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UNIDADE III - TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo Macapá-AP, MAIO DE 2015 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo - Conceitos. - Classificação dos direitos subjetivos. - Posições jurídicas ativas: - Posições jurídicas passivas: - Relação entre direito subjetivo e direito adquirido. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo Conceitos: Compreendida a relação jurídica como o vínculo entre duas ou mais pessoas, conferindo-se a uma ou algumas delas (sujeito ativo) o direito subjetivo de exigir da(s) outra(s) (sujeito passivo) o cumprimento de um dever, tem-se agora a análise de alguns conceitos fundamentais. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo Direito Objetivo: O Direito Objetivo basicamente é considerado como uma norma de agir (norma agendi) que visa ordenar as relações sociais por meio de disposições normativas escritas (jus scriptum) e consuetudinárias (decorrente dos costumes). TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo Direito Subjetivo (direito-faculdade, direito-poder, direito-prerrogativa) Quando se fala: o credor tem o “direito” de receber o pagamento; o consumidor tem o “direito” de exigir o cumprimento da oferta anunciada; o empregado tem “direito” de exigir o salário; o cidadão tem o “direito” de ir e vir está-se falando do direito subjetivo. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo Direito Potestativo (discricionário ou poder formativo): O direito potestativo representa uma situação subjetiva em que o titular do direito subjetivo pode unilateralmente constituir, modificar ou extinguir uma situação subjetiva interferindo diretamente na esfera jurídica de outro sujeito que a esse poder formativo não poderá se opor. EXEMPLO É o caso da aceitação da herança; do divórcio; do direito do sócio de retirar-se da sociedade por ações; da renúncia no contrato de mandato; na comunhão forçada de muro etc. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo Dessa forma, nota-se que o direito potestativo corresponde a um exercício de um direito por seu titular que, ao exercê-lo, produz efeitos não somente na sua esfera jurídica, mas também na esfera jurídica de outrem. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo Outra importante diferença pode ser apontada com relação à prescrição e à decadência. Diz-se que os direitos subjetivos subordinam-se aos prazos prescricionais e, por isso, a prescrição também se relaciona com as obrigações, os deveres jurídicos e com a responsabilidade, pois estão intimamente conectados a ações condenatórias. Prescrição: prescrição é a perda da ação atribuída a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em consequência do não uso delas, durante um determinado espaço de tempo. (Clóvis Beviláqua) TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo Já a decadência, via de regra, relaciona-se diretamente com os direitos potestativos e, portanto, com o estado de sujeição; uma vez que geram ações constitutivas (positivas e negativas). ATENÇÃO: No entanto, vale notar que haverá alguns direitos potestativos considerados imprescritíveis como, por exemplo, as nulidades absolutas dos negócios jurídicos e do casamento. Decadência: Francisco Amaral define decadência (ou caducidade) como a perda do direito potestativo pela inércia de seu titular no período determinado em lei. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo 12 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo 13 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo 14 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo 15 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo 16 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo A transferência de direitos derivados de um titular para outro pode não ser completa, daí dividindo-se em: TRANSLATIVA: Transferência total dos direitos de um titular para outro. Há a aquisição por parte de o novo titular e extinção por parte do antigo. Ex. compra e venda a vista. CONSTITUTIVA: É aquela em que o titular anterior ainda mantém consigo alguma parcela do direito sobre o bem objeto da transferência. Ex. Doação com cláusula de usufruto (art. 1.390, do CC), alienação fiduciária em garantia (Decreto-Lei n. 911/69). 17 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo A aquisição pode ser ainda: GRATUITA: Se não houver qualquer contraprestação. Ex.: sucessão hereditária, doação etc. ONEROSA: Quando o patrimônio do adquirente enriquece em razão de uma contraprestação. Ex.: compra e venda. 18 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo QUANTO AO CONTEÚDO: DIREITOS SUBJETIVOS PÚBLICOS: Quando o sujeito ativo ou passivo da relação jurídica (direta ou indiretamente) é pessoa jurídica de Direito Público, diz-se que esses direitos subjetivos são públicos. São eles: direito de liberdade, de ação, de petição e direitos políticos; direito de cobrar impostos; de estabelecer penas; de desapropriar etc. DIREITOS SUBJETIVOS PRIVADOS: Quando o sujeito ativo ou passivo da relação jurídica é pessoa natural ou pessoa jurídica de Direito Privado, diz-se que esses direitos são privados, aplicando-lhes as normas de Direito Privado (propriedade, marca, patente, direito autoral etc.). 19 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo A modificação de um direito subjetivo pode ocorrer subjetiva ou objetivamente: 20 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo A extinção de um direito subjetivo pode ocorrer por: 21 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo POSIÇÕES JURÍDICAS PASSIVAS 22 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo DEVER JURÍDICO, SUJEIÇÃO, OBRIGAÇÃO, ÔNUS. DEVER JURÍDICO - é um ônus ou encargo imposto a quem faz parte de uma relação jurídica na qualidade de sujeito passivo. É o dever de cumprir certa conduta determinada pelo exercício (limitado) de um direito subjetivo (seja ele de natureza pessoal ou real); é, portanto, a conduta exigível do sujeito passivo fundada em normas vigentes. Ex: o comprador de um bem tem o dever de pagar o preço acertado; o locador o dever de pagar o aluguel; os cônjuges o dever de fidelidade recíproca. 23 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo O dever jurídico pode se apresentar sob as mais diversas espécies: Dever jurídico contratual e extracontratual (ou aquiliano). O dever jurídico contratual tem por fonte um contrato; o extracontratual tem por fonte a lei (por isso também denominado dever legal). Dever jurídico positivo e negativo. O dever positivo impõe ao sujeito passivo da relação jurídica uma ação (dar e fazer) e o negativo uma abstenção ou omissão (não fazer). Dever jurídico permanente e transitório (ou instantâneo). É permanente o dever jurídico cuja obrigação não se esgota com o cumprimento da prestação (ex.: deveres jurídicos penais). O dever jurídico transitório é aquele que se extingue após o cumprimento da prestação (ex. pagamento de uma dívida). 24 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo SUJEIÇÃO - é a posição jurídica de uma pessoa em face do direito potestativo de outra. Ou seja, quando o titular deum direito potestativo passa a exercê-lo, ao sujeito passivo resta suportar as consequências jurídicas do exercício regular desse direito. Ex: as causas de impedimento (art. 1.521, CC), nulidades e anulabilidades do casamento (arts. 1.548 e 1.550. CC); quem realiza um contrato de locação por prazo indeterminado, se sujeita a sair do imóvel locado quando o prazo for denunciado pelo outro contratante, exigência de outorga do outro cônjuge para a prática de certos atos (art. 1.647, CC). 25 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo ÔNUS (OBRIGAÇÃO POTESTATIVA). Deve discricionalmente o sujeito passivo comportar-se de determinada maneira para realizar interesse próprio e não de interesse de outrem.O ônus deve ser compreendido como uma situação instrumental para alcançar um resultado útil do interesse do titular (sujeito passivo).São exemplos de ônus: registrar o contrato ou o pacto antenupcial no Registro de Títulos e Documentos; realizar um inventário. 26 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo RELAÇÃO ENTRE DIREITO SUBJETIVO E DIREITO ADQUIRIDO Direito adquirido é o direito (material ou imaterial) que integra o patrimônio jurídico de uma pessoa (art. 6o., §2o., LINDB), ou seja, a aquisição de um direito decorre da vinculação de seu titular a um direito por um fato determinado em lei já realizado. Vale lembrar que direito adquirido não pode ser confundido com expectativa de direito. O direito adquirido configura uma situação jurídica já resguardada pelo ordenamento porque já ingressou no patrimônio de seu titular. Já a expectativa de direito é apenas uma potencialidade (direito em formação, in fieri), ou seja, a aquisição do direito depende do implemento de um evento futuro e incerto (denominado condição). 27 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO Direito Subjetivo, Objetivo e Potestativo Diversas são as teorias que visam explicar os direitos adquiridos em face da (ir)retroatividade das leis, entre elas, destacam-se: Teoria de Savigny - irretroatividade relativa e absoluta. Teoria de Lassalle e Gabba - limita a irretroatividade das leis aos direitos adquiridos.(atual) Teoria de J. Bonnecase - está presente no art. 6º., LINDB e art. 2.035, CC. Teoria de Paul Roubier - teoria do efeito imediato da nova lei - defende a teoria a aplicação da lei anterior aos atos, fatos e situações já ocorridos concretamente e os efeitos da nova lei aos atos, fatos e situações futuras. 28 Há 45 anos, nossa vida é transformar a sua. Obrigado.
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