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Material completo - HISTÓRIA DO DIREITO (não é resumo)

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21/6/2014 Capitanias do Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitanias_do_Brasil 1/5
Capitanias hereditárias (Luís Teixeira.
Roteiro de todos os sinais...,
ca. 1586. Lisboa, Biblioteca da Ajuda
Parte de uma série sobre a
História do Brasil
Portal Brasil
Capitanias do Brasil
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
As capitanias foram uma forma de administração territorial do império português pela qual a Coroa, com recursos
limitados, delegou a tarefa de colonização e exploração de determinadas áreas a particulares, através da doação de lotes
de terra, sistema utilizado inicialmente com sucesso na exploração das ilhas atlânticas. No Brasil este sistema ficou
conhecido como capitanias hereditárias, tendo vigorado, sob diversas formas, durante o período colonial, do início do
século XVI até ao século XVIII, quando o sistema de hereditariedade foi extinto pelo Marquês de Pombal, em 1759 (a
hereditariedade foi abolida, mas a denominação capitania ainda não).
Índice
1 Antecedentes e primórdios
2 As capitanias hereditárias
2.1 A administração das capitanias
3 Outras capitanias
3.1 Tipos de capitania
3.2 O governo-geral
4 Extinção definitiva das capitanias
5 Referências
6 Bibliografia
Antecedentes e primórdios
O sistema de capitanias, bem sucedido nas ilhas da Madeira e de Cabo Verde, foi inicialmente implantado no
Brasil com a doação da Ilha de São João (atual ilha de Fernando de Noronha), por Carta Régia de Dom
Manuel I (r. 1495–1521), datada de 16 de fevereiro de 1504, que doou a Fernando de Noronha, arrendatário
do contrato de exploração do pau-brasil ("Caesalpinia echinata"), constituindo a capitania de São João, sem
qualquer efeito na prática, uma vez que não há notícia de sua colonização à época. Os descendentes de
Noronha, entretanto, continuaram herdando o título de posse da capitania até ao seu último representante, João
Pereira Pestana, em 1692.
O Regimento Castanheira
O insucesso das expedições guarda-costas de Cristóvão Jacques (inclusive o sério incidente diplomático pelo
qual foi responsável), assim como o aumento do tráfico de pau-brasil e outros gêneros por corsários
estrangeiros, principalmente franceses no litoral do Brasil, em um momento de crise do comércio português no
Oriente, foram os fatores determinantes para a iniciativa de colonização promovida pela Coroa.
Após o sucesso parcial da expedição de Martim Afonso de Sousa (1530 - 1532), contando com escassos
recursos financeiros e visando a incentivar ocupação da terra, por iniciativa de Dom António de Ataíde - 1°
conde da Castanheira -, Dom João III doou quinze capitanias na costa do Brasil, entre 1534 e 1536. Nas
palavras de Charles R. Boxer:
"O sistema que o rei adotou em 1534 foi o da divisão do litoral entre o rio Amazonas e São
Vicente em doze capitanias hereditárias de extensão limitada, no sentido da latitude, variando
entre trinta e cem léguas, mas de extensão indefinida para o interior. As quatro capitanias
setentrionais situadas entre Paraíba do Norte e o Amazonas, não foram ocupadas durante o
século XVI, ainda que os donatários, a quem haviam sido distribuídas tivessem tentado, em vão,
fazê-lo. Das oito restantes, apenas Pernambuco, no Nordeste, e São vicente, na extremidade
setentrional, conseguiram vencer os "problemas de dentição" dos primeiros tempos, e tornaram-
se centros de crescimento populacional e econômico relativamente importantes. As demais, ou
foram abandonadas em consequências de ataques indígenas ou vegetaram numa obscuridade
total, com pequeno número de colonos que mantinham uma posição precária em locais isolados
da faixa litorânea."
As capitanias hereditárias
Os beneficiários, no total de quinze, eram elementos da pequena nobreza de Portugal, dos quais sete haviam se destacado nas campanhas da África e na Índia,
quatro eram altos funcionários da corte e um deles era capitão de confiança de Martim Afonso de Sousa. "Não possuíam, em sua maioria, capital ou outros recursos
que lhes permitissem fazer progredir as terras, apesar dos enormes privilégios jurídicos e fiscais que a Coroa lhes concedera. Esses privilégios incluíam o direito de
fundar cidades e de lhes atribuir direitos municipais; o direito da pena capital para escravos, pagãos e cristãos livres das classes mais baixas; o direito de cobrar
impostos locais, exceto no que se referia à mercadorias (como o pau-brasil) que constituíam em monopólio da Coroa; o direito de autorizar construções, como de
engenhos de açúcar, e de receber dízimas sobre determinados produtos, entre os quais o açúcar e o peixe. O sistema de donatários, combinando elementos feudais
e capitalistas, havia sido utilizado com êxito no desenvolvimento das ilhas da Madeira e dos Açores, e foi aplicado com menor êxito no arquipélago de Cabo Verde
e, durante curto espaço de tempo (1575), em Angola."
De norte a sul as capitanias hereditárias iniciais eram:
Era pré-cabralina [Expandir]
Colônia (1530–1815) [Expandir]
Reino Unido (1815–1822) [Expandir]
Império (1822-1889) [Expandir]
Primeira República (1890-1930) [Expandir]
Era Vargas (1930-1945) [Expandir]
Quarta República (1946-1964) [Expandir]
Ditadura militar (1964–1985) [Expandir]
Nova República (1985-atual) [Expandir]
Constituições [Expandir]
Listagens [Expandir]
Temáticas [Expandir]
1
2
21/6/2014 Capitanias do Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitanias_do_Brasil 3/5
Mapa de Joan Blaeu de 1640 já com novas denominação de
várias capitanias.
Notas
↑ Os limites são aproximados, apontando vilas ou acidente geográficos situados em pontos extremos do litoral, no sentido norte-sul. O limite a oeste é a linha de
Tordesilhas.
↑ A Capitania de Itamaracá foi abandonada pelo donatário e recriada como Capitania da Paraíba em 1574.
↑ A Capitania de São Vicente teve como capitães em sua origem Pedro Capico em 1517 e Antônio Ribeiro em 1528 ; sua secção mais setentrional foi rebatizada
pouco tempo depois (por volta de 1567) como Capitania do Rio de Janeiro.
A administração das capitanias
O donatário constituía-se na autoridade máxima dentro da própria capitania, tendo o compromisso de desenvolvê-la com recursos próprios, embora não fosse o seu
proprietário.
O vínculo jurídico entre o rei de Portugal e cada donatário era estabelecido em dois documentos: a Carta de Doação, que conferia a posse, e a Carta Foral que
determinava direitos e deveres.
Pela primeira, o donatário recebia a posse da terra, podendo transmiti-la aos filhos, mas não vendê-la. Recebia também uma sesmaria de dez léguas de costa. Devia
fundar vilas,distribuir terras a quem desejasse cultivá-las, construir engenhos. O donatário exercia plena autoridade no campo judicial e administrativo para nomear
funcionários e aplicar a justiça, podendo até decretar a pena de morte para escravos, índios e homens livres. Adquiria alguns direitos: isenção de taxas, venda de
escravos índios e recebimento de parte das rendas devidas à Coroa. Podia escravizar os indígenas, obrigando-os a trabalhar na lavoura ou enviá-los como escravos
a Portugal até o limite de 30 por ano.
A Carta Foral tratava, principalmente, dos tributos a serem pagos pelos colonos. Definia ainda, o que pertencia à Coroa e ao donatário. Se descobertos metais e
pedras preciosas, 20% seriam da Coroa e, ao donatário caberiam 10% dos produtos do solo. A Coroa detinha o monopólio do comércio do pau-brasil e de
especiarias. O donatário podia doar sesmarias aos cristãos que pudessem colonizá-las e defendê-las, tornando-se assim colonos.
Outras capitanias
Posteriormente, D. João III (1521-1557) expediu, a 22 de Agosto de 1539, uma carta de doação
da "Ilha de Ascensão" (atual ilha da Trindade), situada a 75 léguas da costa do Brasil, naaltura de
19º e um terço do meridiano, a Belchior Carvalho, fidalgo da Casa Real, constituindo a Capitania da
Trindade. Essa doação também não acarretou conseqüências, na prática.
A Capitania da Baía de Todos os Santos, por morte de seu donatário, foi vendida pela viúva à
Coroa, para fins da instalação da sede do governo-geral, com a fundação da cidade do Salvador
(1549). Um pouco mais tarde, ainda na região, foram doadas em 1556:
a ilha de Itaparica, a D. António de Ataíde, conde de Castanheira, constituindo a Capitania de
Itaparica;
a região do rio Paraguaçu, a D. Álvaro da Costa, constituindo a Capitania do Paraguaçu
(Peroaçu), também denominada como Capitania do Recôncavo da Baia.
A primeira seção da capitania de São Vicente, que por falta de colonizadores havia sofrido a invasão
francesa da baía de Guanabara, entre 1555 e 1567, foi recriada como Capitania Real do Rio de
Janeiro.
A Capitania de Itamaracá, abandonada pelo donatário, foi recriada como Capitania da Paraíba em
1574.
No século XVII, outras capitanias foram criadas:
No Estado do Maranhão, no contexto da conquista do Norte do Brasil:
a Capitania de Tapuitapera, Cumá ou Cumã, doada a Antônio Coelho de Carvalho (1633)
a Capitania de Caeté ou Gurupi, doada a Feliciano Coelho de Carvalho (1634), posteriormente a Álvaro de Sousa;
a Capitania de Cametá, doada a Feliciano Coelho de Carvalho (1620)
a Capitania do Cabo Norte, doada a Bento Maciel Parente (1637)
a Capitania de Marajó (ou ilha Grande de Joanes), doada a Antônio de Sousa de Macedo (1655)
a Capitania do Xingu, doada a Gaspar de Abreu de Freitas (1685), última capitania criada
No Estado do Brasil:
a Capitania de Campos dos Goitacases, antiga São Tomé, a Martim Correia de Sá (20 léguas) e a João Correia de Sá (10 léguas) (1674).
a Capitania-comarca de São João das Duas Barras, ou província-comarca como consta no despacho de sua criação por Dom João VI. Existiu entre
1808 e 1814, perdendo o status de capitania logo depois, restando somente a comarca.
Tipos de capitania
As capitanias podiam ser classificadas em:
Insulares e continentais - quanto à sua localização;
Permanentes e temporárias - quanto ao seu gênero de doação (a Capitania doada a Pero Cápico seria do segundo gênero)
Particulares e da Coroa - quanto ao seu donatário.
O governo-geral
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21/6/2014 Capitanias do Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitanias_do_Brasil 4/5
Martim Afonso de
Sousa, por Benedito
Calixto.
É costume afirmar-se que o sistema de capitanias hereditárias fracassou no Brasil, diante da constatação de que apenas a Capitania de
Pernambuco e a de São Vicente lograram alcançar relativa prosperidade nas décadas seguintes. Em ambas, havia prosperado a lavoura
de cana-de-açúcar e, apesar dos problemas comuns às demais capitanias, os respectivos donatários, Duarte Coelho e os representantes
de Martim Afonso de Sousa, conseguiram manter os seus colonos e estabelecer alianças com os indígenas.
O insucesso das demais, certamente atrasou o desenvolvimento da terra. As dificuldades eram maiores do que os donatários podiam
calcular. Muitos donatários nem chegaram a tomar posse das suas terras. Entre as causas para tal, relacionam-se:
a difícil a adaptação às condições climáticas e a um tipo de vida diferente do existente na Europa;
o alto custo do investimento, que não trazia um retorno imediato;
a falta de recursos humanos, por parte dos donatários, para desenvolver os lotes;
os ataques das tribos indígenas e de corsários estrangeiros, assim como as disputas internas e dificuldades na aplicação da Justiça;
a falta de comunicação e de articulação entre as diversas capitanias pelas enormes distâncias entre si, e entre elas e a metrópole;
a ausência de uma autoridade central (governo) que amparasse localmente as Capitanias, referente à economia, justiça e
segurança.
Mesmo assim, o sistema de capitanias cumpriu os objetivos ao preservar a posse da terra para Portugal, lançando os fundamentos da colonização, com base no tripé
constituído pela grande propriedade rural, pela monocultura de um produto de larga aceitação na Europa e pelo trabalho escravo.
Já em meados do século XVI, percebendo a dificuldade e os riscos ao projeto colonizador, a Coroa decidiu centralizar o governo do Brasil, e enviou um primeiro
governador-geral, Tomé de Sousa (1548).
Com a finalidade de "dar favor e ajuda" aos donatários e centralizar administrativamente a organização da Colônia, o rei de Portugal resolveu criar, em 1548, o
Governo Geral. Resgatou dos herdeiros de Francisco Pereira Coutinho a capitania da Bahia de Todos os Santos, transformando-a na primeira capitania real ou da
Coroa, sede do Governo Geral. Esta medida não implicou a extinção das capitanias hereditárias e até mesmo outras foram implantadas, como a de Itaparica, em
1556, e a do Recôncavo Baiano, em 1566. No século XVII continuaram a ser criadas capitanias hereditárias para estimular a ocupação do Estado do Maranhão.
Um Regimento instituiu o Governo Geral. O documento detalhava as funções do novo representante do governo português na Colônia. O governador-geral passou a
assumir muitas funções antes desempenhadas pelos donatários. A partir de 1720 os governadores receberam o título de vice-rei. O Governo Geral permaneceu até a
vinda da família real para o Brasil, em 1808.
Tomé de Sousa, o primeiro governador do Brasil, chegou em 1549 e fundou a cidade de Salvador, a primeira da Colônia. Trouxe três ajudantes para ocupar os
cargos de: provedor - mor, encarregado das finanças; ouvidor - geral, a maior autoridade da justiça; e o de capitão - mor da costa, encarregado da defesa do litoral.
Vieram também padres jesuítas chefiados por Manuel da Nóbrega, encarregados da catequese dos indígenas e de consolidar, através da fé, o domínio do território
pela Coroa portuguesa.
O controle da aplicação da justiça e a expansão da fé cristã, ações atribuídas ao Governo Geral, eram expressivas em relação ao momento pelo qual passavam as
monarquias europeias: o absolutismo e os movimentos decorrentes do surgimento do protestantismo.
Em 1551, no governo de Tomé de Sousa, foi criado o 1º Bispado do Brasil com sede na capitania real, sendo nomeado bispo D. Pero Fernandes Sardinha. Foram
também instaladas as Câmaras Municipais, compostas pelos "homens bons": donos de terras, membros das milícias e do clero. Nesse período ainda foi introduzida,
nessa capitania, a criação de gado e instalados engenhos. Com essas medidas o governo português pretendia reafirmar a soberania e a autoridade da Metrópole, e
consolidar o processo de colonização.
Foi ainda no período do governo de Tomé de Sousa que chegou ao Brasil um considerável número de artesãos. De início trabalharam na construção da cidade de
Salvador e, depois, na instalação de engenhos na região. Eles eram mão - de - obra especializada tão necessária na Colônia que a Coroa lhes ofereceu, caso
viessem para o Brasil, isenção de pagamento do dízimo pelo mesmo prazo dado aos colonos.
Os governadores seguintes, Duarte da Costa (1553 - 1557) e Mem de Sá (1557 - 1572), reforçaram a defesa das capitanias, fizeram explorações de
reconhecimento da terra e tomaram outras medidas no sentido de reafirmar e garantir a colonização. Mas enfrentaram grandes dificuldades: choques com índios e
com invasores, especialmente os franceses; conflitos com o bispo, e com os próprios jesuítas que se opunham à escravidão indígena, e entre antigos e novos
colonos.
Extinção definitiva das capitanias
A extinção do sistema de capitanias ocorreu formalmente em 28 de fevereiro de 1821, um pouco mais de um ano antes da declaração de independência. A maioria
das capitanias tornaram-se províncias e o território de algumas, como o da capitania de São José do Rio Negro e o da capitaniade Sergipe, foi anexado às novas
províncias.
Referências
1. ↑ Boxer, Charles R. O Império Marítimo Português. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. Página 100.
2. ↑ Boxer. Charles, R..O Império Marítimo Português. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. Página 101.
3. ↑ Fabra, Carlos. São Vicente - Primeiros Tempos. 2010.
4. ↑ Criação da comarca do norte (http://to.gov.br/criacao-da-comarca-do-norte---1809/69). Portal do governo do Tocantins.
Bibliografia
ALMEIRA PRADO, João Fernando de. Pernambuco e as capitanias do norte do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1939.
ALMEIRA PRADO, João Fernando de. A Bahia e as capitanias do centro do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1945.
ALMEIRA PRADO, João Fernando de. São Vicente e as capitanias do sul do Brasil. São Paulo: Nacional, 1961.
BUENO, Eduardo. Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.
CALIXTO, Benedito de Jesus. Capitanias paulistas: São Vicente, Itanhaém e São Paulo. São Paulo, Rossetti, 1924.
DUSSEN, Adrien van der. Relatório sobre as capitanias conquistadas no Brasil pelos holandeses. Rio de Janeiro: IAA, 1947.
JARDIM, Caio. A capitania de São Paulo sob governo do Morgado de Mateus (1765-75). São Paulo: Departamento de Cultura, 1939.
21/6/2014 Pacto Colonial – Wikipédia, a enciclopédia livre
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pacto_Colonial 1/1
Pacto Colonial
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Por ser uma colônia, o Brasil estava submetido ao pacto colonial português, também chamado exclusivo
comercial metropolitano, que foi um sistema pelo qual os países da Europa que possuíam colônias na América,
mantinham o monopólio da importação das matérias-primas mais lucrativas dessas possessões, bem como da
exportação de bens de consumo para as respectivas colônias.
O pacto colonial inclui obediência política, ou seja, as leis a serem obedecidas deviam ser as mesmas leis (ou
adaptadas) da metrópole correspondente à colônia.O objetivo das autoridades reais era garantir que as
atividades econômicas da colônia gerassem lucros para a metrópole.
O pacto colonial limitava as atividades econômicas da elite colonial. Por um lado, os colonos só podiam vender
sua produção a comerciantes legalizados pelas metrópoles, o que não garantia bons preços a eles. Por outro
lado, a proibição de instalação de manufaturas nas colônias na América impedia a elite colonial de investir em
outro setor de produção que não fosse o agrário. Resumindo, pacto colonial é o cojunto de regras que regem o
relacionamento entre as Metrópoles e suas colônias.
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pacto_Colonial&oldid=39137350"
Categorias: Colonialismo História do Brasil Colonial Idade Moderna
Esta página foi modificada pela última vez à(s) 12h36min de 13 de junho de 2014.
Este texto é disponibilizado nos termos da licença Creative Commons - Atribuição - CompartilhaIgual
3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais. Para mais detalhes,
consulte as Condições de Uso.
21/6/2014 Carta de Doação – Wikipédia, a enciclopédia livre
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_de_Doa%C3%A7%C3%A3o 1/1
Carta de Doação
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A carta de doação era um documento da Coroa Portuguesa pelo qual esta fazia a concessão de uma capitania
a um capitão donatário. A Coroa tinha particular interesse nos forais porque estes funcionavam como fontes de
renda.
Esse documento estabelecia os limites geográficos da capitania e proibia o comércio das suas terras, aceitando
a transferência territorial apenas por hereditariedade; regulamentava os limites das capitanias; dava jurisdição
civil e criminal sobre a área da capitania.
Era complementado pela chamada Carta de Foral, que fixava os direitos e deveres do capitão donatário.
Ver também
Capitanias do Brasil
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Carta_de_Doação&oldid=38327613"
Categoria: História de Portugal
Esta página foi modificada pela última vez à(s) 01h41min de 6 de março de 2014.
Este texto é disponibilizado nos termos da licença Creative Commons - Atribuição - CompartilhaIgual
3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais. Para mais detalhes,
consulte as Condições de Uso.
21/6/2014 Carta de Foral – Wikipédia, a enciclopédia livre
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_foral 1/3
Carta de Foral
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Carta foral)
Uma Carta de Foral, ou simplesmente Foral (http://www.infopedia.pt/pesquisa-global/foral), foi um
documento real utilizado em Portugal, que visava estabelecer um Concelho e regular a sua administração,
deveres e privilégios. A palavra "foral" deriva da palavra portuguesa "foro", que por sua vez provém do latina
"fórum".
Os Forais foram concedidos entre o século XII e o século XVI. Eram a base do estabelecimento do município
e, desse modo, o evento mais importante da história da vila ou da cidade. Era determinante para assegurar as
condições de fixação e prosperidade da comunidade, assim como no aumento da sua área cultivada, pela
concessão de maiores liberdades e privilégios aos seus habitantes.
O Foral tornava um concelho livre do controlo feudal, transferindo o poder para um concelho de vizinhos
(concelho), com a sua própria autonomia municipal. Por conseguinte, a população ficava direta e
exclusivamente sob o domínio e jurisdição da Coroa, excluindo o senhor feudal da hierarquia do poder.
O Foral garantia terras públicas para o uso coletivo da comunidade, regulava impostos, pedágios e multas e
estabelecia direitos de proteção e deveres militares dentro do serviço real.
Um pelourinho estava diretamente associada à existência de um Foral. Era erguido na praça principal da vila ou
cidade quando o Foral era concedido e simboliza o poder e autoridade municipais, uma vez que era junto ao
pelourinho que se executavam sentenças judiciais de crimes públicos que consistissem em castigos físicos.
Os forais entraram em decadência no século XV, tendo sido exigida pelos procuradores dos concelhos a sua
reforma, o que viria a acontecer no reinado de D.Manuel I de Portugal. Foram extintos por Mouzinho da
Silveira em 1832.
Índice
1 Os Forais Manuelinos
2 No Brasil
3 Referências
4 Ver também
Os Forais Manuelinos
Com o objetivo de sistematizar a governação local ao nível administrativo, D.Manuel I de Portugal nomeou uma
comissão que, durante duas décadas, procedeu à recolha de toda a documentação existente - Privilégios e
antigos Forais - e reformulou-a segundo uma certa sistematização, o que fez com que os chamados "Forais
Novos" fossem quase idênticos, assegurando uma certa unificação. São também conhecidos como de "leitura
nova", uma vez que o monarca instituiu um novo tipo de letra caligráfica - o gótico librário, mais inteligível.
21/6/2014 Carta de Foral – Wikipédia, a enciclopédia livre
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_foral 2/3
Foral Manuelino ("Foral Novo") de
Castro Verde, Portugal.
Em seu reinado foram reformulados (http://antt.dglab.gov.pt/exposicoes-virtuais-2/o-foral-novo-registos-que-
contam-historias/) 596 forais, reunidos nos "Livros dos Forais Novos". A reforma prolongou-se entre 1495 e
1520, abrangendo cerca de 570 concelhos.
Iconograficamente, o tipo principal caracteriza-se por apresentar, no frontispício, na parte superior, as armas
reais ao centro (sempre com nove castelos), ladeado pelas esferas armilares e uma faixa horizontal com o nome
do rei (MANVEL), tendo a particularidade de a letra "D" ser formada por uma serpente alada com cabeça de
dragão.
No Brasil
Quando da implantação do regime de capitanias hereditárias na história
do Brasil,a Carta de Foral regulava os direitos e deveres que o Capitão-
donatário passava a ter em virtude da Carta de Doação recebida.
Entre estes, visando a adequada exploração das terras, relacionam-se:
Criar vilas e distribuir terras a quem desejasse cultivá-las;
Exercer autoridade no campo judicial e administrativo;
Escravizar os indígenas para o trabalho na lavoura;
Receber a vigésima parte dos lucros sobre o comércio do pau-
brasil;
Entregar 10% do lucro sobre os produtos da terra à Coroa;
Entregar 20% dos metais preciosos encontrados à Coroa;
Observar o monopólio régio do pau-brasil.
==
Referências
==
Exposição "O Foral Novo, registos que contam histórias" (http://antt.dglab.gov.pt/wp-
content/uploads/sites/17/2013/10/2013-05-Folha-sala-Expo-O-Foral-Novo.pdf)
Ver também
Aforamento
Foral de Setúbal (http://digitarq.dgarq.gov.pt/viewer?id=4251401) (Arquivo Nacional da Torre do
Tombo (http://antt.dglab.gov.pt/))
Foral da cidade do Porto (1517) (http://purl.pt/6468)
Foral dado ao Porto por D.Hugo [bispo do Porto ao tempo do Condado Portucalense]
(http://purl.pt/6420)
Forais dados à cidade do Porto (http://purl.pt/6422)
Foral de Vila Nova de Gaia (http://purl.pt/6423)
Foral Vila de Sangalhos (http://purl.pt/17404)
Foral de Matosinhos (http://purl.pt/6424)
Foral de Refojos (http://purl.pt/6425)
21/6/2014 Transferência da corte portuguesa para o Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vinda_da_Fam%C3%ADlia_Real_para_o_Brasil 1/8
Embarque da família real portuguesa no cais de Belém, em
29 de Novembro de 1807.
Transferência da corte portuguesa para o Brasil
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Vinda da Família Real para o Brasil)
A transferência da corte portuguesa para o Brasil
foi o episódio da história de Portugal e da história do
Brasil em que a família real portuguesa, a sua corte de
nobres (ver nobreza portuguesa) e mais servos e demais
empregados domésticos (tais como valetes) se
radicaram no Brasil, entre 1808 e 1820. Tendo a leva
inicial chegado a mais ou menos quinze mil pessoas.
Posteriormente, após 1822, alguns destes voltaram a
Portugal.
A capital do Reino de Portugal foi estabelecida na
capital do Estado do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro,
registrando-se o que alguns historiadores denominam de
"inversão metropolitana", ou seja, da antiga colónia
passou a ser exercida a governação do império
ultramarino português.
Índice
1 Antecedentes
2 A conjuntura de 1807
3 Os acontecimentos
4 A partida
5 A viagem e a chegada à Bahia
6 A chegada ao Rio de Janeiro
7 Mudanças ocorridas
8 Consequências
9 Notas
10 Bibliografia
11 Ver também
12 Ligações externas
Antecedentes
O plano de transferência da família real e da corte de nobres portugueses para o Brasil, refúgio seguro para a soberania
portuguesa quando a resistência militar a um invasor fosse inútil na metrópole, já havia sido anteriormente cogitado:
durante a crise de sucessão de 1580, ante o avanço dos tercios do duque de Alba, o D. António I terá sido
aconselhado a buscar um refúgio além-Atlântico ;
no contexto da Restauração da independência (1640), quando a França abandonou Portugal no Congresso de
Münster (1648), o padre António Vieira apontou ideia semelhante a D. João IV, associando-a ao vaticínio da
fundação do Quinto Império.
Posteriormente, embora sem ameaça militar iminente, o diplomata Luís da Cunha defendeu a ideia de se transferir
para o Brasil a sede da monarquia portuguesa .
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O Príncipe-regente Dom João de
Bragança em 1804.
A ideia principiou a ser colocada em prática quando da invasão de Portugal por tropas espanholas, no contexto
do chamado Pacto de Família, tendo o marquês de Pombal chegado a ordenar o apresto de uma esquadra que
transportaria D. José I, a Família Real e a corte. À época, Pombal considerava alguns exemplos estrangeiros,
como a recomendação de Sébastien Le Prestre de Vauban ao futuro Filipe V de Espanha para que se refugiasse
na América, e nomeadamente o precedente da Imperatriz Maria Teresa de Áustria que se dispusera a descer o
rio Danúbio, caso a sua Corte em Viena viesse a correr perigo.
No início do século XIX, no contexto internacional criado pela ascensão do Império de Napoleão Bonaparte, a
ideia da retirada da Família Real para o Brasil voltou à tona, tendo sido defendida pelo marquês de Alorna em
30 de maio de 1801 e, novamente, em 16 de agosto de 1803, por D. Rodrigo de Sousa Coutinho .
A ideia de uma transferência para o Brasil, ressurgindo como um meio de reforço à segurança nacional,
sobretudo em contextos de ameaça iminente à soberania de Portugal, foi apresentada como uma via necessária
ao cumprimento de um projecto messiânico, como em António Vieira, ou como um meio para redefinir as
relações de forças no "equilíbrio europeu" pós-Vestfália, como o marquês de Alorna, Luís da Cunha e o conde
de Linhares.
A conjuntura de 1807
Antes das campanhas do Rossilhão e da Catalunha, a Espanha abandonara a aliança com Portugal, fazendo causa
comum com o inimigo da véspera – a França de Napoleão. Resultou daí a invasão de 1801, em que a Inglaterra de
nada serviu a Portugal.
Enquanto o Corpo de Observação da Gironda penetrava em Portugal debaixo do pretexto da protecção, o tratado de
Fontainebleau entretanto assinado entre a França e a Espanha, retalhava Portugal em três principados. O plano de
Napoleão era o de aprisionar a família real portuguesa, sucedendo ao Príncipe-regente Dom João de Bragança (futuro
Rei Dom João VI), o que veio a suceder a Fernando VII de Espanha e a Carlos IV de Espanha em Baiona - forçar
uma abdicação. Teria Portugal um Bonaparte no trono e, paralelamente, a Inglaterra apossar-se-ia das colônias do
império ultramarino português, sobretudo a colônia do Brasil .
Os acontecimentos
Após os tratados secretos de Tilsit de julho de 1807, os representantes da
França e de Espanha em Lisboa entregaram ao príncipe-regente de Portugal,
a 12 de agosto, as determinações de Napoleão: Portugal teria que aderir ao
bloqueio continental, fechar os seus portos à navegação britânica, declarar
guerra aos ingleses, sequestrar os seus bens em Portugal e deter todos os
cidadãos ingleses residentes no país. O príncipe-regente era intimado a dar
uma resposta até ao dia 1º de setembro.
No Conselho de Estado, reunido a 18 de agosto, sem que se conhecesse
ainda a manobra de Napoleão, venceu a posição do ministro António de
Araújo e Azevedo: Portugal unia-se ao bloqueio continental, fechando os
portos aos navios ingleses. A única objecção era a de não aceitar o sequestro
dos bens e nem a detenção de pessoas de nacionalidade inglesa, por não
serem conciliáveis com os princípios cristãos. O ministro Araújo ordenou a
redação das cartas e expediu-as. Essa era a posição tomada por Lisboa, mas
deixando vencida uma minoria liderada por D. Rodrigo de Sousa Coutinho,
que defendera que se fizesse a guerra contra a França e a Espanha,
colocando-se em prontidão 70 mil homens e mobilizando-se 40 milhões de
cruzados para a custear. Na mesma reunião, Coutinho formulou uma vez mais
a ideia preconizada em 1803, de uma retirada estratégica: caso Portugal não tivesse sorte nas armas, então "passasse a
família Real para o Brasil" .
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António de Araújo e Azevedo,conde
da Barca.
Rodrigo de Sousa Coutinho, conde de
Linhares.
Os membros do Conselho de Estado encontravam-se divididos em dois partidos – o chamado "partido francês" e o
chamado "partido inglês". Este último, liderado por D. Rodrigo de Sousa Coutinho, contava com personalidades como
D. João de Almeida e preconizava a continuação dos pactos internacionais com o Reino Unido, insistindo na
necessidade de encarar com firmeza a ideia de guerra. O "partido francês", liderado por D. António de Araújo e
Azevedo, defendia a aceitação das condições francesas e, embora dissesse que buscava a neutralidade, inclinava-se
para o lado da França.
Sucederam-se as reuniões. Na reunião do Conselho de Estado de 30 de
agosto, vingou a ideia de se enviar para o Brasil apenas o Príncipe da Beira
(D. Pedro de Alcântara, herdeiro do trono) e as infantas. D. Rodrigo de
Sousa Coutinho continuou a defender a ideia de que Portugal devia fazer
primeiro guerra à França e que a saída de toda a Família Real só se deveria
realizar perante a dificuldade militar. Começaram imediatamente os
preparativos para a saída do Príncipe da Beira e das infantas, mandando-se
aprontar uma esquadra de quatro naus. As restantes naus da Armada
portuguesa ficariam em defesa do porto de Lisboa.
Nas flutuações constantes do período que se seguiu, as movimentações do
general Jean Lannes, embaixador francês em Lisboa, frutificaram na queda de
D. Rodrigo de Sousa Coutinho, de D. João de Almeida, e na demissão de
Pina Manique. Vencia o "partido francês", com António de Araújo e
Azevedo a substituir os ministros demitidos, e a triunfar a "política de
neutralidade" favorável à França Napoleónica.
Em meados de outubro, a reunião do Conselho de Estado fez-se já sem a
presença de D. Rodrigo de Sousa Coutinho. Antes de receber qualquer
resposta, Napoleão já dera ordem de marcha através da Espanha a um
exército de cerca de 30 mil homens sob o comando de Jean-Andoche Junot.
Não se sabia ainda se as tropas se dirigiam para Portugal, avaliando-se as
posições das potências. Napoleão Bonaparte mostrava-se cauteloso,
modificando a cláusula em que pedia o sequestro dos bens e pessoas de
nacionalidade britânica; Manuel de Godoy, dizia que se a Espanha tivesse a
intenção de tomar Portugal, tê-lo-ia feito em 1801, mas "que nem se
lembrasse(m) do retiro para o Brasil"; o rei do Reino Unido exortava à
transferência para o Brasil da Família Real Portuguesa e oferecia a sua
esquadra. A posição britânica vinha apoiada num extenso documento em que
se dizia que ficara resolvido pelas outras potências "a extinção da
Monarchia Europêa Portuguesa, e portanto o único recurso era ir
conservar a sua Monarchia no Brasil"
Em fins de outubro, realizaram-se novas reuniões do Conselho de Estado,
defendendo D. João de Almeida a saída de toda a Família Real e não apenas
do Príncipe da Beira e das infantas. Mantiveram-se todas as ordens dadas para que continuassem os preparativos da
esquadra. Depois se veria quem iria sair para o Brasil.
No dia 22, foi publicado o edital tornando público o decreto do príncipe regente mandando fechar os portos
portugueses aos navios de guerra e mercantes da Grã-Bretanha. Três dias depois, o príncipe regente deu parte aos seus
ministros dos preparativos da viagem do Príncipe da Beira, mas que pode ser de toda a Família Real se as
circunstâncias assim o impusessem, e decidiu escrever para a Espanha e a França.
A decisão de transferir a Corte para o Brasil, porém, já ficara resolvida na convenção secreta subscrita em Londres,
em 22 de outubro de 1807, e que veio a ser ratificada em Lisboa no dia 8 de novembro. Pela mesma altura, chegava a
Lisboa a notícia da prisão, em Espanha, do príncipe herdeiro do trono (Príncipe das Astúrias), e de que tropas
espanholas e francesas se estavam a dirigir para a fronteira portuguesa.
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Embarque da Família Real Portuguesa.
Confirmavam-se os propósitos de Napoleão em relação a Portugal e a Espanha; tinham fundamento as advertências do
rei da Grã-Bretanha e as do chamado "partido inglês" no Conselho de Estado. Não havia alternativa à retirada de toda
a Família Real e do governo do Reino para o Rio de Janeiro.
Nas últimas decisões tomadas pelo príncipe regente parece haver a intenção de manter-se um certo equilíbrio entre os
partidos em conflito. O "partido francês" viu satisfeitos os "pedidos" de Napoleão, fechando-se os portos aos navios de
guerra e mercantes ingleses, e dando-se ordem de expulsão aos ingleses residentes em Portugal, enquanto o "partido
inglês" obteve a continuação dos preparativos da esquadra para a saída do Príncipe da Beira.
O ministro António de Araújo e Azevedo ainda mandou desviar para as costas portuguesas os poucos efectivos
militares de que o país dispunha, alegando que poderíamos ser surpreendidos por um desembarque britânico. Era um
último esforço para favorecer a entrada das tropas comandadas por Junot.
O príncipe regente apenas nos dia 23 de novembro recebeu a notícia da penetração de tropas francesas em território
português. Convocou imediatamente o Conselho de Estado, que decidiu embarcar o quanto antes toda a Família Real e
o Governo, servindo-se da esquadra que estava pronta para o Príncipe da Beira e as infantas.
Nos três dias seguintes ainda se aprontaram outros navios, que viriam a transportar para o Brasil cerca de quinze mil
pessoas. Em 26, foi nomeada uma Junta Governativa do Reino para permanecer em Portugal, e difundidas Instruções
aos Governadores, nas quais se dizia que "quanto possível for", deviam procurar conservar em paz o Reino,
recebendo bem as tropas do Imperador.
(...) Vejo que pelo interior do meu reino marcham tropas do imperador dos franceses e rei da Itália, a
quem eu me havia unido no continente, na persuasão de não ser mais inquietado (...) e querendo evitar
as funestas conseqüências que se podem seguir de uma defesa, que seria mais nociva que proveitosa,
servindo só de derramar sangue em prejuízo da humanidade, (...) tenho resolvido, em benefício dos
mesmos meus vassalos, passar com a rainha minha senhora e mãe, e com toda a real família, para os
estados da América, e estabelecer-me na Cidade do Rio de Janeiro até à paz geral. —
Junot, no seu "Diário", manuscrito na Biblioteca Nacional da Ajuda, revela quanto os franceses receavam aquele
embarque. Ao ser informado que este estava já em execução, e não podendo voar sobre o Ribatejo até Lisboa com as
suas tropas, ainda enviou Hermann a Lisboa com a missão de o atrasar ou impedir. "Mr. Hermann ne put voir ni le
Prince ni Mr. D. Araujo; celui-ci seulement lui dit que tout était perdu" ("O Sr. Hermann não pôde ver nem o
Príncipe nem o sr. D. Araujo; este apenas lhe disse que tudo estava perdido"), escreveria depois Junot a Bonaparte.
Para Araújo, para o "partido francês", o mais importante estava na verdade perdido - não era mais possível aos
franceses aprisionarem o príncipe-regente de Portugal.
A partida
A esquadra portuguesa, que saiu do porto de Lisboa em 29 de
novembro de 1807, ia comandada pelo vice-almirante Manuel
da Cunha Souto Maior. Integravam-na as seguintes
embarcações :
Naus
Príncipe Real - Comandante, Capitão de Mar e Guerra,
Francisco José do Canto e Castro Mascarenhas.
D. João de Castro - Cmdte, Cap. de M. e G., D.
Manuel João Loccio.
Afonso de Albuquerque - Cmdte, Cap. de M. e G.,
Inácio da Costa Quintela
Rainha de Portugal - Cmdte, Cap. de M. e G.,
Francisco Manuel Souto-Maior.
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Carta Régia declarando a abertura dos
portos àsnações amigas.
Medusa - Cmdte, Cap. de M. e G., Henrique da Fonseca de Sousa Prego.
Príncipe do Brasil - Cmdte, Cap. de M. e G., Francisco de Borja Salema Garção.
Conde D. Henrique - Cmdte, Cap. de M. e G., José Maria de Almeida.
Martins de Freitas - Cmdte, Cap. de M. e G., D. Manuel de Menezes.
Fragatas
Minerva - Cmdte, Cap. de M. e G., Rodrigo José Ferreira Lobo.
Golfinho - Cmdte, Cap. de Fragata, Luís da Cunha Moreira,
Urânia - Cmdte, Cap. de Frag., D. João Manuel.
Brigues
Lebre - Cmdte, Cap. de M. e G., Daniel Tompsom.
Voador - Cmdte, Cap. de Frag., Maximiliano de Sousa.
Vingança - Cmdte, Cap. de Frag., Diogo Nicolau Keating.
Escunas
Furão - Cmdte, Capitão Tenente, Joaquim Martins.
Curiosa - Cmdte, Primeiro Tenente, Isidoro Francisco Guimarães.
A Família real embarcara desde o dia 27, tomando-se a bordo as últimas decisões. No dia 28 de novembro não foi
possível levantar ferros porque o vento soprava do Sul. Entretanto, as tropas francesas tinham já passado os campos
de Santarém, pernoitando no Cartaxo. No dia 29 de novembro o vento começou a soprar de nordeste, e bem cedo o
Príncipe Regente ordenou a partida. Quatro naus da Marinha Real Britânica, sob o comando do capitão Graham
Moore, reforçaram a esquadra portuguesa até o Brasil.
O general Junot entrou em Lisboa às 9 horas da manhã do dia 30, liderando um exército de cerca 26 mil homens e
tendo à sua frente um destacamento da cavalaria portuguesa, que se rendera e se pusera às suas ordens.
A viagem e a chegada à Bahia
Após a partida, os navios da esquadra portuguesa, escoltados pelos ingleses,
dispersaram-se devida a uma forte tempestade. Em 5 de dezembro
conseguiram se reagrupar e logo depois, em 11 de dezembro, a frota avistou
a ilha da Madeira.
As embarcações chegaram à costa da Bahia a 18 de janeiro de 1808 e, no
dia 22, os habitantes de Salvador já puderam avistar os navios da esquadra.
Às quatro horas da tarde do dia 22, após os navios estarem fundeados, o
conde da Ponte (governador da capitania da Bahia à época) foi a bordo do
navio Príncipe Real. No dia seguinte, fizeram o mesmo os membros da
Câmara.
A comitiva real só desembarcou às cinco horas da tarde do dia 24, em uma grande solenidade.
Em Salvador foi assinado o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas.
A chegada ao Rio de Janeiro
A esquadra partiu de Salvador rumo ao Rio de Janeiro, onde chegou no dia 8 de março de 1808, desembarcando no
cais do Largo do Paço (atual Praça XV de Novembro).
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Primeiro bilhete de banco,
precursor das atuais cédulas,
emitido pelo Banco do Brasil em
1810.
Os membros da Família Real foram alojados em três prédios no centro da cidade, entre eles o paço do vice-rei Marcos
de Noronha e Brito, conde dos Arcos, e o convento das Carmelitas. Os demais agregados espalharam-se pela cidade,
em residências confiscadas à população assinaladas com as iniciais "P.R." ("Príncipe-Regente"), o que deu origem ao
trocadilho "Ponha-se na Rua", ou "Prédio Roubado" como os mais irônicos diziam à época.
Em outra medida tomada logo após a chegada da corte ao Brasil, declarou-se guerra à França, e foi ocupada a Guiana
Francesa em 1809.
Em abril de 1808, o Príncipe Regente decretou a suspensão do alvará de 1785, que proibia a criação de indústrias no
Brasil. Ficavam, assim, autorizadas as atividades em território colonial. A medida permitiu a instalação, em 1811, de
duas fábricas de ferro, em São Paulo e em Minas Gerais. Mas o sopro de desenvolvimento parou por aí, pois a
presença de artigos ingleses bem elaborados e a preços relativamente acessíveis bloqueava a produção de similares em
território brasileiro. A eficácia da medida seria anulada pela assinatura dos Tratados de 1810: o Tratado de Aliança e
Amizade e o Tratado de Comércio e Navegação. Por este último, o governo português concedia aos produtos ingleses
uma tarifa preferencial de 15%, ao passo que a que incidia sobre os artigos provenientes de Portugal era de 16% e a
dos demais países amigos, 24%. Na prática, findava o pacto colonial.
Mudanças ocorridas
Entre as mudanças que ocorreram com a vinda da Família Real para o Brasil
destacam-se as 8 principais:
a fundação do primeiro Banco do Brasil, em 1808;
a criação da Imprensa Régia e a autorização para o funcionamento de
tipografias e a publicação de jornais também em 1808 ;
a criação da Academia Real Militar (1810);
a abertura de algumas escolas, entre as quais duas de Medicina – uma na
Bahia e outra no Rio de Janeiro;
a instalação de uma fábrica de pólvora e de indústrias de ferro em Minas
Gerais e em São Paulo;
a vinda da Missão Artística Francesa em 1816, e a fundação da Academia
de Belas-Artes;
a mudança de denominação das unidades territoriais, que deixaram de se
chamar "capitanias" e passaram a denominar-se de "províncias" (1821);
a criação da Biblioteca Real (1810), do Jardim Botânico (1811) e do Museu Real (1818), mais tarde Museu
Nacional.
Consequências
Ao evitar-se que a Família Real portuguesa fosse aprisionada em Lisboa pelas tropas francesas, inviabilizou-se o
projecto de Napoleão para a península Ibérica, que consistia em estabelecer nela famílias reais da sua própria família,
como ainda se tentou em Espanha com a deposição de Fernando VII e Carlos IV, colocando no trono José Bonaparte.
A revelação da correspondência secreta de Junot e de Napoleão, bem como os textos dos Tratados secretos de Tilsit,
não deixam margem para quaisquer dúvidas a este respeito.
O "partido francês" em Portugal, não se dando por derrotado, começou imediatamente a difundir a ideia de que a
retirada estratégica da Corte para o Brasil mais não era do que uma "fuga", que teria deixado Portugal sem Rei e sem
Lei. Por esse motivo foi enviada uma delegação sua ao encontro de Junot para que Napoleão Bonaparte lhes desse
uma Constituição e um Rei.
Após a derrota de Napoleão, a transferência da Corte para o Brasil veio também a ter como consequência a
Revolução de 1820 em Portugal, que exigiu o retorno da Família Real portuguesa e da Corte a Lisboa. O
comportamento dos deputados às Cortes Constituintes face ao Brasil depois também veio a provocar a proclamação
da sua Independência.
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Lei de Terras
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Lei de Terras, como ficou conhecida a lei nº 601 de 18 de setembro de 1850, foi a primeira iniciativa no
sentido de organizar a propriedade privada no Brasil. Até então, não havia nenhum documento específico que
regulamentasse a posse de terras e com as modificações sociais e econômicas pelas quais passava o país, o
governo se viu pressionado a organizar esta questão.
Índice
1 No Brasil
1.1 Evolução da história do direito agrário brasileiro
1.2 Início da colonização
1.3 A Constituição Brasileira e a terra
1.4 A Lei de Terras e a colonização de São Paulo e Paraná
1.5 Projetos atuais de Lei de Terras para a Amazônia legal
2 Em Moçambique
3 Ver também
4 Ligações externas
No Brasil
No Brasil, a Lei de Terras (lei nº 601 de 18 de setembro de 1850) foi uma das primeiras leis brasileiras, após
a independência do Brasil (1822), a dispor sobre normas do direito agrário brasileiro.
Trata-se de legislação específica para a questão fundiária. Esta lei estabelecia a compra como a única forma de
acesso à terra e abolia, em definitivo, o regime de sesmarias. Muito embora não tenha havido revogação formal,
considera-se que a mesma foiderrogada quando da edição da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964 (o
"Estatuto da Terra"), que trata do mesmo assunto.
A Lei de terras teve origem em um projeto de lei apresentado ao Conselho de Estado do Império em 1843,
por Bernardo Pereira de Vasconcelos.
A lei de terras foi regulamentada, em 30 de janeiro de 1854, pelo decreto imperial nº 1318.
Evolução da história do direito agrário brasileiro
A situação do Brasil em relação aos países europeus que baseavam sua economia no Mercantilismo, era bem
diferente, pois, não havia demanda por produtos, visto que não havia relações econômicas capitalistas nos
povos indígenas.
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Os portugueses chegaram ao Brasil com o objetivo básico de negociar seus produtos e explorar a matéria-
prima do Brasil, ampliando seu comércio com países europeus. Diante disso os portugueses passaram mais ou
menos trinta anos sem intensificarem suas relações com o Brasil (ver Brasil pré-colonial). Enquanto isso, os
holandeses e franceses faziam pequenos negócios com os índios no Brasil, gerando expectativas negativas
(perda da posse) por parte dos portugueses.
Início da colonização
Após o período pré-colonial, a Coroa portuguesa resolve criar o sistema com quinze capitanias hereditárias,
doando-as a nobres portugueses, que receberam o título de Capitão Donatário e uma carta de doação de
terras, porém, tinham que obedecer ao Rei e deviam prosperar. Esse sistema dava muita autonomia aos
capitães donatários que passaram a ter amplo poder de decisão e durou 17 anos. Então o Rei de Portugal
resolve substituir o sistema de capitanias pelo sistema de governador-geral, que durou mais ou menos três
séculos (ver Brasil Colônia).
As terras eram doadas, desde o início da colonização do Brasil, até 1821, em sesmaria, após o requerente
comprovar o uso da terra há pelo menos 3 anos. As primeiras sesmarias no Brasil foram dadas, em 1532 por
Martim Afonso de Sousa.
Em Minas Gerais, foram dadas 5.100 sesmarias desde a criação de Minas Gerais, em 1720, até a extinção do
sistema de sesmaria em 1821. Em geral as sesmarias tinham 3 léguas de frente por 6 léguas de fundo. Como a
área das sesmarias eram muito grande, poucos proprietários conseguiam cultivar sua sesmaria em toda sua
extensão.
Em 1808 a família real chegou ao Brasil e logo abriu os portos brasileiros às nações amigas, intensificando o
comércio. Em 1815, ocorreu o Congresso de Viena, quando o Brasil passou a ser chamado de Reino Unido.
Durante todo este período não se fez nenhuma lei que regulamentasse a posse e a propriedade da terra. Todas
as terras eram propriedade pessoal do rei, o qual podia doá-las conforme seu interesse. Mas, ao mesmo
tempo, acabava ocorrendo uma ou outra apropriação direta da terra. Alguns homens livres, mas sem
possibilidades de manter uma grande propriedade, instalavam-se em terras menores, para produzir alimentos
para o mercado interno. Era uma apropriação através da posse e não da doação real.
A Constituição Brasileira e a terra
Na Constituição Brasileira de 1824, os privilégios e as injustiças em relação à posse de terra foram mantidos,
embora houvesse algum avanço sócio-político nas discussões sobre a terra. O sistema de sesmarias, porém,
fora suspenso em 17 de julho de 1822; ou seja, depois do Dia do Fico, mas antes da Independência.
Em 1842, o gabinete conservador enviou um projeto ao Parlamento, cujo relator era Bernardo Pereira de
Vasconcellos, inspirado no Plano Wakefield da Austrália. Foi aprovado pela Câmara dos Deputados com certa
polêmica devido às normas tributárias. Os não fluminenses acusavam o projeto de "socializar os custos e
privatizar os benefícios dos cafeicultores do Vale do Paraíba", então proeminentes na política nacional. Ao
longo do Quinquênio Liberal (1844 a 1848), o projeto de lei tramitou lentamente - se tanto. O gabinete
saquarema de 1848, porém, resgatou-o. Foram suprimidas as disposições polêmicas, como o imposto
territorial e a expropriação de terras, abrindo caminho para a aprovação no Senado em 18 de setembro de
1850.
A partir de 1850, portanto, só poderia haver ocupação de terras por meio de compra e venda ou de
autorização do Rei. Todos os que já estavam nela, receberam o título de proprietário, porém, tinha que residir e
produzir na terra.
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A criação desta Lei transforma a situação na época porque garantiu os interesses dos grandes proprietários do
Nordeste e do Sudeste que estavam iniciando a promissora produção do café. Definiu que: as terras ainda não
ocupadas passavam a ser propriedade do Estado e só poderiam ser adquiridas através da compra nos leilões
mediante pagamento à vista, e não mais através de posse, e quanto às terras já ocupadas, estas podiam ser
regularizadas como propriedade privada.
Com essa legislação vigorou até bem pouco tempo, não havendo mudanças, nem nestas datas históricas, como
a Proclamação da República (1889), nem na Constituição de 1891.
Em 1930, ocorreu a Revolução de 1930 e aqui a Lei de Terras sobre apenas um acréscimo: autoriza-se a
desapropriação de terra com interesse público e a propriedade deveria ser indenizada. Em 1934, os ganhos
sociais foram consideráveis, mas, com a instalação do Estado Novo, as conquistas não se consolidaram devido
a postura conservadora de Getúlio Vargas. Só em 1946 houve uma nova constituição, considerada
democrática, quando atribuiu-se uma nova função à terra: ela deveria cumprir sua função social.
Em 1964 os Militares tomaram o governo, via golpe, e elaboraram e aprovaram o Estatuto da Terra, que ainda
está em vigor. Vale ressaltar que toda iniciativa de reforma agrária, embora garantida no Estatuto da Terra, era
inibida por força do Código Civil (1916), revogado em 2002, que era mais conservador e dificultava as
desapropriações de terras para reforma agrária. Também da época dos militares é a lei 6.383, de 7 de
dezembro de 1976, que dispõe sobre o processo discriminatório de terras devolutas da União e ainda está em
vigor.
Essa política durou até a Constituição de 1988, que, enfim legitimou a desapropriação da terra para fins de
reforma agrária e que foi regulamentada pela lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993.
A mais recente lei de terras do Brasil é a lei 11.952, de 25 de junho de 2009, que dispõe sobre a regularização
fundiária das ocupações incidentes em terras situadas em áreas da União, no âmbito da Amazônia Legal.
A Lei de Terras e a colonização de São Paulo e Paraná
A Lei de Terras imperial, junto com outras leis estaduais a respeito de terras devolutas, especialmente a Lei de
Terras paulistas nº 323 de 1895, foi fundamental para a colonização do interior do estado de São Paulo, na
República Velha no início do século XX, quando 40% do território paulista foi rapidamente, entre 1890 e
1930, colonizado a partir de leilão público de grandes lotes de terra. Os arrematadores, após a aquisição, as
revendiam em pequenos lotes, os chamados "sítios", para pequenos e médios agricultores pioneiros.
No norte Paraná, a colonização e ocupação, também se fez rapidamente, entre 1930 e 1960, também dentro
do princípio de ceder terras a colonizadores. No Paraná, a principal empresa colonizadora foi a Companhia de
Terras do Norte do Paraná.
Projetos atuais de Lei de Terras para a Amazônia legal
O projeto de Lei federal, nº 7.492 /2002, do Ministério do Meio Ambiente, propunha a 'concessão' sob as
formas de leilões de grandes áreas de florestas para exploração madeireira por empresas nacionais, estrangeiras
e consorciadas. De igual teor é o projeto, de nº 4.776/05, que estabelece as "Florestas nacionais", onde o
comprador teria 60 anos para pagaro lote de terra adquirido.
Em Moçambique
21/6/2014 Elevação do Brasil a Reino Unido - Cola da Web
http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/elevacao-do-brasil-a-reino-unido 1/1
Elevação do Brasil a Reino Unido
Em 1814, os representantes das nações européias reuniram-se no Congresso de Viena para reelaborar o mapa
do continente, profundamente alterado pelas Guerras Napoleônicas e Revolução Francesa. A finalidade do
Congresso era manter o equilíbrio europeu, o que seria possível através do Princípio de Legitimidade. Esta
teoria não reconhecia as novas monarquias ou novos regimes políticos resultantes do processo revolucionário.
Segundo as teses vigentes em Viena, o Brasil era uma colônia. Portanto a Dinastia de Bragança, instalada no
Rio de Janeiro, ria-se na delicada situação de precisar retomar a Portugal, para que sua legitimidade fosse
reconhecida.
A solução foi encontrada por Talleyrand, delegado francês ao Congresso, propondo a elevação do Brasil à
categoria de Reino Unido, legitimando, assim, a permanência da Casa da Bragança no Brasil. Na verdade, o
intuito seria de defender a presença da Europa e da realeza - então sinônimas na América - quando as porções
inglesas e espanholas já estavam, em grande parte, em mãos republicanas”. O próprio Talleyrand sugeria que se
“estreitasse por todos os meios possíveis o nexo entre Portugal e Brasil, devendo este país, para lisonjear os
seus povos e para destruir a idéia de colônia, que lhes desagrada, receber o título de Reino”. Assim, o Príncipe​-
Regente, assinou, em 16 de dezembro de 1815, uma carta-régia que criava oReino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves. Desapareciam, assim, oficialmente, os últimos vestígios do Pacto Colonial no Brasil.
D. João aceitou esta nova situação não só por in​fluência da diplomacia francesa: a elevação do Brasil a Reino foi
na verdade uma afronta aos interesses da Grã-​Bretanha. Efetivamente, enquanto o governo português estivesse
instalado em área colonial (o que, legalmente, significava uma permanência temporária), caracterizar-se-​ia sua
condição de refugiado, o que daria à Inglaterra con​dições para lhe impor sua tutela, à guisa de proteção. A
criação do Reino Unido, portanto, regularizaria a situação do Estado Português no Brasil, conferindo-lhe todos os
atributos de um governo soberano instalado em seu pró​prio território. Por outro lado, a presença dos Bragança na
América, na medida em que constituía um prolongamento das monarquias absolutas européias, representava um
obstáculo à expansão da influência inglesa no Novo Mundo, sob a égide do liberalismo.
Além da própria Coroa Portuguesa, também a aris​tocracia rural brasileira via com agrado a legitimação da
permanência da Corte de D. João no Rio de Janeiro, por entender que o novo estatuto político e jurídico do Brasil,
significava a extinção, a curto prazo, dos laços coloniais. Na prática, a elevação do Brasil a Reino Unido seria um
grande passo em direção à independência.
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Parte de uma série sobre a
História do Brasil
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Lei Eusébio de Queirós
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Denomina-se Lei Eusébio de Queirós a uma
legislação brasileira do Segundo Reinado, que proibiu o
tráfico interatlântico de escravos.
Foi aprovada em 4 de setembro de 1850, principalmente
devido à pressão da Inglaterra, materializada pela
aplicação unilateral, por aquele país, do chamado "Bill
Aberdeen". Por essa razão, no Brasil, o Partido
Conservador, então no poder, passou a defender, no
Poder Legislativo, o fim do tráfico negreiro. À frente
dessa defesa esteve o ministro Eusébio de Queirós, que
insistiu na necessidade de o país tomar por si só a decisão
de colocar fim ao tráfico, preservando a imagem de
nação soberana.
A lei não gerou efeitos imediatos na estrutura do sistema
econômico brasileiro. O tráfico ilegal desenvolveu-se
intensamente no período posterior à lei e, na verdade,
houve um incremento nos índices de entrada de africanos
no Brasil.
Quando a situação se tornou mais grave, o tráfico interno
cresceu e concentrou-se nas então Províncias do Rio de
Janeiro e de São Paulo, pois eram as áreas mais
produtivas em termos de lavouras de café.
Não demorou muito para que a Inglaterra pressionasse o
Brasil a parar com o tráfico interno, então a medida
definitivamente tomada foi a de se colocar trabalhadores
assalariados.
No mesmo período, o aumento demográfico na Europa, que então vivia a segunda fase da Revolução
Industrial, e conflitos em torno dos processos das unificações da Itália e da Alemanha, levaram a um aumento
da emigração, passando o Brasil a disputar uma parcela desse fluxo como alternativa para a substituição da
mão-de-obra nas lavouras.
Inicialmente houve certos problemas, o principal dos quais o fato de os fazendeiros estarem acostumados ao
sistema escravista, que resultava em problemas para os imigrantes, na prática submetidos a uma semi-
escravidão.
Em vista disso, países como a Alemanha, determinaram a proibição da emigração para o Brasil. Para contornar
essa dificuldade, o Brasil adotou um sistema de imigração subvencionada, passando a financiar a vinda e as
despesas iniciais dos imigrantes.
Era pré-cabralina [Expandir]
Colônia (1530–1815) [Expandir]
Reino Unido (1815–1822) [Expandir]
Império (1822-1889) [Expandir]
Primeira República (1890-1930) [Expandir]
Era Vargas (1930-1945) [Expandir]
Quarta República (1946-1964) [Expandir]
Ditadura militar (1964–1985) [Expandir]
Nova República (1985-atual) [Expandir]
Constituições [Expandir]
Listagens [Expandir]
Temáticas [Expandir]
nota 1
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Desembarque estimado de africanos
Quinquênios
Local de desembarque
Total
Sul da
Bahia
Bahia
Norte da
Bahia
1801-1805 117.900 50.100 36.300 31.500
1806-1810 123.500 58.300 39.100 26.100
1811-1815 139.400 78.700 36.400 24.300
1816-1820 188.300 95.700 34.300 58.300
1821-1825 181.200 120.100 23.700 37.400
1826-1830 250.200 176.100 47.900 26.200
1831-1835 93.700 57.800 16.700 19.200
1836-1840 240.600 202.800 15.800 22.000
1841-1845 120.900 90.800 21.100 9.000
1846-1850 257.500 208.900 45.000 3.600
1851-1855 6.100 3.300 1.900 900
Navio negreiro (Rugendas).
Mercado de escravos no Rio de Janeiro
(Debret).
Texto da lei Eusébio de Queirós
Dom
Pedro,
por graça
de Deus e
unânime
aclamação dos povos, imperador constitucional e defensor
perpétuo do Brasil. Fazemos saber a todos os nossos súditos,
que a Assembleia Geral decretou, e nós queremos a lei
seguinte:
Art. 1: As embarcações brasileiras encontradas em qualquer
parte, e as estrangeiras encontradas nos portos, enseadas,
ancoradouros ou mares territoriais do Brasil, tendo a seu bordo escravos, cuja importação é proibida
pela lei de 7 de novembro de 1831, ou havendo-os desembarcado, serão apreendidas pelas autoridades,
ou pelos navios de guerra brasileiros, e consideradas importadoras de escravos. Aquelas que não
tiverem escravos a bordo, nem os houverem proximamente desembarcado, porém que se encontrarem
com os sinais de se empregarem no tráfego de escravos, serão igualmente apreendidas e consideradas
em tentativa de importação de escravos.
Art. 2: O governo imperial marcará em regulamento os sinais que devem constituir a presunção legal do
destino das embarcações ao tráfego de escravos.
Art. 3: São autores do crime de importação de escravos, ou de tentativa dessaimportação, o dono, o
capitão ou mestre, o piloto e o contramestre da embarcação e o sobrecarga. São cúmplices a equipagem
e os que coadunarem o desembarque de escravos no território brasileiro ou que concorrerem para os
ocultar ao conhecimento da autoridade, ou para subtrair à apreensão no mar, ou em ato de
desembarque, sendo perseguidos.
Art. 4: A importação de escravo no território do Império fica nele considerada como pirataria, e será
punida pelos seus tribunais com as penas declaradas no artigo segundo da lei de 7 de novembro de
1831. A tentativa e a cumplicidade serão punidas segundo as regras dos artigos 34 e 35 do Código
Criminal.
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Art. 5: As embarcações de que tratam os artigos 1º e 2º, e todos os barcos empregados no desembarque,
ocultação ou extravio de escravos, serão vendidas com toda a carga encontrada a bordo, e o seu
produto pertencerá aos apresadores, deduzindo-se um quarto para o denunciante, se o houver. E o
governo, verificado o julgamento de boa presa, retribuirá a tripulação da embarcação com a remessa
de quarenta mil réis por cada um africano apreendido, que será distribuído conforme as leis a respeito.
Art. 6: Todos os escravos que forem apreendidos serão reexportados por conta do Estado para os
portos donde tiverem vindo, ou para qualquer outro ponto fora do Império, que mais conveniente
parecer ao governo, e enquanto essa reexportação se não verificar, serão empregados em trabalho
debaixo da tutela do governo, não sendo em caso algum concedidos os seus serviços a particulares.
Art. 7: Não se darão passaportes aos navios mercantes para os portos da Costa d'África sem que seus
donos, capitães ou mestres tenham assinado termo de não receberem a bordo deles escravo algum;
prestando o dono fiança de uma quantia igual ao valor do navio, e carga, a qual fiança só será
levantada se dentro de dezoito meses provar que foi exatamente cumprido aquilo a que se obrigou no
termo.
Art. 8: Todos os apresamentos da embarcação de que tratam os artigos 1º e 2º, assim como a liberdade
dos escravos apreendidos no alto mar, ou na costa antes do desembarque, no ato dele, ou
imediatamente depois em armazéns e depósitos sitos nas costas, e pontos, serão processados e julgados
em primeira instância pela Auditoria de Marinha, e em segunda pelo Conselho de Estado. O governo
marcará em regulamento a forma do processo em primeira e segunda instância, e poderá criar auditores
de Marinha nos portos onde convenha, devendo servir de auditores os juízes de direito das respectivas
comarcas que para isso forem designados.
Art. 9: Os auditores de Marinha serão igualmente competentes para processar e julgar os réus
mencionados no artigo 3º. De suas decisões haverá para as Relações os mesmos recursos e apelações
que nos processos de responsabilidade. Os compreendidos no artigo 3º da lei de 7 de novembro de 1831,
que não estão designados no artigo terceiro desta lei, continuarão a ser processados e julgados no foro
comum.
Art. 10: Ficam revogadas quaisquer disposições em contrário.
Mandamos, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida lei
pertencer, que a cumpram e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém. O
secretário de Estado dos Negócios da Justiça a faça imprimir, publicar e correr. Dada no Palácio do Rio
de Janeiro, aos 4 de setembro de 1850, vigésimo nono da Independência e do Império.
(Ass.) IMPERADOR
(Ass.) Eusébio de Queirós Coutinho Matoso Câmara
Notas
1. ↑ Pela grafia original, Lei Euzebio de Queiroz.
Referências
1. ↑ IBGE. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de janeiro : IBGE, 2000. Apêndice: Estatísticas de 500 anos de
povoamento. p. 223 apud IBGE. Desembarques no Brasil
(http://www.ibge.gov.br/brasil500/tabelas/negros_desesembarques.htm) (visitado em 23 de agosto de 2008)
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As Leis abolicionistas [ editar | editar código-fonte ]
Lei do Ventre Livre [ editar | editar código-fonte ]
O Partido Liberal comprometeu-se publicamente com a causa do nascimento de crianças a partir
daquela data, mas foi o gabinete do Visconde do Rio Branco, do Partido Conservador, que promulgou a
primeira lei abolicionista, a Lei do Ventre Livre, em 28 de setembro de 1871. Em defesa da lei, o
Visconde do Rio Branco apresenta a escravidão como uma "instituição injuriosa", menos para os
escravos e mais para o país, sobretudo para sua imagem externa.
Depois de 21 anos sem qualquer medida governamental em relação ao fim da escravidão, foi votada a
"Lei Rio Branco", mais conhecida como "Lei do Ventre Livre", que considerava livres todos os filhos de
escravos nascidos a partir da sua data, e pretendia estabelecer um estágio evolutivo entre o trabalho
escravo e o regime de trabalho livre, sem, contudo, causar mudanças abruptas na economia ou na
sociedade. Na Câmara dos Deputados, o projeto de lei obteve 65 votos favoráveis e 45 contrários.
Destes, 30 eram de deputados das três províncias cafeeiras: Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
No Senado do Império, foram 33 votos a favor e 7 contra. Entre os votos contrários, 5 foram de
senadores das províncias cafeeiras.
Segundo o disposto na lei, os filhos dos escravos - chamados de ingênuos - tinham duas opções: ou
ficavam com os senhores de suas mães até a maioridade (21 anos) ou poderiam ser entregues ao
governo. Na prática, os escravocratas mantiveram os ingênuos nas suas propriedades, tratando-os
como se fossem escravos. Em 1885, dos 400.000 ingênuos, somente 118 ingênuos foram entregues ao
governo - os proprietários optavam por libertar escravos doentes, cegos e deficientes físicos.
Por outro lado, a Lei Rio Branco teve o mérito de expor as mazelas da escravidão na imprensa e em
atos públicos. Na década de 1890, cerca de meio milhão de crianças foram libertadas quando estariam
entrando em idade produtiva.
A Lei do Ventre Livre declarava de condição livre os filhos de mulher escrava nascidos desde a data da
lei. O índice de mortalidade infantil entre os escravos aumentou, pois além das péssimas condições de
vida, cresceu o descaso pelos recém-nascidos. A ajuda financeira prevista pela Lei do Ventre Livre, aos
fazendeiros, para estes, arcarem com as despesas da criação dos ingênuos jamais foi fornecida aos
fazendeiros:
§ 1.º da lei 2040:- Os ditos filhos menores ficarão em poder e sob a autoridade dos senhores de
suas mães, os quais terão a obrigação de criá-los e tratá-los até a idade de oito anos completos.
Chegando o filho da escrava a esta idade, o senhor da mãe terá opção, ou de receber do Estado a
indenização de 600$000, ou de utilizar-se dos serviços do menor até a idade de 21 anos completos.
No primeiro caso, o Governo receberá o menor e lhe dará destino, em conformidade da presente
lei.
Joaquim Nabuco escreveu em 1883:
O abolicionismo é antes de tudo um movimento político, para o qual, sem dúvida,
poderosamente concorre o interesse pelos escravos e a compaixão pela sua
sorte, mas que nasce de um pensamento diverso: o de reconstruir o Brasil sobre
o trabalho livre e a união das raças na liberdade.
—Joaquim
Nabuco
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Lei dos Sexagenários [ editar | editar código-fonte ]
A partir de 1887, os abolicionistas passaram a atuar no campo, muitas vezes ajudando fugas em
massa, fazendo com que por vezes os fazendeiros fossem obrigados a contratar seus antigos escravos
em regime assalariado. Em 1887, diversas cidades libertamos escravos; a alforria era normalmente
condicionada à prestação de serviços (que, em alguns casos, implicava na servidão a outros membros
da família).
Ceará e Amazonas libertaram seus escravos em 1885. A decisão do Ceará aumentou a pressão da
opinião pública sobre as autoridades imperiais. Em 1885, o governo cedeu mais um pouco e promulgou
a Lei Saraiva-Cotegipe, que regulava a "extinção gradual do elemento servil".
A Lei Saraiva-Cotegipe ficou conhecida como a Lei dos Sexagenários. Nascida de um projeto do
deputado baiano Rui Barbosa, esta lei libertou todos os escravos com mais de 60 anos, mediante
compensações financeiras aos seus proprietários mais pobres para que ajudassem esses ex-escravos.
Porém, esta parte da lei jamais foi cumprida e os proprietários de escravos jamais foram indenizados.
Os escravos que estavam com idade entre 60 e 65 anos deveriam "prestar serviços por 3 anos aos
seus senhores e após os 65 anos de idade seriam libertos".
Poucos escravos chegavam a esta idade e já sem condições de garantir seu sustento, ainda mais que
agora precisavam competir com os imigrantes europeus. Acresce ainda que, no recenseamento
de 1872, que fez a primeira matrícula geral de escravos, muitos fazendeiros tinham aumentado a idade
de seus escravos para burlarem a matrícula de 1872, escondendo os ingênuos introduzidos por
contrabando após a Lei Eusébio de Queirós. Numerosos negros robustos e ainda jovens eram,
legalmente, sexagenários, sendo libertos, neste caso, pela Lei dos Sexagenários, ainda em condições
de trabalho. Os proprietários ainda tentariam anular a libertação, alegando terem sido enganados
porque não foram indenizados como prometia a lei. As zonas recentemente desbravadas do oeste
paulista se revelavam mais dispostas à emancipação total dos escravos: ricas e prósperas, já exerciam
grande atração sobre os imigrantes, mais bem preparadas para o regime de trabalho assalariado.
As Fugas e os quilombos dos últimos anos da escravidão no
Brasil [ editar | editar código-fonte ]
Também os negros e mulatos escravizados passaram a participar mais ativamente da luta, fugindo das
fazendas e buscando a liberdade nas cidades, especialmente, depois de 1885, quando foram proibidos
os castigos corporais aos escravos fugidos quando fossem recapturados. A lei nº 3.310, de 15 de
outubro de 1886, revogou o artigo nº 60 do Código Criminal de 1830 e a lei nº 4, de 10 de Junho de
1835, na parte em que impõem a pena de açoites, e determinou que “ao réu escravo serão impostas as
mesmas penas decretadas pelo Código Criminal e mais legislação em vigor para outros quaisquer
delinquentes”.
No interior de São Paulo, liderados pelo mulato Antônio Bento e seus caifazes, milhares deles
escaparam das fazendas e instalaram-se no Quilombo do Jabaquara, em Santos. A essa altura, a
campanha abolicionista misturou-se à campanha republicana e ganhou um reforço importante:
O Exército Brasileiropediu publicamente para não mais ser utilizado na captura dos fugitivos. Nos
últimos anos da escravidão no Brasil, a campanha abolicionista adotou o lema "Abolição sem
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Missa campal de Ação de Graças, no Rio de Janeiro, reúne a princesa
Isabele cerca de vinte mil pessoas, celebra a abolição, no dia 17 de maio de
1888.
indenização". Do exterior, sobretudo da Europa, chegavam apelos e manifestos favoráveis ao fim da
escravidão.
Essas fugas em massa de escravos para a cidade de Santos, geraram violência, que foi denunciada,
nos debates sobre a Lei Áurea, em 9 de novembro de 1888, na Câmara Geral, pelo deputado geral
Andrade Figueira que acusou a polícia paulista (Força Pública) e políticos de serem coniventes com
estas fugas, o que levou os proprietários de escravos paulistas a libertarem seus escravos para evitar
mais violência:
Os escravos fugiram em massa, prejudicando não só os grandes interesses
econômicos, mas também interesses de segurança pública: houve mortes, houve
ferimentos, houve invasão de localidades, houve o terror derramado por todas as
famílias, e aquela importante província durante muitos meses permaneceu no
terror mais aflitivo. Felizmente os proprietários de São Paulo, compreenderam
que, diante da inação da Força Pública, melhor seria capitularem perante a
desordem, e deram liberdade aos escravos.
—Andrade
Figueira
.
No mesmo sentido, escrevia Joaquim Manuel de Macedo em seu livro: As Vítimas-Algozes, denunciando
a cumplicidade dos pequenos estabelecimentos comerciais, chamados de Venda, na receptação dos
bens furtados, nas fazendas, pelos escravos e quilombolas:
A "Venda" não dorme: às horas mortas da noite vêm os quilombolas, os escravos
fugidos e acoutados nas florestas, trazer o tributo de suas depredações nas
roças vizinhas ou distantes ao vendelhão que apura nelas segunda colheita do
que não semeou, e, que tem, sempre de reserva, para os quilombolas, recursos
de alimentação de que eles não podem prescindir, e também, não raras vezes, a
pólvora e o chumbo para resistência no caso de ataques aos quilombos.
—Joaquim
Manuel de
Macedo
Lei Áurea [ editar | editar código-fonte ]
Ver artigo
principal: Lei Áurea
Em 13 de maio de 1888, o
governo imperial rendeu-se
às pressões e a princesa
Isabel de Bragança assinou
a lei Áurea, que extinguiu a
escravidão no Brasil. A
decisão desagradou aos
fazendeiros, que exigiam
indenizações pela perda de
"seus bens". Como não as
conseguiram, aderiram ao
movimento republicano. Ao
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Original do Diário Oficial de 14
de maio de 1888, com a lei 3353,
abolindo a escravidão no Brasil.
abandonar o regime escravista, o Império perdeu uma coluna de sustentação política.
O fim da escravatura, porém, não melhorou a condição social e econômica dos ex-escravos. Sem
formação escolar ou uma profissão definida, para a maioria deles a simples emancipação jurídica não
mudou sua condição subalterna nem ajudou a promover sua cidadania ou ascensão social. Sobre as
consequências negativas da abolição sem amparo aos escravos, no livro "Centenário de Antônio
Prado", editado em 1942, Everardo Valim Pereira de Souza fez esta análise:
Segundo a previsão do Conselheiro Antônio Prado, decretada de afogadilho a
“Lei 13 de maio”, seus efeitos foram os mais desastrosos. Os ex-escravos,
habituados à tutela e curatela de seus ex-senhores, debandaram em grande
parte das fazendas e foram "tentar a vida" nas cidades; tentame aquele que
consistia em: aguardente aos litros, miséria, crimes, enfermidades e morte
prematura. Dois anos depois do decreto da lei, talvez metade do novo elemento
livre havia já desaparecido! Os fazendeiros dificilmente encontravam "meieiros"
que das lavouras quisessem cuidar. Todos os serviços desorganizaram-se; tão
grande foi o descalabro social. A parte única de São Paulo que menos sofreu foi
a que, antecipadamente, havia já recebido alguma imigração estrangeira; O
geral da Província perdeu quase toda a safra de café por falta de colhedores!
—Everardo
Vallim
Pereira de
Souza
A lei Áurea foi o coroamento da primeira mobilização nacional da opinião pública, na qual
participaram políticos e poetas, escravos, libertos, estudantes, jornalistas,advogados, intelectuais
e operários.
Esse 13 de maio, (que já foi feriado nacional durante a República
Velha), da princesa Isabel de Bragança (filha do Imperador Dom
Pedro 2º), que estudamos na escola primária é o 13 de maio da
doação da liberdade,

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