Buscar

ITU Andre mono

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE TECSOMA 
Curso de Biomedicina 
 
 
 
 
 
 
André Gonçalves da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DE INFECÇÃO URINÁRIA NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 
GESTAÇÃO EM PACIENTES ATENDIDAS NO CENTRO DE SAÚDE DA 
MULHER E DA CRIANÇA, NA CIDADE DE PARACATU-MG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paracatu 
2012
 
André Gonçalves da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DE INFECÇÃO URINÁRIA NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 
GESTAÇÃO EM PACIENTES ATENDIDAS NO CENTRO DE SAÚDE DA 
MULHER E DA CRIANÇA, NA CIDADE DE PARACATU-MG 
 
 
 
 
Monografia apresentada à disciplina de 
Trabalho de Conclusão de Curso II da 
Faculdade Tecsoma como requisito 
parcial para obtenção do título de 
Bacharel em Biomedicina. 
 
Orientador Metodológico: Geraldo 
Benedito Batista de Oliveira 
 
Orientador Temático: Ms. Márden Estêvão 
Mattos Júnior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paracatu 
2012
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Silva, André Gonçalves da 
 
S586a Avaliação de infecção urinária no primeiro trimestre de gestação em 
pacientes atendidas no Centro de Saúde da Mulher e da Criança, na 
cidade de Paracatu-MG. / André Gonçalves da Silva. Paracatu, 2012. 
 63f. 
 
Orientador: Márden Estêvão Mattos Júnior 
Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Gradação 
em Biomedicina. 
 
1. Gestação. 2. Infecção do trato urinário. 3. Urinálise. 4. Urocultura. 
I. Mattos Júnior, Márden Estêvão. II. Faculdade Tecsoma. III. Título. 
 
CDU: 612.461.1 
 
André Gonçalves da Silva 
 
 
AVALIAÇÃO DE INFECÇÃO URINÁRIA NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 
GESTAÇÃO EM PACIENTES ATENDIDAS NO CENTRO DE SAÚDE DA 
MULHER E DA CRIANÇA, NA CIDADE DE PARACATU-MG 
 
 
 
 
Monografia apresentada à disciplina de 
Trabalho de Conclusão de Curso II da 
Faculdade Tecsoma como requisito 
parcial para obtenção do título de 
Bacharel em Biomedicina. 
 
 
 
 
 
_______________________________________________ 
Mestre Márden Estêvão Mattos Júnior 
Orientador Temático 
 
 
 
 
 
 
_______________________________________________ 
Geraldo Benedito Batista de Oliveira 
Orientador Metodológico 
 
 
 
 
_______________________________________________ 
Mestre Cláudia Peres Silva 
Coordenadora do Curso de Biomedicina 
 
 
 
 
 
 
 
Paracatu, 16 de Junho de 2012
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus por me dar a força necessária para 
superar todos os desafios que aparecem em 
meu caminho... 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Deus pelo dom da vida e por conseguir chegar até aqui. 
Agradeço aos meus pais que estiveram presente durante este trabalho. 
À minha coordenadora Claudia Peres Silva por ter nos dado 
esclarecimento sobre o nosso curso. 
Ao meu orientador Márden Estevão Mattos Júnior pela sua orientação. 
À minha amiga Elidê Gomes da Faculdade, pelo apoio e incentivo na 
realização deste. 
Aos meus amigos de faculdade, do trabalho, que me ajudaram na 
pesquisa. 
À minha namorada que me deu muito apoio perante os meus dias de 
angústia. 
 
 
RESUMO 
 
Trata-se de um estudo de investigação com análise quanti-qualitativa com 
abordagem descritiva, cuja amostra foi constituída por 15 gestantes, com 
características de infecção urinária. Durante o período gestacional, a gestante 
passa a ter mais chances de desenvolver um quadro de infecção urinária 
sintomática. Essa alteração se deve às grandes mudanças fisiológicas e 
anatômicas que ocorrem no trato urinário. Estudos comprovam que as 
infecções do trato urinário na gestação está associada a um maior índice de 
aborto, prematuridade, baixo peso e mortalidade neonatal, assim como 
morbidade materna. Na gestação é necessário tratar as pacientes que 
apresentam bacteriúria assintomática porque esta pode levar às mesmas 
complicações que a cistite. Por isso, o exame de sedimento urinário deve ser 
realizado na primeira consulta do pré-natal, assim como a urocultura e repetido 
ao longo do pré-natal, mesmo se a gestante não apresentar queixas. Este 
estudo revelou o perfil socioeconômico das gestantes entrevistadas atendidas 
no Centro de Saúde da Mulher e da Criança, onde a faixa etária foi de 21 a 25 
anos correspondendo a 40% da amostra. Sobre o estado civil das 
entrevistadas 47% eram solteiras e 53% possuem relacionamento fixo ou eram 
casadas, quanto à escolaridade das gestantes 34% possuíam apenas o ensino 
fundamental, 66% a maioria ensino médio ou nível profissionalizante, sobre a 
renda familiar, 13% sobrevivem com 1 salário mínimo, 87% possuem de 1 a 3 
salários mínimos. Questionados da ocorrência de infecções recorrentes e uso 
de medicamentos 60% afirmaram ter ocorrido infecção urinária recorrente, no 
período anterior à gestação. Os resultadas encontrados, foram satisfatórios no 
que tange à profilaxia das pacientes, das 15 amostras analisadas 2 
apresentaram-se positivas para infecção do trato urinário, que corresponderam 
a 13%, portanto, 87% das mesmas foram negativas. Mediante este estudo 
observou-se que as gestantes do Centro de Saúde da Mulher e da Criança, 
estão questionando mais sobre a prevenção da sua saúde no que diz respeito 
à gestação e maturação do feto. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Infecção do trato urinário. Gestação. Urinálise. Urocultura. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This is a research study analyzing quantitative and qualitative descriptive 
approach, whose sample consisted of 15 pregnant women with features of 
urinary infection. During pregnancy, the woman becomes more likely to develop 
a framework for symptomatic urinary tract infection. This change is due to the 
large physiological and anatomical changes that occur in the urinary tract. 
Studies show that urinary tract infections during pregnancy is associated with a 
higher rate of miscarriage, prematurity, low birth weight and neonatal mortality, 
and maternal morbidity. During pregnancy it is necessary to treat patients with 
asymptomatic bacteriuria because it leads to the same complications as cystitis. 
Therefore, examination of urinary sediment should be performed at the first visit 
of antenatal care, as well as urine and repeated throughout the prenatal period, 
even if the mother does not complain. This study revealed the socioeconomic 
profile of the women interviewed met the Center for Women's Health and 
Children, where the age range was 21 to 25 years account for 40% of the 
sample. About their marital status of respondents 47% were single and 53% 
have stable relationships or were married, about the schooling of pregnant 
women 34% had only primary education, 66% for most high school or 
vocational level, family income, 13% survive on a minimum wage, 87% have 1 
to 3 minimum wages. Questioned the occurrence of recurrent infections and 
medication use 60% reported having recurrent urinary tract infection occurred in 
the period prior to pregnancy. The resultadas found were satisfactory with 
regard to prophylaxis of patients, 2 of 15 samples were positive for urinary tract 
infection, which corresponded to 13%, so 87% of them were negative. Through 
this study it was observed that the women of the Center for Women's Health 
and Children, are questioning more about prevention of health with regard to 
pregnancy and maturation of the fetus. 
 
KEYWORDS: Urinary tract infection. Pregnancy. Urinalysis. Urine.Keywords: 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
FIGURA 1: Tipos de amostra de urina ........................................................... 26 
FIGURA 2 –Esquema do meio de Rugai modificado (IAL) ............................ 33 
FIGURA 3 - Reação bioquímica do Rugai modificado .................................... 34 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
GRÁFICO 1 - Faixa etária das gestantes atendidas no Centro de Saúde da 
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, abril/junho de 
2012 ........................................................................................ 43 
GRÁFICO 2- Estado civil das gestantes atendidas no Centro de Saúde da 
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, abril/junho de 
2012 ........................................................................................ 44 
GRÁFICO 3 - Escolaridade das gestantes atendidas no Centro de Saúde 
da Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, abril/junho 
de 2012 ................................................................................... 44 
GRÁFICO 4 - Gestantes entrevistadas atendidas no Centro de Saúde da 
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, quanto à 
renda familiar, abril/junho de 2012 .......................................... 45 
GRÁFICO 5 - Gestantes entrevistadas atendidas no Centro de Saúde da 
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, questionados 
sobre ter infecção recorrente, abril/junho de 2012 .................. 45 
GRÁFICO 6 - Resultado dos exames de urina realizados com gestantes 
entrevistadas atendidas no Centro de Saúde da Mulher e da 
Criança (n=15), em Paracatu-MG, abril/junho de 2012 ........... 46 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
BEM - ágar eosina-azul de metileno 
CAPS - Centro de Atenção Psicossocial 
CLED - Cistina Lactose-Eletrólito-Deficiente 
E. coli – Escherichia coli 
ESF - Estratégia de Saúde da Família 
ITU - infecção do trato urinário 
IU - infecção urinária 
Meio IAL – Meio de cultura do Instituto Adolfo Lutz 
Ml – milímetro 
Mm – mililitro 
NCCLS - National Committee for Clinical Laboratory Standards 
RVU - refluxo vésico-ureteral 
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
UFC - unidades formadoras de colônia 
UPEC - Escherichia coli-extra-intestinal 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12 
1.2 Justificativa .................................................................................................. 14 
1.3 Objetivos ...................................................................................................... 14 
1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................ 14 
1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................... 14 
 
2 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO .................................................................. 16 
2.1 Fatores predisponentes à infecção do trato urinário ................................ 17 
2.2 Principais tipos de bactérias encontradas na infecção urinária ............... 18 
2.3 Fatores que levam ao aumento de infecção do trato urinário em 
gestantes ............................................................................................................ 20 
2.4 Consequências da infecção do trato urinário em gestantes .................... 22 
2.5 Correlações entre as consequências da infecção do trato urinário e a 
gestação ............................................................................................................. 22 
 
3 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA URINA .................................................... 24 
3.1 Urinálise ........................................................................................................ 24 
3.1 Urina de rotina ou tipo I ............................................................................... 25 
3.1.1 Exame físico da urina ............................................................................... 26 
3.1.2 Exame químico da urina ........................................................................... 27 
3.1.3 Exame microscópico do sedimento da urina (sedimentoscopia) 
3.2 Urocultura .................................................................................................... 30 
3.3 Antibiograma ............................................................................................... 34 
 
4 TRATAMENTO DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO ............................ 35 
 
5 METODOLOGIA .............................................................................................. 37 
5.1 Tipo de estudo ............................................................................................. 37 
5.2 Caracterização da área de estudo .............................................................. 37 
5.2.1 Local do estudo ........................................................................................ 37 
5.2.2 Centro de Saúde da Mulher e da Criança ............................................... 38 
5.3 Público alvo ................................................................................................. 39 
5.4 Critérios de inclusão e exclusão ................................................................ 39 
5.5 Aspectos éticos ........................................................................................... 40 
5.6 Desenvolvimento do estudo ....................................................................... 40 
5.6.1 Análise das amostras urinárias ............................................................... 41 
5.7 Compilações de resultados ........................................................................ 42 
6 RESULTADOS ................................................................................................. 43 
6.1 Perfil sócio-econômico das gestantes entrevistadas atendidas no 
Centro de Saúde da Mulher e da Criança ........................................................ 43 
6.2 Histórico familiar de infecção recorrente e medicamentos ..................... 45 
6.3 Quanto à urinálise e urocultura .................................................................. 46 
7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................................. 47 
 
8 CONCLUSÃO .................................................................................................. 51 
 
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 52 
 
APÊNDICES ........................................................................................................ 57 
12 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A infecção do trato urinário (ITU) representa uma das doenças 
infecciosas mais comuns durante a gestação. Essa infecção pode se 
apresentar de forma sintomática ou assintomática, mas, na gravidez existe 
fatores que facilitam a mudança de infecções assintomáticas para sintomáticas. 
Além da incidência aumentada dessas infecções entre grávidas, é justamente 
neste período que o arsenal terapêutico antimicrobiano e as possibilidades 
profiláticas são mais restritas, considerando-se a toxicidade e as 
conseqüências dessas drogas para o feto. (DUARTE et al., 2008). 
As modificações anatômicas e fisiológicas que ocorrem no trato urinário 
durante a gravidez facilitam o desenvolvimento de infecções urinárias 
sintomáticas em mulheres, que muitas vezes já apresentam bacteriúria no 
momento da concepção. A compressão extrínseca dos ureteres e a redução da 
atividade peristáltica provocada pela progesterona promovem a dilatação 
progressiva das pelves renais e uréteres, levando à estase urinária. (DUARTE 
et al., 2008). 
A estase ainda é favorecida pela diminuição do tônus vesical, com 
subseqüente aumento da capacidade da bexiga e seu esvaziamento 
incompleto,facilitando o refluxo vesicoureteral e pielonefrites. Além disso, o rim 
perde sua capacidade máxima de concentrar a urina, reduzindo sua atividade 
antibacteriana, passando a excretar quantidades maiores de glicose e 
aminoácidos, favorecendo a proliferação bacteriana. (DUARTE et al., 2008). 
A ITU ocorre principalmente quando os microorganismos, sendo que a 
grande maioria são bactérias, "sobem" pela uretra e atingem o trato urinário. A 
bactéria responsável pela ITU muitas vezes são da própria microbiota, 
mostrando assim a importância de hábitos de higiene adequados para 
prevenção das infecções urinárias. (LUCENA; ARANTES, 2006). 
A infecção é causada por cepas de enterobactérias menos virulentas e 
geralmente não é acompanhada de repercussões clínicas ou estruturais sobre 
o trato urinário, exceto quando incide em mulheres grávidas, nas quais 
aumentam os riscos de pielonefrite e aumenta as chances de parto prematuro. 
Um dos agentes etiológicos responsáveis pelo desenvolvimento da infecção 
13 
 
 
são bactérias entéricas gram-negativas do grupo das Enterobacteriaceae. 
(LUCENA; ARANTES, 2006). 
Nos casos mais leves pode ocorrer disuria, polaciúria e urgência 
miccional. Nas infecções mais graves, aparecem sintomas de debilidade do 
estado geral e hipersensibilidade do ângulo costo-vertebral, sugestivos de 
pielonefrite aguda. A suspeita de infecção urinária dá-se pelos sintomas de 
micção freqüente, ardência, urgência, dor lombar, náuseas, vômitos, sangue na 
urina e febre. Associadas a eia estão a desidratação, o comprometimento da 
função renal, a anemia, o choque séptico, a prematuridade e a infecção 
fetoanexial e puerperal. Para todas as gestantes, deve-se sempre solicitar 
exames de urina e de urocultura de 3 em 3 meses, para assim detectar as 
infecções urinárias assintomáticas e tratá-las precocemente. (LUCENA; 
ARANTES, 2006). 
O diagnóstico laboratorial é dado pelo exame do sedimento urinário e 
pela cultura da amostra. O aumento do número de leucócitos na urina 
representa indício objetivo de infecção urinária. Contudo, os pacientes com 
infecção comprovada podem apresentar contagem normal de leucócitos que 
ocorre principalmente em pacientes com bacteriúria assintomática, sendo que, 
da mesma forma, a leucocitúria significativa pode surgir na ausência de ITU. 
Esse fenômeno é comum em pacientes com tuberculose urogenital, com litíase 
urinária, com nefropatia por abuso de analgésicos e em casos de candidíase 
urinária. (LUCENA; ARANTES, 2006). 
Quando há suspeita clínica de ITU, ou o exame tipo I apresenta 
leucocitúria, deve-se proceder ao estudo bacteriológico da urina. A 
interpretação da urocultura é a seguinte: se houver menos de 10.000 col/ml, 
trata-se de contaminação da amostra de urina; entre 10.000 e 100.000 col/ml, o 
exame é inconclusivo e deve ser repetido ou valorizar-se o resultado em função 
do quadro clínico; acima de 100.000 col/ml, trata-se de infecção do trato 
urinário. (LUCENA; ARANTES, 2006). 
O tratamento da infecção do trato urinário é feito com antibióticos, 
escolhidos de preferência após os resultados laboratoriais da cultura de urina. 
É importante que se faça o tratamento durante todo o período prescrito pelo 
médico, para evitar a recorrência do quadro. De acordo com o Ministério da 
Saúde, a conduta nos casos leves para o tratamento de infecção urinária é 
14 
 
 
ambulatorial e a antibioticoterapia é feita por via oral durante 7 a 10 dias. 
Recomenda-se, ainda, iniciar antibioticoterapia frente ao diagnostico clínico 
declarado, não sendo recomendado aguardar a realização dos exames 
laboratoriais nesses casos, que devem ser feitos entre 7 a 15 dias após o 
término do tratamento. (LUCENA; ARANTES, 2006). 
 
1.2 Justificativa 
 
O setor de saúde não pode se acomodar, especialmente com relação a 
infecção urinária, um problema que pode ser facilmente evitado, mas que pode, 
por outro lado, trazer danos consideráveis como graves problemas renais. 
(SOARES; NISHI; WARGER, 2006). 
De acordo Soares, Nishi e Warger (2006), com a evolução da gestação, 
a bexiga eleva-se modificando a porção intravesical do ureter, favorecendo o 
refluxo urinário e consequentes infecções. Todas estas modificações geradas, 
contribuem para a estase urinária e consequentemente com o crescimento de 
bactérias. A ITU é a infecção mais comum durante a gestação, sendo a 
pielonefrite uma das complicações mais graves. 
 
1.3 Objetivos 
 
1.3.1 Objetivo geral 
 
Avaliar a presença de infecção do trato urinário (ITU) em gestantes 
atendidas no Centro de Saúde da Mulher e da Criança Ca Clínica da Mulher no 
mês de janeiro de 2012 na cidade de Paracatu-MG. 
 
1.3.2 Objetivos específicos 
 
 Mostrar os riscos que a ITU pode ocasionar nessas grávidas. 
 Realizar urocultura para o isolamento e identificação dos 
microrganismos causadores dessas ITUs e a freqüência que foram 
encontrados nas amostras. 
15 
 
 
 Alertar e conscientizar essas gestantes sobre os riscos da ITU tanto 
para elas quanto para o feto. 
 
 
16 
 
 
2 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO 
 
O trato urinário é dividido em porção superior, constituído pelos rins, 
pelve renal e ureteres, e porção inferior, constituída pela bexiga urinária e 
uretra. As infecções das vias urinárias superiores são mais ascendentes, ou 
seja, originam-se na bexiga urinária e ascendem pelos ureteres até os rins. As 
infecções da pelve renal (pielite) e rins (pielonefrite) são as complicações mais 
comuns. As infecções podem ser agudas ou recorrentes com dano inflamatório 
crônico. (BARACHO; LOTTI; REIS, 2007; WINN JÚNIOR et al., 2010). 
Para Stamm (2009) as infecções agudas do trato urinário se enquadram 
em duas categorias anatômicas: infecção do trato urinário inferior (uretrite e 
cistite) e infecção do trato urinário superior (pielonefrite aguda, prostatite e 
abscessos intra-renais e perinéfricos), sendo que em vários casos podem 
ocorrer juntas ou independentemente. 
De acordo com Smeltzer e Bare (2005), para que aconteça a infecção 
urinária, as bactérias devem ter acesso à bexiga, fixar e colonizar o epitélio do 
trato urinário evitando a depuração pela micção, evadindo-se dos mecanismos 
de defesa e iniciando um processo inflamatório. Muitas infecções do trato 
urinário (ITUs) resultam de organismos fecais que ascendem a partir do 
períneo até a uretra e bexiga, aderindo, as superfícies da mucosa. 
Tortora, Funke e Case (2005) caracterizam ITU como sendo uma 
invasão e multiplicação de bactérias provenientes do cólon humano e de 
animais. A colonização do trato urinário ocorre devido à ascensão de bactérias 
intestinais ao ânus até o orifício urinário, causando invasão da uretra, bexiga e 
ureteres e até mesmo comprometendo os rins. 
As infecções da uretra e da bexiga são consideradas infecções 
superficiais ou mucosas, enquanto a prostatite, a pielonefrite e a supuração 
renal significam invasão tecidual. (STAMM, 2009). 
A ITU é mais frequente no sexo feminino, desde a infância, diminuindo 
na adolescência até o início da vida sexual ativa, quando tem grande 
prevalência sobre o sexo masculino e após os 55 anos de idade. No recém-
nascido é mais freqüente no sexo masculino e está associada a anomalias 
congênitas do trato urinário e rins. (GODOY, 2006). 
17 
 
 
Em neonatos e lactentes, as infecções são mais comuns no sexo 
masculino e estão relacionadas a anomalias congênitas. Durante a infância há 
predomínio no sexo feminino, que permanece na idade adulta. (HEILBERG; 
SCHOR, 2003). 
A pielonefrite é o processo onde se evidencia processo inflamatório por 
infecção alta dos rins, na maioria dasvezes bacteriana, especialmente do 
interstício e túbulos, acompanhada de acometimento dos cálices, pelve e 
ureter. Essa inflamação é encontrada em 20% das necropsias, sendo causa de 
óbito em número expressivo de casos. (GODOY, 2006). 
 
2.1 Fatores predisponentes à infecção do trato urinário 
 
 Para Soares e Guaré (2005) a infecção do trato urinário (ITU) é uma das 
doenças que mais atinge o ser humano (15% das mulheres adquirem ITU pelo 
menos uma vez durante sua vida), sendo a mais freqüente infecção bacteriana 
do ciclo gravídico-puerperal, com incidência em torno de 10%, constituindo a 
segunda maior causa de morbidade desse período. 
 De acordo com Godoy (2006), são numerosos os fatores de risco que 
favorecem o aparecimento de ITU, sua recidiva ou reinfecção, como o gênero, 
atividade sexual, gravidez, obstrução intestinal, refluxo vésico-ureteral (RVU), 
refluxo calicotubular ou intrarrenal, diabete melito, isquemia renal, diminuição 
da resposta imunitária (desnutrição) e também instrumentação cirúrgica. 
De acordo com o gênero e a atividade sexual, a uretra feminina é mais 
propensa à colonização com bacilos Gram-negativos, devido a sua 
proximidade com o ânus e de sua terminação por debaixo dos grandes lábios. 
A relação sexual é responsável pela introdução de bactérias na bexiga e exibe 
uma associação temporal com o início da cistite, o que demonstra importância 
das ITUs em mulheres tanto pré-menopáusicas quanto pós-menopáusicas . 
(STAMM, 2009). 
Na visão de Schaeter e outros (2002) citados por Armbrust e outros 
(2010), as ITUs representam uma das infecções mais prevalentes na prática 
médica, ocorrendo com maior freqüência nas mulheres em decorrência da 
uretra feminina ser mais curta que a masculina, favorecendo a colonização pela 
18 
 
 
flora fecal. Outro aspecto relevante na mulher seria a probabilidade de 
contaminação bacteriana da uretra feminina no ato sexual. 
De acordo com Winn Júnior e outros (2010), no diabetes mellitus, há 
uma grande concentração de glicose na bexiga, predispondo a introdução e 
multiplicação de bactérias no trato urinário. 
Hasenack e outros (2004) afirmam que o fato das mulheres serem mais 
predispostas às ITUs pode estar associado a fatores como o uso de diafragmas 
com espermaticida, alteração do pH vaginal que pode ocorrer com a alteração 
da microbiota pelo uso de antibióticos e pelo hipoestrogenismo que, 
freqüentemente, ocorre na menopausa. 
Na gestação as ITUs são identificadas em 2 a 8% das mulheres 
grávidas, principalmente as infecções do trato superior sintomáticas. São 
extremamente comuns durante a gravidez, cerca de 20 a 30% das mulheres 
grávidas com bacteriúria assintomática desenvolvem subsequentemente uma 
pielonefrite. E essa predisposição em infecção do trato urinário superior 
durante a gravidez resulta do menor tônus ureteral, do peristalse ureteral 
reduzida e da incompetência temporária das valvas vesicoureterais. A 
cateterização vesical durante ou após o trabalho de parto causa infecções 
adicionais. (STAMM, 2009). 
A obstrução urinária por cálculos, corpos estranhos como sondas e 
catéteres, imunossupressão e refluxo vesicouretral também são fatores 
predisponentes para infecção urinária. (CRUZ, 1998 apud MENIN; 
GRAZZIOTIN, 2010). 
O refluxo uretrovesical ou vesicouretral refere-se ao fluxo retrógrado da 
urina da bexiga para dentro de um ou ambos os ureteres e normalmente a 
junção uretrovesical impede que a urina faça trajeto de volta para dentro do 
ureter. Quando a válvula uretrovesical está comprometida por causas 
congênitas ou por anormalidades uretrais, as bactérias podem alcançar os rins, 
e mais adiante, destruí-los. (SMELTZER; BARE, 2005). 
 
19 
 
 
2.2 Principais tipos de bactérias encontradas na infecção urinária 
 
Os principais agentes etiológicos da ITU são bactérias Gram-negativas 
localizadas na flora entérica normal (infecção endógena). Escherichia coli é 
responsável por 85 a 90% das ITU, seguida por Enterobacter, Klebsiella, 
Proteus, Pseudmonas e outras bactérias com 10 a 15%, sendo que a 
frequência dessas últimas evidenciam ITUs complicadas (em caso de 
instrumentação urológica e obstrução urinária) e nas reinfecções. (GODOY, 
2006). 
“O microorganismo mais freqüente é a Escherichia coli, outros também 
são amplamente responsáveis pelas ITUs como, a Klebsiella, Enterobacter e 
Proteus”. (REZENDE; MONTENEGRO, 2006, p. 415). 
Originária da microbiota intestinal, a E. coli coloniza a mucosa genital e 
pode penetrar no sistema urinário. Uma vez nele, ela pode aderir e colonizar a 
mucosa urogenital por meio de fímbrias e adesinas, fazendo com que a 
bactéria seja capaz de resistir à eliminação pelo fluxo urinário, causando 
bacteriúria significativa (crescimento ≥105 bactérias por mililitro). As infecções 
graves podem resultar em perda da função renal e em sequelas permanentes. 
(ARMBRUST et al., 2010). 
Conforme dados do Ministério da saúde, o quadro clínico da infecção 
urinária varia de bacteriúria assintomática, que acomete de 2% a 10% das 
gestantes, até o quadro de pielonefrite (25 a 35% dos casos). Em 80% dos 
casos de bacteriúria assintomática, a Escherichia coli é o agente etiológico 
identificado. (BRASIL, 2006). 
Batista (2002) afirma que as ITUs podem apresentar bacteriúria 
assintomática, cistite aguda e pielonefrite aguda, sendo que a presença de 
bactérias na ausência de sintomas clínicos configura o quadro de bacteriúria 
assintomática, que incide em torno de 5% das gestantes. 
As bactérias mais comuns como causadoras de ITU são as 
Enterobactericiae, que são bacilos gram-negativos, provenientes da flora 
intestinal, dentre esta família a espécie mais comum, na maioria dos casos é a 
Escherichia coli sendo responsável desde quadros clínicos não complicados 
até aos mais complicados como uma pielonefrite crônica. É estimado que 
Escherichia coli-extra-intestinal (UPEC) é responsável por 85% a 90% dos 
20 
 
 
casos de ITU, os quais são mais freqüentes em mulheres devido à posição 
anatômica. (MOURA; FERNANDES, 2010). 
A UPEC possui adesinas que permitem a adesão e invasão bacteriana 
nas células do trato urinário e com isso elas se tornam os principais fatores de 
virulência. Além disso, elas ativam as vias de sinalização nas células 
bacterianas e no hospedeiro, facilitam a liberação de proteínas nos tecidos e 
por fim, promovem a invasão do microrganismo. (TRABULSI; ALTHERTUN, 
2008). 
Já as bactérias Gram-positivas, através estafilococos e Streptococcus 
faecalis ocorrendo com pouca freqüência. Entre os fungos, estão a Candida 
albicans, especialmente em pacientes com baixa imunidade, em casos de 
pacientes soro positivos para HIV e transplantes, e alguns casos de infecções 
virais, como adenovírus. (GODOY, 2006). 
Entre os cocos Gram-positivos destacam-se Enterococcus faecalis, 
Streptococcus agalactiae e Staphylococcus saprophyticus. Tais micro-
organismos não requerem condições especiais para o isolamento, como meios 
enriquecidos, incubação prolongada e/ou atmosfera rica em CO2. (SAVIGE; 
BIRCH; FAIRLEY, 1983 apud SILVEIRA; SOUZA; ALBINI, 2010). 
 As ITUs estão entre as mais frequentes nos seres humanos. São 
causadas por grande variedade de uropatógenos habituais, porém de acordo 
com Silveira, Souza e Albini (2010) podem ser provocadas por alguns micro-
organismos fastidiosos, como a Gardnerella vaginalis, que é uma bactéria 
anaeróbia facultativa, observada sob a forma de cocobacilos Gram-variáveis. 
Ela habita a mucosa vaginal e eventualmente pode ocasionar ITUs. 
 
2.3 Fatores que levam ao aumento de infecção do tratao urinário em 
gestantesPara Figueiró Filho e outros (2009), a gravidez é situação que predispõe 
ao aparecimento de ITU, devido às mudanças fisiológicas (mecânicas e 
hormonais) que ocorrem nesse período da vida da mulher. 
Durante o período gestacional, a gestante passa a ter mais chances de 
desenvolver um quadro de infecção urinária sintomática. Essa alteração se 
deve às grandes mudanças fisiológicas e anatômicas que ocorrem no trato 
21 
 
 
urinário. Dentre essas mudanças, pode-se citar a dilatação das pelves renais e 
ureteres, detectável a partir da sétima semana de gravidez. Essa dilatação 
progride até o momento do parto e retorna às condições normais até o segundo 
mês do puerpério. (DUARTE et al., 2008). 
 A maior freqüência da ITU na gestação ocorre devido a alterações 
funcionais e anatômicas dos rins e das vias urinárias durante o ciclo gravídico-
puerperal. Sendo que a gravidez está mais relacionada à persistência da 
bacteriúria e o subseqüente desenvolvimento de infecção sintomática, de tal 
forma que está provado que a presença da bacteriúria assintomática em 
mulheres não-grávidas está menos associada à progressão para o quadro 
sintomático. (BARACHO; LOTTI; REIS, 2007). 
A infecção urinária é a complicação médica mais freqüente na gravidez, 
com incidência de 20% dos casos. É classificada em bacteriúria assintomática 
(2 a 10% das gestações), cistite e pielonefrite (2 a 4%). A bacteriúria 
assintomática, se não tratada evolve para a pielonefrite em 20 a 30% dos 
casos, onerando o prognóstico materno e fetal. (REZENDE; MONTENEGRO, 
2006). 
Para Jacociunas e Picoli (2007), a importância da bacteriúria 
assintomática está relacionada à possibilidade de evolução para infecção 
urinária clínica entre 40% e 60% dos casos e ainda parto prematuro e 
hospitalização da gestante. 
A glicosúria e a aminoacidúria (promovem excelente meio de cultura 
para bactérias), o aumento do número de micções e a hidronefrose são as 
principais modificações fisiológicas do sistema urinário durante a gravidez que 
facilitam as infecções, sendo que uropatias prévias à gestação também 
aumentam a predisponibilidade dos processos infecciosos do trato urinário no 
ciclo gravídico-puerperal. (SOARES; GUARÉ, 2005). 
 De acordo com Rezende e Montenegro (2006) o risco de infecção 
urinária é maior na gravidez em parte devido à ação da progesterona e em 
parte por problemas mecânicos associados ao útero grávido. Qualquer que 
seja o mecanismo prevalente é acentuada a dilatação ureteral, com 
esvaziamento incompleto na bexiga e refluxo vesicouretral. 
 
22 
 
 
2.4 Consequências da infecção do trato urinário em gestantes 
 
De acordo com Stamm (2009), as infecções do trato urinário superior 
durante a gestação aumentam a incidência de baixo peso ao nascer, parto 
prematuro e morte neoantal. 
A ITU durante a gravidez pode causar sérias complicações, como o 
trabalho de parto pré-termo, recém-nascidos de baixo peso, rotura prematura 
de membranas, restrição de crescimento intraútero, paralisia cerebral ou 
retardo mental na infância, além do óbito perinatal. (NOGUEIRA; MOREIRA, 
2006). 
Mais recentemente, estão sendo relatados casos de leucomalácia 
encefálica, secundários tanto às quimiocitocinas maternas (passagem 
transplacentária) quanto à septicemia fetal, cuja origem foi a ITU materna. 
Gestações complicadas por infecção urinária estão associadas também ao 
aumento de mortalidade fetal. (DUARTE et al., 2008). 
Para evitar complicações, deve-se solicitar para toda a gestante, 
urocultura de três em três meses, a fim de descobrir infecções urinárias e tratá-
las precocemente, evitando as complicações comentadas anteriormente. 
(FIGUEIRÓ FILHO et al., 2009). 
 
2.5 Correlações entre as consequências da infecção do trato urinário e a 
gestação 
 
Na gestação, a infecção urinária é de grande importância em função de 
sua elevada incidência neste período da vida da mulher. É a terceira 
intercorrência clínica mais comum na gestação, acometendo de 10 a 12% das 
grávidas, sendo que a maioria destas infecções ocorre no primeiro trimestre da 
gravidez. Esta infecção pode contribuir para a mortalidade materno-infantil. 
(REZENDE; MONTENEGRO, 2006). 
A ITU trata-se de uma relevante complicação do período gestacional, 
agravando tanto o prognóstico materno quanto o perinatal. Portanto 
essa é uma preocupação adicional para os profissionais responsáveis 
pela atenção pré-natal destas mulheres, uma vez que há incidência 
aumentada de infecções sintomáticas entre grávidas; o arsenal 
terapêutico antimicrobiano e as possibilidades profiláticas são 
restritas, adicionando-se o fato de alguns fármacos serem tóxicos 
23 
 
 
para o embrião/feto e placenta. (AMORIM; MELO, 2009; DUARTE et 
al., 2008 apud GOIS; CRAVO; MENDES, 2010, p. 68). 
De acordo com Duarte e outros (2002) a associação entre a infecção do 
trato urinário e a gestação ocasiona maus prognósticos, sendo as principais 
complicações o trabalho de parto prematuro e o parto prematuro. Cerca de 6% 
a 8% dos recém-nascidos são pré-termo. 
Sabendo-se do risco aumentado para o desenvolvimento de ITU na 
gestação, da possibilidade de ocorrência de bacteriúria assintomática e das 
possíveis complicações maternas e perinatais, alguns pesquisadores apontam 
como inquestionável a necessidade de realização de urocultura, rotineiramente, 
no início da gestação. (DUARTE et al., 2002). Porém, na visão de Feitosa, 
Silva e Parada (2009), muitas questões sobre infecção urinária na gestação 
ainda requerem investigação clínica, por permanecerem controversas. 
 
 
24 
 
 
3 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA URINA 
 
3.1 Urinálise 
 
A análise da urina é considerada um exame de rotina devido à facilidade 
na obtenção da amostra para análise, ao baixo custo, à simplicidade e por 
fornecer informações valiosas sobre muitas das principais funções metabólicas 
do organismo. (FUNCHAL; MASCARENHAS; GUEDES, 2008). 
Strasinger e Di Lorenzo (2009) também confirmam essas características, 
uma vez respondem bem à tendência atual da medicina preventiva e de 
menores custos médicos. 
Para Lima e outros (2010) o exame de urina proporciona ao clínico, 
informações preciosas sobre patologia renal e do trato urinário, bem como 
algumas moléstias extrarrenais. 
As técnicas laboratoriais mais empregadas incluem a análise 
qualitativa e a cultura da urina (urocultura), sendo esse último o 
método considerado padrão-ouro para o diagnóstico de ITU. 
(SANTOS; AMADO; ASSEF, 1999 apud SATO et al., 2005, p. 398). 
A uroanálise ou urinálise fornece informações importantes, de forma 
rápida e econômica para o diagnóstico e monitoramento de doenças renais e 
do trato urinário e para a detecção de doenças sistêmicas e metabólicas não 
diretamente relacionadas com o rim. É um exame laboratorial não-invasivo que 
se realizado corretamente, fornece diversas informações úteis para o 
diagnóstico e a evolução de patologias do trato urogenital, além de avaliar a 
eficácia do tratamento e constatar a cura. (FUNCHAL; MASCARENHAS; 
GUEDES, 2008). 
A caracterização da infecção do trato urinário deve ser baseada em 
avaliação clínica e laboratorial. Os testes laboratoriais mais utilizados envolvem 
a urinálise, representada pelo exame de urina tipo I e a urocultura. Sendo que 
esta última tem grande importância, pois além de indicar a ocorrência de 
multiplicação bacteriana no trato urinário, também permite a identificação do 
microrganismo causador e o estudo da sensibilidade frente aos antibióticos. 
(SATO et al., 2005). 
 
25 
 
 
3.1 Urina de rotina ou tipo I 
 
O exame de urina, também denominado urina tipoI, EAS e ou urinálise, 
compreende uma série de análises químicas e microbiológicas, que avaliam a 
função renal e espelham o estado de saúde do indivíduo, proporcionando 
informações sobre a função renal e sobre o sistema coletor, sendo um dos 
exames mais antigos relatados em medicina humana. (NEVES, 2011). 
A urina de rotina é uma ferramenta diagnóstica útil no estabelecimento 
do diagnóstico e no acompanhamento dos estabelecimentos do diagnóstico e 
no acompanhamento dos vários distúrbios do sistema urinário. (HENRY, 2008). 
 O exame de urina de rotina inclui o exame de características físicas, 
como cor, aspecto e gravidade específica; características químicas incluindo 
pH, proteínas, glicose, cetonas, sangue, bilirrubina, nitrito, esterase leucocitária 
e urobiliogênio; e ainda estruturas microscópicas no sedimento urinário. 
(MUNDT; SHANAHAN, 2012). 
 Conforme Neves (2011), a primeira urina da manhã é a mais adequada 
para a realização do exame, porque apresenta concentração e acidez ideais. A 
urina deve ser examinada imediatamente após a micção, pois depois das 6 
horas pode haver contaminação por bactérias, dissolução de células e cilindros 
e alteração do equilíbrio acidobásico. Caso não seja possível examinar 
imediatamente a amostra, manter a urina sob refrigeração ou então, 
recomenda-se a fixação da amostra com formalina. 
 Para obter uma amostra que seja representativa de um estado 
metabólico do paciente, a regulamentação de determinados aspectos da coleta 
da amostra, é muitas vezes necessária. Strasinger e Di Lorenzo (2009) 
afirmam que essas condições especiais podem incluir o tempo, o volume e o 
método de coleta e a dieta do paciente e o uso de medicamentos. Sendo, 
portanto, importante instruir os pacientes quando eles devem seguir 
procedimentos especiais de coleta, como demonstrado na figura a seguir: 
 
 
26 
 
 
Figura 1 - Tipos de amostra de urina 
Tipo de amostra Objetivo 
Aleatória Triagem de rotina 
Primeira da manhã Triagem de rotina 
Teste de gravidez 
Proteinúria ortostática 
Jejum (segunda da manhã) Triagem para diabetes/acompanhamento 
Duas horas pós-brandial Acompanhamento do diabetes 
Teste de tolerância à glicose Opcional com amostras de sangue no teste de tolerância à 
glicose 
24 horas (ou cronometrada) Testes químicos quantitativos 
Cateterizada Cultura para bactérias 
Jato médio, com assepsia Triagem de rotina 
Cultura para bactérias 
Punção suprapúbica Urina da bexiga para cultura para bactérias 
Citologia 
Coleta em três frascos Infecção prostática 
Fonte: Adaptado de Strasinger; Di Lorenzo (2009, p. 37) 
 
3.1.1 Exame físico da urina 
 
 De acordo com Funchal, Mascarenhas e Guedes (2008), o exame físico 
da urina fornece informações preliminares no que diz respeito a distúrbios, 
como hepatopatias, hemorragia glomerular, erros inatos do metabolismo e 
ITUs. 
 Conforme Strasinger e Di Lorenzo (2009), as características físicas da 
urina são a cor, o aspecto, gravidade específica, odor, 
 A urina normal apresenta ampla variedade de cores, sendo determinada 
principalmente por sua concentração. Podendo variar de amarelo pálido a 
âmbar escuro, dependendo da concentração dos pigmentos urocromo 
(amarelo) e, em menor extensão, urobilina (laranja) e uroeritrina (vermelho). 
(MUNDT; SHANAHAN 2012). 
A coloração da urina indica de certa forma, a concentração urinária e 
também o grau de hidratação da pessoa. (FUNCHAL; MASCARENHAS; 
GUEDES, 2008). 
O volume depende de vários fatores, como ingestão de líquidos, 
quantidade de resíduos que o rim necessita eliminar, equilíbrio acidobásico, 
27 
 
 
etc. Em geral, o indivíduo adulto elimina em torno de 18,5 ml por quilograma 
nas 24 horas, o que corresponde à média de 800 a 1.500ml/24horas. (NEVES, 
2011). 
 A gravidade específica é a razão entre o peso de um volume de urina e 
o peso de um volume de urina e o peso do mesmo volume de água destilada a 
uma temperatura constante. Sendo utilizada para medir a capacidade de 
concentração e diluição do rim em seu esforço para manter a homeostase 
corporal. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). 
A densidade normal da urina varia de 1,010 a 1,030 e indica a 
concentração de sólidos totais dissolvidos na urina, varia conforme o volume 
urinário e com a quantidade de solutos excretados (principalmente cloreto de 
sódio e ureia). A densidade urinária fornece informações importantes e pode 
ser facilmente obtida com o uso de urodensímetro, refratômetro ou tiras 
reativas. (FUNCHAL; MASCARENHAS; GUEDES, 2008). 
 
3.1.2 Exame químico da urina 
 
 O exame químico de urina durante a rotina inclui a leitura do pH, 
proteínas, glicose, cetonas, sangue oculto, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, 
esterase leucocitária, e um método com tira reagente de gravidade específica. 
(MUND; SHANAHAN, 2012). 
O exame químico de rotina da urina mudou drasticamente desde os 
primórdios testes na urina, devido ao desenvolvimento de métodos de tiras 
reagentes para análise química, que permitem atualmente, um meio simples e 
rápido para realização de análises químicas da urina, de parâmetros 
significativos. (STRASINGER; DI LORENZO, 2009). 
Os dois principais tipos de tiras reagentes, de acordo com Strasinger e 
Di Lorenzo (2009) são fabricados sob os nomes comerciais Multistix (Siemens 
Medical Solutions Diagnostics) e Chemstrip (Roche Diagnostics). 
A urina normal é ligeiramente ácida, podendo o pH variar entre 4,5 e 8. 
Para a determinação do pH, utilizam-se tiras reagentes com graduação em 
cores, simples ou múltiplas. (NEVES, 2011). 
A presença de quantidades aumentadas de proteínas na urina pode ser 
um importante indicador de doença renal. Pode corresponder ao primeiro sinal 
28 
 
 
de um problema grave, podendo manifestar-se antes de outros sintomas 
clínicos. Existem, entretanto, condições fisiológicas como exercícios físicos e 
febre, que podem levar à excreção aumentada de proteínas na urina na 
ausência de doença renal. Pode ocorrer também certos distúrbios renais com 
ausência de proteinúria. 
A bilirrubina é formada pela degradação da hemoglobina no sistema 
reticuloendotelial. Ela então liga-se à albumina, sendo transportada pelo 
sangue até o fígado. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). 
Para Duarte e outros (2008), têm-se buscado atualmente, testes rápidos 
e de baixo custo para o diagnóstico de infecção urinária, baseados na mudança 
de cor dos reagentes de acordo com a bioquímica urinária. Dois desses testes 
se revestem de importância: o teste do nitrito e o da esterase de leucócitos. 
O teste do nitrito é baseado na capacidade de certas bactérias para 
reduzirem o nitrato urinário em nitrito. Tem sensibilidade de 50% e 
especificidade de 97 a 100% e pode apresentar resultados falsos-positivos 
quando utilizado em urina contaminada por germes vaginais ou urina 
concentrada, uma vez que segue princípios colorimétricos. O teste da esterase 
de leucócitos possui baixa sensibilidade e especificidade (25%) e também pode 
apresentar resultados falsos-positivos. Ambos os testes apresentam baixa 
sensibilidade e, portanto, não servem como testes de screening para 
diagnóstico, a menos que sejam utilizados em associação a outros testes. 
(DUARTE et al., 2008). 
De acordo com Strasinger e Di Lorenzo (2009) o teste de tiras reagentes 
para nitrito oferece um método rápido de triagem para a presença de ITU. O 
teste de nitrito é valioso para detectar infecção inicial da bexiga (cistite), porque 
muitas vezes, os pacientes são assintomáticos ou tem sintomas vagos que não 
levariam o médico a solicitar urocultura. E também pode ser avaliado para 
avaliar o êxito da terapia antibióticae para exame periódico de pessoas com 
infecções recorrentes, pacientes com diabetes e mulheres grávidas, os quais 
são considerados de alto risco para ITU. 
A grande maioria das infecções urinárias é caracterizada pela 
presença de um número elevado de leucócitos na amostra (piúria0, 
sendo importante correlacionar, juntamente com o resultado da 
cultura, a contagem de leucócitos e a presença de microrganismos 
(bacteriúria). A não presença de leucocitúria é uma resposta 
29 
 
 
inflamatória e, em algumas situações, sua presença não está 
relacionada com a infecção urinária. É importante ressaltar que há 
situações em que as infecções urinárias podem apresentar contagem 
normal (ou pouco elevada) de leucócitos, ou seja, presença de 
bacteriúria sem leucocitúria. Daí a importância da quantificação e não 
somente a verificação da presença ou ausência de leucócitos. 
(OPLUSTIL et al., 2010, p. 148). 
A presença de leucocitúria é caracterizada pelo número aumentado de 
leucócitos na urina, mesmo com grandes variações nos valores de referência. 
Cinco leucócitos/campo ou 5.000 leucócitos/ml em amostras de jato médio de 
urina, representam o limite superior da normalidade. Na maioria das vezes, 
esses valores referem-se ao aumento da quantidade de neutrófilos e indica 
inflamação no trato urogenital, porém, a presença de leucocitúria não é 
diagnóstico de ITU, devido à inúmeros casos de leucocitúrias estéreis de 
origem não infecciosa (nefrite intersticial, litíase, presença de corpo estranho, 
rejeição de transplante, terapia com ciclofosfamida, trauma geniturinário, 
glomerulonefrite aguda e crônica, neoplasias, contaminação vaginal etc.). 
(CAMARGOS; LIMA; MENDES, 2004 apud SILVA; NASCIMENTO, 2010). 
 
 3.1.3 Exame microscópico do sedimento da urina (sedimentoscopia) 
 
De acordo com Neves (2011) o estudo do sedimento urinário foi 
normatizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – 
Programa Nacional de Controle de Qualidade em 2005. 
Em geral, as amostras de urina coletadas aleatoriamente são 
satisfatórias para a avaliação microscópica; todavia, recomenda-se que o 
exame seja realizado com amostras recentes, particularmente se não for 
acrescentado nenhum conservante. As células e os cilindros começam a lisar 
dentro de duas horas após a coleta. A refrigeração (2°C a 8°C) ajuda a prevenir 
a lise das entidades patológicas; no entanto, isso pode aumentar a precipitação 
dos vários materiais amorfos e cristalinos. A coleta do fluxo intermediário da 
urina é recomendada para mulheres visando reduzir a contaminação com 
elementos do trato vaginal. (HENRY, 2008). 
A amostra preferencial é a urina coletada pelo jato médio no início da 
manhã. O uso de amostras de jato médio evita a contaminação da amostra 
com células epiteliais, microrganismos ou muco da uretra. No início da manhã, 
30 
 
 
as amostras são normalmente mais concentradas com pH ácido, aumentando 
a possibilidade de se encontrar determinado componente no sedimento. Além 
disso, as urinas concentradas protegem alguns componentes do sedimento da 
deterioração. As hemácias, os leucócitos e as células epiteliais podem ser 
danificados e destruídos em urinas diluídas, ocasionando números falsamente 
reduzidos desses componentes. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011). 
Todas as amostras devem ser examinadas logo após a coleta, 
prevenindo assim a deterioração celular e a multiplicação de qualquer bactéria 
presente. 
O método de coleta por jato médio é usado para coletas de primeira 
amostra da manhã, de jejum, aleatória e cronometradas. (ESTRIDGE; 
REYNOLDS, 2011). 
Para proceder-se ao exame microscópico do sedimento urinário, Lima e 
outros (2010 afirmam que a urina deve ser recente, do contrário, os elementos 
organizados (cilindros, hemácias, leucócitos) perdem sua estrutura normal, o 
que dificulta ou torna impossível a identificação. Caso não seja possível realizar 
o exame logo após a emissão da urina, é necessário adicionar à mesma 
substância conservadora, sendo que as mais recomendadas são formol, quatro 
gotas; ácido bórico, 0,3 gramas; ou toluol, 1 ml, para cada 120 ml de urina. E, 
sempre que possível manter a urina no refrigerador até o momento da 
centrifugação. 
De acordo com o diagnóstico laboratorial do sedimento urinário (exame 
microscópico feito após a sedimentação da urina), são considerados apenas 
ITU, contagens superiores a 10.000 leucócitos/ml ou 10 leucócitos/campo, 
independentemente da morfologia desses leucócitos. (HEILBERG; SCHOR, 
2003). 
 
31 
 
 
3.2 Urocultura 
 
Amostras de urina podem ser submetidas à cultura quando existe 
suspeita de ITU para controle de tratamento ou em pacientes assintomáticos 
com maior risco de infecção. As ITU’s podem acometer indivíduos de todas as 
idades, independente do seu estado geral de saúde. (OPLUSTIL et al., 2010). 
 “A urocultura é o exame mais solicitado em laboratório de microbiologia, 
pelo simples fato de que a infecção do trato urinário é uma doença bastante 
freqüente e a amostra de urina facilmente coletada”. (OPLUSTIL et al., 2010, p. 
148). 
O exame microbiológico da urina é um dos mais freqüentes e mais difícil 
de ser corretamente executado, pois vários interferentes relacionados à coleta, 
transporte e manipulação do material refletem na elaboração do laudo. 
(MOURA, 1997). 
A coleta exige técnica apropriada para a amostra não ser contaminada, 
o que poderia ocasionar um resultado falso. Assim, a análise dos resultados 
dos exames utilizados nos diagnósticos clínicos, depende da obtenção e 
conservação da amostra urinária examinada, além dos aspectos clínicos e 
microbiológicos. 
Oplustil e outros (2010) afirmam que o sucesso de um bom exame de 
urocultura está relacionado à coleta adequada do material, e para tanto se faz 
necessário orientar corretamente o paciente/cliente que irá realizar o 
procedimento de coleta. O ideal é ter orientações escritas ou com gravuras 
disponíveis que possa, auxiliar no processo de coleta. 
Para Albini, Souza e Carvalho (2006), a cultura de urina é a análise 
microbiológica mais realizada no laboratório de microbiologia humana e o meio 
de CLED (Cistina Lactose-Eletrólito-Deficiente) é o meio de isolamento primário 
rotineiramente mais empregado, sendo que este fornece uma diferenciação 
colonial baseada na fermentação da lactose pelos bacilos gram-negativos. 
A cultura quantitativa da urina continua apresentando as mais 
adequadas taxas de sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de ITU, 
sendo considerada pelo NCCLS (National Committee for Clinical Laboratory 
Standards), como padrão ouro. (OPLUSTIL et al., 2010). 
32 
 
 
Um método semi-quantitativo habitualmente utilizado é a semeadura em 
meio de cultivo propício ao crescimento e diferenciação da maioria dos 
uropatógenos, como o meio de CLED, com alça bacteriológica calibrada de 
volume conhecido. As culturas devem ser incubadas em estufa a 37ºC por 24h. 
A desvantagem da metodologia é o tempo de obtenção de resultados 
completos, pois em geral o médico necessita iniciar o tratamento antes de 
receber os resultados de identificação e o teste de susceptibilidade dos 
microorganismos envolvidos. (OPLUSTIL et al., 2010). 
No meio de CLED desenvolve-se a grande maioria das bactérias 
patogênicas urinárias, permitindo inclusive identificar suas respectivas colônias. 
A presença de bactérias contaminantes como difteróides, lactobacilos e outros 
informa sobre os cuidados que foram tomados ou não, quando da coleta da 
amostra de urina. (ALBINI; SOUZA; CARVALHO, 2006). 
A quantificação do número de bactérias presentes na urina é uma 
maneira de separar a contaminaçãode uma infecção do trato urinário. Os 
pacientes com infecção apresentam geralmente cerca de ≥ 10 bactérias/ml. 
Alíquotas do material também são plaqueadas em meios sólidos para o 
isolamento e identificação das amostras. As UPEC crescem rapidamente em 
meios comumente usados no laboratório de microbiologia clínica, tais como 
ágar cistina lactose deficiente em eletrólitos (CLED), ágar Mac Conkey e ágar 
eosina-azul de metileno (BEM). Após identificação bioquímica é realizado então 
o antibiograma. (TRABULSI; ALTHERTUM, 2008). 
O ágar sangue é um meio de cultura diferencial e não seletivo. Para o 
diagnóstico bacteriológico é necessário utilizar vários meios de cultura de 
rotina, particularmente quando os microrganismos possíveis incluem bactérias 
aeróbicas, anaeróbicas facultativas e anaeróbicas obrigatórias. (BROOKS et 
al., 2009). 
O meio de cultura padrão para amostras é o ágar-sangue, geralmente 
preparado com 5% de sangue de carneiro. A maioria dos 
microrganismos aeróbicos e anaeróbicos facultativos cresce em ágar-
sangue. (BROOKS et al., 2009. p. 707). 
O meio IAL / Rugai foi elaborado para triagem de enterobactérias e 
consiste de nove provas em apenas um tubo de ensaio: indol (tampa), 
fermentação da sacarose, fermentação da glicose, produção de gás, 
33 
 
 
fenilalanina, uréia, H2S, lisina e motilidade. Baseado nestas provas é possível 
identificar as seguintes bactérias: E. coli, Shigella, Enterobacter, Klebsiella, 
Providencia spp., Morganella morganii, Proteus, Salmonella, Citrobacter, 
Serratia, Vibrio e Não fermentadoras. (LEVY, 2004). 
Para Oplustil e outros (2010), o meio Rugai modificado do Instituto 
Adolfo Lutz (IAL) é um meio de cultura que consiste de um tubo contendo 
substratos para visualização de nove provas bioquímicas, conforme figura 2. A 
leitura é baseada na reação bioquímica dos substratos conforme figura 3. 
Levy (2004) afirma que o meio IAL tem a vantagem de ser prático para 
inoculação e de baixo custo. Sua desvantagem é a dificuldade de interpretação 
de tantas provas, exigindo muita experiência prévia com o meio. Este meio 
identifica os principais gêneros de enterobactérias, indicando a presença de 
bactérias não fermentadoras e Vibrios. Para caracterizar corretamente as 
espécies de Enterobacter, gênero Serratia, gênero e espécies de 
Pseudomonas há necessidade de realizar provas complementares. 
 
Figura 2 – Esquema do meio de Rugai modificado (IAL) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: LEVY, 2004 
 
34 
 
 
 
Pelas limitações do poder discriminatório de gêneros e espécies de 
enterobactérias não se recomenda este meio como única opção na 
identificação de bactérias envolvidas em infecções hospitalares. Uma 
alternativa seria utilizar os resultados obtidos do meio IAL como triagem e 
adicionar os testes complementares, como Citrato e a fermentação da lactose 
verificada no crescimento em ágar Mac Conkey. (LEVY, 2004). 
 
Figura 3 – Reação bioquímica do Rugai modificado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: LEVY, 2004 
 
3.3 Antibiograma 
 
O método antibiograma tem como base o padrão de sensibilidade dos 
microrganismos a uma série de antibióticos. Muitas das vezes, perfis de 
sensibilidade antibiótica diferentes são suficientes para distinguir duas 
linhagens bacterianas, porém, tem pouca utilidade nos casos de 
microrganismos cujo padrão de sensibilidade seja previsível e estável. Seu 
valor é inquestionável na monitoração dos microrganismos resistentes aos 
 
35 
 
 
diversos antimicrobianos, como os estafilococos resistentes a meticilina, ou as 
enterobactérias resistentes à gentamicina. (GILLESPIE, 2006). 
 Em linhas gerais, o antibiograma fornecerá os antimicrobianos 
potencialmente úteis a serem prescritos. 
 
 
36 
 
 
4 TRATAMENTO DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO 
 
O diagnóstico clínico da ITU tem por base análises à urina, que uma vez 
positivas devem ser realizadas frequentemente ao longo da gravidez. Já o 
tratamento é realizado de acordo com a gravidade da situação, iniciando-se 
normalmente a antibioticoterapia de urgência. (DUARTE, 2002). 
A única indicação absoluta de tratamento de bacteriúria assintomática 
é a gravidez, conforme mostrado no algoritmo de bacteriúria 
assintomática, devido ao risco da bacteriúria predispor à pielonefrite e 
necrose papilar. Tratamento de ITU na gravidez por dose única não é 
recomendado. O tratamento deve ser por no mínimo 7 dias. Os 
antimicrobianos que podem ser utilizados com segurança na gravidez 
são Cefalexina, Ampicilina, Amoxacilina e Nitrofurantoína 
(Macrodantina). Com a ciprofloxacina, os riscos não podem ser 
descartados, não devendo ser portanto recomendada. Em casos de 
pielonefrite, o tratamento é preferencialmente por via parenteral em 
nível hospitalar. (HEILBERG; SCHOR, 2003, p. 114). 
Após o diagnóstico clínico da infecção urinária aguda e confirmação com 
exame de urina, na maioria dos casos a instituição do tratamento demanda 
urgência, sem tempo para a obtenção do resultado da urocultura e 
antibiograma. Este fato torna imprescindível a avaliação periódica do perfil 
microbiológico e da sensibilidade dos agentes etiológicos mais prevalentes aos 
antimicrobianos, em face do crescente aumento de germes resistentes aos 
poucos antibióticos de uso seguro durante o período gestacional. (REZENDE, 
2005). 
De acordo com Marinelli e outros (2002) citado por Figueiró-Filho e 
outros (2009). O uso de antibióticos durante a gravidez é bastante restrito, 
medicamentos usados diariamente com segurança na prática clínica diária não 
devem ser usados nas gestantes, a exemplo do cloranfenicol e sulfonamidas, 
além de tetraciclinas, quinolonas e sulfas no primeiro trimestre. 
Antibióticos como a penicilina, cefalosporina, nitrofurantoina tem sido 
usados no tratamento de infecção urinária, sem efeito adverso para o feto. 
Entre elas, fluoroquinelones, cloranfenicol, eritromicina e tetraciclina. 
(MACEJKO; SCHAEFER apud TURIANI, 2009). 
Sobre a segurança dos antimicrobianos durante a gravidez, Duarte e 
outros (2008) notam grande dificuldade de se encontrarem estudos controlados 
na literatura, sendo que de forma geral, as informações disponíveis são 
37 
 
 
escassas, oriundas de casuísticas limitadas ou com limitações metodológicas 
impostas pelas próprias dificuldades de se efetivarem estudos desta natureza 
em gestantes. 
 
38 
 
 
5 METODOLOGIA 
 
5.1 Tipo de estudo 
 
Trata-se de um estudo descritivo, amostral, com abordagem 
quantitativa/qualitativa. 
Para Marconi e Lakatos (2011), as investigações epidemiológicas, de 
cunho descritivo, têm a finalidade de informar sobre a distribuição de um 
evento, na população, em termos quantitativos. 
O caráter amostral permite a delimitação do estudo a uma população 
específica, permitindo o conhecimento detalhado de suas variáveis. Quanto à 
abordagem, a combinação dos métodos quantitativo e qualitativo produz a 
triangulação metodológica, que, numa relação entre contrários 
complementares, busca a aproximação do positivismo e do compreensivismo. 
Assim, a triangulação é uma tática de pesquisa que contribui para alargar o 
conhecimento sobre determinado tema, alcançar os objetivos traçados, 
observar e compreender a realidade estudada. (MARCONI; LAKATOS, 2011). 
 
5.2 Caracterização da área de estudo 
 
5.2.1 Local do estudo 
 
O trabalho foi realizado na cidade de Paracatu, durante os meses de 
abril a junho de 2012. A cidade de Paracatu localiza-se no noroeste do estado 
de Minas Gerais. O município de Paracatu possuiuma área de 8.230 km2 com 
84.678 habitantes de acordo com o censo demográfico do IBGE de 2010, 
sendo a maioria da zona urbana. A cidade dista 490 km da capital de Minas 
Gerais, Belo Horizonte. (IBGE, 2011). 
Foi enviado um ofício ao secretário de saúde municipal (Apêndice A) ao 
Secretário de Saúde e também o Termo de Consetimento Pós-informação 
(Apêndice B) à enfermeira responsável pelo Centro de Saúde da Mulher e da 
Criança, 
Paracatu possui um hospital municipal e um laboratório municipal que 
atende todo o município de Paracatu. Possui um hospital particular (Hospital 
39 
 
 
São Lucas) com policlínicas particulares, possui doze Estratégia de Saúde da 
Família (ESF), e seis laboratórios particulares, um Centro de Atenção 
Psicossocial (CAPS). 
 
5.2.2 Centro de Saúde da Mulher e da Criança 
 
O Centro de Saúde da Mulher e da Criança encontra-se situado à Rua 
Joaquim Murtinho, n° 605, bairro Centro, na cidade de Paracatu-MG. São 
realizados atendimentos em pediatria, ginecologia, clinico geral, diagnostico por 
imagem, endocrinologia. O quadro de funcionários consiste em dezoito 
médicos, dois enfermeiras(os), dois técnicos em raio X, e sete técnicos em 
enfermagem. 
 
5.3 Público alvo 
 
O público-alvo deste estudo foi constituído de 15 gestantes que se 
encontravam no primeiro trimestre de gestação e já realizando o pré-natal no 
Centro de Saúde da Mulher e da Criança. 
 
5.4 Critérios de inclusão e exclusão 
 
 Para constituição da amostra, foram observados os critérios de inclusão 
das gestantes: 
 Pacientes gestantes cadastradas no Centro de Saúde da Mulher e da 
Criança, 
 Pacientes que já estavam realizando o pré-natal no Centro de Saúde da 
Mulher e da Criança, 
 Pacientes gestantes no primeiro trimestre de gestação. 
 
Já os de exclusão seguiu-se os critérios: 
 Pacientes que se encontravam após o primeiro trimestre de gestação, 
 Pacientes gestantes que já tinham confirmado a infecção do trato 
urinário, 
 Gestantes que se encontravam em antibioticoterapia. 
40 
 
 
5.5 Aspectos éticos 
 
Todas as etapas do estudo serão fundamentadas na Resolução 196/96 
do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta as pesquisas envolvendo 
seres humanos, incorporando, sobre a óptica dos indivíduos e da coletividade, 
os quatro referenciais básicos da bioética: a autonomia, a não maleficência, a 
beneficência e a justiça, visando também, assegurar os deveres e direitos que 
dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao estado. 
(BRASIL, 1996). 
 A autorização para a coleta de dados foi concedida pelas gestantes de 
acordo com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE C) 
com linguagem acessível contendo todas as informações necessárias para a 
realização das entrevistas. 
 
5.6 Desenvolvimento do estudo 
 
No mês de abril de 2012 foi realizado um levantamento de dados no 
Centro de Saúde da Mulher e da Criança para selecionar as gestantes a serem 
estudadas. Após esse levantamento, redigiu-se um questionário (Apêndice D) 
que foi entregue pessoalmente no Centro de Saúde da Mulher e da Criança, 
juntamente com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o qual após 
ser informadas sobre a natureza e objetivos do estudo, as gestantes o 
assinaram. 
No mês de maio de 2012, houve um encontro com essas gestantes no 
Centro de Saúde da Mulher e da Criança, sendo ministrada uma palestra sobre 
infecção urinaria na gravidez, onde foram abordados assuntos como as causas 
mais comuns dessas infecções, prejuízos que essas infecções podem causar 
ao feto, como se realizar a assepsia adequada na região genital, e de como 
deve ser dada a coleta adequada de urina para o exame tanto na hora da 
assepsia e coleta, quanto no transporte a armazenamento da amostra, além de 
esclarecer dúvidas das mesmas. Ao término do encontro, coletores estéreis 
foram entregues às gestantes. 
41 
 
 
Essas gestantes foram divididas em 3 grupos, sendo que entregaram as 
amostras em dias diferentes para que não houvesse erros na execução do 
exame. 
Posteriormente foram recolhidas as amostras, e estas levadas ao 
laboratório Bioclínica onde foram processadas. 
 
5.6.1 Análise das amostras urinárias 
 
Primeiramente foi realizada a semeadura da amostra em placa de 
cultura em meio Ágar sangue e Cled. Em seguida procedeu-se o exame físico, 
químico e a sedimentoscopia da urina. Durante o período de 24 horas houve o 
crescimento de colônias, não sendo necessário estender o tempo de incubação 
pelo período de 48 a 72 horas, portanto, não foi realizado as 3 leituras no 
intervalo de 24 horas cada uma, para a confirmação da amostra ser positiva 
para ITU. 
É considerado uma ITU, as placas que apresentaram contagem 
bacteriana superior a 100.000 (105) unidades formadoras de colônia (UFC). 
Não houve contaminação do meio de cultura, este não apresentou contagem 
bacteriana significativa, estando inferior a 105 UFC, sendo estes meios 
contaminados, excluídos do estudo. 
Nos casos de crescimento de colônias, essas foram quantificadas, além 
de identificar o microrganismo causador da infecção, através da realização da 
técnica de Gram, e das provas bioquímicas de acordo com a colônia formada, 
como as provas de catalase e coagulase (como nos casos de gram-positivas). 
A bactéria encontrada foi gram negativa, utilizando das provas bioquímicas do 
meio Rugai Modificado (Meio IAL). Após a identificação do agente patogênico, 
foi feito o antibiograma da amostra positiva. 
Após a obtenção dos dados, foram feitos os laudos e entregues às 
pacientes, sendo orientadas a procurar o médico responsável por acompanhar 
a gestação. 
 
 
42 
 
 
5.7 Compilações de resultados 
 
Os dados obtidos pela idealização desta pesquisa foram compilados 
empregando programa eletrônico de planilhas, o Excel 2007 e elaborados 
gráficos para demonstração dos resultados obtidos. 
 
 
43 
 
 
6 RESULTADOS 
 
 A população de estudo foi composta de gestantes cadastradas no 
Centro de Saúde da Mulher e da Criança, localizado no município de Paracatu 
– Minas Gerais. No Centro de Saúde da Mulher e da Criança, foram 
entrevistadas 40 pacientes gestantes. De acordo com os critérios e exclusão, 
foram excluídas 7 gestantes que já haviam ultrapassado o primeiro trimestre da 
gravidez, 4 gestantes já apresentam ITU e já se encontravam em 
antibioticoterapia, conforme dados do Centro de Saúde da Mulher e da Criança 
e 11 gestantes se recusaram a participar do estudo. Então, a população do 
estudo foram 15 gestantes. 
 
6.1 Perfil sócio-econômico das gestantes entrevistadas atendidas no 
Centro de Saúde da Mulher e da Criança 
 
Gráfico 1 - Faixa etária das gestantes atendidas no Centro de Saúde da 
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, abril/junho de 2012 
 
Fonte: Dados da pesquisa 
 
Conforme gráfico 1, a faixa etária predominante neste estudo foi a de 21 
a 25 anos, com 6 gestantes, correspondendo a 40% da amostra. Sendo que a 
faixa etária pesquisada foi de 16 a 36 anos. 
 
3; 20%
6; 40%
2; 13%
4; 27%
16 a 20 anos
21 a 25 anos
26 a 30 anos
31 a 36 anos
44 
 
 
Gráfico 2- Estado civil das gestantes atendidas no Centro de Saúde da 
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, abril/junho de 2012 
 
Fonte: Dados da pesquisa 
 
 De acordo com o gráfico 2, sobre o estado civil das entrevistadas, 7 
(47%) solteiras, 3 (20%) possuem relacionamento fixo e 5 (33%) são casadas. 
 
Gráfico 3 - Escolaridade das gestantes atendidas no Centro de Saúde da 
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG,abril/junho de 2012 
 
Fonte: Dados da pesquisa 
 
 Conforme o gráfico 3, 5 entrevistadas (34%) possuem apenas Ensino 
Fundamental, 8 (53%) a maioria possuem ensino médio, e 2 (13%) possuem 
curso nível médio profissionalizante. 
 
7; 47%
3; 20%
5; 33%
Solteira
Relacionamento fixo
Casada
5; 34%
8; 53%
2; 13%
Ens. Fundamental
Ens. Médio
Ens. Técnico
45 
 
 
Gráfico 4 - Gestantes entrevistadas atendidas no Centro de Saúde da 
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, quanto à renda familiar, 
abril/junho de 2012 
 
Fonte: Dados da pesquisa 
 
 Quanto à renda familiar, o gráfico 4 demonstra que 2 (13%) relataram 
sobreviver apenas com 1 salário mínimo, 6 (40%) possuem renda de 1 a 2 
salários mínimos e a maioria, 7 (47%) somam renda familiar de 2 a 3 salários m 
mínimos. 
 
6.2 Histórico familiar de infecção recorrente e medicamentos 
 
Gráfico 5 - Gestantes entrevistadas atendidas no Centro de Saúde da 
Mulher e da Criança (n=15), em Paracatu-MG, questionados sobre ter 
infecção recorrente, abril/junho de 2012 
 
Fonte: Dados da pesquisa 
 
Conforme gráfico 5, das gestantes entrevistadas 9 (60%) afirmaram ter 
ocorrido infecção recorrente de urina, no período anterior à gestação. 
2; 13%
6; 40%
7; 47%
1 salário mínimo
De 1 a 2 salários mínimos
De 2 a 3 salários mínimos
9; 60%
6; 40%
Sim
Não
46 
 
 
De acordo com informação das entrevistadas, todas elas 9 (100%) 
fizeram uso de antibioticoterapia para combater a infecção anterior à gestação. 
 
6.3 Quanto à urinálise e urocultura 
 
Gráfico 6 - Resultado dos exames de urina realizados com gestantes 
entrevistadas atendidas no Centro de Saúde da Mulher e da Criança 
(n=15), em Paracatu-MG, abril/junho de 2012 
 
Fonte: Dados da pesquisa 
 
Das 15 amostras analisadas, 2 apresentaram-se positivas (gráfico 6), 
mediante realização de urina rotina e urocultura/antibiograma, representando 
13% dos casos. 
Ao realizar a semeadura, houve o crescimento da bactéria denominada 
Escherichia coli, que foi encontrada em 2 amostras, correspondendo a 100% 
do total de microrganismos identificados. 
Os demais resultados dos exames físico, químico e sedimentoscopia na 
urina rotina não apresentam qualquer alteração significativa. Já a urocultura 
com antibiograma relatou resistência ao antibiótico “Nitrofurantoina” e 
“Gentamicina”, e sensibilidade para “Imipenem”, “Ciprofloxacino”, 
“Norfloxacino”; “Sulfazotrim”; “Amoxilina + Ácido-clavulânico” e Ácido 
Pipemídico. 
 
2; 13%
13; 87%
Sim
Não
47 
 
 
7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
Neste estudo com mulheres gestantes até o terceiro mês de gestação 
atendidas pelo Centro de Saúde da Mulher e da Criança, em Paracatu-MG, de 
acordo com o gráfico 1 prevaleceu a faixa etária de 21 a 25 anos com 6 
gestantes (40%) da amostra), sendo que 3 (20%) se encontram na faixa etária 
entre 16 a 20 anos. Também no trabalho de Duarte e outros (2002) a média de 
idade das pacientes estudadas foi de 21,8 anos. 
O gráfico 2, mostra que 7 gestantes (47%) são solteiras e 8 (53%) 
possuem relacionamento fixo ou são casadas. 
Já no trabalho de Coimbra e outros (2007) citados por Silveira e outros 
(2008) quanto ao estado civil, mulheres que não vivem com 
marido/companheiro realizaram o exame de urina com menor freqüência 
durante a gestação. Mulheres sem parceiro fixo costumam ter piores 
indicadores de assistência pré-natal, o que pode ser explicado pela sua 
situação socioeconômica, por muitas vezes não contar com a contribuição 
financeira do companheiro. (COIMBRA et al., 2007 apud SILVEIRA et al., 
2008). 
Conforme o gráfico 3, 5 entrevistadas (34%) possuem apenas Ensino 
Fundamental, e 10 (66%) possuem ensino médio ou ensino profissionalizante, 
também a nível médio. No estudo realizado por Darzé, Barroso e Lordelo 
(2011) foram incluídas 260 gestantes, atendidas em ambulatório de pré-natal 
de baixo risco do Ambulatório Docente da Escola Bahiana de Medicina e 
Saúde Pública, no período envolvendo o ano 2008 e 2009, mostrou que 91,2% 
das mulheres entrevistadas possuíam o ensino médio, sendo que 33,1% 
tinham estudado apenas até o ensino fundamental. 
Quanto à renda familiar, mostrou que 8 (53%) das entrevistadas 
convivem com a renda de até 2 salários mínimos e 7 (47%) com renda de 2 a 3 
salários mínimos. O trabalho de Silveira e outros (2008) realizado em 
Pelotas/RS sugere que a pouca renda familiar, pode se dever tanto a questões 
de menor acesso e pior qualidade da atenção, assim como a pouca informação 
da mulher sobre o adequado cuidado pré-natal. Com a crescente consolidação 
do Programa de Saúde da Família no município, gestantes neste grupo de 
48 
 
 
risco devem ser rastreadas de modo efetivo e orientadas pelos agentes de 
saúde e responsáveis pelo atendimento pré-natal. 
Conforme gráfico 5, das gestantes entrevistadas 9 (60%) afirmaram ter 
ocorrido infecção recorrente de urina, no período anterior à gestação. Spíndola 
(2006) afirma que as infecções do trato urinário são muito comuns, afetando 
mais de 10% da população humana, com freqüência repetida. 
De acordo com informação das entrevistadas, todas elas 9 (100%) 
fizeram uso de antibioticoterapia para combater a infecção anterior à gestação. 
A prescrição de antibióticos é fundamental para o combate às infecções 
urinárias e não deve ser descartada. No entanto, o uso prolongado, explica, 
pode levar ao surgimento de focos de resistência e gerar sérios riscos à saúde 
do paciente. (BR PRESS, 2011). 
A ITU é responsável pela maioria das consultas urológicas; afeta cerca 
de 20 a 30% das mulheres e é a causa de cerca de 40% das infecções 
contraídas durante uma internação hospitalar. (BARROS; GLINA, GOLCMAN; 
GLINA, 2008). 
No gráfico 6, quanto ao resultado das amostras do exame de urina, das 
15 amostras analisadas, 2 apresentaram-se positivas, mediante realização de 
urina rotina e urocultura/antibiograma, representando 13% dos casos. 
Percentual que corrobora com o estudo Darzé, Barroso e Lordelo (2011), onde 
de 260 uroculturas realizadas, 32 (12,3%) foram positivas. 
Duarte e outros (2008) consideram a urocultura como padrão-ouro para 
o diagnóstico laboratorial das ITU, por ser o método mais preciso para 
quantificar bactérias na urina, com elevada sensibilidade. Tendo como 
inconvenientes o preço, o tempo gasto para se obter o número de colônias 
bacterianas e antibiograma e a necessidade de profissionais e laboratórios 
habilitados para sua realização. 
Ao realizar a semeadura, houve o crescimento da bactéria denominada 
Escherichia coli, que foi encontrada em 2 amostras, correspondendo a 100% 
do total de microrganismos identificados. No trabalho de Darzé, Barroso e 
Lordelo (2011), houve a prevalência deste mesmo microrganismo – a bactéria 
E. coli, presente em 59,4% das culturas positivas. 
No estudo de Jacociunas e Picoli (2007), de 100 grávidas no primeiro 
trimestre de gestação e que não apresentavam qualquer sintoma de infecção 
49 
 
 
urinária, 16 apresentaram-se positivas mediante realização de urocultura, 
representando 16% dos casos. Dentre as bactérias isoladas nas culturas 
positivas de urina, a predominância foi de Escherichia coli, que foi encontrada 
em 12 amostras, correspondendo a 76% do total de microrganismos 
identificados. 
Infecções urinárias podem ser identificadas no exame do sedimento 
urinário, pela microscopia direta, pela coloração através do método de Gram, e 
pela urocultura, sendo esta a melhor forma de diagnóstico que não só permite 
a quantificação dos germes existentes na urina, como define o agente 
etiológico

Outros materiais