citado metodologias por eles utilizadas para obtenção de melhorias dentro das organizações empresariais. Muitas delas têm em comum a utilização do conceito de cliente-fornecedor para identificar necessidades reais dentro da companhias e verificar se essas necessidades estão coerentes com os objetivos do plano de negócios. Juran1 descreve o diagrama insumo-resultado com base no conceito de triplo papel: “Cada unidade da organização - a empresa toda, cada divisão, departamento e pessoa - executa um processo e produz um produto”. Juran chama qualquer uma dessas unidades de equipe processadora. “Cada equipe processadora desempenha três papéis relacionados à qualidade, os quais são descritos pelo diagrama TRIPROL®”, mostrado na figura 1. O diagrama da figura 1 ilustra o inter-relacionamento entre três papéis: · Cliente. A equipe processadora necessita de vários tipos de insumos para a execução do seu processo. A equipe é cliente dos fornecedores que a abastecem com os insumos. · Processador. Seja qual for a natureza da equipe processadora, tanto gerencial como tecnológica, ela necessita executar várias atividades para concluir os seus produtos. · Fornecedor. A equipe processadora fornece seus produtos aos seus clientes, que são as equipes processadoras subseqüentes na cadeia do valor. Já Ostrenga2 propõe, na sua metodologia para análise do processo de negócios, a obtenção do diagrama de relacionamentos para o caso de um processo de “encomendar materiais”, conforme a figura 2. Ao se obter o diagrama cliente-fornecedor para todas as equipes processadoras interligadas da empresa, automaticamente obtém-se o mapeamento da cadeia do valor. Isso fornece um entendimento da organização como um todo, o que consiste em uma fase fundamental do Aperfeiçoamento dos Processos Empresariais descrito por Harrington3 e mostrado na figura 3. Observa-se que os três autores utilizam metodologias semelhantes, embora atribuam objetivos diferentes quanto à sua utilização. Juran enfatiza a qualidade de produtos e NOSSO PAPEL CLIENTE PROCESSADOR FORNECEDOR NOSSOS FORNECEDORES NOSSO(S) PROCESSO(S) NOSSO(S) PRODUTO(S) NOSSOS CLIENTES NOSSOS INSUMOS Figura 1. O diagrama Triprol. Fonte: Juran, 1992. Insumos Atividades de Transformação Resultados Clientes · Requisição de materiais · Lista de fornecedores aprovados · Emitir especificações de compra · Obterpropostas de fornecedores · Selecionar fornecedor · Emitir pedido de compra · Fazer acompanhamento do fornecedor · Pedidos de compras · Externos Þ Fornecedor · Internos Þ Fabricação Figura 2. Modelo de processo: Encomendar materiais (exemplo). Fonte: Ostrenga, 1993. serviços como meta final, buscando uma forma de aumentar a eficiência dos sub-processos frente à realização do plano da qualidade montado pela alta administração. Já Ostrenga coloca a sua metodologia como ponto de partida para a estruturação eficiente do processo empresarial, a fim de montar um sistema estratégico de custos baseado em atividades (ABC - Activity Based Costing) e uma organização para melhoria contínua. Harrington dá a conotação realmente voltada à melhoria de processos. Na realidade, todos tratam do mesmo assunto, porém com visões diferentes. É uma questão pessoal de cada autor. Vários outros autores, gerentes e consultores defendem e adotam metodologias semelhantes, tanto na teoria como na prática. Elas servem como base para a construção de fluxogramas, listas de necessidades de clientes, rotas alternativas no processo, terceirização, treinamento, etc., o que auxilia o administrador a compreender toda a organização e a observar se há distorções quanto aos objetivos estabelecidos a nível estratégico e plano de negócios. Após o mapeamento ter sido realizado, faz-se o levantamento das necessidades de todos os clientes e traçam-se planos para obter o aperfeiçoamento ao melhorar a eficiência da empresa como um todo, fazendo cair barreiras entre áreas, eliminando os grupos informais fechados e promovendo a integração. Portanto, o gerenciamento de processos que será sugerido para aplicação neste artigo tratará as atividades relacionadas com o desenvolvimento do Projeto Robusto como uma cadeia de clientes, processadores e fornecedores. Cada grupo de pessoas envolvidas nessa cadeia deve estar ciente da sua importância quanto ao resultado final e, por isso, deve executar as suas atividades e entregar um produto ou serviço conforme as necessidades exigidas pelos processadores subseqüentes. Esse conceito será utilizado com o Método de Taguchi como forma de integração entre o grupo de projetos e os setores da empresa onde a equipe terá que obter dados para a realização de experimentos. A obtenção de dados baseado no conhecimento acumulado pelas pessoas deve chegar com a maior fidelidade possível à fase de planejamento das experiências, a fim de se obter a confiabilidade necessária. Espera-se que o gerenciamento de processos aplicado sobre o método de Taguchi diminua os riscos de haver distorções e promova a disseminação de sua filosofia entre as pessoas envolvidas. 3. Princípio do Método de Taguchi Considerando que o objetivo deste artigo não é fornecer detalhes estatísticos sobre os conceitos de Taguchi, apenas uma visão geral será mostrada para a melhor compreensão das etapas sugeridas adiante. Taguchi trata da qualidade de projeto e engenharia (off-line) assim como da qualidade de manufatura (on-line). As idéias de Taguchi podem ser divididas em dois princípios fundamentais. Primeiro, as perdas de qualidade aumentam assim que desvios em relação ao alvo ocorrem, ao invés de anunciar zero defeitos até que os limites arbitrários de Organizando para o aperfeiçoamento Entendendo o processo Aperfeiçoando Medições e controle Aperfeiçoamento contínuo Figura 3. As cinco fases do Aperfeiçoamento dos Processos Empresariais. Fonte: Harrington, 1993. controle sejam excedidos (como no Controle Estatístico de Processos - CEP). A função perda quantifica esta “perda para a sociedade”. O segundo princípio é a obtenção de sistemas de alta qualidade através de projeto do processo de manufatura, o que também distancia os métodos de Taguchi do CEP. A qualidade é projetada, não manufaturada, no produto. Função perda O coração da filosofia de Taguchi é a função perda da qualidade. Taguchi define o custo da baixa qualidade como as perdas que um produto impõe à sociedade a partir do momento que um produto é vendido. Esta definição distancia os métodos de Taguchi da abordagem tradicional de CEP que define o custo da baixa qualidade principalmente como custo de refugo, retrabalho e assistência técnica. Segundo ele, qualquer desvio em relação ao alvo reduz o valor do produto para a sociedade. Qualidade pelo projeto Taguchi requer um projeto robusto para controlar a variabilidade tanto na compra como na manufatura, produção e uso final. Ao invés dos apertados limites de controle do CEP (que aumentam os custos de produção) para assegurar o desempenho nominal, Taguchi defende o projeto de produtos de forma que o desempenho nominal seja alcançado, embora a variabilidade na produção e nas condições de uso final existam. Taguchi divide o processo de projeto em duas fases distintas: 1. O projeto do sistema onde os conceitos de engenharia são determinados. Esse projeto do sistema está fundamentalmente preocupado em atingir a qualidade com custos razoáveis para ser competitivo no mercado. Nesta fase, os métodos de Taguchi oferecem pequena ajuda; 2. O projeto de parâmetros onde os valores nominais do projeto são determinados. O projeto por tolerâncias é a determinação de tolerâncias de projeto para produção. No projeto por parâmetros e por tolerâncias, os métodos de Taguchi fornecem sugestões para auxiliar na qualidade de projeto do produto. As fases de projeto se harmonizam, dessa forma criando a engenharia simultânea do produto e processo de produção. Redução no número de fatores e níveis Ao se analisarem características de qualidade dos produtos ou processos, é comum haver dez variáveis ou mais, em dois ou mais níveis, para serem avaliadas, o que exigiria no mínimo 210 = 1024 experimentos. Considerando os custos e tempo exigidos por certos ensaios, a execução de todas as combinações torna-se proibitiva. A estatística tradicional propõe a utilização do conhecimento do pessoal técnico para eliminar certas combinações desnecessárias: é o delineamento fatorial fracionado. O delineamento proposto no método de Taguchi é um delineamento do modelo fatorial fracionado. Ele também desenvolveu os chamados gráficos lineares e as tabelas ortogonais como instrumentos facilitadores da aproximação entre a estatística experimental e o cotidiano dos engenheiros. A principal diferença no projeto de experimentos clássico em relação ao Método de Taguchi está na seleção da resposta. O primeiro considera esta seleção uma atividade fora da sua área de atuação, delegando-a aos profissionais envolvidos com o problema. Por sua vez, o Projeto Robusto necessita de uma análise detalhada em termos de engenharia para a seleção da característica da qualidade e a relação sinal-ruído. Phadke4 cita este fato da seguinte maneira: “Fazer seleção da característica da qualidade, das condições de teste para avaliação da sensibilidade aos fatores de ruído, da relação sinal-ruído, e dos fatores de controle são tarefas difíceis que habitualmente constituem o maior dispêndio de esforço no planejamento do Projeto Robusto. Necessita-se de know-how de engenharia em relação ao projeto específico e também conhecimento do método de Projeto Robusto”. Portanto, as pessoas envolvidas nas atividades relacionadas com o desenvolvimento do Projeto Robusto devem abastecer a equipe de projetos com o máximo de informações possível, de forma que haja perfeita integração entre engenheiros e especialistas no método de Taguchi. O gerenciamento de processos fará com que as pessoas interajam, disseminando o método de Taguchi dentro da organização e buscando uma maior agilidade na conclusão dos estudos. A utilização prática dos conceitos descritos anteriormente e todos os aspectos envolvidos é o ponto de partida para o gerenciamento de processos. 4. Aplicação do Gerenciamento de Processos em apoio ao Método de TaguchiDependendo de aspectos culturais que envolvem a equipe de projetos, a aplicação do gerenciamento de processos trará diferenças quanto ao grau de detalhamento das atividades e formalidade nos documentos. A questão principal é o atendimento das necessidades dos clientes internos e externos. Para realizar um exemplo, utilizaremos as etapas sugeridas por Pedroso5 para a aplicação do método de Taguchi. A figura 4 mostra um diagrama PERT das atividades, Realizar reunião multidisciplinar 1 Data Início Data fim Verificar freqüência 3 Data Início Data fim Verificar gravidade/custo 4 Data Início Data fim Executar Pareto 5 Data Início Data fim Priorizar problema 6 Data Início Data fim Definir problema 7 Data Início Data fim Elaborar cronograma 8 Data Início Data fim Definir recursos 9 Data Início Data fim Comunicar áreas 10 Data Início Data fim Listar problemas 2 Data Início Data fim Estabelecer limites de atuação 12 Data Início Data fim Detectar falhas no processo/produto 11 Data Início Data fim Definir característi- cas da qualidade 13 Data Início Data fim Executar brainstorming 14 Data Início Data fim Determinar fatores 15 Data Início Data fim Escolher Arranjo Ortogonal 17 Data Início Data fim Definir níveis e interações 16 Data Início Data fim Preparar recursos para ensaios 18 Data Início Data fim Executar experimento 19 Data Início Data fim Executar ANOVA 20 Data Início Data fim Determinar experi- mento de confirma- ção (teórico) 21 Data Início Data fim Executar experimento de confirmação 22 Data Início Data fim Concluir desenvolvimento 23 Data Início Data fim Figura 4. Diagrama PERT das atividades para desenvolvimento do projeto robusto. colocadas de forma que as saídas de cada atividade sejam insumos das atividades subseqüentes. A questão “por quê?” feita a uma atividade, deve ser respondida de forma coerente pela atividade à sua direita. No sentido da direita para a esquerda, a questão “como?” deve ser satisfeita. Isso é uma forma de assegurar a real necessidade das atividades, embora equipes diferentes provavelmente criem diagramas com certas particularidades. Detalhamento das Atividades Atividade Resultado Cliente (Int./Ext.) Exigências do Cliente Insumo Comp.: Comp.: Comp.: Comp.: Figura 5. Exemplo de planilha usada para o detalhamento de atividades Cada atividade poderá ser isolada e a sua descrição completa fará com que as pessoas designadas para a sua execução, a façam independentemente de terem participado da atividade anterior. Um formulário contendo descrição dos resultados, descrição da atividade, descrição do insumo, equipe e prazo, trará dinamismo ao processo. A figura 5 mostra um exemplo de formulário utilizado para o gerenciamento de processos e que pode ser adaptado para a condução do método de Taguchi. Seu benefício está em sumarizar todas as atividades e identificar claramente as necessidades internas. Um outro quadro com todos os detalhes sobre cada atividade pode ser preparado e encaminhado aos membros das equipes. Não se pode esquecer que o gerenciamento de processos envolve uma equipe multidisciplinar e, por isso, reuniões de treinamento devem ser conduzidas a priori, até que todos os envolvidos estejam conscientes do objetivo da metodologia. Seguindo o cronograma proposto e reunindo os resultados à medida que são completados, chega-se de maneira mais segura à conclusão do projeto (projeto robusto). Outro diagrama similar pode ser conduzido paralelamente, no qual serão abordadas as atividades gerenciais necessárias para comunicação entre pessoas responsáveis pelas tarefas, organização dos grupos, agrupamento de formulários e edição de relatório. À medida que a equipe de projetos vai colecionando resultados pode-se, facilmente, com a utilização dos formulários preenchidos, elaborar um banco de dados. A sua utilização aliada à outras metodologias que proporcionem a engenharia simultânea do produto e processo trará grande agilidade ao processo de projeto. Além disso, o fato de várias pessoas se envolverem na realização do projeto robusto traz a elas um grande conhecimento sobre o produto que a empresa fabrica, de modo similar ao que ocorre em metodologias como o QFD (Quality Function Deployment) ou a diagramação FAST (Function Analysis System Technique), além de difundir a filosofia de Taguchi, que é um dos itens responsáveis pelo grande sucesso japonês em termos de qualidade. O gerenciamento de processos não pára por aí. Em um primeiro instante, é feito o mapeamento das atividades, mas uma constante análise deve ser feita para verificar possíveis melhorias no atendimento das necessidades. Cada participante da cadeia deve ter oportunidade de apresentar sugestões. É um procedimento de melhoria contínua. 5. Conclusão O artigo propôs uma aplicação específica do gerenciamento de processos: a elaboração de projetos de experimentos com o método de Taguchi. O grande benefício obtido é o envolvimento das pessoas da equipe de projetos e de outras áreas na realização de um objetivo, ao contrário de atribuir a responsabilidade para umas poucas pessoas especialistas em experimentos. Isso gera maior participação, fazendo com que o conhecimento do processo e produto, que o pessoal técnico detém, seja utilizado de forma mais intensa no projeto de experimentos, visando à melhoria da qualidade. Por outro lado, o fato de várias pessoas estarem envolvidas com o projeto robusto, traz a elas um conhecimento mais profundo sobre o produto e processo da empresa, além de difundir o filosofia de qualidade off-line aplicada com sucesso por japoneses e por várias empresas ocidentais. 6. Bibliografia 1 JURAN, J. M.. A Qualidade desde o Projeto - Novos passos para o planejamento da qualidade em produtos e serviços. São Paulo: 1992, Pioneira. 2 OSTRENGA, Michael; OZAN, Terrence R.; McILHATTAN, Robert D.; HARWOOD, Marcus D.. Guia Ernst & Young para Gestão Total dos Custos. Rio de Janeiro: RECORD, 1993. 3 HARRINGTON, James. Aperfeiçoando Processos Empresariais. São Paulo: Makron Books do Brasil, 1993. 4 PHADKE, M. S.. Quality Engineering Using Robust Design. New Jersey: Prentice Hall & AT&T, 1989. 5 PEDROSO, D. M. W.. Qualidade em serviços: uma proposta de determinação de parâmetros mediante o método de Taguchi. Florianópolis, 1996, Exame de Qualificação (Doutorado em Engenharia de Produção) - Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, Universidade Federal de Santa Catarina. Não Publicado. BENTON, W. C.. Statistical process control and the Taguchi method: a comparative evaluation. International Journal of Production Research, 1991, vol. 29, no. 9, 1761-1770.
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