Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Heline Soares 1 FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS Fármacos Hipnóticos – produzir sonolência e estimular o início e a manutenção de um estado de sono que se assemelhe o máximo possível do sono natural. Tratamento da insônia. Insônia inicial – dificuldade em adormecer Insônia mediana – sono intercalado Insônia tardia – acordar durante a madrugada Fármacos Ansiolíticos – reduzir a ansiedade e exercer um efeito calmante, com pouco ou nenhum efeito sobre as funções motoras e ou mentais. Tratamento da ansiedade. Ansiedade generalizada Pânico (Com / sem agorafobia) Agorafobia sem distúrbio do pânico Fobias ( Social / específica) Obsessivo – compulsivo Estresse pós – traumático Estresse agudo Principais manifestações: Queixa verbal Efeitos somáticos e autônomos Interferência nas atividades produtivas normais - Ansiedade associada a outros problemas psiquiátricos - Ansiedade associada a problemas orgânicos Histórico do tratamento farmacológico da ansiedade 1. Século XIX: brometos, paraldeído, hidrato de cloral 2. Início do século XX (1903): Barbitúricos 3. Década de 50: Carbamatos propanodiol (Meprobamato) 4. 1961: Introdução dos benzodiazepínicos (Clordiazepóxido) Heline Soares 2 Classificação dos Agentes Ansiolíticos e Hipnóticos Benzodiazepínicos – agentes ansiolíticos e hipnóticos (ex.: Diazepan – Valium®). Novos agonistas do receptor para benzodiazepinas - fármacos hipnóticos (ex.: Zaleplon – Sonata®). Agonistas dos receptores 5-HT1A - são ansiolíticos, porém não são apreciavelmente sedativos (ex. Buspirona - Buspar®). Barbitúricos – Obsoletos frente aos BDZs. Uso atual em anestesia (tiopental) e anticonvulsivante (fenobarbital). Antagonistas dos receptores -adrenérgicos– tto de algumas formas de ansiedade quando os sintomas físicos são incômodos. Bloqueio das respostas simpáticas periféricas (ex. Propranolol). Depressão gradativa dose-dependente da função SNC constitui uma característica dos agentes sedativo-hipnóticos. Heline Soares 3 BENZODIAZEPÍNICOS Tricíclicos R1,2 = anel Triazol (Triazolam, Alprazolam) R1,2 = anel Imidazol (Midazolam) Farmacocinética 1. Absorção Lipofílicos: rapidamente absorvidos/distribuídos Clorazepato – pró-fármaco Metabolismo de 1a passagem – metabólitos ativos (Prazepam, Flurazepam) 2. Distribuição Ligação a ptns plasmáticas varia com a lipossolubilidade (60 – 95 %) Distribuição rápida – baixa latência para efeito Atravessam barreira placentária / detectáveis no leite materno Redistribuição – término do efeito 3. Biotransformação - Fase I (CYP3A4, CYP2C19): Oxidação (metabólitos ativos) Enzimas não induzidas por bdz ( barbitúricos) - Fase II: Conjugação (metabólitos inativos) Heline Soares 4 Ação curta (C) – t1/2 < 6h Ação Intermediária (I) - t1/2 6-24h Ação Longa (L) – t1/2 = >24h 4. Excreção: Urinária (na forma UDPGA) Heline Soares 5 Mecanismo de Ação - Potencializam o efeito inibitório neuronal do GABA - Formação Reticular (hipnose e sedação) - Sistema Límbico (efeito ansiolítico e anticonvulsivante) Os benzodiazepínicos ligam-se aos seus receptores induzindo alteração conformacional no receptor do GABA, o que facilita a ligação GABA- receptor, acarretando aumento no influxo de íons cloreto, HIPERPOLARIZANDO o neurônio. Heline Soares 6 Eszopiclona (Ciclopirrolona) Barbitúricos Efeito alostérico positivo: Aumento afinidade pelo GABA Aumento frequência de abertura Efeitos ansiolítico e hipnótico Efeito alostérico positivo: Aumento afinidade pelo GABA Aumento frequência de abertura Efeito Hipnótico Heline Soares 7 Sítio BZ: - Agonistas Ex: Diazepam, Zaleplon - Agonistas inversos – Atuam como moduladores alostéricos negativos da função do receptor de GABA. Interação pode produzir ansiedade e convulsões. Ex: carbolinas - Antagonista competitivo BZ1/ BZ2 Ex: Flumazenil (Imidazobenzodiazepínico) O receptor GABAA possui estrutura pentamérica. Foram caracterizadas múltiplas subunidades, seis α (α1 a α6), quatro β e três . Os não benzodiazepínicos interagem com isoformas do receptor que contêm subunidades α1. Efeitos Farmacológicos 1) SNC Redução da ansiedade e da agressão Sedação e indução do sono Redução do tônus muscular e da coordenação Efeito anticonvulsivante Efeitos sobre o sono Início mais rápido do sono e prolongamento do estágio 2. 2. Respiração Efeito dependente da dose - Doses hipnóticas: sem efeito em indivíduos normais - Doses para medicação pré-anestésica ou endoscopia: pequena depressão alveolar e acidose respiratória (maior em pacientes com DPOC- hipóxia e/ou narcose) Apnéia durante anestesia ou quando associado a outro depressor SNC (álcool, opióides) Heline Soares 8 3. Sistema cardiovascular Efeito importante na intoxicação severa Dose pré-anestésica: redução PA, aumento fc 4. TGI Melhora de desordens relacionadas a ansiedade - Proteção parcial contra úlcera de stress - Redução da secreção gástrica noturna Usos terapêuticos A maioria dos bdzs são intercambiáveis Escolha: perfil farmacocinético x latência / duração do efeito - Anticonvulsivantes: alto t1/2 “Status epilepticus” – baixa latência (distribuição rápida) Ex: Diazepam Tratamento crônico – Clonazepam - Hipnóticos: depende do tipo de insônia Insônia inicial- baixa latência, baixo t1/2 (Zaleplom, Triazolam) Insônia tardia - maior latência, maior t1/2 (Temazepam) - Ansiolíticos: Grave e contínua - maior t1/2 (Lorazepam) Síndrome do pânico – Alprazolam - Medicação pré-anestésica: baixo t1/2 (Midazolam) - Relaxante muscular: Diazepam - Abstinência alcóolica: Clordiazepóxido Heline Soares 9 Efeitos indesejados 1. Decorrentes de toxicidade aguda (efeitos antagonizados por flumazenil IV) 2. Tolerância, dependência e potencial de abuso (ausentes para não- bdz) 3. Decorrentes da administração terapêutica normal Graus variados de tonteira Lassitude Tempo de reação aumentado Falta de coordenação motora Comprometimento das funções mental e motora Confusão e amnésia anterógrada Sonolência diurna residual (desempenho motor > cognição, ausente p/ não bdz) Outros: Fraqueza, dor de cabeça, vertigem, turvação visual, náuseas, vômitos, desconforto epigástrico, diarréia, incontinência urinária, dores articulares e torácicas Efeitos paradoxais relacionados a dose: ansiedade, pesadelos, euforia (REAÇÕES DE DESINIBIÇÃO OU DESCONTROLE) Heline Soares 10 AZAPIRONAS Ansiolíticos Serotoninérgicos Ipsapirona, Gepirona, Tandospirona Buspirona (1972) A buspirona possui alta afinidade pelos receptores serotonérgicos do subtipo 5-HT1A, nos quais pode atuar como agonista parcial. A ação ansiolítica da buspirona parece resultar primariamente da ativação dos autoreceptores 5-HT1A na rafe. A buspirona também se liga aos receptores dopaminérgicos D2, emboramenos avidamente que aos locais de ligação nos receptores 5-HT1A. Efeitos farmacológicos - Efeito ansiolítico (eficácia ~ diazepam) Efeitos colaterais menos incômodos do que com bdzs: vertigem, distúrbios TGI, cefaléia, taquicardia, nervosismo. Não causam: Sedação, efeito anticonvulsivante, relaxamento muscular, incoordenação motora, síndrome de retirada. Heline Soares 11 Não interagem com álcool. Uso terapêutico: Distúrbio de Ansiedade Generalizada de branda a moderada intensidade Vantagens - Efeito ansiolítico sem sedação - Não interage com depressores do SNC - Efeitos colaterais raros e menos incômodos que bdz - Não provoca dependência física ou psicológica Desvantagens - Grande latência para observação do efeito terapêutico(dias,semanas) - Pouco efeito sobre a ansiedade grave - Não possui antídoto específico em casos de intoxicação Noradrenérgicos Tratamento dos sintomas físicos da ansiedade Bloqueadores Agonistas 2 Propranolol Clonidina Heline Soares 12 Terapia farmacológica dos transtornos da ansiedade Heline Soares 13 Heline Soares 14
Compartilhar