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Direito Processual doTrabalho Aula 1

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PROCESSO DO TRABALHO II
	
	9º Período do Curso de Direito
	
	Professor: Vagner dos Santos da Costa
OBS.: A leitura deste material não exime o aluno da leitura de Legislação e Doutrina indicados pelo professor, que se fazem necessárias para o devido aprendizado e resultado nas avaliações desta matéria.
AUDIÊNCIA TRABALHISTA – Art. 843 e ss da CLT
1. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
Estabelece o artigo 334 do CPC que se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 dias de antecedência.
Já a CLT preceitua em seu artigo 841, determina que, protocolado a petição inicial, a parte será notificada em até 5 dias, já para comparecer a audiência pré-designada.
Art. 841 - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.
Com o advento do Processo Judicial Eletrônico, a data da Audiência de Instrução já é designada no protocolo da ação.
1.1 FRACIONAMENTO DA AUDIÊNCIA
Preceitua o artigo 849 da CLT que a audiência de julgamento será continua, única, em observância ao princípio da celeridade processual.
Entretanto, em não sendo possível concluí-la no mesmo dia, por motivo de força maior, o juiz marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independente de nova notificação.
Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
Em algumas situações, os juízes valem-se do artigo 765 (ampla liberdade na direção do processo para andamento mais célere) e 849 da CLT, para dividir a audiência em 3 sessões:
- Audiência de Conciliação – também chamada de audiência inaugural, objetiva buscar a conciliação e, não sendo essa possível, a apresentação da defesa pela reclamada;
- Audiência de Instrução – também chamada de audiência em prosseguimento, com o objetivo de colher provas;
- Audiência de Julgamento – com o único objetivo de dar ciência da sentença às partes, mediante sua publicação em audiência.
Não obstante, ainda existem alguns juízes que, mesmo no procedimento comum, realizam sessão única, concentrando todos os atos processuais em um só momento.
Carlos Henrique Bezerra faz uma advertência quanto ao fato:
“O costume processual acabou fracionando a audiência de julgamento em três: audiência de conciliação, audiência de instrução e audiência de julgamento.
Cumpre advertir, entretanto, que nem todos os juízes fracionam as audiências, o que recomenda aos advogados e às partes redobrado cuidado, a fim de evitar surpresas de última hora. O ideal é que as partes e seus advogados se comportem como se a audiência fosse sempre uma, pois o juiz é que, com base no art. 765 da CLT, tem a faculdade de fracionar ou não a audiência.”
1.2 ABERTURA
Após a abertura do pregão, devem estar presentes no início da Audiência o reclamante e o reclamado, independente do comparecimento de seus representantes, salvo nos casos de reclamatória plúrima (ação com vários autores) ou ações de cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria (art. 843 da CLT).
Deve-se destacar que a presença do advogado na audiência é dispensável, uma vez que na Justiça do Trabalho existe o instituto do Jus Postulandi. Salvo as exceções legais previstas no artigo 843 da CLT, o empregado deve comparecer pessoalmente na audiência designada.
Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria.
Se por motivo de doença ou algum outro acaso poderoso, devidamente comprovado, não for possível o comparecimento do Autor à audiência, ele poderá ser representado por outro empregado da mesma profissão ou pelo sindicato profissional, que justificarão sua ausência, evitando o arquivamento do processo, como demonstra o § 2º do artigo 843. Nessa hipótese, o representante presente não poderá confessar, transigir, renunciar o direito, recorrer, etc.
§ 2º - Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
Já o empregador é facultado fazer-se substituir pelo gerente ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato e cujas declarações pertinentes caberá ao preposto.
IMPORTANTE: O TST já definiu que, salvo exceções, o preposto deverá ser necessariamente empregado do Reclamado.
Súmula nº 377 do TST
PREPOSTO. EXIGÊNCIA DA CONDIÇÃO DE EMPREGADO (nova redação) - Res. 146/2008, DJ 28.04.2008, 02 e 05.05.2008
Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. 
Uma das exceções diz respeito a Lei Complementar 123/2006, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, esclarece que, em se tratando d Justiça do Trabalho, o empregador da Microempresa ou da EPP podem se fazer representar por terceiros que conheçam os fatos, ainda que não possuam vínculo trabalhista ou societário.
Será decretada a revelia da Reclamada se o preposto não comparecer, mesmo que o advogado esteja presente, munido de procuração e contestação/defesa, como vemos na Súmula 122 do TST:
REVELIA. ATESTADO MÉDICO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 74 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência. (primeira parte - ex-OJ nº 74 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996; segunda parte - ex-Súmula nº 122 - alterada pela  Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
Embora o Código de Ética e Disciplina da OAB estabeleça que é defeso o advogado acumular também a função de preposto, o TST tem posição contrária, já admitindo esse tipo de representação (advogado que também seja preposto), usando a interpretação inteligente do §1º do artigo 843 da CLT:
§ 1º - É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
Caso o Reclamante não compareça à audiência de conciliação designada, importará no arquivamento do processo (sem resolução do mérito).
Se der causa a dois arquivamentos seguidos por não comparecimento, conforme artigos 731 e 732 da CLT, ficará impossibilitado de ajuizar nova RT (envolvendo o mesmo objeto) contra o mesmo empregador, pelo prazo de 6 meses.
Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.
Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.
Caso a ausência se dê por conta do Reclamado, importará em revelia, além de confissãoquanto à matéria fática.
Vale aqui um adendo: se o reclamante não comparecer à audiência de instrução (a de prosseguimento) realizada após a audiência de conciliação, o processo não será arquivado (Súmula 9 do TST), podendo haver, no entanto, confissão quanto à matéria fática, se o autor, expressamente intimado para prestar depoimento pessoal, não comparecer à audiência de instrução (Súmula 74 do TST). Da mesma forma acontece com o Reclamado.
Súmula nº 74 do TST 
CONFISSÃO. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 
I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor. (ex-Súmula nº 74 - RA 69/1978, DJ 26.09.1978) 
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. (ex-OJ nº 184 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) 
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.
 
Sobre o preposto, não é necessário que o mesmo tenha presenciado os fatos, mas que tenha conhecimento destes, sob pena de, em caso de depoimento pessoal, seu silêncio ou dúvida ensejaria a confissão da reclamada.
1.3 PRIMEIRA TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO 
A primeira tentativa de conciliação, como determina o artigo 846 da CLT, será realizada pelo juiz, na abertura da audiência.
Havendo acordo, será lavrado o termo de conciliação, sendo fixada multa por seu descumprimento (art. 846, §2º, CLT).
Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.
§ 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento. 
§ 2º - Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser estabelecida a de ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem prejuízo do cumprimento do acordo.
É lícito às partes firmarem acordo mesmo após encerrado a conciliação, como analisado no artigo 764 da CLT.
Art. 764 - Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.
§ 1º - Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos.
§ 2º - Não havendo acordo, o juízo conciliatório converter-se-á obrigatoriamente em arbitral, proferindo decisão na forma prescrita neste Título.
§ 3º - É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório.
Uma vez firmado o acordo, ele será irrecorrível (somente atacado por ação rescisória), salvo para a Previdência Social (que poderá interpor Recurso Ordinário) quanto das contribuições que lhe são devidas (parágrafo único, art. 831 da CLT).
1.4 POSTULAÇÃO DO RÉU
Recusada a proposta de acordo, o Reclamado terá o prazo de 20 minutos para fazer sua defesa (art. 847 da CLT).
É bem verdade que, na prática, o que mais ocorre é a apresentação de defesa escrita, ainda mais agora, em tempos de Processo Judicial Eletrônico.
1.5 INSTRUÇÃO PROBATÓRIA 
Após a apresentação da Contestação, dá-se início a instrução, com a apresentação das provas, iniciando pelo interrogatório das partes (art. 848 da CLT).
Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes. 
§ 1º - Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a instrução com o seu representante.
§ 2º - Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se houver.
Em se tratando de pedido de prova pericial, por inteligência do §2º do artigo 848, primeiro realiza-se a perícia para depois haver a oitiva das testemunhas.
Em relação ao ônus da prova, utilizamos o determinado no artigo 818 da CLT, bem como o artigo 373 do CPC (de forma subsidiária), que afirma que ônus da prova compete ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito, e ao réu, quanto ao fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito do Reclamante.
CLT - Art. 818 - A prova das alegações incumbe à parte que as fizer.
CPC - Art. 373.  O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Os meios de prova mais utilizados na esfera trabalhista são os depoimentos pessoais, a prova documental, testemunhal e a realização de perícias.
1.6 RAZÕES FINAIS 
Prevista no artigo 850 da CLT, estabelece que, findada a instrução, as partes poderão aduzir suas razões finais, em prazo que não excede a 10 minutos.
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
Essas razões finais são uma faculdade das partes para se manifestarem nos autos antes da sentença, podendo arguir nulidades, bem como o fortalecimento do convencimento do magistrado.
Alguns juízes permitem que essas razões finais (tanto por parte do Reclamante, quanto do Reclamado) sejam feitas por escrito.

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