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DAS FUNDAÇÕES, ASSOCIAÇÕES E DOS BENS CIVIL I

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DAS FUNDAÇÕES E ASSOCIAÇÕES 
Conceito: Trata-se de espécies de pessoas jurídicas.
Qual a diferença entre Associações e Sociedades?
Associações são pessoas jurídicas formadas pela coletividade de pessoas sem finalidade lucrativa, ou seja, é uma universalidade pessoas unidas para desenvolver qualquer atividade lícita sem fins lucrativos.
Cuidado: A Associação pode obter lucro, mas este lucro deve ser o meio e nunca o fim.
As associações podem ter finalidade educacional, assistencial, recreativa, esportivas. Ex. escola de samba, associações filantrópicas, associações para ajudar pessoas carentes, centros acadêmicos, clubes, etc.
A estrutura das Associações e das Sociedades é idêntica, mas difere na sua finalidade, pois SOCIEDADE sempre tem finalidade lucrativa. ASSOCIAÇÃO nunca tem finalidade lucrativa.
Qual é a diferença entre Associação e Fundação?
A diferença está na estrutura e NÃO na finalidade, porque tanto as Associações quanto as Fundações não podem ter intuito lucrativo. As Fundações são formadas pela coletividade de bens.
Na analise da estrutura das Associações podem ser observados três órgãos:
1)  Os Associados
2) A diretoria
3) A Assembléia Geral
1) Os associados correspondem às pessoas que irão compor a estrutura e da fundação da Associação.
 Cuidado: Não existe obrigações recíprocas entre os associados. E esta é mais uma distinção entre as Sociedades e as Associações.
Os direitos entre os associados devem ser idênticos, pois o CC estabelece que os Associados devem ter os mesmos direitos.
Mas cuidado, pois nada impede que os Estatutos estabeleçam distinções entre categorias, entre espécies de associações, ou seja, pode haver diferença no tratamento de seus associados.
2) Compete à diretoria a administração de Associação, cumprir e fazer cumprir o Estatuto da Associação. Caso haja descumprimento pode a direitoria impor multa de acordo com o que o estatuto estabelecer.
3) A Assembléia Geral é o único órgão máximo dentro da Associação, pois é somente ela que tem competência para determinar a modificação do Estatuto, e também a exclusão de um associado. Assim, qualquer ato praticado que não tenha sido autorizado pela Assembléia será NULO.
Caso a Assembléia pretenda destituir um associado tem que realizar um procedimento administrativo garantindo a este associado o contraditório e a ampla defesa. Caso não seja garantido este direito ao associado este deve ser reintegrado. Vale dizer também que a qualquer momento o associado pode requerer a sua exclusão da associação, pois ninguém pode ser constrangido a ser associar ou permanecer integrado em uma Associação.
A qualidade de associado em regra é intransmissível significando que quando um associado falece os seus herdeiros não irão substituí-los nos quadros da associação, salvo se o estatuto dispor o contrário.
FUNDAÇÕES
Fundações são pessoas jurídicas formadas pela coletividade de bens para exercer uma atividade NÃO lucrativa. As Fundações podem ter qualquer atividade, desde que lícita, e  não lucrativa. Assim, o rol do art.62, parágrafo único do CC é exemplificativo.
Cuidado: para exame de ordem deve se seguir o texto de lei.
A Fundação deve ser constituída ou por testamento ou através de escritura pública.  Se instituído após a morte deve ser por testamento, MAS  este não precisa ser público.  Se em vida institui-se por meio de escritura pública.
Na formação da Fundação há dois requisitos essenciais que precisam ser observados: a) a indicação de sua finalidade, b) dotação dos bens livres que vão compor o patrimônio dessa Associação.
Cuidado: Se faltar qualquer um desses dois requisitos esse ato será considerado NULO, ou seja, a fundação não será constituída. Portanto, cuidado, pois a Administração NÃO é um requisito essencial a constar da escritura pública ou do testamento, podendo ser feita em momento posterior.
PERGUNTAS
1)      Onde deve ser registradas as Associações e as Fundações?
R: Ambas devem ter os seus ESTATUTOS  registrados no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. O Registro do Estatuto é sempre considerado essencial para a constituição dessas pessoas jurídicas, pois é a partir do registro que estas pessoas adquirem sua personalidade jurídica. A natureza jurídica do registro é constitutivo, e, portanto, o registro possui eficácia ex nunc, não convalidando atos pretéritos.
Cuidado: As Sociedades empresariais terão o seu Registro de seu CONTRATO SOCIAL na Junta Comercial do respectivo Estado, se for uma Sociedade simples o registro do seu CONTRATO SOCIAL deve ser feitono Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. 
2)      Pode ser decretada a descaracterização da personalidade jurídica de uma Associação ou Fundação?
R: A descaracterização da personalidade jurídica pode ser aplicada às Associações e Fundações, MAS  em ambos os casos será aplicada somente aos administradores ou associados que estiver se utilizando de desvio de finalidade ou com confusão patrimonial.
3)      Se a Associação vier a ser destituída qual a destinação deve ser dada ao seu patrimônio?
R: Em caso de extinção da Associação é o próprio Estatuto quem irá estabelecer a destinação do seu patrimônio. Assim, uma vez pagas todas as dívidas, o saldo remanescente poderá ser restituído aos associados até o limite dos seus gastos, como também poderão determinar que os bens sejam deslocados a uma outra associação com finalidade semelhante. Se o estatuto nada dispuser o juiz deverá destinar esses bens a uma outra associação.
4)      Quem detém a competência para supervisionar as Fundações?
R: Cabe ao MP fiscalizar todos os atos que envolvem as Fundações. Dessa forma o MP verifica:
Se a finalidade da Associação está de acordo com a letra da lei;
Se realmente tem uma finalidade lícita e sem fins lucrativos;
fiscaliza se os bens são suficientes para garantir a finalidade pretendida;
Analisa e aprova os Estatutos que serão registrados.
Verifica se os administradores estão cumprindo todas as regras
Eventualmente podem pedir a intervenção da fundação,
Podendo até mesmo atuar como administrador ou requerer ao juiz seja determinado um administrador até que seja regularizado a situação,
Pode pedir a dissolução da Fundação.
Cuidado: O MP também pode requerer a dissolução da Associação.
5)      Se os bens destinados a Fundação forem insuficientes para sua Constituição, qual será a atitude que deverá ser tomada?
R: Caso seja verificada a insuficiência de bens para determinada fundação, estes bens serão deslocados para uma Fundação com finalidade semelhante.
Lembretes:
A alteração de estatuto de uma fundação depende de que a reforma seja deliberada, por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação, mas se a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias;
No que toca as funções privadas, diz o art. 62 que a fundação poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência; mas tanto a doutrina quanto a jurisprudência, diz que o rol do art.62 é exemplificativo, e, portanto, pode ser constituída Fundação com qualquer tipo de atividade, desde que lícita e sem fins lucrativos. 
 DO DOMICILIO 
Conceito: É o local onde uma pessoa pode ser encontrada para os efeitos jurídicos, para os efeitos da vida civil.
No Direito Civil a importância do domicílio está presente nos direitos das obrigações. Se o contrato nada dispuser onde deve ser cumprida uma obrigação, o CC determina que a obrigação deve ser cumprida no domicílio do devedor. É o que se chama de obrigação quérable ou obrigação quesível.
Nos direitos das sucessões também temos os estudo do domicílio, importando em se saber onde deve ser proposto o inventário judicial. O CC estabelece como regra geral, que deve ser proposto no último domicílio do falecido.
No direito de famíliatambém temos a importância do domicílio. Importa para se saber onde deve ser aberto o procedimento de habilitação. O procedimento de habilitação deve ser sempre no domicílio de um dos nubentes, e, posteriormente ocorrerá a publicação do edital do casamento, chamado de proclamas.
As proclamas deve ser sempre publicado no domicílio de ambos os nubentes, de modo que se alguém tiver noção de algum impedimento ao casamento possa informar ao oficial do cartório do registro civil.
Qual a diferença entre as expressões: “morada”, “residência” e “domicílio”?
Resposta:
morada, moradia ou habitação é o local onde uma pessoa se estabelece sem a intenção de permanecer.
Ex. férias em uma casa de campo; flet ou hotel.
Residência é o local onde uma pessoa se estabelece com a intenção de permanecer.
Domicílio é o local onde a pessoa estabelecer a sua residência de nela permanecer definitivamente. É o que alguns autores chamam de animus manendi.
No CC de 1916 o legislador permitia que a pessoa tivesse apenas um único domicílio. Já no CC/2002 temos o domicílio plural que nada mais é do que a possibilidade de uma pessoa ter mais de um domicílio.
Assim, toda vez que uma pessoa permanecer em mais de um local de forma alternativa e simultânea com ânimo definitivo, ela terá o que chamamos de domicílio plural.
Tanto quando uma pessoa tem apenas UM domicílio, como quando tem MAIS de um domicílio nós temos o que se chama de domicílio natural. Ao lado do domicílio natural, o CC contempla o que se chama de domicílio profissional.
O domicílio profissional nada mais é do que o local onde a pessoa exerce o seu ofício, o seu trabalho, a sua profissão.
De acordo com o CC o domicílio profissional SOMENTE pode ser invocado em razão do trabalho, em razão da profissão ou em razão do ofício que a pessoa tenha. 
O domicílio natural pode ser invocado para todo e qualquer tipo de obrigação: obrigações pessoais, obrigações particulares, como TAMBÉM para obrigações profissionais.
A doutrina divide o domicílio quanto à vontade em:
Domicílio voluntário
Domicílio legal
O domicílio voluntário é sempre determinado pela manifestação de vontade da pessoa, seja a pessoa natural, seja a pessoa jurídica. De acordo com Maria Helena Diniz o domicílio voluntário pode ser geral ou contratual.
O domicílio voluntário geral é onde a pessoa exerce sua residência com ânimo definitivo.
O domicílio voluntário contratual é também conhecido como domicílio de eleição e nada mais é do que um domicílio estabelecido pelas partes para o cumprimento de certas obrigações.
Ao lado do domicílio voluntário temos o domicílio necessário. Também conhecido como conhecido como domicílio legal é a hipótese que afasta o exercício da autonomia privada, dando importância ao determina a lei, ou seja, é o domicílio imposto por lei a determinadas pessoas.
Ex. domicílio dos incapazes.
O domicílio do incapaz é o domicílio do seu representante legal ou assistente;
No caso do menor tutelado (pupilo) o domicílio é o do seu tutor;
o do curatelado será o domicílio do seu curador.
 o domicílio do servidor público é aquele onde ele exercer permanentemente suas funções.
Então, cuidado, pois se o servidor se for deslocado temporariamente o domicílio não será alterado.
Se for cargo em comissão, ou se Não exerce função pública em caráter permanente não terá o domicílio necessário.
O domicílio do militar tem o seu domícilio sempre no local onde ele servir.
Se for da marinha ou da aeronáutica o domicílio dele é a sede do comando a que estiver imediatamente subordinado.
Se trabalhar no navio da marinha mercante, o domicílio será onde o navio estiver matriculado.
O domicílio do preso deve ser sempre aquele onde ele cumpre a sua sentença.
Cuidado: se estiver preso de forma temporária ou preventiva, não há que se falar em domicílio necessário.
Para as pessoas jurídicas o CC estabelece uma regra própria prevista lá no art.75 do CC, vejamos:
Para as pessoas jurídicas de direito público que compõem a administração direta o CC determina que o domicílio é sempre a sede do seu governo, por exemplo:
O domicílio da União é considerado o DF.
O domicílio dos Estados e dos Territórios Federais será sempre o domicílio da respectiva capital.
O domicílio municipal é sempre onde estiver instalada a sede da administração municipal.
O domicílio das pessoas jurídicas de direito privado é sempre o local onde funcionar a sua diretoria, a sua administração. Assim, como as pessoas naturais podem possuir um domicílio plural as pessoas jurídicas de direito privado também podem.
Nas filiais também se estabelece o domicílio dessas pessoas jurídicas, MAS somente pode ser considerado domicílio local das filiais para as obrigações assumidas pela respectivas filiais.
Ex. Se uma Multinacional instalada na cidade de SP, tem aqui a sua sede, e tem filiais em diversas cidades do país, em diversas capitais.Tem uma filial na cidade de Curitiba e outra na cidade de Salvador. Se alguém foi prejudicado pela filial de Salvador é somente no domícilio desta que deve propor a ação.
Importante: O domicílio da Sede serve para todas as obrigações assumidas pela empresa, pela própria matriz ou também pelas filiais, a única restrição seria o domicílio das filiais, ou seja, somente pode ser invocado pelas obrigações assumidas pelas respectivas filiais.
PERGUNTAS
1)      O diplomata possui domicílio legal?
R: O domicílio do diplomata é espécie de domicílio legal ou necessário. O art.77 do CC permite que o diplomata ao ser citado no exterior alegue a extraterritorialidade que nada mais é do que uma forma de proteção (imunidade).
Assim, para que os agentes diplomáticos possam representar seus Estados, existe um consenso de direito internacional público de que eles gozam de uma certa autonomia pelos menos no que diz respeito a jurisdição civil.
 Assim, essa pessoa deve dirigir a sua ação ao país em que o agente diplomático tenha domicílio, do país que ele representa. Nesse caso sendo citado o agente diplomático deve especificar onde ele tem o seu domicílio. Se ele não fizer isso, pode ser processado ou no DF, ou onde ele tenha tido o seu último domicílio.
2)      Uma pessoa pode ter domicílio legal e voluntário?
R: Sim, de acordo com CC há a possibilidade de ser cumulado os dois domicílios. Então se uma pessoa tem o domicílio natural e passa a ter o domicílio legal, ela não perde o domicílio natural, mas a este soma-se o domicílio legal. Ex. Uma pessoa que foi aprovada num concurso público, e passa a exercer função pública de forma permanente terá tanto o domicílio natural como o legal.
3)      Existe diferença entre domicílio de eleição e cláusula de eleição de foro?
R: São conceitos distintos, pois domicílio de eleição nada mais do que uma cláusula contratual onde as partes estipulam o local onde deve ser cumprida uma obrigação. Nesse caso automaticamente a pessoa estará designando o foro competente para uma eventual demanda decorrente daquele contrato.
Mas pode ocorrer que as partes queiram estipular uma cláusula de eleição de foro em contrato, como por exemplo: estabelecer o domicílio apenas de uma delas.
4)      Para que uma pessoa tenha domicílio é necessário que tenha residência?
R: Normalmente o conceito de domicílio parte do conceito de residência, enquanto residência é um conceito fático, domicílio é um conceito jurídico, que se aproveita desse conceito fático.
Mas embora seja assim, pode-se ter a definição de um domicílio sem que a pessoa tenha residência é exatamente o que ocorre com as pessoas que estão em constante deslocamento.
Ex: pessoas que em razão da sua profissão, cada dia, estão num local diferente, tais como representantes comerciais, caixeiros viajantes, ciganos, moradores de rua.
Para estas pessoas o domicílio será o local onde forem encontradas no momento. É o que se chama de domicílio incerto, aparente ou ocasional.
5)      Marítimo é o militar da marinha?
R: São pessoas distintas, pois marítimo nada mais é do que as pessoas que trabalham nos navios da marinha mercante,como por exemplo, as pessoas que trabalham nos navios cargueiros, transportando cargas de um país a outro; é também as pessoas nos navios de cruzeiros.
Para estas pessoas o domicílio será onde estiver matriculado o navio.
Já o militar da marinha o domicilio é sempre a sede do comando a que estiver subordinado.
Cuidado: se o militar da marinha estiver aposentado perde o seu domicílio legal. Somente militar na ativa é que tem domicílio legal ou necessário.
Lembretes:
A mera troca de endereço não caracteriza, por si só, mudança de domicílio, porque pessoa pode mudar de endereço provisoriamente.
Admite-se que uma pessoa possa ter domicílio sem possuir residência determinada, ou que esta seja de difícil identificação
Caso um indivíduo possua diversas residências onde viva alternadamente, qualquer delas pode ser considerada o seu domicílio.
O domicílio é composto por elemento objetivo e subjetivo. O elemento objetivo é a residência é o local onde a pessoa está habitando com animus definitivo. O elemento subjetivo é a intenção de nela se manter com animus definitivo.
O domicílio é um dos atributos da personalidade. É a localização da pessoa no especo. O lugar onde ela estabelece sua residência com ânimo definitivo (art.70 do CC). Tendo diversas residências, onde alternadamente viva, o seu domicílio será considerado o lugar de qualquer uma delas (art.71, do CC). Não tendo residência, o domicílio da pessoa natural será o do local em que for encontrada (art.73 do CC).
Quando fixado pela lei, o domicílio é um fato jurídico. Quando não fixado por lei, é um ato jurídico em senso estrito, por expressar uma manifestação voluntária do sujeito, relativamente ao local onde estabelece sua residência com caráter definitivo.
 DOS BENS
Objeto do Direito, Conceito de bens e de coisas
O conceito de bens e de coisas sempre geraram na doutrina uma certa divergência, porque o Código de 1916 utilizava tanto a expressão coisas quanto a expressão bens. Já o Código de 2002 em um sentido de simplicidade, de facilitação, utiliza tão somente a expressão BENS. Na conceituação de Caio Mário, BEM é tudo aquilo que nos agrada (gênero), enquanto que COISA é um bem corpóreo tangível (espécie). Não é essa a opinião do professor Sílvio Rodrigues, pois este diz que COISA é tudo aquilo que não é humano, como por exemplo, um automóvel, um imóvel.  Já o BEM seria uma coisa, com interesse econômico e/ou jurídico. Em suma, COISA é gênero (conceito maior); BEM é espécie (conceito menor).  
Classificação dos bens
Os bens classificam-se em:
Bens corpóreos e bens incorpóreos. Os bens corpóreos são aqueles bens tangíveis, que podem ser tocados. Ex. automóvel, um animal, uma casa. Já os bens incorpóreos são os bens intangíveis, que não podem ser tocados. São os direitos em gerais, tais como uma hipoteca, um penhor, um direito autoral. Pode-se dizer: bens materiais para os bens corpóreos e bens imateriais para os bens incorpóreos.  
Assim a doutrina diz o seguinte:
A alienação onerosa de bens corpóreos se dá por meio de um contrato de compra e venda. Ex. compra e venda de um imóvel.
Já a alienação onerosa de bens incorpóreos se dá por meio de um contrato de cessão de direitos. Ex. contrato de cessão de direitos autorais.Importante:
Direitos são bens.
Patrimônio é soma de bens corpóreos e incorpóreos de uma pessoa.
Classificação quanto a mobilidade (art.79 a 84, do CC)  
Bens móveis e imóveis
Bens imóveis são aqueles que não podem ser transportados ou removidos, porque o seu transporte ou remoção vai gerar destruição ou desvalorização.
Outro conceito: bens imóveis são aqueles que estão incorporados ao solo por uma questão natural ou artificial.
Bens imóveis por essência ou por natureza, são aqueles que são incorporados por uma força natural. Ex. uma árvore que nasceu por força natural.
Bens imóveis por acessão industrial ou artificial, ou bens imóveis por acessão física industrial ou artificial: que são aqueles bens incorporados por uma força humana concreta e efetiva. Ex. construções e plantações em sentido genérico.   Na construção e na plantação nós temos uma incorporação feita pelo dono por atuação corpórea efetiva.
Então recapitulando: temos:
 Bens imóveis por natureza,
 Bens imóveis por acessão física industrial. 
A pertença é um bem incorporado com intuito de facilitação, de utilidade ou de embelezamento. É o que consta no art.93 do Código civil. Nesse sentido: Maria Helena Diniz, Pablo Stolze, Rodolfo Pamplona, Carlos Roberto Gonçalves.
O art. 94 do CC, diz que, em regra, um bem principal não abrange as pertenças. Dessa forma, precisamos verificar na prática a relação de pertencialidade, ou seja, se faz necessário verificar se a pertença é ou não essencial ao bem principal, já que o art.94 na parte final faz algumas ressalvas. Exemplos. v  Vou vender o conservatório musical cheio de pianos. Os pianos acompanham, o conservatório, porque estes são essenciais ao conservatório musical.   (art.94, segunda parte) v  Agora se vc tem na sua casa um piano, e vende esta casa. O piano não acompanha a casa, porque aí se aplica a primeira parte do art.94, salvo disposição em contrário.   Bens imóveis por determinação legal. Os bens imóveis por determinação legal são os contidos no art.80 do CC, senão vejamos:
Os direitos reais sobre imóveis. Ex. se o bem é imóvel, uma hipoteca que recai sobre este mesmo bem também é imóvel.
O direito à sucessão aberta. Cuidado: o direito à sucessão aberta é um bem imóvel por determinação legal. Isso, aliás, é muito perguntado em provas.
Temos quatro modalidades de bens imóveis, quais sejam:
Bens imóveis por natureza,
Bens imóveis por acessão física artificial ou industrial,
Bens imóveis por acessão física intelectual, e
Bens imóveis por determinação legal.
DOS BENS MÓVEIS Os bens móveis são aqueles que podem ser transportados, não gerando destruição nem deterioração. Bens móveis por natureza, porque a mobilidade decorre da sua essência, e, aliás, o bem móvel por natureza pode ser transportado por força alheia ou por força própria. v  Quando ele se transporta por força própria é denominado bem semovente. Ex. animais em geral. Bens móveis por antecipação: significa dizer que eram bens imóveis e foram mobilizados por uma atuação humana efetiva. Não está na lei, é categoria doutrinária. Exemplos:
Lenha cortada; plantação colhida.
Semente plantada= bem imóvel por acessão artificial; colheu a plantação= bem móvel por antecipação.
Bens móveis por determinação legal: de acordo com o art.83 do CC, consideram-se bens MÓVEIS por determinação legal:
Energias que tenham valor econômico. 
Ex. energia elétrica;
Os direitos reais sobre bens móveis. 
Ex. penhor;
Direitos pessoais de caráter patrimonial. 
Ex. direito autoral, inclusive com previsão na lei 9610/98.
  Classificação dos bens móveis quanto a mobilidade Navios e aeronaves são bens móveis especiais, porque admitem hipoteca e tem registro especial. Tanto o registro especial quanto a hipoteca tem natureza acessória.
Então cuidado: hipoteca pode recair sobre bem móvel e imóvel.
Classificação quanto a fungibilidade: Esta classificação está no art.85 do CC, classificação que vem lá dos primórdios do direito.
Bens fungíveis e bens infungíveis.
Os bens fungíveis são os bens móveis substituíveis. Ex. dinheiro.
Os bens infungíveis são bens insubstituíveis por bens de mesma espécie, quantidade e qualidade. Ex. o veículo é considerado para fins contratuais, bens móveis infungíveis, porque são bens complexos e têm um número de identificação específica (número de sassi).
O bem imóvel é sempre infungível.  Já o bem móvel pode ser fungível e infungível.
Importante              
 Se o contrato é  de empréstimo de bens fungíveis, o contrato é de mutuo
 Se o contrato é de empréstimo de bem infungível, o contrato é de comodato.
 Empréstimo de veículo é comodato; não é mútuo.
Fungível=mutuo; comodato=infungível.
Alguns autores falam de um tal de comodatoadiponpan, seria uma espécie de bem fungível. Trata-se de empréstimo de enfeite pra uma festa. Os enfeites são bens substituíveis. É comodato porque os bens serão devolvidos. Isso é importante para provas. Classificação quanto a consuntibilidade: Bens consumíveis, e bens inconsumíveis: O CC/2002 no art.86 trata de duas consuntibilidades:
A consuntibilidade fática ou de fato, quer dizer se o uso do bem importa ou não destruição imediata. Se vc utiliza e ele desaparece, ele é consumível. Se vc  utiliza e ele não desaparece tão facilmente ele é inconsumível. Então, o alimento também é consumível, o veiculo é inconsumível.
 Cuidado: porque existe também a consuntibilidade jurídica: se o bem é alienável ou inalienável. Se ele é alienável, ele é consumível juridicamente. Se ele é inalienável ele é inconsumível.
 Mas é perfeitamente possível que um bem seja consumível e inconsumível ao mesmo tempo.
Ele pode ser consumível do ponto de vista fático e inconsumível do ponto de vista jurídico.
Ele pode ser inconsumível do ponto de vista fático, e consumível do ponto de vista jurídico.
O automóvel, por exemplo, é um bem inconsumível do ponto de vista fático, mas ele é bem consumível do ponto de vista jurídico. Ele pode ser vendido, salvo cláusula de inalienabilidade.
 A inconsuntibilidade fática leva em conta a destruição ou não do bem.
A inconsuntibilidade ou consuntibilidade jurídica leva em conta se o bem é inalienável ou alienável. 
Cuidado: O art.86 do Código é de difícil compreensão porque tem dois tipos de bens consumíveis e inconsumíveis.
Bens principais e bens acessórios: esta classificação pode ser encontrada entre os arts.92 a 97. E o Código trata como “bens reciprocamente considerados”.
Os bens principais são aqueles bens independentes, que não dependem de qualquer outro para existência, e para gerar efeitos.
Já os bens acessórios são aqueles bens dependentes que tem uma relação de dependência na existência em relação ao bem principal, ou seja, são aqueles bens que pressupõe a existência de um bem principal. (art.92, do CC).
Mas essa divisão da gravitação, acessório segue o principal não se aplica só aos bens, mas também para as obrigações, para os contratos, e assim sucessivamente.
Nós temos algumas categorias de bens acessórios:
  Os frutos são aqueles bens acessórios que saem do bem principal sem diminuir a sua quantidade. Então uma fruta de uma árvore é fruto, saem do principal e não diminuiu o tamanho da árvore.
 Os produtos são bens acessórios que saem do bem principal diminuindo a sua quantidade.
E aí até fica a dúvida: se eles diminuem o bem principal será que eles são bens acessórios? Ex. Pepita de ouro retirada de uma mina diminui o tamanho da mina é de se pensar.
Temos também as pertenças que são aqueles bens incorporados com intuito de utilidade e a incorporação.
Na nossa leitura geralmente é feita pelo proprietário, porque a diferença entre benfeitorias e pertença, é que as benfeitorias são incorporadas por quem não é proprietário. Tanto isso é verdade afirma o professor Jose Fernando Simão que a lei de locação não trata de pertenças, trata de benfeitorias. Porque quem é que faz a incorporação das benfeitorias é o locatário.
Então se a incorporação é feita pelo proprietário, nós temos pertenças, se não é feita pelo proprietário nós temos benfeitorias.
Outro tema importante é o tema das partes integrantes, porque o próprio art.93 do CC/2002 diz que as pertenças não constituem partes integrantes.   Na parte integrante também se tem um sentido de incorporação, porém, sem autonomia própria das pertenças. Ex. A lente de uma câmera é parte integrante da câmera. Uma lâmpada em relação ao lustre é parte integrante do lustre.
Então uma parte integrante não tem autonomia própria da pertencialidade, e tanto pertenças quanto parte integrante, são bens acessórios.
Em suma:
Frutos são bens acessórios que saem sem diminuir;
Produtos saem diminuindo;
Pertença é incorporada pelo proprietário;
Benfeitorias são incorporadas, por quem não é proprietário;
Partes integrantes formam um todo. Ex. lente de uma câmara.

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