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Prof. Antônio Pequeno www.focusconcursos.com.br 1 Direito Penal Aplicação da lei penal NOÇÕES DE DIREITO PENAL Da Aplicação da Lei Penal Princípio da Legalidade e seus dois desdobramentos: princípio da reserva legal e da anterioridade Art.5º, II, CRFB/88 – “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL (Art.5º, INC.XXXIX, CF/88) PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Art.5º, XXXIX, CRFB/88 - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Art. 1º do Código Penal - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Princípio da reserva legal ou da estrita legalidade: O art.5º, inc.XXXIX, da Constituição Federal e o art. 1º supracitado tratam do princípio da reserva legal ou estrita legalidade. Preceitua, basicamente, a exclusividade da lei para a criação de delitos (e contravenções penais) e cominação de penas, possuindo indiscutível dimensão democrática, pois representa a aceitação pelo povo, representado pelo Congresso Nacional, da opção legislativa no âmbito criminal. De fato, não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (nullum crimen nulla poena sine lege). É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a direito penal (Constituição Federal, art.62, inc.I, alínea B). *** Medida Provisória pode tratar sobre Direito Penal Incriminador? E quanto ao Direito Penal não incriminador ou uma norma permissiva? Em hipótese alguma uma medida provisória poderá tratar sobre direito penal incriminador, conforme o artigo 62, §1ª, I, b, da C.F/88. Prof. Antônio Pequeno www.focusconcursos.com.br 2 Direito Penal Aplicação da lei penal Art. 62. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) I relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) Respondendo a segunda indagação, a medida provisória poderá tratar de Direito Penal não incriminador ou uma norma permissiva. Abaixo temos exemplos de medida provisória tratando de Direito Penal não incriminador: Medidas provisórias: Nº 253 (2005), 379, 390, 394 (2007) e 417 (2008) (LEI 10826/2003) Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo) LEI (10826/2003) Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa- fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) O STF também entende que a medida provisória pode tratar sobre Direito Penal não incriminador, conforme o julgado abaixo: (STF – Segunda Turma – HC 88594 – Rela Min. Eros Graus – DJ 02/06/2008) *** Lei delegada pode tratar sobre Direito Penal??? R.: A lei delegada não pode tratar sobre Direito Penal, conforme o artigo 68, §1º, C.F/88. Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: Prof. Antônio Pequeno www.focusconcursos.com.br 3 Direito Penal Aplicação da lei penal PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL Decorre também do art.5º, inc.XXXIX, da Constituição Federal, e do artigo 1º do Código Penal, quando estabelecem que o crime e a pena devem estar definidos em lei prévia ao fato cuja punição se pretende. A lei penal produz efeitos a partir de sua entrada em vigor. Não pode retroagir, salvo para beneficiar o réu. É proibida a aplicação da lei penal inclusive aos fatos praticados durante seu período de vacatio. Embora já publicada e vigente, a lei ainda, não estará em vigor e não alcançará as condutas praticadas em tal período. Vacatio legis Exemplo de aplicação do princípio da anterioridade foi o caso da cola eletrônica. Antes do advento da lei 12550/2011 quem fraudava concurso público, avaliação ou exames públicos, processo seletivo para ingresso de ensino superior ou exame ou processo previsto em lei, segundo o STF a conduta do agente era considerada atípica. Hoje, temos a tipificação dessa conduta prevista no artigo 311-A do Código Penal: Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) ENTRADA EM VIGOR PUBLICAÇÃO DA LEI
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