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Aula – Monumentos
MONUMENTOS = são feitos para homenagear pessoas importantes ou fatos da história. Podem ser:
Bustos – representam a cabeça, o pescoço e a parte superior do corpo de uma figura humana.
Estátuas – podem ser de vários tipos, mas sempre representam à pessoa homenageada de corpo inteiro, em diferentes situações (sentada, de pé, a cavalo, etc.)
Obeliscos – são feitos de pedra, e a sua base é mais larga que a ponta. São construídos para lembrar algum episódio considerado importante.
 “Dolmens”- composta por uma espécie de câmara coberta. São monumentos megalíticos tumulares e coletivos. O nome deriva do Bretão “Dol” = mesa + “men” = pedra.
Os monumentos = construídos com o duplo propósito de comemorar um acontecimento importante, ou homenagear uma figura ilustre
Criar um objeto artístico que aprimorará o aspecto de uma cidade ou local.
Estruturas funcionais que se tornaram notáveis pela sua antiguidade, tamanho ou significado histórico, podem também ser consideradas monumentos.
Monumentos – escultura ou obra da arquitetura que serve para transmitir a lembrança de um acontecimento. 
 Choay (2001) fala que é algo que não foi feito para ser monumento, mas que adquiriu valor que deve ser preservado para as futuras gerações. 
AS CARTAS PATRIMONIAIS As cartas que regem a salvaguarda dos monumentos históricos recomendam respeitar certos conjuntos históricos, sobretudo sua vizinhança, destinando para esta um tratamento especial. Com o crescimento, os grandes centros adquirem maior densidade, as cidades estendem-se em direção às periferias. Neste sentido, quando as áreas de imenso valor do espaço urbano são identificadas, há tendência para a verticalização. Desta forma, as cartas admitem que Todo processo de acelerado desenvolvimento traz consigo a multiplicação de obras de infra-estrutura e a ocupação de extensas áreas por instalações industriais e construções imobiliárias que [...] deformam por completo a paisagem, apagando as marcas e expressões do passado, testemunhos de uma tradição histórica de inestimável valor.
 
SOBRE MEMÓRIA COLETIVA
Homem – busca pelo passado, memórias. 
Memória coletiva – está nos velhos edifícios. 
Servem para transmitir às gerações posteriores os episódios históricos que neles tiveram lugar e também como referência urbana e arquitetônica para o nosso momento atual.
 Preservá-los não só para os turistas tirarem fotos ou para mostrar aos nossos filhos e netos, mas para que as gerações futuras possam sentir “in loco” a visão de uma cidade humana e como se vive nela.“Uma cidade sem seus velhos edifícios é como um homem sem memória”.
AULA – INFLUÊNCIAS DA ARQUITETURA INDÍGENA
No norte – maior influência dos indígenas
Nordeste – cultura africana
BRASIL – MISTURA CULTURA INDIGENA E AFRICANA
Sul – italianos, alemães 
Niemeyer, quando foi projetar a Catedral de Brasília, buscou sua conceituação naquilo que é mais significativo na cultura mística brasileira. Um elemento que expressasse, de verdade, o que realmente há de mais expressivo em nossa cultura. Então, partindo da influência da arquitetura indígena, e do conhecimento proposto por Viollet-Le-Duc, Niemeyer desenvolveu também um desenho da cabana primitiva 
Então, partindo dessa forma Niemeyer estudou sua estrutura. Como as amarras funcionavam, sua fundação e o principal, os materiais que estruturavam essa cabana. Niemeyer conseguiu fazer uma leitura da arquitetura indígena (arquitetura verdadeiramente brasileira), para projetar um objeto que seria um ícone da arquitetura brasileira, justamente utilizando materiais do seu tempo (concreto armado e vidro), respondendo eficientemente a uma demanda que ainda estava em voga que era a busca por uma identidade nacional.
Aleijadinho filho de mãe negra e pai português é a grande referencia para a arte e arquitetura nacional.
 O Barroco tem, então, em seus santos e suas igrejas a mais significativa manifestação de fé e de arte: não só uma fé intimista com que cada pessoa se relacionava com seu santo, mas também, como uma expressão ímpar de ver, sentir e vivenciar a arte.
AULA PATRIMÔNIO HISTÓRICO: Como e por que preservar?
O que é memória?
 É a imagem viva de tempos passados ou presentes. Os bens que constituem os elementos formadores do patrimônio são ícones repositórios da memória, permitindo que o passado interaja com o presente, transmitindo conhecimento e formando a identidade de um povo.
O que são bens culturais?
É o registro (físico ou não) de elementos da realidade (cultural ou natural), passada ou presente .É todo elemento, material ou imaterial, capaz de traduzir o momento cultural ou natural de grupos sociais ou de ecossistemas.
O que é significado cultural?
 São os valores atribuídos por grupos sociais a bens e lugares, em detrimento de outros.
O que é patrimônio?
 São todos os bens materiais e imateriais, naturais ou construídos que uma pessoa ou um povo possui ou consegue acumular.
É o conjunto de bens, de natureza material e imaterial que guarda em si referências à identidade, a ação e a memória dos diferentes grupos sociais. 
Divide-se em:
a) Formas de expressão: literatura, música, danças, rituais, teatro, vestuário, pinturas corporais,etc.
b) Os modos de criar, fazer e viver: a culinária, o artesanato, as telhas coloniais modeladas pelas escravas nas próprias coxas,etc.
c) Criações científicas, artísticas e tecnológicas documentais:
Científicas: o mapeamento do DNA, a criação de variedades de café brasileiro,etc;
Artísticas: Pampulha, Brasília, as obras de Aleijadinho, Anita Malfatti, Villa Lobos, o baião, o forró, os cocares indígenas, as pinturas rupestres,etc.
Tecnológicas: o biodiesel, o 14 Bis de Santos Dumont,etc.
Documentais: a legislação, teses, tratados, compêndios, cartas cartográficas, registros cartoriais, livros de batismo, casamentos, óbitos,etc.
O que é patrimônio cultural tangível e intangível? Tangível: é aquele constituído por bens materiais. Divide-se em:
-Bens imóveis: monumentos, edifícios, sítios arqueológicos, elementos naturais que tenham significado cultural.
Bens móveis: mobiliário, utensílios, obras de arte, documentos, vestuário,etc.
Intangível: é constituído por bens imateriais. Ex: lendas, rituais, costumes,etc.
Patrimônio Natural: é constituído por bens cuja criação não recebeu interferência humana. Ex: grutas, montanhas, rios, ecossistemas, jazidas, animais silvestres,etc.
Patrimônio edificado: edificações isoladas ou conjunto de edificações que poderão ter tipologias distintas e não necessariamente antigas, mas que possuam peculiaridades culturais.
Qual o significado de preservação? É a manutenção de um bem no estado físico em que se encontra e a desaceleração de sua degradação, visando prolongar e salvaguardar o patrimônio cultural.
Por que preservar? Cada indivíduo é parte de um todo – da sociedade e do ambiente onde vive – e constrói, com os demais, a história dessa sociedade, legando às gerações futuras, por meio dos produtos criados e das intervenções no ambiente, registros capazes de proporcionar a compreensão da história humana pelas gerações futuras. A destruição dos bens herdados das gerações passadas acarreta o rompimento da corrente do conhecimento, levando-nos a repetir incessantemente experiências já vividas.
O que preservar? Todos os bens de natureza material e imaterial, de interesse cultural ou ambiental que possuam significado histórico, cultural ou sentimental, e que sejam capazes, no presente ou no futuro, de contribuir para a compreensão da identidade cultural da sociedade que o produziu.
O que é tombamento? É um conjunto de ações realizadas pelo Poder Público e alicerçado por legislação específica que visa preservar os bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e afetivo, impedindo a sua destruição e/ou descaracterização.
Por que o nome tombamento? É o ato de tombar, ou seja, inventariar, arquivar, registrar coisas ou fatos relativos a uma especialidade ou regiãopara proteger, assegurar, garantir a existência por parte de algum poder. Este nome tem origem em Portugal, vem da Torre do Tombo, ou do Arquivo(uma das torres do castelo de São Jorge), onde eram guardados documentos importantes que hoje fazem parte do Arquivo Central do Estado Português.
Preservar é o mesmo que tombar? Não, a preservação pode existir sem o tombamento. O tombamento é uma imposição legal, porém, sem ele não há garantia real de preservação. Esta é uma importante ação a ser tomada para garantir a preservação definitiva do patrimônio, impedindo, por lei, a sua descaracterização/destruição e propiciando a sua plena utilização.
É necessário tombar? Sim, para se garantir a preservação dos bens culturais, da memória coletiva e, consequentemente, da identidade cultural dos grupos sociais. É uma medida legal, conveniente e segura, particularmente em relação a bens ameaçados pela descaracterização, destruição e pela especulação imobiliária.
O que é tombamento de conjunto de bens? É o tombamento que não abarca apenas um imóvel, mas uma série deles, localizados numa mesma área como sítios históricos, arqueológicos e núcleos urbanos.
Mesmo as cidades mais novas tem bens a serem tombados? Sim, se considerarmos a importância da memória coletiva do lugar e que, a partir do momento em que ele passa a existir, começa a configuração da história daquela comunidade. Como exemplo pode-se citar Brasília, tombada pelo IPHAN e também listada como Patrimônio da Humanidade.
Como começa a escolha dos bens a serem tombados? A partir de um inventário de bens indicados pelos membros do conselho, comunidade e especialistas. Para tanto é necessário que o grupo conheça a história local, as suas tradições, o sítio urbano e área rural por meio de pesquisas, estudos e levantamentos, e mantenha um olhar atento à vida cotidiana, quando poderão ser avaliadas as peculiaridades da cultura local.
Quais os critérios para se definir os bens a serem tombados? Deve-se fazer um inventário dos bens observando-se sua integridade(estado de conservação/possibilidade de restauração), raridade, exemplaridade (bens mais significativos, pois, na presença de diversos com as mesmas características, apenas alguns podem ser elencados) e importância arquitetônica, cultural, histórica, turística, científica, artística, arqueológica e paisagística,
Quais leis amparam o tombamento? O tombamento é previsto no artigo 216 da Constituição Federal: § 1º “O poder público, com a colaboração da comunidade promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento, desapropriação e de outras formas de acautelamento e preservação”.
O ministério público pode preservar? Sim, em alguns casos, particularmente na ausência de lei municipal específica, o Promotor de Justiça pode evitar destruição iminente e determinar a preservação do patrimônio cultural após ouvir especialistas na área. A constituição Federal, em seu artigo 129, parágrafo 3º, aponta como uma das atribuições do Ministério Público “promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”. Tais ações são amparadas pelas Leis Federais nº 4.717/65 e nº7.347/85, que disciplinam a “ação popular” e a “ação civil pública”.
Quais tipos de bens são tombados pelos órgãos e conselhos de defesa do patrimônio: internacional, federal, estadual e municipal? Obedecem a uma escala de importância:
Bens de interesse da humanidade, de excepcional valor, inscritos na Lista do Patrimônio Universal pela UNESCO.
Bens de interesse nacional, tombados pelo IPHAN-Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Bens de interesse estadual, tombados pelo CONDEPHAAT- Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (SP.).
Bens de interesse local, tombados por órgãos de defesa do patrimônio existentes nas cidades
Quem pode solicitar o tombamento? A solicitação do pedido de tombamento pode advir do proprietário, da sociedade, do conselho de defesa do patrimônio, de entidades, de toda e qualquer pessoa de direito público ou de órgãos municipais/estaduais/federais. O pedido é devidamente descrito mediante justificativas.
Há interesse de todos para criação de conselhos de defesa do patrimônio? 
 Para pequena parcela da comunidade o tombamento não interessa devido ao proveito advindo da especulação imobiliária, ao conceito errôneo de que o novo é melhor e ao desprezo pela memória local; entretanto o patrimônio é importante na formação e fomento da identidade cultural.
O tombamento é uma agressão à propriedade privada? É uma lei como tantas outras, que condiciona e regula o uso responsável da propriedade privada, como a Lei de Zoneamento, Código de Obras, Taxas de Ocupação, Índices de Aproveitamento,etc.
O tombamento é um ato autoritário? O tombamento é um ato administrativo respaldado por um laudo ou um parecer técnico; assim sendo é um ato de caráter público, e o poder executivo(governador, prefeito e secretariado, e mesmo ministros de Estado) responde pela qualidade deste ato. O tombamento é uma ferramenta democrática quando respeita a opinião e a indicação da comunidade.
O tombamento pode ser:
-De ofício, quando incide sobre bem público;
-Voluntário, quando da iniciativa e interesse de seu proprietário;
-Compulsório, levado a efeito mesmo sem a anuência do proprietário.
O que é área envoltória, ou entorno de bem tombado? 
 Quando estabelecido o tombamento pode ser indicada uma área ao seu redor a ser mantida sob determinadas características, como forma de valorizar, e não esconder ou descaracterizar o bem tombado. Ex: gabarito máximo de altura, preservação da volumetria geral, ausência de fixação de elementos visuais e luminosos, ausência de toldos e marquises,etc.
Uma praça pode ser tombada? 
 Sim. O jardim histórico é uma composição paisagística e arquitetônica passível de tombamento, sendo bastante oportuno o tombamento de antigas praças, impedindo que projetos “modernizantes” colaborem para a destruição da memória local.
Quais os benefícios do tombamento para a cidade?
 Tem sua história preservada através de bens importantes.
 Pode vir a incrementar o turismo local.
 Em termos de sustentabilidade é uma conquista relevante.
AULA – A MEMÓRIA DO PATRIMÔNIO
A UNESCO coloca que os bens culturais “são de fundamental importância para a memória dos povos e a riqueza das culturas”. 
 Os países com memória - são mais vívidos, mais criativos, fazem melhores negócios, melhor turismo, são mais distintos. 
Os países sem memória- são anêmicos, não se movem, são conformistas, e caem numa espécie de cultura de sofá, gente que está sentada no sofá assistindo a televisão…
A memória é importante para a educação e desenvolvimento de uma nação.
A Memória esta presente nos museus, instituições de memória, centros de memória, arquivos, memórias de empresas, de partidos, de igrejas, de famílias, de clubes, nos documentários, novelas de época, e outros.
Atualmente, vivencia-se o processo de patrimonialização que Françoise Choay denomina de “expansão ecumênica das práticas patrimoniais” (2006, p.207). Este é relacionado com a ampliação do universo de bens culturais, através da noção de referência cultural, e engloba objetos, práticas e lugares apropriados pela cultura na construção de sentidos de identidade. São o que popularmente chama-se de raiz de uma cultura.
Qual é o tempo da memória? – É o presente, mas ele necessita do passado. 
O tempo da memória é o presente, pois é no presente que se constrói a memória – a memória não se constrói no passado, se constrói no presente, pois são as necessidades do presente que a memória responde, não as necessidades do passado nem as do futuro, embora muitas vezes, retoricamente, seja representado assim. Os usos damemória são os usos do presente
A construção da memória está diretamente ligada ao emocional, à identidade na medida em que ela é um fator de extrema importância no sentimento de continuidade, pertencimento e coerência de uma pessoa e/ou de um grupo. Memória é o que nos torna essencialmente humanos, sem ela não há imaginação, não é possível contratos ou vínculos sociais. 
A memória não só transmite conhecimento e significações, mas cria significados. Os significados como tudo aquilo que é histórico, são mutáveis.
 A memória se altera conforme o distanciamento com o fato. Segundo Henri Bergson (2006), o passado sobrevive por inteiro no presente, as lembranças são acumulativas. Só se entende o presente, pois o passado informa, assim da mesma forma, só se projeta o futuro, através do presente porque as experiências vividas permitem que se avance em sua direção.
De acordo com Ivan Izquierdo (1988), a memória é a capacidade de armazenar e evocar informações, é a conservação do passado através de imagens ou representações que podem ser evocadas.
Memória coletiva
 Para Maurice Halbwachs (1990), o conceito de memória coletiva defende que a memória individual é socialmente constituída por quadros sociais e tudo o que nos lembramos do passado faz parte dessas construções, que são realizadas no presente. O contexto social é a base da memória do individuo: a relatividade da memória será condizente com os quadros sociais que o individuo viverá em sociedade e que estarão presentes em todas as fases de sua vida como família, amigos, etc. Assim a memória possui sempre um caráter social. Não existe uma memória que seja estritamente individual, pois a memória é formada coletivamente. Sempre se aprende ou apreende-se algo através de outrem, nunca se está só, pois carrega-se consigo impressões, ensinamentos, observações de outro; isto ocorre por ser seres sociais inseridos em determinados grupos e em determinados momentos.
 Nossas lembranças permanecem coletivas e nos são lembradas por outros, ainda que se trate de eventos em que somente nós estivemos envolvidos e objetos que somente nós vimos. Isto acontece porque jamais estamos sós. Não é preciso que os outros estejam presentes, (...), pois sempre levamos conosco e em nós certa quantidade de pessoas que não se confundem. (HALBWACHS, 2006, p. 30).
E para que a memória coletiva sobreviva é necessário trocas, interações, evoluções, comunicação, resgate dentro deste contexto social.
Paisagem cultural 
 Charles Goldner (2002) também apresenta uma definição interessante de paisagem cultural: Paisagem cultural é uma intersecção entre o patrimônio cultural e o patrimônio natural. De forma simples, a paisagem cultural é a marca da humanidade sobre a terra. É mais uma expressão da cultura não material (refere-se a todas as atitudes, crenças, normas e outros aspectos da cultura presente na mente de um grupo específico de pessoas). A paisagem cultural é a configuração de prédios, estruturas, paisagens rurais, etc.
 O patrimônio cultural é a síntese simbólica dos valores que identificam uma sociedade e que ela reconhece como próprios. O patrimônio é um documento excepcional da memória histórica, chave da capacidade de construir a cultura, na medida em que permite verificar acumuladamente atitudes, comportamentos e valores implícitos e explícitos da produção cultural através do tempo. O patrimônio é um elemento essencial da produção do imaginário. Não se pode prescindir dele, é ele que ajuda a criar o futuro. A época atual leva à impossibilidade de definir a realidade, produto da contaminação de imagens e interpretações desconexas que chegam através dos meios de comunicação. Esta enorme ausência de valores com que a humanidade se vê a “braços” urge encontrar referenciais seguros. Para o Homem do presente, o patrimônio apresenta-se como uma garantia de solidez e estabilidade e como objeto mediador no processo de articulação entre tradição e modernidade emergindo das contradições do presente.
 Preservar a memória, o cotidiano, os acervos, marcos de existência de relação com a sociedade, um material raro de se encontrar, uma coisa que era cotidiana, um fazer que foi regra. Preservar a história, conhecer a história de si mesmo, do seu lugar. Provocar a memória através de intervenções, resgate histórico, memória da cidade. Reconhecer valor, significações ligados à história do estado, da nação. Todas estas ações são consequentes da cidadania. Dos anos 1990 em diante, vem se ampliando o conceito de preservação e de patrimônio, de cultura e de identidade. A memória e o patrimônio estão no dia a dia das pessoas, desenvolvendo um novo olhar de cada cidadão, despertando o sentimento de pertencimento sobre sua história. Provocando-os a ver com outros olhos, ouvir com outros ouvidos. Conhecer melhor sua identidade e intensificar a percepção de pertencimento de sua comunidade, sua cidade.
 Percepção no espaço em que se vive e seu papel como sujeito capaz de compreender e intervir sobre sua realidade, capacidade de representar seus suportes de memória e pertencimento a sua comunidade, diálogos entre o patrimônio cultural e a memória coletiva. Memória social é plural e polifônica, é o patrimônio como algo muito dinâmico. A memória e patrimônio são vivos e dinâmicos, não são nostálgicos, lembrando alguma coisa que não faz mais sentido. Parceira dos movimentos sociais, criadora potencial de novos mundos, a memória se articula com as utopias.
 A preservação é necessariamente seletiva, é um ato do presente, voltado para o futuro, testemunhos da operosidade humana que adquiriram significação cultural. O restauro e a conservação, hoje se voltam não mais apenas para aquilo que era entendido como “obra de arte”, mas dirigem suas atenções também às obras modestas que com o tempo assumiram conotação cultural. A preservação de monumentos históricos deve, por isso, ser discutida e enfrentada com os instrumentos e vinculada à realidade de cada época. O fato de, no futuro, as posturas serem diversas, não exime um dado grupo social da responsabilidade pela preservação dos bens culturais e da escolha dos bens a serem preservados. Evidencia ainda mais a necessidade de se agir, sempre, de modo crítico e fundamentado em relação ao legado de outras épocas, com os instrumentos de que se dispõem hoje, essencialmente aqueles vinculados à história e filosofia.
TEXTO SOBRE TÉCNICAS CONSTRUTIVAS:
É importante conhecer as técnicas construtivas das edificações, para poder utilizar os procedimentos adequados para a restauração/conservação. 
 Nas primeiras construções do século XVI predominou o sistema construtivo da taipa de pilão (terra socada), por oferecer boa resistência e ser tecnicamente mais fácil de ser construído, logo, padres e civis, prefeririam as alvenarias de cal e pedra. 
 Se em termos gerais, sob o ponto de vista cronológico, podemos dizer que no território brasileiro a predominância foi a da taipa no primeiro século de colonização, sucedida pelas alvenarias de pedra ou mistas nos dois séculos seguintes, sendo que ao final do XIX as alvenarias de tijolo já tomavam a dianteira, pode-se também afirmar – com a mesma generalidade – que sob o ponto de vista de uma distribuição regional a taipa de pilão foi o sistema construtivo da região de São Paulo, assim como a taipa de mão (pau-a-pique) e o adobe foi o dos mineiros e a alvenaria de cal e pedra, dos cariocas.
Arquitetura da terra
Material – terra crua, muito feita na mesopotamia, egito, china (muralha)
No brasil – nos primeiros séculos da colonização, desaparecendo no século XVIII – utilizado em salvador, bahia, minas gerais, são paulo e goiais. Já no litoral, a terra era argilosoa o que não ajudava na taipa de pilão, assim usavam o sistema de cal e pedra. 
Taipa de pilão – são Paulo
Taipa de mão (pau a pique) – nas repartições internas. 
Qualidade – baixo custo, conforto térmico e acústico, durabilidade. 
A taipa-De pilão – paredes de barro socado – utiliza formas de madeira, chamadas de taipa , dentro coloca o barro, amassado com pilão ou pés; espessuras de parede – 40 a 80 cm, podendo chegar a 1 metro dependendo da altura do edifício. 
Aparência das construções eram mais simples 
Tinham enormes beiras, para proteger da chuva. 
O alicerces era feito de pedra
O barro deveria ser bem escolhido – de boa qualidade 
Misturavam o barro com estrume animal ou fibras vegetais para a ligação do barro. 
A terra vermelha, a terra roxa e parda tem boa ligua
A preta não dá liga
A cor indica a qualidade 
O adobe
Utilizado em paredes autoportantes 
Como tijolos de barros 
O pau-a-pique (taipa de mão ou de sopapo ou de sebe)
Usado por indígenas
Utilizado na colônia portuguesa
Trama de madeira como uma grade onde o barro é juntado e arremessado pelos lados. 
Terra misturada com palha
No final pode ser revestido de argamassa de terra – rebocar a bosta 
Espessura da parede 10 a 15 cm 
Não é estrutural
Utilizado em divisórias internas
Poucas vezes no exterior da casa
ALVENARIAS DE PEDRA E TIJOLOS
Utilizada no litoral
Pedras do local onde se construía
No nordeste tinha muita pedra
No rio de janeiro tinha pouca pedra
Usada de forma aparente 
Usado no embasamento das construções 
Fundações
Era feita a escavação do solo para achar o solo mais resistente
As construções sofriam recalques e diferenciais – rachaduras
Feitas de pedras e barro , poucas vezes de argamassa de cal
Depois de escavar assentavam as pedras. 
Vala corrida
Mais largas que as alvenarias 
Cantaria ou pedra aparelhada
Utilizadas apenas no embasamento das edificações 
Fachadas em templos religiosos 
Vencer o vão através do arco
 
 
Pedra e barro
Paredes estruturais , pilares 
0,50 a 1,00
INOVAÇÕES TÉCNICAS DO SÉCULO XIX.
Revolução industrial trouxe inovações
Estruturas metálicas e cimento Portland
Concreto armado
Vidro
Utilização do tijolo 
Aula técnicas construtivas
Materiais utilizados na construção da colônia;
Madeira, Palha, Pedra , Barro
Técnica portuguesa, indígena e africana; 
Corpo humano como referencia, palmo pés, polegadas
Pau a pique - pau-a-pique, técnica indígena, fincamento de varas ou toras muito próxima cuja a base era incinerada para evitar apodrecimento pela umidade. Queimavam a ponta dos paus 
fundação corrida; Baldrame de pedra bruta com largura variável e profundidade de 1.50 para receber paredes autoportantes. 
Podem ser classificados segundo suas características estruturais:
Paredes autoportantes;
Paredes autoportantes de pedra;
Adobe e tijolo;
Taipa de pilão;
Estruturas autônomas, madeira, adobe e tijolo, taipa de mão,estuque.
As alvenarias de pedra, brutas ou aparelhadas, secas ou argamçadas, foram largamente utilizadas;
Vantagem abundância na região e resistência aos intempéries, oficiais com grande domínio no corte de pedra;
Resultava em muros ou paredes de grande largura e altura superior a de outras técnicas.
 
Técnica do uso da terra;
Também conhecida como: 
Taipa de sebe
De sapapo
Pau-a-pique ou sapê
Tratava-se de um entremeado de varas, ripas, cipós, ou bambu constituindo um estrado vertical
Após recebia uma mistura de barro, água e fibra vegetal.
Cobertura materiais 
Palha como os nativos e casca de arvores cavacos;
Pedra disposta em lajeado, mais freqüente a partir do século XIX, quando ardósia recobriu palacete eclético; 
Telhas capa-e-bico ou capa-e-canal, marco da arquitetura colonial;
Cobertura madeiramento Beirais – Cimalha e Sancas
Em algumas regiões apresentavam formas caprichosas.
Beira-sobe-beira, que a cultura popular chamava de beira-saveira.
Atribuía status ao proprietário
Pisos
Como a cobertura os revestimentos para piso evoluíram de acordo com a mão-de-obra;
Os primeiros utilizavam materiais em estado bruto como terra batida ou pedra;
Terra batida ou barro, aplicação direta de terra ou barro, mistura apiloada;
Pedra recolhidas fragmentadas de dimensões variadas, aplicadas diretamente sobre o solo; 
 A arquitetura, nos seus aspectos técnico-construtivos, é fruto de dois fatores predominantes: o primeiro diz respeito ao conhecimento das tradições construtivas e ao grau de dificuldades técnicas que estas apresentam, em especial na possibilidade de se encontrar mão de obra especializada para a execução da mesma; e o segundo diz respeito às possibilidades físico-geográficas do local que fornece o material para as construções. É evidente que sob o prisma deste enfoque não fica difícil explicarmos porque as primeiras construções em nosso solo eram casebres rústicos de madeira e barro cobertos com sapé. Apesar disso, tão logo as condições permitiram, nossos colonizadores procuraram executar construções de maior perenidade. Excluindo as primeiras choupanas, houve uma série de edificações de estruturas de madeira e barro (pau a pique), com dois pavimentos e com cobertura em telha cerâmica. 
Aula CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Patrimônio
Texto consolidado até a Emenda Constitucional nº 71 de 29 de novembro de 2012
 Capítulo I 
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
 LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
 VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
 
 Art. 30. Compete aos Municípios:
 VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
 IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Seção II 
 Da Cultura
 Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
 § 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.
 § 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
 § 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual,visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem à:
 I - defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
 II - produção, promoção e difusão de bens culturais;
 III - formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões;
 IV - democratização do acesso aos bens de cultura;
 V - valorização da diversidade étnica e regional.
 Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
 I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de Cultura, bem como de sua articulação com os demais sistemas nacionais ou políticas setoriais de governo.
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus respectivos sistemas de cultura em leis próprias.
 Quais são os principais elementos que compõem o patrimônio cultural? 
. Os bens imateriais, compreendem toda a produção cultural de um povo, desde sua expressão musical, até sua memória oral, passando por elementos caracterizadores de sua civilização. 
Os bens materiais se dividem em dois grupos básicos: bens móveis - são a produção pictórica, escultórica, material ritual, mobiliário e objetos utilitários - e bens imóveis - não se restringem ao edifício isoladamente, mas compreendem, também, seu entorno, garantindo sua visibilidade e fruição. No acervo de bens imóveis, que constituem o patrimônio de um povo e de um lugar, incluem-se os núcleos históricos e os conjuntos urbanos e paisagísticos, importantes referências para as noções étnicas e cívicas da comunidade.
Como preservar o patrimônio cultural? 
 A comunidade é a verdadeira responsável e guardiã de seus valores culturais. Não se pode pensar em proteção de bens culturais, senão no interesse da própria comunidade, à qual compete decidir sobre sua destinação no exercício pleno de sua autonomia e cidadania. 
Para preservar o patrimônio cultural é necessário, inicialmente, conhecê-lo através de inventários e pesquisas realizadas pelos órgãos de preservação, em conjunto com as comunidades. O passo seguinte é a utilização dos meios de comunicação e do ensino formal e informal para a educação e informação das comunidades, para desenvolver o sentimento de valorização dos bens culturais e a reflexão sobre as dificuldades de sua preservação. A atuação do poder público deve ser exercida em caráter excepcional, quando faltarem recursos técnicos ou materiais ou organizações coletivas capazes de assumir as ações de preservação necessárias. São diversas as formas de proteção do patrimônio cultural, desde o inventário e cadastro até o tombamento, passando pelo estabelecimento de normas urbanísticas adequadas, consolidadas nos planos diretores e leis municipais de uso do solo e, até, por uma política tributária incentivadora da preservação da memória.

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